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A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) pretende economizar R$ 4,5 milhões por ano com a renovação do quadro funcional. Para isso, está promovendo a troca de 50 funcionários de cargos comissionados por concursados que passaram no certame realizado no fim do ano passado. Do total, 30 já foram substituídos. Até março, todas as indicações políticas terão deixado a Apex, garantiu o diretor de Gestão Corporativa da agência, Márcio Coimbra, que participou ontem do Correio Debate:Desafios da Economia 2019.
Coimbra disse que está atendendo a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Estou tirando quem é apadrinhado político. A Apex não terá ideologia. Cargo em comissão só para diretores, gerentes e coordenadores”, afirmou. “As pessoas que exercem cargos técnicos têm de dar espaço para os concursados.”
Segundo o diretor, o país terá uma nova postura na promoção de exportações e na atração de investimentos. “Vamos ampliar a presença do Brasil no exterior. Isso passa por uma agência de promoção mais robusta e eficiente”, ressaltou. Coimbra assinalou que a agenda de privatização do novo governo passa pela atração de investimento estrangeiro. “Nós fazemos apoio à internacionalização das empresas brasileiras, para que elas ganhem mercados. Mas também buscamos investimentos estrangeiros no país”, disse.
Em 2018, a Apex garantiu US$ 49,6 bilhões em exportações e também fez 283 atendimentos para investimento estrangeiro no Brasil, que somaram US$ 5,7 bilhões. A agência tem apenas nove escritórios no exterior, mas opera em todas os departamentos comerciais do Itamaraty, portanto, está presente em 105 localidades no mundo.
Há um mês na diretoria da Apex, Coimbra ressaltou que o órgão precisa de gestão eficiente. “Para abrir os mercados e conseguir mais investimentos, começamos com ações internas, além da composição de um corpo técnico perene, de concursados. Criamos uma gerência de governança e compliance, para maior controle do dinheiro público e evitar desvios”, explicou. O diretor também afirmou que reestruturará os escritórios no exterior. “Vamos ter maior integração com o Itamaraty e os departamentos comerciais”, assinalou.(SK e RH)
Divide opiniões intenção de Sergio Moro de investigar recursos de brasileiros no exterior
Já é motivo de preocupação entre especialistas da área jurídica a ideia do futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, de investigar a origem de quase R$ 175 bilhões que estavam irregularmente no exterior e foram regularizados por brasileiros em função dos programas de incentivo à internalização de recursos editados nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer. Os Programas de Regularização de Recursos mantidos no exterior anistiam crimes como evasão de divisas e sonegação fiscal, mediante mera declaração de posse dos valores e de sua licitude, sem qualquer tipo de análise sobre a origem dos recursos ou da capacidade econômico-financeira de seus beneficiários
Segundo o tributarista Igor Mauler Santiago, sócio fundador do Mauler Advogados, a investigação é possível, “mas caberá ao Estado provar que os recursos são ilícitos, e não ao contribuinte provar que são lícitos”. Mauler acrescenta que esta é a regra geral no Estado de Direito, “ainda mais aplicável aqui porque se tratava de valores não declarados à Receita, cuja origem por definição não foi documentada. E esse crime foi anistiado pela lei”.
Opinião semelhante tem o criminalista Armando Mesquita Neto, sócio do Leite, Tosto e Barros Advogados. Segundo ele, o artigo 9º da Lei nº 13.254/2016, prevê que o contribuinte-declarante perde todos os benefícios fiscais quanto os relacionados às questões criminais caso tenha declarado inveridicamente que os recursos mantidos no exterior tinham origem lícita. Portanto, caberá ao Estado provar que a declaração — de origem lícita — é falsa.
Já o também tributarista André Menescal Guedes, do Nelson Wilians e Advogados Associados, considera “louvável a iniciativa do futuro ministro, que não se distancia dos parâmetros norteadores do Programa de Repatriação, concluído com recorde mundial de arrecadação pelo governo brasileiro em 2016 e 2017”. Guedes explica que “recursos ilícitos nunca fizeram parte do escopo da lei de repatriação e não estão livres de investigação”.
Mas o tributarista do NWADV faz uma ressalva: “É preciso cuidado na escolha das medidas a serem adotadas, para que não firam as garantias dadas pela lei e não criem mais uma crise de segurança jurídica para aqueles que, longe de ocultar a origem espúria de recursos no estrangeiro, só desejavam acertar suas contas com o Fisco”, afirma.
Compatibilização com leis estrangeiras
Para Luciano Santoro, doutor em Direito Penal pela PUC-SP e sócio do Fincatti Santoro Sociedade de Advogados, as declarações do futuro ministro trazem insegurança jurídica. “Quem participou do processo, o fez confiando nas instituições federais, prestou todas as informações e atendeu os requisitos do Programa. Portanto, entendo que, a essa altura, falar em investigar os recursos repatriados é um verdadeiro desserviço. Caberá ao ministério provar se houve algum tipo de irregularidade, não ao contribuinte”, afirma. Ele lembra, ainda, que a Lei da Regularização, “apelidada de ‘lei da repatriação’, indevidamente — uma vez que não foi necessário trazer de volta os bens, mas apenas declará-los —, não foi uma simples opção, mas uma imposição, que compatibilizou as leis estrangeiras de combate ao crime organizado com as recentes leis brasileiras que apontam no mesmo sentido”.
No entender do criminalista e constitucionalista Adib Abdouni, a proposta de Moro de abrir uma investigação acerca de ativos financeiros repatriados por programas de incentivo fiscal de governos anteriores resultará “em desvirtuamento da finalidade da Lei 13.254/16, uma vez que o texto legal já impunha como condição da legalização de sua internalização em território nacional a comprovação, por parte do aderente, da licitude da origem dos recursos e a não condenação em ação penal pelos crimes listados no parágrafo 1º do artigo 5º dessa lei”. Para Abdouni, não é crível que os órgãos de controle responsáveis pelo deferimento da repatriação desses capitais tenham, indiscriminadamente, “contribuído para burlar o texto legal, tampouco que o crime organizado tenha exposto à Receita Federal seu poderio financeiro de origem manifestamente ilícita”.
Por sua vez, a advogada Nathália Peresi, especialista em Direito Penal Tributário e sócia do Chenut Oliveira Santiago Advogados destaca que a disposição do futuro ministro Sérgio Moro de investigar as chamadas operações de repatriação deverá, por certo, “observar as garantias tributárias e penais ofertadas pelo próprio Programa aos contribuintes, sob pena de ser considerada ilegal. “De qualquer sorte, não se perca de vista que este Programa não contempla os valores considerados como de origem ilícita, que parecem ser alvo agora de Moro. O debate por certo estará nos elementos de comprovação de tal origem”, conclui.
A retomada dos investimentos em infraestrutura no País, por meio de novas Parcerias Público-Privadas (PPPs), traz chances reais de recuperação da economia brasileira, após um forte ciclo recessivo. Para isso, no entanto, é fundamental discutir o papel da engenharia consultiva, que pode garantir projetos bem estruturados e obras bem planejadas.
O tema será discutido pelo Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Moreira Franco; pelo Ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira; pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro; por empresários e especialistas, durante o Seminário Internacional “Infraestrutura: A Engenharia na Retomada dos Investimentos”, no Rio. O evento, que acontece no dia 14 de setembro, é uma realização da Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE), da Federação Panamericana de Consultores (Fepac) e da Apex Brasil.
“A atuação de consultores de engenharia será fundamental na estruturação e modelagem dos projetos de saneamento, iluminação pública e em outras Parcerias Público-Privadas (PPPs)”, afirma o vice-presidente da ABCE, Ricardo Gomes.
No seminário, também serão discutidas experiências de internacionalização de empresas de engenharia consultiva e modelos adotados na Espanha, em Portugal e em outros países latino-americanos, em painel moderado pelo presidente da Apex, Roberto Jaguaribe.
Ricardo Gomes explica que, nos últimos anos, a exportação de serviços de engenharia era prioritariamente conduzida por grandes empreiteiras, que lideravam esse processo com financiamentos públicos. Agora, esse cenário mudou e o que se espera é que a engenharia consultiva assuma esse protagonismo, buscando diretamente os mercados internacionais.
O seminário ainda discutirá modelos de contratação de infraestrutura, arbitragem e soluções de conflito, com vários especialistas no assunto.
Mais detalhes:
Data: 14 de setembro de 2017
Local: Avenida Graça Aranha, 1 – 2º andar – Centro de Convenções da FIRJAN – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Horário: 8:30 às 17h
PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
8:30 Café de boas vindas
09:00 – Abertura
Dyogo de Oliveira, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
Mauro Viegas Filho, Presidente do Conselho da ABCE
Ángel Ferrigno, Presidente FEPAC
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, Presidente da FIRJAN
10:00 – 11:00 A visão do BNDES sobre as oportunidades de infraestrutura no Brasil
Paulo Rabello de Castro, Presidente do BNDES
Debatedores:
Mauro Viegas Filho, Presidente do Conselho da ABCE
Ángel Ferrigno, Presidente FEPAC
11:00 – 12:30 Experiências de internacionalização – Como a engenharia enfrentou as crises em outros países e se desenvolveu no mercado internacional
Luis Villaroya, Vice-presidente Tecniberia/ Conselheiro Eptisa
Victor Carneiro, Presidente da APPC / Vice-presidente do Grupo Coba
Fernando Krempel, Presidente da Intertechne
Reyes Juárez, Membro do Conselho Executivo da FIDIC
Moderador: Roberto Jaguaribe, Presidente da APEX- Brasil
12:30 – 14:00 Almoço
Palestrante: Moreira Franco, Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República
14:00 – 15:30 PPPs, concessões e financiamento da infraestrutura
Rodolfo Torres, Superintendente da Área de Desestatização do BNDES
Henrique Pinto, Secretário de Articulação de Políticas Públicas da PPI
Rogério Princhak, Secretário Executivo do Programa de Parcerias Público-Privadas da Bahia
Moderador: Renato Sucupira, BF Capital
15:30 – 17:00 Formas de contratação da Infraestrutura – modelos de contrato FIDIC, solução de conflitos e outros
Rosane Menezes Lohbauer, Madrona Advogados
Gustavo Schmidt, Presidente da Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem
Andre Dabus, Diretor de Infraestrutura, Power Utility – Marsh Corretora de seguros
Moderador: Rafael Marinangelo, Marinangelo e Aoki advogados