Operação Greenfield: compromissos firmados por investigados já ultrapassam R$ 2,2 bi

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Recursos – que podem chegar a R$ 8 bilhões para cada um dos envolvidos – vão ressarcir fundos de pensão. Medida negociada pelo MPF/DF e PF é diferente de colaboração premiada e acordo de leniência. Além da reserva de recursos, as sete empresas e 19 pessoas físicas assumiram o compromisso de colaborar com as investigações. Em troca, tiveram medidas cautelares como sequestro e bloqueio de bens suspensas pela Justiça

Vinte e seis (26)  pessoas e empresas já firmaram termos de ciência e compromisso com o Ministério Público Federal (MPF) e com o Departamento de Polícia Federal, menos de um mês após o início da Operação Greenfield – fase ostensiva das investigações que apuram a prática dos crimes de gestão temerária e fraudulenta no quatro principais fundos de pensão do país, segundo informou o MPF. Pelos documentos, assinala o órgão, os envolvidos se comprometeram a apresentar garantias financeiras para ressarcir as instituições em caso de condenação judicial. Somadas, essas garantias – que podem ser seguro, dinheiro, bens e ativos – superam os R$ 2,2 bilhões (o valor exato é R$ 2.278.720.000,00).

Os primeiros acordos foram na semana seguinte à operação que incluiu sete prisões temporárias, 33 conduções coercitivas e mais de 100 mandados de busca e apreensão em sete estados, além do Distrito Federal. Na decisão que autorizou as medidas cautelares, o juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal, determinou ainda o afastamento de cerca de 40 pessoas de funções gerenciais, além do bloqueio de bens, ativos e valores até o limite de R$ 8 bilhões para cada um dos envolvidos. Medidas que, como esclarece o MPF, não significam punição antecipada e que continuam em vigor em relação aos investigados que não fecharam acordo ou não conseguiram alterar a decisão judicial por meio de recursos. No total, as medidas cautelares atingiram 103 pessoas físicas e jurídicas.

O Ministério Público ressalta ainda que os termos de ciência e compromisso não se confundem com colaborações premiadas e nem com acordos de leniência. Por meio dos dois últimos instrumentos, o investigado reconhece a prática de crimes, fornece dados para a apuração de outras irregularidades e, como compensação, recebe uma redução da pena ao final do processo. Já no caso dos termos firmados no âmbito da Greenfield, isso não ocorre. As investigações seguem normalmente, podendo, inclusive, serem agilizadas a partir da colaboração dos envolvidos. O documento também não interfere em eventuais punições a serem impostas pela Justiça no julgamento das ações.

O desbloqueio dos valores e bens não é a única consequência dos termos de compromisso firmados entre investigados e MPF.  Com o aval da Justiça, as medidas cautelares ficam, inicialmente, suspensas, podendo ser revogadas – caso o compromisso seja integralmente cumprido – ou novamente decretadas se houver descumprimento.

Mais sobre a Greenfield

A Operação Greenfield é um desdobramento da investigação iniciada há cerca de um ano e meio  a partir da descoberta de indícios da prática de gestão temerária como causa de déficits bilionários nos fundos de pensão da Funcef, Petros, Previ e Postalis. As investigações são conduzidas por um grupo insterinstitucional formado pelo MPF, Polícia Federal, Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Caixa Econômica Federal (CEF) também colaboram com o trabalho.

Petros – Rubens Bueno condena rateio de rombo entre beneficiários

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O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), considerou “absurda e despropositada” a decisão da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, de dividir o rombo de mais de R$ 22 bilhões no caixa da instituição com funcionários, aposentados e pensionistas, a partir do próximo ano. “Os trabalhadores e os aposentados não têm nada a ver com essa conta, que foi feita pela ação da mão grande da organização criminosa que é o PT”, disse o deputado.

Os participantes da Petros terão de arcar com o pagamento de metade do déficit. A outra parte será honrada pela Petrobras. Não é a primeira vez que nos governos do PT beneficiários dos fundos têm que pagar por rombos nas suas caixas de previdência. O Funcef, da Caixa Econômica Federal, e o Postalis, dos Correios, também mandaram a “fatura” para os trabalhadores. “No caso do Funcef, os beneficiários pagarão 17,9% de seus salários, aposentadorias e pensões até 2039”, protestou o líder.

Rubens Bueno diz que o aparelhamento dos fundos de pensão para atender interesses do PT e de seus aliados é responsável pela má gestão e desvios de recursos dos fundos. “As mazelas foram levantadas pela CPI: gestão fraudulenta, ingerência política e insistência em investimentos incompatíveis com o cenário econômico e com as condições financeiras das instituições, entre outras coisas”.

Um dos investimentos que deram prejuízos a quase todos os fundos de pensão das estatais foi o realizado na Sete Brasil, montada para construir sondas para a exploração do pré-sal, mas que acabou não tendo sucesso e está em dificuldades financeiras. Somente na Sete, a Petros aportou R$ 1,5 bilhão. “Nesse caso, a ingerência política foi evidente, pois a Petrobras pressionou o fundo a destinar o dinheiro para a empresa, segundo o próprio relatório da CPI”, salientou Bueno.

O líder do PPS defendeu a aprovação do Projeto de Lei Complementar 268/2016, que foi aprimorado com a colaboração da CPI  e  que estabelece normas para o aprimoramento dos dispositivos de governança dos fundos. “Temos que resguardar os beneficiários, dando um basta na roubalheira dos recursos dos fundos”, disse.

Liminar suspende extra de aposentados da Caixa

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Justiça suspende cobrança adicional de 2,8% da contribuição de 3,5 mil beneficiários da Funcef. Desde maio, pagamento é feito por 57 mil participantes para cobrir o rombo do fundo de pensão dos funcionários do banco. R$ 2,2 bilhões foi o déficit da Funcef em 2014

Uma liminar garantiu a 3,5 mil aposentados e beneficiários do fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) o não pagamento da cobrança extraordinária de 2,8% sobre as contribuições para cobrir o rombo do sistema. A ação foi movida pela Associação Nacional Independente dos Participantes e Assistidos da Funcef.

Na decisão, a juíza Solange Salgado justificou que há indícios de que o resultado deficitário pode ter sido causado por irregularidades ou gestão fraudulenta e determinou a suspensão do pagamento até que sejam apuradas as causas do deficit.

A juíza citou ainda a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou os fundos de pensão e que concluiu que existe uma metodologia para fraudar as operações dos fundos de pensão. “Ademais, apurou-se que o prejuízo dos fundos investigados gira em torno de R$ 6,62 bilhões e que o aparelhamento dos mesmos tenha afetado 500 mil aposentados (…) Nesse viés, ainda que não se possa presumir a má-fé ou tampouco se emitir qualquer juízo de valor sobre o ocorrido, tais fatos — públicos — não podem ser desconsiderados”, escreveu na decisão.

A cobrança do valor extra começou a ser feita em maio a 57 mil participantes do fundo em maio. Para os aposentados, pagamento desse adicional significa receber 2,8% menos no benefício. A previsão é de que os beneficiários desembolsem esse percentual pelo período de 17 anos. Em 2014, a Funcef registrou rombo de R$ 2,2 bilhões e a previsão é de que tenha chegado a R4 8 bilhões no ano passado.

Medo

Entre os trabalhadores há temor de que haja um novo equacionamento. Pelas contas prévias, feita pela associação de funcionários, é possível que o percentual seja ampliado dos 2,8% atuais para de 9% a 10% no próximo ano, uma vez que o fundo de pensão já alertou aos participantes que o valor da contribuição será revisto anualmente.

A cobrança está sendo feita, por enquanto, apenas dos participantes do plano batizado de REG/Replan Saldado, o maior e mais antigo da Funcef. Além dele, o fundo de pensão tem outros dois. Em nota, a Funcef já indicou que “outros planos poderão ser submetidos a equacionamento no exercício de 2017”.

No mês passado, no total, os participantes do fundo REG/Replan colocaram R$ 7,3 milhões a mais no plano. Já a Caixa elevou seu aporte em R$ 6,2 milhões. Apesar disso, o banco deixou de aportar mais de R$ 1 milhão referentes aos beneficiários do plano. O aporte foi suspenso pelo Ministério do Planejamento com base em parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), que está sendo contestado pelos aposentados.

A Funcef confirmou a arrecadação de cerca de R$ 13 milhões em maio. O montante será utilizado, de acordo com o fundo, para aquisição de títulos públicos federais de longo prazo, “de acordo com a atual política de investimento”.

EDINA ROCHA LIMA ASSUME SECRETARIA DE GESTÃO DE PESSOAS E RELAÇÕES DO TRABALHO DO MP

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Ela deixa a condição de adjunta para ocupar interinamente o cargo do ex-secretário Sérgio Mendonça

Confirmando o que já vinha acontecendo na prática, o Ministério do Planejamento informou que, a partir desta quinta-feira (14), a Secretaria de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (Segrt) está sob o comando de Edina Maria Rocha Lima, que exercia a função de secretária-adjunta.

Ela assume, interinamente, o cargo do secretário Sérgio Mendonça que vai para a presidência da Fundação dos Economiários Federais (Funcef). A mudança foi oficializada com a publicação das Portarias nº 369 e 370 no Diário Oficial da União de hoje (14).
Edina está no Ministério do Planejamento desde 2012, quando assumiu a Coordenação-Geral de Relações de Trabalho no Serviço Público (CGNES). No mesmo ano, passou a ser secretária-adjunta da então Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público.
Sempre teve participação ativa nos processos de negociação junto à Mesa Nacional de Negociação Permanente do Serviço Público e conhece, de forma minuciosa, todos os acordos firmados com as entidades sindicais nestes últimos ciclos de negociações.
Currículo
Nascida na cidade de Goiás (GO), Edina Rocha Lima é graduada em Direito na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campos/SP, com pós-graduação em Direito do Trabalho na Pontifícia Católica de São Paulo (PUC/SP). Foi professora de Direito na Unip, unidade de Goiânia e consultora no Conselho Nacional de Saúde.
Exerceu por mais de 13 anos atividades em sindicatos de classes de diversas categorias, como Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás, Metalúrgicos do ABC, Construção Civil e Mobiliários de São Bernardo do Campo, Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São Bernardo do Campo e Santo André.

CPI DOS FUNDOS DE PENSÃO OUVE PRESIDENTE DOS FUNDOS DO BB

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão ouviu hoje (22/3), o depoimento do presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), Gueitiro Matsuo Genso. A entidade pretende recuperar R$ 180 milhões investidos na Sete Brasil, para construção de sondas de perfuração em águas no Brasil.

Hoje, a Previ tem um patrimônio de R$ 150 bilhões, com deficit atuarial de R$ 16 bilhões. Matsuo explicou durante a audiência pública que este rombo teria sido causado pela alta do dólar e commodities de ferro.

“Parece que a Previ sempre faz investimentos mais conservadores. E em dado momento quando a entidade poderia aumentar o seu aporte na Sete Brasil, entendeu que era um investimento de risco e desistiu. Inclusive está tentando recuperar R$ 180 milhões colocado nesta fundação”, explicou o relator da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), que deve entregar o relatório final no início de abril.

Segundo o presidente da Previ, não há investimentos com prejuízos no fundo e o aporte de recursos na Sete foi considerado adequado à época. “Nós não aportamos mais dinheiro na segunda chamada porque um dos itens da nossa política de investimento diz que não podemos concentrar em um único gestor mais de 5% do nosso fundo garantidor, que era de R$ 335 milhões”, disse Matsuo.

A Sete Brasil é uma empresa de investimento criada em 2010 com o aval da Petrobras para explorar negócios em torno do pré-sal. Ela é citada na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga corrupção em contratos na estatal.

Na próxima terça-feira (29/3), a CPI ouve o presidente da Fundação dos Economiários da Caixa Econômica Federal (Funcef), Carlos Alberto Caser. A Funcef é alvo de investigação da comissão por suspeitas de má gestão e irregularidades em investimentos que seriam responsáveis por deficit superior a R$ 5 bilhões.

APROVADA PRORROGAÇÃO DA CPI DOS FUNDOS DE PENSÃO

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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aprovou a nova prorrogação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão. O prazo de funcionamento da CPI será estendido por mais 30 dias.

O prazo final da primeira prorrogação (60 dias) iria até 19 de março. Sendo assim, o novo período de extensão dos trabalhos começa a contar a partir de 20 de março. Com a aprovação de Cunha, a CPI segue até 18 de abril.

Instalada em agosto de 2015, a comissão deve recomendar ao Ministério Público a adoção de medidas civis e penais, segundo o relator, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR). Pelo menos 25 nomes envolvidos no desvio de dinheiro dos quatro principais fundos de pensão do país (Postalis, Funcef, Previ e Petros) devem constar no relatório final.

Acordo

Representantes do Postalis e do banco BNY Mellon se reuniram nessa terça-feira (1º/3) com o relator da CPI dos Fundos de Pensão, para a primeira conversa sobre um acordo de ressarcimento do banco ao fundo.

Os beneficiários dos Correios fizeram duas propostas ao BNY Mellon. O banco pediu um prazo até a próxima semana para dar uma resposta. Segundo a Postalis, o desvio seria de R$ 5 bilhões.

Crédito: Dep. Sergio Souza/Divulgação

LÍDER DO PPS CLASSIFICA DE “PROFILÁTICA” A DEMISSÃO DO PRESIDENTE DO POSTALIS

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O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), classificou como uma medida “profilática” necessária a demissão de Antonio Carlos Conquista da presidência do Postalis, fundo de pensão  dos funcionários dos Correios.  O afastamento de Conquista foi anunciado pelo presidente da estatal, Geovani Queiroz, por “má gestão”.

Conquista está sendo investigado pela Polícia Federal por seu envolvimento em operações fraudulentas que levaram o Postalis a ter prejuízo de R$ 7 bilhões.

Autor do requerimento de criação da CPI dos Fundos de Pensão, que tem a corrupção no Postalis como um dos focos investigação, Rubens Bueno criticou a “blindagem” governista para que as apurações no colegiado não avancem.

“Os que exercem essa blindagem para esconder os malfeitos da companheirada estão prejudicando 180 mil aposentados e pensionistas dos Correios. Gente que trabalhou a vida toda para ter uma aposentadoria digna”, criticou.

O parlamentar citou também o rombo bilionário dos  fundos de pensão dos funcionários da Caixa Econômica (Funcef), da Petrobras (Petros). Segundo ele, a soma do prejuízo dos três já ultrapassa os R$ 30 bilhões.  “A Previ  (BB) também vem queimando muito o seu superávit desde 2014. Esse é o jeito petista de governar”, alertou.