A crise da meia-idade nos investimentos: ajuste de expectativas, maior apetite a risco e a busca por novidades

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Foi o que apontou a pesquisa Sentimento do Investidor, da Franklin Templeton. Com a queda dos juros, investidores afirmam interesse em buscar estratégias mais arrojadas. Os mais jovens saem na frente. “É de fato a primeira vez que observamos um claro ajuste no perfil de risco das carteiras, no sentido de algo mais arrojado, independentemente da faixa etária. Voluntária ou forçada, o fato é que a mudança existe”, afirmou o diretor-presidente da Franklin Templeton no Brasil, Marcus Vinícius Gonçalves.

A Franklin Templeton Investimentos, empresa global de gestão de recursos, com mais de US$ 750 bilhões em ativos administrados ao redor do mundo, revela os resultados da quinta edição da pesquisa Sentimento do Investidor 2018. Feita por telefone entre os dias 28 de março e 03 de abril de 2018, foram entrevistadas 510 pessoas com idade entre 25 e 65 anos, em todas as Regiões do Brasil, com pelo menos R$ 50 mil investidos em algum tipo de aplicação financeira.

 

Pela primeira vez desde que começou a ser publicada, em 2013, a pesquisa Global Investor Sentiment Survey apontou que a tradicional aversão ao risco do brasileiro está sendo revisitada, sobretudo em virtude da série de cortes na taxa básica de juros e dos índices de inflação controlados. “É de fato a primeira vez que observamos um claro ajuste no perfil de risco das carteiras, no sentido de algo mais arrojado, independentemente da faixa etária. Voluntária ou forçada, o fato é que a mudança existe”, afirmou o diretor-dresidente da Franklin Templeton no Brasil, Marcus Vinícius Gonçalves.

 

Além dos resultados agregados, convém ressaltar a avaliação por faixas etárias. Os entrevistados foram divididos em quatro grupos: 25 a 34 anos, 35 a 44 anos, 45 a 54 anos e 55 a 64 anos, e a amostra se espelha nos percentuais da pirâmide etária brasileira, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há divergência nos atributos que cada grupo considera como mais ou menos relevantes. Abaixo, os principais resultados.

 

Hábitos de Investimento

A pesquisa aponta clara discrepância nos hábitos de investimento das gerações mais novas (até 34 anos), em contraposição às demais. Enquanto o gerente do banco é apontado como a principal fonte de informações sobre investimentos para todas as faixas etárias acima dos 35 anos que foram alvo da pesquisa, no caso do grupo entre 25 e 34 anos a escolha recai sobre os aplicativos (quase 30%), os assessores financeiros profissionais (23,5%) e a mídia (15%) – o gerente de banco ocupa a 4ª colocação, com 13,7%.

 

Na mesma linha do contraste reportado acima, ressaltem-se os seguintes resultados:

Quase 70% dos entrevistados abaixo de 34 anos afirmaram ter conta de investimentos em corretoras, percentual que não passou de 40% entre os respondentes com mais de 45 anos;

Mais de 80% dos respondentes abaixo de 34 anos afirmaram realizar investimentos em ações, percentual que decresce gradativamente nas demais faixas, até chegar a 33,3% (um terço exatamente) na faixa entre 55 e 64 anos;

Quase 80% dos ouvidos entre 25 e 34 anos têm alguma parcela de seus investimentos alocados no exterior, percentual que não passa de um terço dos com mais de 55 anos.

Quando a pesquisa pergunta a razão principal para o entrevistado manter a carteira em ativos locais, e em sua grande parte com perfil conservador, a resposta em todas as faixas etárias apontou que: o investidor está disposto a tomar riscos, investir em ações, no exterior, diversificar, desde que tenha mais acesso a informações, melhores análises e, em última instância, conhecimento a respeito destes ativos.

 

De fato, a pesquisa também mostra que mais de 73% dos entrevistados entre 25 e 34 anos afirmam diversificar seus investimentos, um número que não passa de 56% para a faixa de 55 a 64 anos. Além disso, quase 75% das pessoas no primeiro grupo (25 a 34 anos) sabe a diferença entre fundos de um banco convencional e de uma gestora independente, percentual que não chega à metade no segundo grupo (55 a 64 anos). Para o diretor-presidente da Franklin Templeton no Brasil, Marcus Vinicius Gonçalves, parece haver uma relação direta entre os pontos levantados. “Ao consultarem fontes alternativas de informação, as gerações mais novas acabam tendo acesso a oportunidades que não costumam estar disponíveis nos canais tradicionais. Com isso, seu espectro de investimentos tende a ser mais amplo, e os resultados tendem a ser, em média, melhores.”

 

Não surpreende, portanto, que quase a metade dos entrevistados entre 25 e 34 anos afirme esperar que o retorno médio anual de suas carteiras nos próximos 5 anos superará os 10%, face a apenas 22% na faixa acima de 55 anos.

 

Aposentadoria e Curiosidades da “Geração Sanduíche”

 

A pesquisa também abordou o tema da aposentadoria. Os resultados por faixa etária mostraram alguns resultados bastante interessantes:

  Quase 80% dos entrevistados entre 25 e 34 anos pretende se aposentar antes dos 65 anos, percentual que não passa de 60% quando os respondentes têm mais de 45 anos;

40% das pessoas entre 55 e 64 anos pretendem se aposentar com mais de 65 anos, sendo que uma parcela relevante naquela faixa etária (11% do total), cogita se aposentar com mais de 75 anos;

Quanto à expectativa de renda no período de aposentaria, a opção “valor máximo pago pelo sistema” foi a opção escolhida por mais de 40% em todas as faixas entrevistadas, com destaque para o grupo entre 55 e 64 anos (52% do total). Nota-se que a opção “meu salário atual” diminui à medida em que as faixas etárias superiores são consideradas, possivelmente em virtude do aumento da renda com a evolução da carreira;

De modo análogo, a expectativa quanto ao padrão de gastos na aposentadoria também parece convergir para valores menores do que os vigentes, na medida em que os entrevistados correspondem a faixas etárias mais maduras;

A despesa que mais preocupa os entrevistados na aposentaria são os gastos com planos de saúde – opção escolhida em todas as faixas etárias, por ampla maioria (desde 50% na faixa de 25 a 34 anos, chegando a 81% na faixa de 55 a 64 anos). A segunda maior é “educação”, que tem peso maior nas faixas mais jovens (de 25 a 44 anos), mas que rivaliza, na faixa dos 45 aos 54 anos, com a opção “não ter dinheiro para as necessidades básicas”.

 

Segundo o diretor-presidente da Franklin Templeton no Brasil, este último ponto é preocupante. “Note-se que, na média, a faixa entre 45 e 54 anos costuma marcar um período em que o ápice da renda costuma ser atingido. Mas também não podemos esquecer que esse grupo, a ‘geração sanduíche’ nascida entre 1964 e 1973, iniciou sua carreira no período entre a Nova República e o início do Plano Real, um período de grande instabilidade e mudança de regras. E provavelmente tende a ser também um dos mais impactados por uma regra de transição de uma eventual reforma da Previdência.”

 

Outros resultados da pesquisa que confirmam este quadro: mais de 2/3 dos entrevistados entre 25 e 34 anos afirmou poupar pelo menos 20% de sua renda anual, e este percentual é inferior a 50% no caso da faixa etária entre 45 e 54 anos – ou seja, mais da metade deste grupo está guardando pouco ou nada (quase 10% dos entrevistados afirmaram ‘não ganhar o suficiente para investir’).

 

Curiosamente, foi esta mesma parcela que se autodeclarou com tendo o menor nível de conhecimento sobre investimentos, dentre todas as entrevistadas. Também foi nessa faixa que se verificou o maior percentual combinado de respostas que consideravam 1% ao mês o retorno mínimo aceitável para seus investimentos (mais da metade dos entrevistados). E ainda aquele que apontou com maior frequência relativa ao período de 3 anos como sendo a melhor definição de longo prazo – nas demais faixas, 5 anos costuma ser uma definição mais adequada. “Portanto, fica o alerta para essa faixa da população, e também a dica para os provedores de serviços que queiram tratar da crise da meia-idade nos investimentos…”, afirma o executivo.

 

Outros pontos que apareceram na pesquisa:

 

Fontes de Preocupação:  a resposta mais citada em todas as faixas etárias foi a incerteza política – algo não surpreendente em um ano eleitoral. Política fiscal do governo, volatilidade do mercado e crise global foram os demais fatores mencionados.

 

Qual o fator determinante na escolha de um gestor? Solidez da empresa foi o fator mais escolhido, e nessa questão também houve consistência nas respostas, independentemente da faixa etária. Os fatores mencionados logo a seguir, empatados em termos de percentual, foram desempenho e custo. Poucos entrevistados elegeram “o gestor” como sendo o ponto mais importante na escolha.

 

Para acessar um documento com todos os dados compilados da pesquisa Sentimento do Investidor 2018, basta clicar AQUI.

 

Sobre a Franklin Templeton

A Franklin Resources, Inc. [NYSE:BEN] é uma gestora global de Investimentos, que atua como Franklin Templeton Investments. A Franklin Templeton Investments faz a gestão global e doméstica de investimentos para clientes do varejo, institucional e fundos soberanos em 170 países. Por meio de equipes altamente especializadas, a empresa tem expertise em todas as classes de ativos – incluindo ações, renda fixa, alternativos e soluções customizadas. Os mais 650 profissionais de investimentos da empresa têm o suporte de uma equipe global integrada de profissionais e de gestão de risco e de trading desk. Com escritórios em mais de 30 países, a empresa com sede na Califórnia (EUA) tem 70 anos de experiência em investimento e mais de 753 bilhões de dólares de ativos sob gestão, em 31 de dezembro de 2017. Para mais informações acesse: www.franklintempleton.com.br.

 

Sobre a G&A

Reconhecida agência de Relações Públicas, a G&A Comunicação Corporativa construiu, ao longo dos seus 28 anos, uma relação de confiança com grandes empresas e organizações. Seus valores são integridade, atitude, foco no cliente, respeito pelas pessoas, visão global, agilidade local, alta performance e espírito de inovação. Com base nesses princípios, contribui para zelar e preservar reputações. Entre suas especialidades do espectro da comunicação corporativa estão: relacionamento com a imprensa, comunicação interna, media training, gestão de crise, marketing de influência e posicionamento de marca. Alia a experiência de seus consultores com a criatividade de jovens talentos, sempre com o compromisso de oferecer uma prestação de serviço pautada pela responsabilidade e senso crítico.

GDF – Funcionamento dos órgãos públicos

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Depois de nova reunião com o comitê de crise do Governo de Brasília, que reúne secretarias e órgãos vinculados, o governador Rodrigo Rollemberg adotou as seguintes medidas:

“1. Retorno às aulas nas escolas da rede de ensino público do Distrito Federal.

2.  Reabertura das unidades básicas de saúde, de consulta ambulatorial e policlínica e das farmácias, inclusive as de Alto Custo. Que o Instituto do Hospital de Base volte a realizar as cirurgias eletivas. Nas demais unidades, elas continuarão suspensas, assim como vedado o transporte de pacientes para exames. A utilização das ambulâncias do SAMU seguirá critérios de emergência e de urgência.

3. Garantia do funcionamento do sistema de transporte coletivo público, com a manutenção do aumento de uma hora no pico do atendimento do metrô, de manhã e à tarde. As empresas dispõem de combustível até quarta-feira, 30.

4. Prosseguimento das operações de escolta da Polícia Militar do Distrito Federal, com o apoio do Exército e da Força de Nacional de Segurança Pública (FNSP), que garantiram nos últimos quatro dias cerca de 10 milhões de litros de combustível, de gás de cozinha e de outros produtos. Foram realizadas aproximadamente 550 escoltas neste período.

5. Que as secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Agricultura continuem agindo no sentido de apoiar o setor produtivo com o objetivo de normalizar o abastecimento de alimentos.

6. Continuidade das operações de escolta, com o Exército e a FNSP, de caminhões-tanque de querosene de aviação que permitiram a elevação do estoque de 5% para 55% do aeroporto Juscelino Kubistchek.

7. Determinou a prioridade para a escolta de caminhões que carregam gás de cozinha, além das 141 já realizadas desde o começo da crise de abastecimento.

 

Brasília, 28 de maio de 2018

Governo de Brasília”

Uma reforma tributária ou fiscal antes da reforma da Previdência

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“Não é sem razão que há milhões de ações fiscais que tramitam na República, dos municípios, estados e União. São milhares de escritórios de advocacia e de empresas de contadores procurando uma brecha, um espaço, um artigo, uma alínea, um parágrafo, uma letra, uma vírgula, para entrar com uma ação e sobrestar o pagamento. Brasília, até o liminar do século XXI, não tinha tantos escritórios de advocacia. Hoje só perde para as farmácias e lanchonetes”

Paulo César Regis de Souza*

Que o Brasil precisa de uma reforma à Previdência, no Ministério Fazenda, do porteiro ao ministro, todos foram convencidos pelo mercado.

O eixo da reforma deve ser a idade mínima e a bolha demográfica.

São nulas as chances de uma reforma da Previdência, como está proposta, dar certo.

O que foi apresentado ao país não resolve o problema da crise que é o financiamento dos dois principais regimes: RGPS e RPPS.

No RPPS, não há solução à vista para a crise da previdência da União e dos Estados. Os militares não vão querer pagar e a União não tem como pagar a contribuição patronal. Nos Estados e Municípios, o buraco é 10 vezes maior.

Nos dois casos terá que ser vetada a gestão de políticos.

No RGPS não há nenhum interesse do agronegócio, pecuaristas, exportadores e produtores rurais de pagar previdência para cobrir o rombo de R$ 150 bilhões do Funrural. Hoje eles pagam 1,7%. Vão querer pagar 22%? Mesmo por um período limitado? Também não vai ser fácil zerar renúncias e desonerações e cortar os subsídios benefícios sem equivalência atuarial.

Considerando que a Receita, de impostos e tributos e a Previdência, de contribuições, tem a receber dívidas de R$ 3,6 trilhões, conforme dados oficiais do ex-ministro Meirelles, quase 50% do PIB, e que é notória a tendência de crescimento das “dívidas incobráveis” pela Receita Federal e pela Procuradoria Nacional da Fazenda, é bem provável que chegue a R$ 4 trilhões em 2019.

Em chegando a R$ 4 trilhões não haverá dinheiro para o Estado brasileiro cobrir os gastos obrigatórios e fazer investimentos. Não haverá ajuste fiscal.

Por que então se mudar a prioridade e fazer como Plano A a reforma tributária e fiscal?

Como transformar em dinheiro a cadeia de “dívidas incobráveis” (chamam de lixo tributário) e como impedir um novo ciclo desta “pirâmide fiscal”? Aliás, o nome de “dívida incobrável” agrada aos caloteiros de plantão.

O viés tributário do imposto declaratório precisa ter um basta. De cara, gera uma sonegação de 30% só na Previdência, mas em outros tributos e impostos, os 30% podem chegar até 50% ou mais. Como a sonegação não anda sozinha no que é declaratório, junto vem a evasão, elisão e brechas legais.

Não é sem razão que há milhões de ações fiscais que tramitam na República, dos municípios, estados e União. São milhares de escritórios de advocacia e de empresas de contadores procurando uma brecha, um espaço, um artigo, uma alínea, um parágrafo, uma letra, uma vírgula, para entrar com uma ação e sobrestar o pagamento. Brasília, até o liminar do século XXI, não tinha tantos escritórios de advocacia. Hoje só perde para as farmácias e lanchonetes.

Junto com a reforma fiscal, já em 2019, estaria morto o Refis. Na Previdência seriam sepultadas as renúncias e as desonerações das contribuições.

Uma ação fiscal poderia ser desencadeada com grande estardalhaço: sonegação zero. Empresa limpa, nada de dívida, os passivos seriam eliminados. Seria uma mudança cultural, a mais difícil de todas as mudanças. Acabar com sonegador é tão difícil quanto prender traficante.

A reforma tributária colocaria 100% da arrecadação na fonte.

Isto poderia ser feito? Pode, na reforma tributária, por exemplo, com a criação do Imposto sobre operações financeiras, de fonte, com uma alíquota que cobriria os impostos e contribuições declaratórias.

Uma medida burocrática impediria que um devedor profissional pudesse operar novo CGC, como seu CPF… Para limpar o CPF teria que pagar o que deve.

Seria uma forma simplória de acabar com o lixo das “dívidas incobráveis”.

Teria efeito fulminante na fiscalização a Receita e burocracia da PGFN, hoje a mais inútil forma de arrecadar contribuições com uma recuperação de crédito com o selo ISSO de incompetência.

No INSS, 70% da receita é de fonte. Por que não chega a 100%?

Tudo é uma questão de se querer resolver.

Na Espanha uma solução simples chegou aos 100%. O empresário não recolheu, vai uma guia para a empresa para pagamento. Se não pagar faz-se a execução sem liminar.

No RGPS algo poderá ser feito também, como acabar com os benefícios sem contribuição e/ou com contribuição subsidiada. Poderia até estabelecer um elo vinculante que o benefício será igualmente reduzido à relação atuarial da contribuição. É uma solução técnica, sustentável, coerente.

Fazer reforma e deixar o financiamento como está é dar asas as cobras criadas na Receita e na PGFN.

 

* Paulo César Régis de Souza – vice-presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores Públicos, da Previdência Social (Anasps)

 

Crise na AGU: Em protesto contra exonerações, vice-AGU e diretor do Departamento de Consultoria entregam cargos de chefia

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A briga que tenta impor à advogada-geral da União, ministra Grace Mendonça, indicados para cargos estratégicos na AGU ganha mais um capítulo. Em entrevista recente, ela já declarou que as mudanças internas são naturais e “dão oportunidade para outras pessoas capacitadas”. Mas os “membros” da carreira, que segundo ela “antes de tudo são servidores”, não se conformam

De acordo com a Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), os protestos têm o objetivo de evitar ainda mais retrocessos dentro da AGU. Por isso, a Associação entregou lista tríplice com indicações dos membros da carreira para o cargo de procurador-geral federal, cujos ocupantes, em protesto, pediram exoneração.

O advogado-geral da União substituto, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, e o diretor do Departamento de Consultoria, Gustavo Leonardo Maia Pereira, anunciaram a entrega de seus cargos, nessa quarta-feira (2).

O ato se deu em protesto às exonerações dos procuradores-gerais federal e da União, na última semana. Em nota, publicada no dia das exonerações, a Anafe apontou que existem indicativos de que “as exonerações não foram movidas por questões técnicas, mas por razões de conveniência pessoal da dirigente máxima da instituição”.

No pedido de exoneração entregue à advogada-geral da União, Paulo Gustavo salientou que conclui esta etapa com sentimento de dever cumprido após lançar sementes na busca incessante de valorização na AGU e das carreiras. “Reafirmo minha posição de continuar atuando pelo interesse público e da instituição, certo de que este sempre deve prevalecer sobre projetos e interesses pessoais”, destacou.

Já o diretor do Departamento de Consultoria, Gustavo Leonardo Maia Pereira, agradeceu a “oportunidade de ter integrado valorosa equipe, sob direção do procurador-geral federal, Cleso José da Fonseca Filho”, exonerado no último dia 24 de abril.

Caos na PGF

Além dos pedidos de exoneração, outros chefes da AGU notificaram, por meio de memorando, a advogada-geral da União sobre a “preocupação generalizada que se espalha por toda a carreira quanto ao amparo que a PGF terá para que continue a obter os expressivos resultados até então alcançados, sem retrocessos institucionais.”

O memorando traz, ainda, dados expressivos sobre a atuação da Procuradoria-Geral Federal e requer o restabelecimento do diálogo e a preservação dos valores que devem presidir as relações de respeito institucional na Advocacia-Geral da União.

O documento foi assinado pelos integrantes da direção central da Procuradoria-Geral Federal, os procuradores regionais federais, os procuradores-chefes das procuradorias Federais nos estados, os coordenadores dos fóruns temáticos, os procuradores-chefes das autarquias e fundações públicas federais e demais signatários.

Desaprovação dos membros

As exonerações dos procuradores-gerais federal e da União receberam duras críticas dos membros da Advocacia-Geral da União. A Anafe, que afirma ser a maior entidade representativa das carreiras que compõem a instituição, tomou a frente e realizou diversas manifestações públicas contrárias ao ato.

Em nota, publicada no dia 24 de abril, a Associação apontou que há um indicativo de que as exonerações não foram movidas por questões técnicas, mas por razões de conveniência pessoal da dirigente máxima da instituição. Além disso, de acordo com a Anafe, a decisão destoa dos últimos resultados apresentados.

“Nos últimos meses, alguns órgãos da Advocacia-Geral da União vinham avançando na construção de mecanismos e de uma cultura institucional que primam por uma gestão transparente, impessoal, participativa, estável e dotada de maior horizontalidade. Todavia, decisões recentes tomadas pela direção máxima parecem indicar que não é esse o caminho que se escolheu trilhar, inclusive com a nomeação de pessoas estranhas às carreiras para funções estratégicas da Advocacia-Geral da União”, apontou a Entidade.

Lista tríplice

Em meio às movimentações contra ingerências políticas na AGU, a Anafe promoveu votação da lista tríplice que elegeu de forma democrática e legítima três nomes para ocupar o cargo de procurador-geral federal.

A lista, composta pelos procuradores federais Thirzzia Guimarães de Carvalho, Vilson Marcelo Malchow Vedana e Elvis Gallera Garcia, foi encaminhada à Presidência da República e à Advocacia-Geral da União nesta quinta-feira (3).

A Associação ressalta que é necessária a manutenção de uma linha de gestão participativa e democrática, à qual embasou a criação e o aprimoramento de diversos projetos da Procuradoria-Geral Federal, especialmente por meio da interlocução permanente com seus Comitês de Gestão em âmbito nacional, regional e local.

“Desse modo, não podemos aceitar que a chefia do órgão venha a ser ocupada por alguém que tenha opiniões que não estejam em conformidade com os anseios dos membros das carreiras. Tal atitude descaracterizaria a linha de trabalho da gestão anterior. Assim, o que desejamos é que o próximo ocupante do cargo conduza sua gestão de forma legítima, estável, participativa, transparente e comprometida com o interesse público”, ressalta o presidente da Anafe, Marcelino Rodrigues.

Aposentadoria média no DF é a maior do país: R$ 4.234

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Rendimento proveniente do serviço público contribui para que a desigualdade de renda na capital esteja atrás apenas da do Amazonas, de acordo com o Índice Gini. Esperança de uma vida melhor traz muitas pessoas de baixa renda para Brasília e Entorno

ANNA RUSSI*

Se a desigualdade de renda, medida pelo Índice Gini, se manteve estável na média do Brasil em 2017 ante 2016, no Distrito Federal, cresceu. Passou de 0,583 para 0,602 — quanto mais próximo de um, maior a desigualdade, de acordo com o indicador. O índice é calculado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre rendimentos de fontes de trabalho, previdência, aluguéis, pensão alimentícia.

No país, as diferenças de renda se acentuaram em 15 das 27 unidades da Federação, com o DF ficando com a segunda colocação como mais desigual, atrás apenas do Amazonas, com 0,604. Para o professor da administração pública da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, a pouco diversificada atividade econômica da capital, centrada no serviço público, e a modesta presença do setor privado na cidade explicam esse fosso.

A presença de servidores públicos garante ao DF a maior média de aposentadorias e pensões do país: R$ 4.234. Mais do que o dobro da média brasileira de R$ 1.750 e do Centro-Oeste, de R$ 2.105. Em tempos de crise econômica, as aposentadorias e as pensões foram as maiores fontes de renda da população.

O aposentado pelo Banco do Brasil Paulo Tarso de Souza, 63 anos, admite que “o INSS oferece muitas desvantagens”, mas diz que “existem poucos agraciados em Brasília que recebem uma boa aposentadoria”. Segundo ele, em caso de alguma emergência que exija dinheiro, ele teria que abrir mão de algumas coisas para arcar a despesa.

Atração

“Brasília é sede das administrações centrais e temos a representações estrangeiras internacionais, que exigem padrões mais elevados. Esses daí podem elevar a renda de uma parte mais privilegiada da população”, disse Piscitelli. Para o professor da UnB, as características geoeconômicas da capital também são fatores que influenciam a desigualdade.

Ele explica que pelo fato de a capital oferecer oportunidade de melhora na qualidade de vida e a ideia ascensão social, atrai muitas pessoas de baixa renda de outros estados. Os concursos públicos são outro fator de atração de pessoas de fora do DF, mas dessa vez de diversas classes sociais.

“Não tem mais o mesmo peso que antigamente mas ainda existe a fantasia com Brasília em busca de oportunidades. O fenômeno migratório e o fato de as pessoas trazerem suas famílias, aceitarem empregos informais e até trabalharem para pessoas com maior renda que elas influencia bastante na diferença de renda”, avaliou.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

A crise não pode enfraquecer a Receita Federal e o combate à corrupção e à sonegação

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“Mais do que lamentar, momentos como o que vivenciamos hoje exige que sejam mantidas a capacidade de análise e de crítica. Até porque, sem essa condição, seguramente, nenhuma sociedade supera suas dificuldades e avança na busca por desenvolvimento e justiça”, destaca o presidente do Sindireceita

Geraldo Seixas*

Nos últimos anos, o Brasil entrou em um ciclo negativo provocado pelas crises política, econômica e fiscal. Inclusive, o quadro geral do país tornou-se ainda mais nebuloso, recentemente, ao arrastar para o centro da crise os mais importantes poderes institucionais. Mais do que lamentar, momentos como o que vivenciamos hoje exige que sejam mantidas a capacidade de análise e de crítica. Até porque, sem essa condição, seguramente, nenhuma sociedade supera suas dificuldades e avança na busca por desenvolvimento e justiça.

Ao analisar o quadro de grave crise institucional, é possível perceber, mesmo em meio à desordem, um ponto essencial para a busca da normalidade. Precisamos, urgentemente, resgatar o controle da agenda das políticas públicas e a rotina dos ministérios, órgãos e autarquias do Estado brasileiro. É preciso que se restabeleça a normalidade e a rotina do serviço público, responsável pelo atendimento das demandas e necessidades dos cidadãos.

Como servidor público do cargo de analista-tributário da Receita Federal, que pertence à carreira tributária e aduaneira da Receita Federal do Brasil, assisto com extrema preocupação a contaminação das atividades desempenhadas pelo órgão que são essenciais para o Estado Brasil pela grave crise que atingiu nosso país. A agenda da crise se sobrepôs a todas as demais, inclusive, travando o cumprimento de dispositivos de Leis, como no caso da Lei nº 13.464/2017, que instituiu um instrumento de gestão e de melhoria da eficiência da administração tributária e aduaneira e reestruturou a remuneração dos servidores da carreira tributária e aduaneira da Receita Federal do Brasil.

A Lei nº 13.464 foi publicada há quase um ano no Dário Oficial da União e foi fruto de amplo debate com o governo e após tramitar por todas as comissões e nos plenários da Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Mesmo antes desse processo democrático e transparente de discussão, as propostas foram exaustivamente analisadas e discutidas pela administração da Receita Federal e a representação dos servidores da Casa. Até a promulgação da Lei foram quase cinco anos de debates que possibilitaram a construção de um acordo remuneratório que atendeu a demandas dos servidores, mas, acima de tudo, permitiram a instituição de um instrumento de gestão e de melhoria da eficiência da administração tributária e aduaneira, o bônus de eficiência.

Inexplicavelmente, a publicação do decreto que regulamenta o bônus de eficiência foi travada pelo governo. Foram cinco anos de debates e discussões intensas visando a consolidação de um instrumento de gestão que busca fortalecer a eficiência da Receita Federal e assegurar um caráter institucional ainda mais sólido para o órgão responsável pela administração tributária e aduaneira na esfera federal.

Ao não regulamentar dispositivos da Lei nº 13.464/2017, o governo forçou os servidores da Receita Federal a iniciarem uma greve em defesa da instituição e de seus direitos. Desde o início do ano, o governo tem silenciado em relação à regulamentação do bônus de eficiência gerando um quadro cada vez maior de insegurança e instabilidade na rotina da Receita Federal.

Seguramente, instituições mais sólidas são mais capazes de responder as necessidades do país, especialmente em momentos de crise. A Receita Federal é um órgão do Estado brasileiro que, mesmo apresentando dificuldades e limitações, desempenha um papel fundamental para a economia do país, e também para o enfrentamento da violência, ao ser responsável pelo combate de crimes, como a sonegação fiscal, a evasão de divisas, a corrupção, o contrabando e o descaminho.

Nenhuma crise política e fiscal pode enfraquecer um órgão responsável pelo combate à corrupção. Nenhuma crise pode ser maior que o trabalho realizado pela Receita Federal em operações como a Lava Jato, que combate a corrupção, a evasão de divisas, a sonegação de impostos na esfera pública e privada.

A saída para a crise que vivenciamos hoje passa, justamente, pelo fortalecimento das instituições, pelo aperfeiçoamento e melhoria da gestão de órgãos públicos, e também pela profissionalização e reconhecimento dos servidores públicos. Enfraquecer e desestabilizar a Receita Federal implica em reduzir a capacidade de fiscalização e controle do Estado brasileiro e não podemos permitir mais esse ataque aos interesses dos brasileiros.

*Geraldo Seixas – presidente do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita)

Nota dos Correios sobre a paralisação de empregados

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Os Correios vêm a público prestar esclarecimentos à sociedade sobre a paralisação de empregados que está ocorrendo nesta segunda-feira (12). A empresa reconhece que a “greve é um direito do trabalhador”, mas entende que o movimento é “injustificado e ilegal”. De acordo com os Correios, o motivo do movimento é a mudança na forma de custeio do plano de saúde da categoria. “Para se ter uma ideia, hoje os custos do plano de saúde dos trabalhadores representam 10% do faturamento dos Correios, ou seja, uma despesa da ordem de R$ 1,8 bilhão ao ano”

Veja a nota:

“Mesmo reconhecendo que a greve é um direito do trabalhador, a empresa entende o movimento atual como injustificado e ilegal, pois não houve descumprimento de qualquer cláusula do acordo coletivo de trabalho da categoria.

Com o objetivo de ganhar a opinião pública, as representações dos trabalhadores divulgaram uma extensa pauta de reivindicações que nada têm a ver com o verdadeiro motivo da paralisação de hoje: a mudança na forma de custeio do plano de saúde da categoria.

O movimento está relacionado, essencialmente, às discussões sobre o custeio do plano de saúde da empresa, que atualmente contempla, além dos empregados, dependentes e cônjuges, também pais e mães dos titulares. O assunto foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores desde outubro de 2016, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho, que apresentou proposta aceita pelos Correios mas recusada pelas representações dos trabalhadores. Após diversas tentativas de acordo sem sucesso, a empresa se viu obrigada a ingressar com pedido de julgamento no TST.

Para se ter uma ideia, hoje os custos do plano de saúde dos trabalhadores representam 10% do faturamento dos Correios, ou seja, uma despesa da ordem de R$ 1,8 bilhão ao ano.

No momento, a empresa aguarda uma decisão por parte daquele tribunal. A audiência está marcada para a tarde de hoje.

Crise financeira – Conforme amplamente divulgado pelos meios de comunicação, os Correios enfrentam uma grave crise financeira, fruto da queda expressiva do volume de correspondências, objeto de monopólio, e da falta de investimentos em novos negócios, nos últimos anos, que garantissem não só a competitividade, mas também a sustentabilidade da empresa. Estes, dentre outros fatores, vêm repercutindo nas contas dos Correios e, neste momento, um movimento dessa natureza serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada da estatal e, consequentemente, de seus empregados.

Serviço – A paralisação parcial, iniciada nesta segunda-feira (12) por alguns sindicatos da categoria, ainda não tem reflexos nos serviços de atendimento dos Correios. Até o momento, todas as agências, inclusive nas regiões que aderiram ao movimento, estão abertas e todos os serviços estão disponíveis.

Neste fim de semana (10 e 11), os Correios já colocaram em prática seu Plano de Continuidade de Negócios, de forma preventiva, para minimizar os impactos à população. Até o momento, a paralisação está concentrada na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã de hoje mostra que 87,15% do efetivo total dos Correios no Brasil está presente e trabalhando — o que corresponde a 92.212 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.”

Fenapef – policiais federais sobre a troca de comando da PF

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A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), por meio de nota, informou que recebeu com naturalidade a troca de comando da Polícia Federal anunciada hoje (27) pelo recém-empossado ministro da Defesa, Raul Jungmann. “A entidade também manifesta que, assim como Fernando Segóvia, Rogério Galloro terá total apoio dos policiais federais para ocupar a função”, destaca a nota
 
“Na avaliação da entidade, diversos acontecimentos contribuíram para um desgaste da gestão de Segóvia. O então diretor assumiu a pasta em um momento de crise política. Na segurança pública, teve de enfrentar a resistência dos próprios pares e, recentemente, fez declarações conturbadas sobre o trabalho de investigação desempenhado pela Polícia Federal.
 
Nome que assumirá a Gestão, Rogério Galloro é considerado um perfil operacional, discreto e com bom relacionamento com os servidores do Órgão. Tem se destacado pela dedicação nos setores onde foi lotado. É reconhecido pelos colegas como um nome qualificado para desempenhar as importantes atribuições da função e chegou a ser cogitado pelo Presidência da República na ocasião da última troca de comando da Polícia Federal, em setembro de 2017.
 
A Fenapef agradece o empenho de Fernando Segóvia à frente do cargo e seu esforço em honrar os compromissos que assumiu com os policiais federais e deseja ao novo diretor-geral, Rogério Galloro, sucesso em mais essa missão.
 
A expectativa da Federação, especialmente diante da criação do Ministério da Segurança Pública, é que se inicie um debate profundo sobre o modelo de segurança pública brasileiro, assim como a busca pela integração nacional de todas as forças policiais, para combater a corrupção e as organizações criminosas que atuam no País.
 
Brasília, 27 de fevereiro de 2018
Federação Nacional dos Policiais Federais”

Policiais federais estão otimistas com criação de Ministério da Segurança Pública

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Representantes dos policiais federais receberam com otimismo o anúncio da criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, pelo presidente Michel Temer neste sábado (17)

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens,  acredita que a formação da pasta vai favorecer a discussão sobre as causas da crise que atinge o setor. “O modelo de segurança pública brasileiro não tem paralelo em nenhum lugar do mundo, é comprovadamente ineficiente e claramente negligenciado pelo governo”.

A criação do Ministério vinha sendo discutida no governo e ganhou força com necessidade de resposta à mais recente onda de violência no Rio de Janeiro. Segundo um esboço feito pelo Palácio do Planalto, a pasta englobará a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Para Boudens, um Ministério especifico, voltado apenas para a Segurança Pública, pode dar celeridade a uma eventual reforma do setor. No entanto, alerta que há um consenso na carreira de que sua constituição deve incluir uma Política Nacional de Segurança Pública e, obrigatoriamente, passar por uma discussão profunda entre as representações dos órgãos envolvidos.

Voz do povo, em samba de carnaval, contra a reforma da Previdência

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Essa reação, em forma de samba campeão, nos dá a esperança de que podemos lutar contra as injustiças sociais. Temos sim que expor, cada vez mais, nossa indignação contra essa classe que não olha pra sociedade. Que se corrompe e vende seu voto, por qualquer preço

Murilo Aith*

Escolas de samba, do Rio de Janeiro, trouxeram em seu enredo a decepção que estamos vivendo com a crise social, moral e política no país. Foram contundentes críticas que, apesar de polêmicas, nos despertaram sobre esse processo de precarização dos direitos trabalhistas e previdenciários, que o governo Temer está instalando a fórceps. Os dois principais enredos foram da campeã Beija-Flor e da vice, Paraíso do Tuiuti.

O samba campeão já começa com uma frase forte “ Oh pátria amada, por onde andarás?, Seus filhos já não aguentam mais!”. Nada mais real e direto, que essa parte do refrão da escola que ganhou o Carnaval ao refletir o descaso dos nossos governantes. Eles que deveriam trabalhar em prol dos graves problemas de segurança, alto índice de desemprego e por uma vida mais justa no país, pegaram praticamente quinze dias de folga, após o retorno do recesso que durou mais de um mês. Uma vergonha.

Temos que nos orgulhar do povo que aproveitou o momento de festa, para cantar contra a corrupção e a bandalheira que vem de Brasília e ganham os corredores de Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores por todo Brasil. Escritas nos versos da Beija-Flor: “Ganância veste terno e gravata/Onde a esperança sucumbiu/Vejo a liberdade aprisionada/Teu livro eu não sei ler, Brasil!

Cantaram contra aqueles que se venderam para aprovar uma injusta reforma trabalhista, que retirou direitos e precarizou as relações trabalhistas. E, agora, se venderão para votar a favor da reforma da Previdência, que não combaterá os privilégios e ainda deixará mais duras as regras para o trabalhador se aposentar.

Esses privilégios, dos quais o governo Temer diz que aliviará com a reforma, sequer serão discutidos, haja vista que políticos e militares manterão suas regras especiais e altas pensões.

Essa reação, em forma de samba campeão, nos dá a esperança de que podemos lutar contra as injustiças sociais. Temos sim que expor, cada vez mais, nossa indignação contra essa classe que não olha pra sociedade. Que se corrompe e vende seu voto, por qualquer preço.

Que o som das baterias cariocas ecoe em todo Brasil e que não deixemos de lutar contra a aprovação dessa reforma da Previdência, que tornará uma missão impossível a conquista da aposentadoria integral, pois muitos sucumbirão antes de completar 65 anos (homens) ou 62 anos (mulheres), além de 40 anos de contribuição. Os enredos campeões do Carnaval nos fez enxergar que não estamos abandonados e que devemos persistir, contra as falácias e mentiras políticas em prol da retirada de direitos do povo brasileiro.

*Murilo Aith – advogado especialista em Direito Previdenciário e sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados