Petrobras anuncia reajuste nos preços do GLP residencial

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Se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, o preço pode ser reajustado, em média, em 2,0% ou cerca de R$ 1,21 por botijão

A Petrobras informa que, de acordo com a política de preços divulgada em 07/06/2017, reajustou os preços do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 kg (GLP P-13), o gás de cozinha, em 4,5%, em média. O reajuste entra em vigor à zero hora de 05 de novembro de 2017, próximo domingo.

O reajuste foi causado principalmente pela alta das cotações do produto nos mercados internacionais, influenciada pela conjuntura externa e pela proximidade do inverno no Hemisfério Norte. A variação do câmbio também contribuiu.

Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores.

O ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços praticados sem incidência de tributos. Se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, a companhia estima que o preço do botijão de GLP P-13 pode ser reajustado, em média, em 2,0% ou cerca de R$ 1,21 por botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos.

O último reajuste ocorreu em 11 de outubro de 2017. A alteração atual não se aplica ao GLP destinado a uso industrial/comercial.

Reforma da Previdência – aprovação trará de volta confiança do investidor

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A aprovação da reforma da Previdência (PEC 287) poderá contribuir significativamente para a diminuição da tensão política, trazendo de volta a confiança do investidor nacional e estrangeiro. na análise de especialistas do mercado financeiro

De acordo com o economistas Fernando Marcondes, planejador patrimonial do Grupo GGR, a aprovação da reforma da Previdência poderá significar uma enorme vitória, não apenas do governo, mas sim para o país. “O que contribuirá não só com a diminuição da tensão política, mas também com a queda de expectativas das taxas de juros futuras. Aliado a outras coisas que já estão acontecendo, trará de volta também a confiança do investidor estrangeiro, o que irá contribuir para um ambiente mais favorável ao crescimento e à geração de empregos, resultando na retomada da atividade, o que permitirá que o país conviva com juros estruturais mais baixos”, afirma

Já o economista Pedro Coelho Afonso afirma que o principal ponto da Previdência é a questão do ajuste fiscal. “Um país, uma família ou uma empresa não poderão gastar mais do que recebem. No caso da previdência, se as projeções continuarem da maneira que estavam indo, em alguns anos teríamos um rombo público muito grande. Significa que teremos um envelhecimento da população muito maior nas próximas décadas, então, haverá um gasto muito grande com previdência, mas uma arrecadação muito menor”, diz.

Segundo o planejador patrimonial, Fernando Marcondes, a aprovação da reforma potencializará a atual tendência de valorização no mercado acionário, queda de juros e o fortalecimento do real. “Este cenário é altamente favorável para uma carteira diversificada de investimentos, com participações no mercado de ações, imobiliário, e nos multimercados. Tudo terá uma enorme melhora significativa no geral”, ressalta.

Fernando Marcondes, analisa abaixo as mudanças que deverão ocorrer com os principais investimentos:

  • Investimentos em renda fixa: contribuirá para que haja juros mais baixos, apesar dos títulos pagarem menos juros, os bons fundos de renda fixa ativos e multimercado podem se beneficiar desta queda.
  • Mercado acionário: irá se beneficiar de um ambiente mais favorável ao crescimento e à geração de empregos, resultando na retomada da atividade e por consequência da alta de preços das ações.
  • Câmbio: terá um maior fluxo de investimento externo, pode haver um fluxo positivo com mais entrada do que saída de dólares no Brasil, assim fará com que o real se valorize.
  • Mercado imobiliário: com a retomada da economia e a confiança do investidor, o mercado imobiliário voltará a ter aquecimento, podendo inclusive refletir na valorização de alguns imóveis.

Pedro Coelho Afonso, conclui: “A reforma da previdência é importante para que se possa ajustar esse equilíbrio entre o que o governo terá de pagar lá na frente e o que ele irá receber. Outro ponto é que esse ajuste fiscal gera confiança no investidor internacional, porque ele demonstra um compromisso do governo em ter umas contas equilibradas. De maneira geral, o investidor acaba também se comprometendo com o desenvolvimento de longo prazo, porque se tem um país com as contas saudáveis, então o governo garante que lá na frente ele terá caixa para investir em outras coisas, e caixa para, de maneira geral, acelerar o crescimento do país”.

 

Polícia Federal e Receita Federal deflagram Operação Confraria Cataratas

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Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a Operação Confraria Cataratas, com o propósito de combater a prática irregular de câmbio de moedas estrangeiras em Foz do Iguaçu/PR.

Foram cumpridas 33 ordens judiciais expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR, sendo 2 mandados de prisão temporária, 2  mandados de condução coercitiva e 29 mandados de busca e apreensão. A operação contou com a participação de 140 servidores da Polícia Federal e 30 servidores da Receita Federal. Os investigados responderão pelos crimes de gestão temerária e de contabilidade paralela (caixa dois), ambos previstos na Lei nº 7.492, de1986.

As investigações, iniciadas em 2016, tiveram como foco agências de câmbio e turismo que, a despeito de possuírem autorização provisória para operar no mercado de câmbio em Foz do Iguaçu/PR, não comunicavam ao Banco Central a maior parte das suas operações de compra e venda de moedas estrangeiras.

Nome da operação

Em 2009, as agências investigadas reuniram-se e pleitearam ao Banco Central autorização para a criação de uma corretora de câmbio em Foz do Iguaçu/PR cujo nome seria “Cataratas Corretora de Câmbio S.A”. O capital social exigido para a constituição de uma corretora é elevado, sendo esse o fato que motivou as agências a realizarem esse pleito conjuntamente.

O pedido de autorização para a constituição e funcionamento da “Cataratas Corretora de Câmbio S.A”. ainda não foi julgado pelo Banco Central, razão pela qual as agências vêm realizando suas atividades precariamente desde 2009.

O termo confraria diz respeito a uma associação de pessoas que adotam o mesmo ofício, profissão ou modo de vida. Levando em conta que as provas produzidas ao longo da investigação revelaram que as agências atuam nos mesmos moldes, comprando e vendendo moedas estrangeiras à margem da lei, a operação foi batizada “Confraria Cataratas”.

Entenda o caso

A legislação estabelece que, independentemente do valor da operação de câmbio, qualquer agente autorizado a comprar e vender moeda estrangeira, inclusive as agências de turismo que  funcionam precariamente, deve identificar cabalmente os seus clientes e registrar todas as suas operações no Sistema Integrado de Registro de Operações de Câmbio (SISBACEN). As provas produzidas no curso da operação demonstraram que as agências de turismo investigadas, sistematicamente, atuavam à margem da lei. Elas não exigiam dos seus clientes documentos de identificação pessoal e, ainda, não contabilizavam e nem comunicavam ao Banco Central a grande maioria das suas operações de câmbio.

O conteúdo da investigação será compartilhado com o Banco Central do Brasil, autarquia que fiscaliza as instituições que operam no mercado de câmbio.

Operação Carne Fraca influencia mercado de câmbio

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Possível queda das exportações e cenário político mantém mercado nervoso e sob oscilação, mas, segundo Ourominas, tendência é de estabilização da moeda

O mercado de câmbio tem registrado instabilidade e nervosismo, nos últimos dias, por conta do cenário político e econômico, destacadamente devido aos efeitos sobre as exportações provocados pela Operação Carne Fraca, além das incertezas sobre os rumos da reforma da Previdência.  A tendência, entretanto, na avaliação do diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, é de estabilização das cotações.

“A possibilidade de forte redução nas exportações de carne significa menor entrada de dólar e maior pressão sobre a moeda estrangeira”, explica o diretor de câmbio da Ourominas, empresa que atua no segmento de câmbio turismo e ouro. “Contudo, há também fatos positivos que tendem a equilibrar as cotações, como o ingresso de investimentos destinados ao setor de infraestrutura, como os leilões dos aeroportos”, observa Cavalcante.

A previsão é que as cotações do dólar se mantenham oscilando até o patamar de R$ 3,05 e R$ 3,15, enquanto persistir o nervosismo do mercado, tendendo a cair para R$ 3,00 e até R$ 2,90 nas semanas seguintes.

Em relação ao cenário internacional, ele avalia que o mercado já absorveu e precificou a alta dos juros norte-americanos, depois das cotações atingirem R$ 3,19, e inicialmente não há fatores de pressão das cotações.

Nesse cenário, quem tem viagem marcada, deve pesquisar as melhores cotações do mercado e comprar a moeda estrangeira gradativamente, para evitar picos de oscilações dos preços. Na Ourominas, apesar da instabilidade do mercado, as vendas cresceram em março, por conta das promoções por ocasião do Dia do Consumidor, em que a empresa ofereceu as menores cotações do mercado.

Algumas dicas financeiras da Ourominas para quem vai para o exterior é pagar o hotel à vista para não ficar sujeito à variação do câmbio que incide sobre os pagamentos com cartão de crédito. Para gastos altos como esse, a Ourominas recomenda o uso do cartão pré-pago, que é mais seguro e pode ser carregado com dólar americano, euro e libra, separadamente. Entre as vantagens oferecidas pela Ourominas na compra de moedas, estão ainda: o preço mais competitivo do mercado, a entrega de moedas em domicílio e a garantia da recompra da moeda estrangeira.

Alerta ao mercado

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Comissão de Valores Mobiliários alerta sobre atuação irregular em operações no mercado Forex

A Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alerta que as empresas FBS Markets Inc e Trader Forex LTDA, assim como Marcel Mafra Bicalho e demais responsáveis pelos sites https://fbs.com, https://ptfbs.com e http://www.traderforex.com.br, não estão autorizados pela autarquia a captar clientes residentes no Brasil para operações no mercado Forex.

De acordo com o Ato Declaratório CVM 15.440, as empresas e as pessoas citadas não integram o sistema de distribuição previsto no art. 15 da Lei 6.385. No entanto, foi detectada possível captação de clientes nas páginas na internet informadas.

“Diante disso, a área técnica da CVM determinou a imediata suspensão de veiculação de qualquer oferta pública de oportunidades de investimento no mercado Forex, de forma direta ou indireta, inclusive por meio dos referidos sites. Caso não cumpram a determinação, as empresas e as pessoas citadas ficarão sujeitos à aplicação de multa cominatória diária individual no valor de R$ 1.000,00, sem prejuízo da responsabilidade pelas infrações cometidas antes da publicação do referido Ato Declaratório, com a imposição das penalidades cabíveis, nos termos do art. 11 da Lei 6.385”, destacou a nota.

De acordo com a CVM, caso o cidadão seja investidor ou receba proposta de investimento por parte dessas empresas, ceve entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), preferencialmente fornecendo detalhes da oferta e a identificação das pessoas envolvidas, a fim de que seja possível a pronta atuação da autarquia no caso.

Mais informações

A SMI destaca que as operações realizadas no mercado Forex envolvem negociações com pares de moedas estrangeiras, revelando a existência de instrumentos financeiros por meio dos quais são transacionadas taxas de câmbio. Trata-se assim de contratos derivativos, cuja oferta pública no Brasil deve ser autorizada pela CVM, nos termos da Lei 6.385. 

Enfim a agenda microeconômica

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Zeina Latif*

O Brasil já gastou tempo demais discutindo a política macroeconômica – câmbio, juros, política fiscal. Foi um debate necessário por muito tempo, enquanto o país batia a cabeça com inflação estratosférica, descontrole fiscal e grave desequilíbrio externo. Muito se avançou desde o Plano Real. O debate econômico nem tanto.

De forma geral, analistas e academia continuaram batendo nas mesmas teclas, com grande divisão nas recomendações de política econômica. Com a saída de Palocci do Ministério da Fazenda em 2006, o grupo que defendia corte de juros a qualquer custo, intervenção cambial e laxidão fiscal, em contraposição ao fortalecimento do tripé econômico, passou a definir a política econômica do país. Vieram os tempos da Nova Matriz Macroeconômica, termo cunhado pelo então secretário de política econômica Márcio Holland.

O desastre da política econômica de Dilma, ironicamente, ajuda o país a seguir adiante e a rejeitar experimentalismos nessa área. No futuro, em um ambiente macroeconômico estável, com dívida pública bruta controlada e mais próxima da dos países pares (no conceito do FMI, o Brasil está com 73% do PIB contra 17% do Chile, 50% da Colômbia, 54% do México e 23% do Peru), bem como a inflação (Chile, Colômbia e México adotam 3% de meta e o Peru, 2%), haverá espaço para política fiscal anticíclica e, eventualmente, revisão do regime de metas de inflação. Depois de tantos equívocos de política econômica, adiamos essa possibilidade.

O debate econômico avança e, cada vez mais, se discute a necessidade de construir uma agenda microeconômica pró-crescimento, algo iniciado no primeiro mandato de Lula, mas abandonado em seguida. Os equívocos das políticas setoriais de Dilma também elevam a pressão do setor produtivo que foi preterido e agora anseia por medidas horizontais e de redução do custo-Brasil.

A agenda micro é tecnicamente complexa, pois, diferente da agenda macro, ela não é consolidada na literatura econômica, sendo necessário avaliar caso a caso. E esse não tem sido tema comum na pesquisa acadêmica no Brasil. Não sabemos fazer muito bem políticas microeconômicas pró-crescimento de longo prazo.

Não se trata apenas de remover obstáculos ao crescimento – como o sistema tributário complexo e com estrutura cumulativa, a burocracia asfixiante, a insegurança jurídica e o excesso de regulação governamental nos mercados, incluindo o mercado de trabalho – mas também eliminar políticas que protegem a ineficiência, como a regra de conteúdo nacional, o Simples, a proteção à indústria automobilística, a Zona Franca de Manaus e barreiras ao comércio externo. A dificuldade é também política, pois para cada política setorial, há um grupo de interesse que reage a reformas microeconômicas.

Interessante analisar a posição do Brasil nos rankings de competitividade para se ter uma noção de onde o país se mostra mais frágil. No Global Competitiveness Index, o Brasil, que ocupa a constrangedora 81ª posição (Chile está na 33ª, Colômbia na 61ª, México na 51ª e Peru na 67ª) num total de 138 países, é particularmente penalizado pelos itens regulação governamental, taxação de investimentos e no mercado de trabalho, práticas de contratação e demissão. Mais recentemente, a corrupção entrou no grupo das maiores mazelas.

Onde o Brasil se destaca positivamente é no pilar tamanho de mercado (8º no ranking), mas isso é dádiva, e não conquista. Caso a nota neste pilar fosse igual à média da dos demais pilares, o Brasil estaria na posição 96 do ranking, ao lado de países como Quênia, Tunísia e Butão.

Outro ponto é que 60% dos itens consultados têm nota inferior à nota média do país. Em outras palavras, o país está mal no ranking por ter muitos defeitos (e grandes considerando suas notas tão baixas), e não por ter poucos defeitos mais graves.

Esses dados dão uma noção da amplitude necessária da agenda microeconômica. São várias as prioridades, já que são muitos itens que o Brasil tem notas muito baixas.

Com um ambiente de negócios difícil e proteção à ineficiência, não há incentivo para as empresas investirem e buscarem ganhos de produtividade.

Talvez não por outra razão que, segundo Marcos Lisboa e José Alexandre Scheinkman em artigo na Ilustríssima, “somos mais pobres não porque nos especializamos em atividades menos produtivas, mas sim porque somos menos eficientes na maioria dos setores”.  Importante notar que os baixos ganhos de produtividade no Brasil são em grande medida explicados por ineficiência no nível de setores e de empresas.

O governo e o Banco Central  anunciaram um conjunto de medidas para reduzir burocracia em vários segmentos. Medidas na direção correta. Um início.

A agenda microeconômica, no entanto, não é afeita a pacotes. Trata-se de uma agenda permanente de melhora do ambiente de negócios, incluindo maior segurança sobre normas trabalhistas e tributárias, redução das restrições ao comércio exterior, fortalecimento e definição do escopo das agências reguladoras, entre várias outras medidas.

É crucial que se estabeleça uma agenda microeconômica ampla, com diagnósticos e plano de ação ao longo do tempo. Essa agenda é corrida de longa distância. Seria importante para fortalecer a confiança dos agentes econômicos e um importante legado para os próximos governos.

Zeina Latif é economista-chefe da XP Investimentos