Indefinição sobre o futuro da Infraero

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Governo tem duas correntes: uma que defende a privatização dos aeroportos e a extinção da companhia e outra que quer fatiar a empresa sem acabar totalmente com a estatal

SIMONE KAFRUNI

O futuro da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) depende de uma queda de braços dentro do governo, entre os que defendem a privatização dos aeroportos e a completa extinção da companhia e os que preferem fatiá-la em blocos, sem acabar totalmente com a estatal. Com prejuízos sucessivos desde 2013, quando perdeu os aeroportos mais rentáveis, concedidos à iniciativa privada, a Infraero acumula um rombo de R$ 8,3 bilhões.

No Ministério dos Transportes, a informação é de que nada está definido, embora dois blocos, formado por alguns dos 56 aeroportos administrados pela Infraero, estejam sendo estudados. O modelo inicial cogitado pelo governo era dividir a companhia em seis partes para conceder os terminais considerados joias da coroa — Santos Dumont, no Rio, e Congonhas, em São Paulo — junto com outros deficitários. “O governo quer transferir a parte de controle de voo para uma nova empresa pública criada no âmbito do Deca (Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica), separar a parte de serviços de outra que cuidará dos deficitários”, explicou o especialista em aviação civil Adyr da Silva.

Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, as companhias aéreas defendem aeroportos eficazes. “O setor quer terminais que comportem o aumento no volume de passageiros, com custos baixos, para as empresas oferecerem passagens mais baratas”, disse. As concessionárias dos aeroportos privados, embora tenham modernizado as operações, elevaram tarifas. Em alguns serviços, o reajuste chega a 1.000%, revelou Sanovicz.

Na opinião do presidente Sindicado Nacional dos Aeroportuários (Sina), Luiz Francisco Xavier Lemos, a queda de braço dentro do governo é só fachada. “O Planejamento está empenhado na privatização e o ministro dos Transportes (Maurício Quintella) diz que não tem intenção de vender, mas viajou para oferecer os terminais a investidores estrangeiros”, ressaltou.

A Infraero ressaltou que “seguirá as diretrizes determinadas pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e a Secretaria de Aviação Civil que, alinhados, vão apresentar propostas às pastas relacionadas à questão”. “A empresa estabeleceu um plano de recuperação que prevê equilibrar receitas e tarifas, voltando a apresentar lucro operacional”, defendeu, em nota.

O Ministério do Planejamento, principal interessado em fazer caixa com privatizações para resolver o rombo das contas públicas, destacou que ainda estuda qual solução adotará. “A Secretaria de Coordenação e Governança de Empresas Estatais do MP informa que preza pela adoção de modelos que tragam sustentabilidade à empresa estatal, bem como foco em seu core business (negócio principal), não havendo, ainda, nenhuma definição quanto à completa privatização dos aeroportos”, disse, em nota.

Abear – Planejamento e informação: trunfos para montar a bagagem de mão

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“O básico é o novo máximo” é o lema da nova etapa da campanha da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que já está no ar. O material traz dicas para o passageiro montar uma bagagem de mão de acordo com o novo padrão das viagens de avião, que aumentou para dez quilos.
As peças lembram que é importante o planejamento dos itens que vão na mala, de acordo com a duração da viagem e do clima no destino. Consultar a previsão do tempo é essencial, assim fica mais assertiva a escolha de roupas mais leves ou mais pesadas.
O mais recente conjunto de peças informativas integra a terceira fase de uma campanha que aborda as mudanças recentes que aconteceram na aviação – e mostra como o consumidor pode se beneficiar com as novas regras.
Agora, o passageiro tem a garantia da passagem de volta, mesmo que tenha cancelado a ida (válido para voos domésticos). O consumidor também tem a opção de desistir da compra de uma passagem em até 24h, desde que o bilhete tenha sido adquirido, no mínimo, sete dias antes do voo. Essa mudança torna o poder de decisão de compra mais flexível e aumenta a competitividade entre as companhias aéreas.
A campanha contempla um vídeo que está disponível nas TVs de bordo das aeronaves das companhias associadas e no Youtube da ABEAR. E conta com peças nas revistas das aeronaves, redes sociais e site da associação.
Para saber mais sobre as mudanças, baixe o “Guia Voar Melhor”.

Abear

Criada em 2012 pelas cinco principais companhias aéreas brasileiras – Avianca, Azul, Gol, TAM (atual Latam) e Trip (que se uniu à AZUL), com a missão de estimular o hábito de voar no Brasil. Entre suas estratégias de atuação estão planejar, implementar e apoiar ações e programas que promovam o crescimento da aviação civil de forma consistente e sustentável, tanto para o transporte de passageiros como para o de cargas. As empresas fundadoras representam 99% do mercado doméstico, empregam 58 mil pessoas, dispõem de mais de 500 aeronaves e fazem cerca de 2.700 voos diários. A entidade tem ainda mais quatro associadas: Boeing, Bombardier, Latam Cargo e TAP.