A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) informou que a classe fará uma entrega conjunta de cargos de chefia em todas as unidades
A ADPF destacou que o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, ganhou voto de confiança para superar o impasse. Porém, como o Ministério do Planejamento não honrou o compromisso de agendamento neste mês de junho de nova reunião da mesa de negociação coletiva para debater o projeto de criação dos gabinetes de investigação criminal entre outras pautas reivindicadas pelos delegados, a categoria vai protestar.
Dessa forma, conforme deliberação da classe no dia 28 de maio, a ADPF deverá iniciar no mês de julho o calendário de entrega de chefias em todas as unidades do órgão no país. “Cabe esclarecer que nenhum prejuízo será causado às investigações policiais em curso nem as demais atividades da Polícia Federal, pois as autoridades policiais continuarão até o final do mês de agosto desempenhando normalmente as atividades, ainda que sem as respectivas funções de chefia, como um voto de confiança na direção-geral da PF”, informou a nota.
Para o presidente da ADPF, Marcos Leôncio, a gratificação de pouco mais de R$ 100 não irá afetar o trabalho policial. “Os delegados estão promovendo a entrega desses valores irrisórios exatamente para chamar atenção para o absurdo dessa situação. Uma autoridade policial que preside importantes e sensíveis inquéritos não tem sequer funções em quantidade e valores dignos para formar um gabinete de investigação”, concluiu Leôncio.
O diretor-geral Leandro Daiello trabalha junto ao governo com a finalidade de ver superado o clima de insatisfação. Os delegados reclamam da não regulamentação da indenização de fronteira passados dois anos do compromisso assumido em lei; da falta de equipes mínimas de investigação nas delegacias; carência de servidores administrativos para substituir mão de obra terceirizada e, sobretudo, da desvalorização dos profissionais na PF.
Hoje, um delegado federal, na última classe funcional, informou a ADPF, ganha menos que os delegados de polícia de vários estados (Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul).
Entre os Poderes da União, o delegado de Polícia Federal, que na década de 90 tinha remuneração equiparável aos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, atualmente se aproxima cada vez mais do patamar salarial das carreiras auxiliares da magistratura.
Brasília, 08h00