Ataques à aposentadoria e aos direitos adquiridos serão combatidos com protestos firmes e austeros, mas mesclados de bom humor, segundo entidades sindicais
Centrais sindicais, movimentos sociais e entidades de servidores públicos e privados estão a pleno vapor na organização da greve geral marcada para 28 de abril, contra as reformas previdenciária e trabalhista. Em tempos de cibernética, vão usar a tecnologia a favor da mobilização. Em uma tenda diante do Congresso, mais de 100 sindicatos transmitirão ao vivo os protestos pelas redes sociais para todo o país. Apesar da tensão, vão manter o bom humor. Foram fabricados dois grandes balões: de um simpático porquinho, representando a Previdência, e do secretário Marcelo Caetano, vestido com um macacão com propaganda de empresas de previdência complementar, e fazendo gestos de ameaça ao animalzinho.
“O governo apenas deu a impressão de que afrouxou as regras, mas piorou a situação do servidor. Antes, a paridade e a integralidade dos vencimentos era aos 65 anos, mas se podia pagar um pedágio de 20%. Agora, essa possibilidade de contribuição foi retirada”, apontou Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate). Segundo Sandro Alex de Oliveira Cesar, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), maior que a pressão no Congresso, será a cobrança na base de cada político pela manutenção de direitos adquiridos.
“Dificilmente o parlamentar vai sacrificar o seu mandato. Diante da atual conjuntura, costumo dizer que surgiu no Brasil o voto habeas corpus. Porque quem não for reeleito, perde o foro privilegiado e vai para a primeira instância. Ou seja, vai ter um encontro com a Justiça”, ironizou. O presidente da CNTSS destacou que esse conjunto de reformas é inaceitável e o governo não pode achar que é possível adaptar no Brasil práticas válidas na Europa, porque as realidades são diferentes.