No dia 24, a categoria planeja uma paralisação de 24 horas em todo o país
A Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT) e seus sindicatos filiados participarão do ato em defesa da Petrobras e da democracia na próxima terça-feira (14), no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília. A manifestação foi organizada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras com apoio de partidos, centrais sindicais, confederações e movimentos sociais.
A coordenação da FUP-CUT esteve na última quinta-feira (9) com o presidente da Frente, Davidson Magalhães (PC do B/BA) e assessores dos senadores Roberto Requião (PMDB/PR), Lindberg Farias (PT/RJ) e Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).
Na Plenafup, que aconteceu entre os dias 1 e 5 deste mês, em Guararema (SP), a categoria aprovou a luta em defesa da Petrobras para que o pré-sal continue patrimônio dos brasileiros. “Sabemos que, se o projeto do senador José Serra passar, perderemos o controle sobre esse recurso fundamental para as conquistas sociais que tivemos nos últimos doze anos”, afirmou José Maria Rangel, coordenador da FUP.
O Projeto de Lei 131/2015, do senador José Serra (PSDB/SP), que propõe reduzir participação da Petrobras nos consórcios de exploração do petróleo na camada do pré-sal quase foi votado no Senado. Trabalhadores do sistema Petrobras, da educação e de outros setores do movimento social, além de lideranças da base do governo, formularam um requerimento que contou com 46 assinaturas para que fosse retirado o regime de urgência.
Após discussão sobre o requerimento, os parlamentares aprovaram a criação de uma comissão especial para debater o projeto por 45 dias, antes de ir para votação em plenário. A derrubada do regime de urgência foi muito comemorada pelos petroleiros, pois estava previsto para votação no dia (6).
Pré-sal é essencial para a Educação
Durante a manhã do dia 7, os petroleiros acompanharam audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, que fez um balanço do primeiro ano do Plano Nacional de Educação (PNE). A audiência contou com a participação de professores, estudantes e representantes de diversos movimentos sociais. A atual Lei de Partilha que Serra quer modifica o Fundo Social Soberano que garante que os recursos dos pré-sal sejam destinados ao cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
Convocação para greve
No próximo dia 24, a FUP e seus sindicatos convocam os petroleiros para uma greve nacional de 24 horas, contra o plano de gestão e negócios aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, que prevê cortes de US$ 89 bilhões nos investimentos e despesas da empresa, além de venda de ativos que poderá reduzir em R$ 57 bilhões o patrimônio da Petrobras.
Isso significará, segundo a FUP, o desmantelamento do Sistema Petrobras, colocando em risco empregos, direitos e conquistas sociais. A BR já está em processo de abertura de capital e outros ativos estratégicos serão entregues ao mercado.
Luta inspirada em 1995
Os sindicatos já iniciaram assembleias, que prosseguem até o dia 17, onde os trabalhadores estão aprovando os indicativos da FUP de estado de greve e de assembleia permanente. Na terça-feira, 14, os petroleiros iniciam uma série de mobilizações, com atos em Brasília e em diversas unidades da empresa, que culminarão na paralisação de 24 horas no dia 24 de julho. “É apenas o começo de uma árdua batalha, que remonta a 1995, quando os trabalhadores da Petrobras realizaram a maior greve da categoria e impediram a privatização da empresa. Vinte anos depois, os petroleiros são novamente chamados à luta”, informou a FUP.
Calendário de luta
07 a 17 de julho – assembléias para deliberar sobre estado de assembléia permanente, estado de greve e contribuição assistencial de 2% para luta em defesa da Petrobrás e contra a entrega do pré-sal 14 de julho – ato em Brasília, em defesa da Petrobrás e da democracia 15 de julho – reunião com a Petrobras para defesa da Pauta Política Unificada 14 a 23 de julho – atos em defesa da Petrobras, por segmentos: dia 14 nas unidades do gás e energia e nas usinas de biodiesel; dia 16, nos terminais da Transpetro; dia 17 nas refinarias; dia 21, nas bases do E&P; e dia 22, nas unidades administrativas 24 de julho – greve de 24 horas Primeira semana de agosto – Conselho Deliberativo da FUP ampliado, em Brasília
Brasília, 20h15min