As minorias entram na partida: é hora de criar jogos em apenas 48 horas

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Será uma maratona de muito trabalho, aprendizado e diversão durante a Women Game Jam, que acontece simultaneamente em nove cidades brasileiras; em São Carlos, o evento ocorre na USP

O desafio é planejar e criar um jogo digital ou analógico em apenas 48 horas. A proposta não é novidade e tem se espalhado pelo Brasil, mas você já ouviu falar de uma maratona voltada para mulheres, transgêneros e não-binários? Essa é a proposta da Women Game Jam, que vai acontecer simultaneamente em nove cidades brasileiras – Aracaju, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos e São Paulo – nos dias 2, 3 e 4 de novembro.

As inscrições podem ser realizadas até o dia do evento no site www.wgjbr.com.br e são totalmente gratuitas. Em São Carlos, a iniciativa será realizado a partir das 18 horas do dia 2 no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. Sob a coordenação do grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game (FoG), a maratona contará com o apoio do Grupo de Alunas nas Ciências Exatas (GRACE), que desenvolve atividades voltadas para o público feminino.

A iniciativa é destinada a toda participante, a partir de 15 anos, que queira experimentar o ambiente de criação de jogos por 48 horas. Não é preciso ter qualquer experiência prévia com computação ou programação e a participação é aberta a estudantes e profissionais de todos os campos do conhecimento.

“Queremos atrair mais mulheres para a área, mostrando que elas são sempre muito bem-vindas e que podem criar os próprios jogos”, Gyovana Moriyama, que cursa Ciências de Computação no ICMC. “Entre os 70 membros do FoG, apenas oito são mulheres”, revela a estudante, que é uma das organizadoras da maratona em São Carlos.

Um ambiente especial

A Women Game Jam nasceu inspirada em uma versão alemã do evento – que ocorreu pela primeira vez na Alemanha e em São Paulo simultaneamente em abril de 2018 – e traz a proposta de oferecer uma experiência para as mulheres que almejam trabalhar direta ou indiretamente no mercado de desenvolvimento de jogos. Segundo os organizadores da iniciativa em âmbito nacional, uma Game Jam costumeiramente proporciona aprendizagem, criação de portfólio, networking, visibilidade e fortalecimento da comunidade desenvolvedora de jogos, mas a versão exclusivamente feminina traz também o conforto e a segurança de um ambiente só para mulheres, já que não raramente são relatados desconfortos em ambientes mistos.

Nayara Brito, animadora 3D e uma das organizadoras da Women Game Jam no Brasil, diz que em uma Game Jam só para mulheres são discutidos aspectos que vão além da própria criação de um jogo. É um ambiente em que se fala sobre a importância da voz das mulheres na indústria de games, sobre a relevância da colaboração e sobre preconceito e machismo.

Além do público feminino, o público transgênero e não binário será acolhido no evento por também compor grupos com pouca participação na área de desenvolvimento de jogos. Vale explicar que, de forma geral e simplificada, o termo transgênero abrange todas as pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi designado ao nascer. Já a palavra não-binário é utilizada pelas pessoas cuja identidade ou expressão de gênero não se limita às categorias “masculino” ou “feminino”.

Vera Batista

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Vera Batista
Tags: analógico aprendizado digital jogos maratona minorias mulheres não-binários. ICMC novidade partida transgêneros USP Women Game Jam

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