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Vitória Fallavena vê o presente nas cenas de Além da ilusão

Publicado em Reality show

Em entrevista, Vitória Fallavena fala sobre a personagem dela em Além da ilusão, Mércia, e sobre a arte da palhaçaria

Ambientada nos anos 1940, a novela Além da ilusão está longe de estar presa ao passado. São várias as questões ali retratadas que soam como atuais. É o caso de Mércia. A comunista vivida por Vitória Fallavena é perseguida por ser uma mulher politizada.

“Sempre que assisto ou leio trabalhos que retratam épocas, percebo que não é à toa. Eles falam sobre o presente. Nos lembram dos caminhos que passamos, do que queremos e do que não queremos para o futuro. Infelizmente, essa comparação ainda é verdadeira: existem mulheres perseguidas atualmente por outros motivos. Espero que a ficção esteja nos ajudando a ficar mais atentos para que não sigamos mais nesta direção”, reflete Vitória, em entrevista ao Próximo Capítulo.

A atriz conta que, para compor Mércia, leu sobre o período e viu vídeos no YouTube “para entender a fundo a realidade do país e das consequências de ser uma comunista perseguida na época.” Além disso, ela estudou bastante sobre a época que se passa Além da ilusão. “Foi muito legal a especificidade de estudar sobre a época, de conhecer os costumes, gestos e acontecimentos. Eu descobri que sabia menos do que imaginava, foi maravilhoso poder me aprofundar na história do Brasil”, comemora.

Mas Mércia não traz apenas esse lado político à novela das 18h. Ela é uma das incentivadoras do amor entre o padre Tenório (Jayme Matarazzo), de quem é prima, e Olívia (Debora Ozorio). “(As pessoas) estão gostando bastante da personagem e da relação dela com o primo, Tenório. Tem um fã clube do Tenório e da Olívia que comentou que a Mércia o representa, já que, ela incentiva o amor. Tenho recebido também muitas mensagens carinhosas e elogios do meu trabalho. Estou feliz com a repercussão”, afirma Vitória.

Entrevista // Vitória Fallavena

Além de ser atriz, você tem a palhaça Chantily. Falta incentivo à palhaçaria no Brasil?
Desde o início a figura do palhaço esteve marginalizada, ao mesmo tempo, que sempre teve uma função social importante ao longo da história. O lugar da irreverência, do humor, da ironia, de expor o ridículo. Infelizmente, isso não vale apenas para palhaçaria, a arte e a cultura em geral no Brasil precisam de mais incentivos.

Porque escolheu ter uma palhaça?
Engraçado, eu não lembro bem como aconteceu. Parece que a palhaçaria sempre esteve na minha vida. Eu sei que eu morava perto do Largo do Machado e havia apresentações circenses por lá e eu sempre parava para assistir. Meu falecido mestre Cico Caseira, com quem trabalhei, trazia bastante a palhaçaria para as aulas. Teve também o espetáculo Slava’s SnowShow, do palhaço russo Slava Poulin, que me marcou muito, foi quando percebi o quanto eu gostava e me interessava pela arte do palhaço. Entrei em aulas de circo, fiz oficinas de palhaçaria e dentro da universidade fiz parte do projeto de extensão Enfermaria do Riso, e lá, nasceu a Chantilly.

Muitos palhaços escondem na picardia uma crítica social muito forte. A Chantily também é assim?
Claro! Não acredito em “palhacinho” domesticado. A palhaçaria é subversão e transgressão, o palhaço nos tira da zona de conforto. Ser palhaça me faz uma artista mais corajosa e criativa, com certeza.

Você também escreveu e vai dirigir um curta-metragem. O que pode falar sobre esse projeto?
Escrevi e irei dirigir com um amigo. Será meu primeiro roteiro e direção audiovisual e estou muito animada! A história aborda a temática LGBTQIA+ e o Alzheimer. Ser diretora também é um sonho pra mim, então espero que venham mais projetos no futuro.

Antes de ser atriz você pensou em ser jogadora de futebol. Como se deu essa mudança de planos?
Acredito que tenha sido uma mistura de fatores. Após minha mudança aos 15 anos para o Rio de Janeiro, me apaixonei pelo teatro e lembro que na época era difícil para uma menina sonhar em ser jogadora.

Em ano de Copa do Mundo, a quase jogadora Vitória está otimista com a Seleção Brasileira?
Sim, estou bastante otimista. O Brasil fez uma excelente campanha nas eliminatórias e sob o comando do Tite tem grandes chances de conquistar a Copa.