Por Pedro Ibarra
Novas histórias criadas para grandes sagas de sucesso no cinema e televisão são uma mistura de desafio e responsabilidade. Por um lado é a noção de atualizar a história, de buscar novos fãs e usar o melhor das tecnologias que tem a disposição para fazer algo à altura dos sucessores. Por outro, algumas obras parecem ser intocáveis, gera o receio de estragar algo que era bom, retrabalhar personagens com muitos fãs. Senhor dos anéis: os anéis do poder acerta em carregar o peso da saga de forma leve, porém grandiosa, como uma história de Senhor dos anéis demanda.
O Próximo Capítulo assistiu aos dois primeiros da série que estreia na Amazon Prime Video na próxima sexta (2/9) e passa as primeiras impressões sobre o bom início do lançamento mais recente da saga J.R.R. Tolkien.
A nova história tem suas bases no livro Silmarillion e se passa milhares de anos antes das outras histórias de Senhor dos Anéis. A série relembra os tempos em que o mal voltou a tomar a Terra-Média, no que é chamado na mitologia de Tolkien de Segunda era. Com três núcleos bem determinados, a série conta uma clássica jornada de Senhor dos Anéis com elfos, hobbits, anões, humanos e orcs.
O seriado tem um enredo que não é independente, mas também não exige que o espectador tenha tanto conhecimento prévio da franquia. A narrativa é clara e bem explicada, conta inclusive com uma narração explicando o contexto em que os acontecimentos estão inseridos. A produção é toda feita para trazer algo novo.
Os personagens também são uma mistura que abarca tanto o fã mais antigo, quanto o desavisado que caiu na série por indicações da plataforma. Galadriel, personagem vivida por Cate Blanchett nos filmes e agora sob a interpretação de Morfydd Clark, é a protagonista da história que também conta com a volta de Elrond, antes Hugo Weaving e agora Robert Aramayo, mas eles dividem os holofotes com carismáticos personagens ainda desconhecidos do público como a dupla de hobbits Nori (Markella Kavenagh) e Papoula (Megan Richards), o elfo Arondir (Ismael Cruz Córdova) e o casal real de anões Príncipe Durin IV (Owain Arthur) e Princesa Disa (Sophia Nomvete).
Porém, o principal adjetivo que os episódios iniciais merecem é impressionante. Afinal, eles conseguem trazer de volta toda magia que ganhou 17 Oscars em três longas nos cinemas. É uma série que faz mais do que o esperado, mas que tinha uma expectativa imensa nas costas. Em dois episódios entrega um bom roteiro, com personagens interessantes e novos; e, principalmente, aspectos técnicos impecáveis.
Os efeitos visuais de ponta talvez sejam a parte mais impressionante. Visualmente tudo é bem feito, cada lugar parece ter saído diretamente da cabeça de Tolkien, as criaturas passam medo e principalmente realidade e a ação é bem colocada em momentos específicos, dando ao todo a cereja que faltava no bolo. Os dois episódios por vezes parecem compilações de cenas que tiram suspiros dos espectadores.
Senhor dos anéis: os anéis do poder dificilmente fugirá da profecia que parece ter chegado para confirmar: ser uma das séries do ano de 2022. O seriado é tão grande quanto a própria saga merece, é uma forma de apresentar a um novo público a magia que marcou gerações, relembrando ao público que já acompanha há anos, porque Senhor dos Anéis é o fenômeno que é.
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