Adulto antes do tempo, o adolescente Lipe da novela Ti ti ti aplaudiria a coragem de Davi Lucas de trocar uma carreira em que começava a se destacar com frequência por um caminho novo. Pois foi exatamente isso que Davi, intérprete de Lipe e de outros tipos, como o sensível René Júnior, de Fina estampa (2011), e o detetive Jack Fonseca de Êta mundo bom! (2016), fez ao abraçar a psicologia e, mais tarde, a consultoria para quem quer empreender.
Aos 26 anos de idade, Davi tem boas lembranças dos sets de Ti ti ti, trama de 2010 que está sendo reprisada no Vale a pena ver de novo. “Tenho diversas lembranças, mas as que mais falam à minha mente são as trocas entre o elenco. Me vem muito fresco o fato de que o elenco era muito unido. Era um set de gravação muito leve”, afirma, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Outras lembranças que Davi traz da época de ator é a responsabilidade que ter uma profissão ainda criança trazia. “O contato desde cedo com o ambiente de trabalho me trouxe uma ‘casca’ mais grossa que a das pessoas da minha idade. São muitas responsabilidades e demandas que exigem muito, e muito rápido, da criança/adolescente que está neste contexto”, comenta o consultor, que estreou na telinha aos 7 anos de idade no especial O pequeno alquimista (2014) e seguiu na carreira até os 19 anos.
Apesar de estar no ar como Lipe — e de ter sido visto recentemente em Fina estampa e em Êta mundo bom! —, Davi não gosta muito de se assistir. Tímido, o rapaz ressalta, porém, que isso não é só com trabalhos na televisão, mas também com alguma gravação de trabalho na faculdade, por exemplo.
Davi não nega que foi muito feliz atuando e que o público sempre o tratou com respeito e carinho. Mas um retorno aos sets parece cada vez mais distante. “Minha carreira de ator está pausada por conta das minhas consultorias no empreendedorismo. Apesar de ser formado em psicologia, trabalho ajudando as pessoas a abrirem o próprio negócio e a terem independência profissional”, explica.
Como foi tomar a decisão de trocar uma profissão em que você já era conhecido e tinha um caminho trilhado por uma nova?
Foi, de muito longe, o momento mais turbulento da minha vida. Porém, se pudesse voltar no tempo, faria tudo 100% igual. Eu decidi parar de trabalhar como ator, pois, desde os meus 7 anos de idade, eu vivia um mesmo cotidiano, e lá por volta dos 18/19, comecei a querer vivenciar outras possibilidades que não incluíam o trabalho como ator.
E a escolha pela psicologia? O que mais te atraiu?
Escolhi a psicologia muito por influência da minha irmã, Aline Peixoto. Ela estava cursando havia um ano e sempre trocava ideia comigo sobre o curso. Eu me encantei e fui! (risos) No início do curso, tinha um encantamento muito grande pelo cérebro e suas funções, mas, no decorrer da graduação, fui vendo que a área era muito maior.
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