Marcus Tardin

Marcus Tardin, de Salve-se quem puder, aposta na mensagem de esperança

Publicado em Entrevista

Ator que vive o fisioterapeuta Vitinho em Salve-se quem puder espera inspirar pacientes como o Téo (Felipe Simas) a acreditar na cura. Leia entrevista com Marcus Tardin!

“A telenovela no Brasil tem uma função social muito grande”. Foi apostando nessa função social que o ator Marcus Tardin compôs o fisioterapeuta Vitinho, que defende em Salve-se quem puder. O personagem faz de tudo pela recuperação de Téo (Felipe Simas) após o acidente sofrido pelo rapaz no início da trama de Daniel Ortiz.

Marcus acredita que o caso apresentado na novela servirá como “motivação extra para todos que estão vivendo dramas parecidos. A arte tem uma função imensa de levantar, debater temas urgentes, apontando caminhos, possibilidades, mas principalmente, trazendo esperanças de transformação.”

“ Vivemos um processo de permanente superação em vários sentidos, assim, termos espelhados resultados positivos, mensagens encorajadoras, mesmo que seja na ficção, estamos contribuindo para construção de uma sociedade mais equilibrada e saudável”, completa.

Para viver Vitinho com mais veracidade, Marcus conta que leu estudos sobre fisioterapia, “principalmente aqueles que se referiam a lesões de coluna, que é o caso do drama vivido pelo Téo. A partir daí, pude perceber características importantes para construção emocional e psicológica do Vitinho.”

Salve-se quem puder está na fase final, depois de passar por uma interrupção nas gravações e na exibição por conta da pandemia. Isso fez com que a segunda parte da novela estreasse com todo o desfecho gravado, coisa muito rara de ser observada em obras abertas. “Foi preciso o velho exercício da paciência, desfocar depois do trabalho finalizado, para na reestreia dos capítulos no ar voltar alimentar a curiosidade de ver o resultado. Ver hoje o resultado final no ar, sem o menor sinal de todas necessidades técnicas de ajustes, só confirma a excelência dos profissionais envolvidos, sobretudo nosso diretor artístico Fred Mayrink, um mago para conduzir equipes, processos adversos com sensibilidade e empatia”, afirma o ator, referindo-se aos cuidados adotados nos estúdios.

Duas perguntas // Marcus Tardin

Fotos: Douglas Tiene/ Divulgação

Você tem promovido bate papos pelas redes sociais com colegas e com profissionais de outras áreas. Temos um entrevistador por trás do ator? Gostaria de ter um talk show?
(risos). Gosto de me comunicar, do ser humano, de compartilhar histórias, pensamentos. Minha mãe conta que comecei a falar com 8 meses (risos). A ideia de criar o Diálogo Aberto, no início da pandemia, veio muito da minha inquietação na busca por respostas sobre o momento que vivemos, de compartilhar olhares, percepções, caminhos da sociedade, do mundo, tudo que nos impacta hoje como coletividade. Nunca consegui lidar com o que me cerca de forma passiva, preciso atuar, trocar, essa é a minha essência. A experiência foi deliciosa, desejo repetir mais vezes, já sobre ter um entrevistador por trás do ator, porque não?! (risos) Nossa função é genuinamente a comunicação, inclusive na ausência da palavra, isso transcende, nos define como espécie. Sobre ter um Talk show: acho uma excelente ideia, estou aberto a propostas (risos).

A temporada da peça Na hora do Adeus foi retomada? Como fica o futuro do teatro pós-pandemia?
A retomada das apresentações on-line da peça, além de nos alimentar, também busca acolher os dramas dos nossos semelhantes. Foi uma forma de nos mantermos ativos na linha de frente, de alguma forma cumprindo a nossa missão. Acredito que o artista tem uma função social maior, de olhar para o outro, acolher a coletividade, é a arte essencialmente humana, que recria a vida de forma quase ritualística, essa é a natureza do Teatro e por isso ele nunca vai deixar de existir. Porém, acredito que vivemos uma mudança de era, uma transição planetária com muitas transformações. Assim, penso que o teatro vai ter que se adaptar mais uma vez, se reconstruir dentro de novas perspectivas, em novo contexto social que virá, mas sem dúvida preservando a essência genuinamente humana.