Marcel Octávio vive um vilão humanizado em Gênesis

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Ator Marcel Octávio comemora 15 anos de carreira interpretando Ian de Gênesis. Em entrevista, ele ainda fala sobre o futuro do teatro no país

O público costuma associar a figura dos vilões de folhetins a planos arquitetados, assassinatos e outros crimes. Mas nem todos são assim. Alguns têm apenas “muita raiva acumulada”. É assim que o ator Marcel Octávio enxerga o personagem que interpreta em Gênesis, Ian.

Marcel explica que Ian “não é um vilão clássico” e que a raiva dele “vem de uma vontade de agradar o pai combinada à culpa de ter crescido sem mãe”. A mãe de Ian morreu no parto de Lia (Michelle Batista) e Raquel (Thais Melchior) e Ian as culpa pela perda da matriarca. “Ao mesmo tempo que ele sofre com essas inquietações, também não é um homem mau, ele não arquiteta grandes vinganças e sempre age por impulso buscando a aprovação do pai, Labão (Heitor Martinez)”, completa o ator.

Ian marca os 15 anos de carreira de Marcel Octávio. A caminhada cumprida nos palcos e nas telas só orgulha o ator. “Não seria feliz fazendo outra coisa. O que mais me orgulha é olhar para trás e perceber que, mesmo não sendo a mesma pessoa que eu era quando comecei, a sede de busca se mantém. Acho fundamental manter-se em movimento para chegar longe em qualquer profissão”, reflete.

Apesar de aparecer em novelas como Gênesis e Tempo de amar (2018) e em séries como Desalma (2020), foi nos palcos ー sobretudo nos musicais ー que Marcel mais atuou e para onde acaba sempre voltando. Estrela de produções como Gabriela, Hair, Shrek, Rock in Rio e Annie, entre tantas outras, Marcel sabe que o momento que o musical atravessa mundialmente não é dos melhores.

“Acredito que ainda vamos sofrer por mais um ano até vacinarmos nossa população e nos sentirmos seguros a voltar a frequentar grandes ambientes fechados, mas não vamos parar. Sentimos nessa pandemia a falta que faz uma vida cultural. O teatro já enfrentou problemas antes e não caiu por um motivo: precisamos vivenciar experiências catárticas ao vivo. É uma necessidade humana”, ensina o ator, que vive Nando Reis nos palcos em musical que presta homenagem a Cássia Eller.

Uma das preocupações de Marcel é a formação de artistas. Ao lado de Mariana Gallindo, ele dirige a Casa Henriqueta. Mas o ator critica o modo como nossos governantes tratam a cultura. “A indústria criativa gera mais dividendos que a indústria farmacêutica, por exemplo, mas recebe menos incentivos, por quê? Por que não incentivamos as artes no ensino público de maneira institucionalizada? Todos precisamos de arte, é nosso respiro”, desabafa.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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