Na reta final da trama, autora de Pega pega, Cláudia Souto, fala sobre o prazer de ter feito a novela

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Aos 25 anos de Globo, Cláudia Souto assinou a primeira novela como autora principal Mesclando comédia romântica e história policial, Pega pega agradou ao público.

O público só vai conhecer o desfecho da novela Pega pega semana que vem, na segunda-feira (8/1). Mas a autora Cláudia Souto já colocou o ponto final na trama que fez um bonito caminho de audiência desde que estreou, mesmo com alguns percalços de crítica pelo caminho.

“A novela bate recordes de audiência desde a primeira semana. No primeiro mês no ar, eu já lia manchetes como ‘Pega pega tem audiência de final de novela das 19h’ e era verdade. Então, quanto à audiência foi só alegria, o público ama a novela”, afirma a autora, que completa: “agora que escrevi o fim, vou acompanhar as gravações e mimar muito esse elenco de pessoas maravilhosas.”

O elenco, aliás, é um dos xodós de Cláudia. Ela ressalta que está com o time “dos sonhos”, mas não deixa de destacar pelo menos dois craques desse time. Um é o veterano Marcos Caruso – “o Pedrinho Guimarães de Marcos Caruso é, para mim, o espírito da novela. Ele é a encarnação do Carioca Palace, epicentro da história. É um personagem que vai ficar no imaginário do público para sempre”.

Para Claudia Souto, Pedrinho tem a alma de Pega pega

O outro destaque é a estreante Valentina Herszage, que faz a Bebeth ー “Quando vi o teste da Valentina eu chorei. É preciso talento e desprendimento para abordar doenças de transtorno psiquiátrico. E Valentina fez isso com a segurança de uma veterana, sendo este seu primeiro trabalho na TV.”

Sobre o que está por vir, Cláudia, claro, faz suspense. “A novela questiona a ética e a relação das pessoas com o dinheiro, mas do ponto de vista de gente comum.A maior pergunta da novela, para mim: qual será a punição dos criminosos? Temos os quatro ladrões do Carioca Palace, a adoção criminosa do Dom e os responsáveis pela morte da Mirella. Quem será punido? Quem sairá ileso? É aguardar.”

Pega pega é a realização de um sonho de uma menina que adorava assistir a novelas quando criança e agora estreia como autora principal de um folhetim depois de 25 anos de Globo, 10 deles dedicados a ser colaboradora de novelistas, como Walcyr Carrasco. “Escrever novela é uma coisa que requer experiência”, justifica.

O Próximo Capítulo já tinha conversado com atores da novela, como Marcos Veras (leia o bate-papo aqui) e Bruna Spínola, que declarou amor a Brasília, lembra? Agora chegou a vez da autora!

Leia entrevista completa com a autora de Pega pega, Cláudia Souto!

Qual é o segredo do sucesso de Pega pega?
Acho que a identificação com o público. A novela questiona a ética e a relação das pessoas com o dinheiro, mas do ponto de vista de gente comum. E isso é bem propício nos tempos que estamos vivendo no país. E também dois outros ingredientes da novela que são a leveza e a amorosidade. Toco em assuntos tabus com delicadeza, humor e afeto. Daí acho que vem a grande aceitação do público, inclusive na abordagem do tema do roubo, entre outros.

A novela começou como uma trama policial e agora é uma comédia romântica. A mudança de tom estava prevista desde o início?
Desde o início deixei claro para o público que era um gênero híbrido: uma comédia romântica policial. E a cada momento um destes três gêneros está à frente e foi assim ao longo da novela. Todos os personagens, inclusive, passaram por situações cômicas, dramáticas e românticas, como acontece com a gente na vida.

Como você lida com a pressão por índices de audiência e as mudanças na trama por pressão popular?
A novela bate recordes de audiência desde a primeira semana. No primeiro mês no ar, eu já lia manchetes como “Pega pega tem audiência de final de novela das 19h” e era verdade. Então, quanto à audiência foi só alegria, o público ama a novela.

Como novela é uma obra aberta, alguns atores devem surpreender e ganhar mais espaço na trama. Isso aconteceu em Pega pega?
Claro! Sou muito influenciada pelo desempenho dos atores. A trama eu tenho na cabeça, mas o modo como os personagens se movem na história, eu construo vendo e me inspirando quando assisto à novela no ar, diariamente. Esse é o barato de escrever uma novela, construir junto.

O romance de Bebeth e Marcio, por exemplo, já tinha esse destaque na sinopse?
Sim. Bebeth, na sinopse, é um personagem de muito destaque, e tudo o que a envolve é bem arriscado porque é um personagem lúdico numa trama realista. E foi uma grande sorte encontrar Valentina Herszage. Ela e o Jaffar Bambirra foram selecionados através de um processo de trabalho da direção. Quando vi o teste da Valentina eu chorei. E ela e Jaffar se integraram lindamente (a gente até shippou o casal, lembra?). É preciso talento e desprendimento para abordar doenças de transtorno psiquiátrico. E Valentina fez isso com a segurança de uma veterana, sendo este seu primeiro trabalho na TV.

Valentina Herszage emocionou a autora de Pega pega desde o teste para o papel de Bebeth

Quem você destacaria na trama?
Eu tenho um elenco dos sonhos. Difícil destacar um ou outro. Mas, vamos lá: o Pedrinho Guimarães de Marcos Caruso é pra mim, o espírito da novela. Ele é a encarnação do Carioca Palace, epicentro da história. É um personagem que vai ficar no imaginário do público para sempre.

Pega pega é sua primeira novela como autora. O que levou dos tempos de colaboradora de nomes como Walcyr Carrasco?
Vale destacar que esse ano compete 25 anos de carreira como autora na Globo. É uma data emblemática (risos). E o que posso dizer é que sou uma mulher de televisão. Nesse tempo de casa trabalhei em todos os formatos conhecidos: auditório, infantil, série dramática, esquete humorístico, sitcom. Em alguns programas era redatora final, o que me deu muita experiência com a produção. Nos últimos 10 anos é que me dediquei às novelas, como colaboradora, e sempre no horário das 19 horas. O que trago deste período é a observação de como se comporta o público deste horário, que tem demandas diferentes dos outros. A novela das sete já é, sem si, um gênero.

Por que demorar mais de 20 anos para assinar uma novela como autora principal?
Porque tem o tempo de maturação da sua escrita. Tem o tempo de dominar o veículo, e porque essa é a minha história. Eu, que sou noveleira desde pequena, realizei o sonho de escrever a minha primeira novela quando estava madura para isso. Porque escrever novela é uma coisa que requer experiência. Tanto no texto quanto na produção, porque escrever é só uma parte do que o autor principal faz numa novela. Você pensa no todo o tempo inteiro. Na viabilização da sua ideia do papel para a tela, trocando. E nesse processo, é fundamental a parceria com a direção, no meu caso, a total afinação com Luiz Henrique Rios, esse gênio!

Você já terminou de escrever a novela? O que pode adiantar para gente do quem vem por aí?
Muita emoção. Ainda tenho algumas surpresas para o público. E a maior pergunta da novela, para mim: qual será a punição dos criminosos? Temos os quatro ladrões do Carioca Palace, a adoção criminosa do Dom e os responsáveis pela morte da Mirella. Quem será punido? Quem sairá ileso? É aguardar.

Como é seu processo criativo?
Sou movida à emoção para me inspirar e ao prazo de entrega para deixar pronto (risos).

Você assiste a novela todo dia?
Claro que sim. Faz parte do trabalho e é um deleite!

Como é a relação entre o autor e os atores? Eles ligam dando sugestões?
Sou uma autora que ama os atores. Amo trocar ideia com eles. Mas eles respeitam o meu espaço de criação como eu respeito o deles, então, é só quando nos encontramos é que falamos da trama e personagens. Mas agora que escrevi o fim, vou acompanhar as gravações e mimar muito esse elenco de pessoas maravilhosas.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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