Elogiado por viver um baiano em Segundo sol, Emilio Dantas comemora um personagem mais solar do que os vilões anteriores e o fato de cantar em cena.
O jeito de falar, de olhar, de andar de Beto Falcão entrega logo: o protagonista de Segundo sol é o típico baiano. Ponto para o ator Emilio Dantas e para a direção da novela das 21h, que vêm colhendo elogios pela caracterização do personagem.
“A gente passou um mês e meio na Bahia gravando. Lá, pude observar bem as pessoas e ainda contar com a ajuda de amigos, como a Rafa, nossa figurinista da novela que é de lá. O baianês a gente pratica todo dia, inclusive em casa, pra seguir nessa onda. Brinco que até meus cachorros já falam baianês”, afirma o carioca Emilio, em entrevista ao Correio.
Beto Falcão também traz dois desafios que Emilio abraçou e tirou de letra: cantar em cena e viver um mocinho depois de dois vilões bem marcantes — o Pedro, de Além do tempo (2015); e o Rubinho, de A força do querer (2017).
Cantar não é exatamente uma novidade para o ator, que interpretou Cazuza em um musical e escutou elogios de colegas do cantor e da mãe dele, Lucinha Araújo. Recentemente, ele também cantou com a antiga banda e com a dupla Bruno & Marrone no Domingão do Faustão, o que enlouqueceu a internet. “Onde tem música, me sinto mais confortável. Eu ficava torcendo para reviver isso, misturar música com interpretação, independentemente de passar na tevê ou não”, comenta.
Sobre o caráter de Beto, Emilio faz uma ressalva: “Cada vez mais os personagens estão passeando pelos dois lados. Por exemplo, o fato de Beto aceitar a farsa já é um grau de vilania.” Bem-humorado, Emílio brinca com esse lado mau de Beto e especula que o assassino de Remy (Valdimir Brichta) pode ser ele. Será?
Entrevista // Emilio Dantas
Beto Falcão não gosta muito da fama. Como é sua relação com a fama, com a exposição da sua vida pessoal, já que você namora a atriz Fabiula Nascimento (a Cacau de Segundo sol)?
Sou uma pessoa na minha e não deixei de fazer nada que sempre fiz por conta da fama. Ainda frequento os mesmo lugares, tenho os mesmos amigos de antes. Minha grande preocupação é passar credibilidade, contar bem a história. Tenho um carinho e respeito pelos fãs que chegam com amor.
Viver um personagem baiano não é só sotaque, tem um “jeito baiano” de ser. Como foi se adaptar?
A gente passou um mês e meio na Bahia gravando. Lá, pude observar bem as pessoas e ainda contar com a ajuda de amigos, como a Rafa, nossa figurinista da novela, que é de lá. O baianês a gente pratica todo dia, inclusive em casa, pra seguir nessa onda. Brinco que até meus cachorros já falam baianês.
Beto Falcão finge durante muito tempo ser Miguel. Você já teve vontade de ser outras pessoas? Quem você seria?
Não sei se gostaria de ser outra pessoa, mas gostaria de ter a chance de ver gente que não vi, de ir a shows que não fui.
Beto acaba revelando toda a farsa em nome do amor que sente por Luzia. Você é romântico, capaz de fazer muitas coisas por amor, como ele?
Sou romântico pé no chão, não faço loucuras.
Você tem um palpite sobre quem matará Remy?
Eu! (risos)
Além de Beto Falcão, outros trabalhos seus tiveram ligação forte com a música. Como se prepara para os personagens que cantam em cena? Já pensou em gravar um disco?
Comecei minha vida artística aos 15 anos com uma banda. Meu primeiro trabalho como ator foi num musical de Oswaldo Montenegro. Então, invariavelmente, eu sempre resgato as lembranças da minha trajetória quando tenho um personagem envolvido com música. Onde tem música, me sinto mais confortável. Eu ficava torcendo para reviver isso, misturar música com interpretação, independentemente de passar na tevê ou não. Cheguei a gravar um disco há muitos anos, mas, agora faço um som com os amigos canto em cena.
Depois do Rubinho, você veio com o Beto, que não deixa de ser um papel mais solar. Essa variação não é muito frequente na tevê. Como faz para conseguir não se repetir?
Antes do Beto, fiz dois vilões, um em Além do tempo e outro em A força do querer. Quando fui chamado para o papel, fiquei me perguntando como era um mocinho. No entanto, acho que esta ideia está mudando um pouco. Cada vez mais os personagens estão passeando pelos dois lados. Por exemplo, o fato de Beto aceitar a farsa já é um grau de vilania.