56565-32298710 (1) Elisa Romero | Crédito: Priscila Nicheli

Elisa Romero vive personagem com conflito cultural em ‘Reis’

Publicado em Comportamento, Entrevista, Novela, Perfil

Na novela bíblica, atriz interpreta uma mulher egípcia que encontra dificuldades de se adaptar a Israel

 

Patrick Selvatti

Em Reis, Elisa Romero vive Bastet, uma princesa do Egito que se muda para Israel. A personagem é uma mulher ousada e assanhada que acredita na liberdade no amor, tem muita fé na cultura egípcia e sofre para se acostumar com as tradições e valores da nova nação. Para a atriz, é “o máximo” mostrar, em uma história de época, a realidade das mulheres com opinião, desejo e conflitos reais. “Ela é livre da culpa e simplesmente faz o que quer. A Bastet se sente poderosa por ser mulher”, afirma.

Elisa — que já deu vida à Temima em Jesus, também da Record, em 2019 — acredita ser muita uma responsabilidade grande atuar em uma história bíblica. “A gente sabe que a audiência é muito fiel à Bíblia e já conhecem as histórias que estão sendo contadas”, observa.

Sobre o conflito de valores que ainda hoje causa uma guerra sangrenta como a que estamos vivenciando no Oriente Médio, a atriz lamenta. “Acho que como sociedade, não podemos nunca abrir mão da diplomacia e da solução pacífica dos conflitos, e sempre trabalhar em busca de consensos”, avalia.

Jornalismo

Nascida em Caieiras (SP), Elisa começou a vida artística na dança. Praticou e estudou jazz, balé, sapateado e contemporâneo desde os 6 anos de idade. Com 12, começou a estudar atuação e  participar de comerciais. Aos 18, mudou-se para São Paulo para estudar jornalismo e teatro.

Para ela, nas duas profissões, a palavra é a base do trabalho. “Para atuar eu preciso, antes de tudo, entender muito bem o texto e a história que estou contando”, defende a atriz, que também estudou cinema em Nova Iorque.

Rita e Silvio

No streaming, Elisa dá vida a Daniela Beyrut, uma das filhas de Silvio Santos na série O rei da TV, disponível na Star + e Disney, que conta a história do dono do SBT. No teatro, ela dividiu com Rita Cadillac o papel da iônica Luz del Fuego.

 

ENTREVISTA/ Elisa Romero

Qual é o maior desafio de atuar em uma produção bíblica?

É muita responsabilidade. A gente sabe que a audiência é muito fiel à Bíblia e já conhecem as histórias que estão sendo contadas na série Reis. Mas eles sempre recebem nosso trabalho com muito carinho.

Sua personagem é definida como uma mulher egípcia “assanhada” que luta contra a tradição de Israel. Qual a importância de abordar esse feminismo em uma produção bíblica e tão patriarcal?

A minha personagem é egípcia e não conhece os ensinamentos do Deus de Israel. Ela é livre da culpa e simplesmente faz o que quer. A Bastet se sente poderosa por ser mulher. O máximo, né? Acho que ela mostra a realidade das mulheres com opinião, desejo e conflitos reais.

Como você enxerga esse conflito de valores que ainda hoje causa uma guerra sangrenta como a que estamos vivenciando no Oriente Médio?

Antes de tudo, queria manifestar minha solidariedade a todas as vítimas e familiares. Acho tudo isso muito triste. Acho que como sociedade, não podemos nunca abrir mão da diplomacia e da solução pacífica dos conflitos, e sempre trabalhar em busca de consensos. A violência nunca é o caminho.

De que forma o jornalismo colabora com a interpretação?

Acho que, nas duas profissões, a palavra é a base do trabalho. Para atuar eu preciso, antes de tudo, entender muito bem o texto e a historia que estou contando. O jornalismo me ajudou a ter intimidade com as palavras.

Como foi dividir com Rita Cadillac uma personagem tão marcante como Luz del Fuego?

Foi demais. A Rita [Cadillac] é uma mulher muito forte, destemida e com uma história de vida única. A Rita também é muito querida pelo publico. Ela se jogou e arrasou como a Luz del Fuego. Eu amei representar a Luz mais jovem. Era uma personagem livre, sem pudor, corajosa e cheia de conflitos familiares. Uma personagem complexa e real. A Luz del Fuego é uma personalidade que deve ser lembrada sempre!