João Côrtes é daqueles atores que a gente vê e logo pensa: conheço esse cara de algum lugar. Talvez pela bem-sucedida campanha da Vivo, talvez pelos papéis de boa praça que marcam o início da carreira, ou pela empatia do ruivinho.
Em ascensão (a revista Elle o apontou recentemente como um ator para se ficar de olho), João Côrtes vai voltar à série O negócio, da HBO, para a quarta temporada, mas o personagem Eric promete cores novas, mais sombrias. Pensa que acabou? Que nada! Ele vai aparecer em dois filmes ainda este semestre (Ninguém entra, ninguém sai e Amor.com) e deve subir aos palcos com Querida quitinete.
Em entrevista ao Próximo capítulo, João Côrtes falou sobre novela, jazz e propaganda, mesmo num tempos em que anunciar pode ser perigoso!
Você ficou conhecido do grande público como garoto propaganda de marcas como a Vivo e até hoje é ligado a elas. Isso te incomoda?
De maneira alguma. Foi um trabalho feito com muito carinho, muito cuidado e muita dedicação. Eu tive o prazer de trabalhar com pessoas extremamente talentosas, muito queridas e com vontade de investir no personagem… Foi uma campanha de sucesso, e esse reconhecimento é só fruto disso.
O público já consegue separar o ator do garoto propaganda?
Acho que isso é um processo que se constrói aos poucos. Passo a passo. Trabalho após trabalho. A propaganda foi uma porta de entrada de visibilidade, agora é seguir mostrando que tenho e faço, outros projetos, com outras dramaturgias, outras histórias.
Essa história de fazer propaganda pode ser polêmico, como no caso de Tony Ramos e Fátima Bernardes, que fizeram propaganda da Friboi. Como escolher o que anunciar? Você tinha (ou tem) esse medo?
Nunca tive esse medo. Nem a opção de escolha quanto ao que anunciar. Eu sempre foquei na parte artística da campanha. No lado ator. O personagem era super bem escrito, os filmes eram inteligentes, engraçados, e isso sempre foi o importante.
A novela Sol nascente pode ser considerado um marco em sua carreira? Por quê?
Todos os trabalhos que faço são marcos, querendo ou não. Todos me ensinam, todos me agregam de alguma maneira. Eu sempre prefiro ter esse olhar menos “carreirístico” da profissão e focar mais em quais experiências eu posso viver em cada trabalho. Acho mais interessante.
Como será seu personagem na série O negócio?
A minha personagem chama-se Eric, tem por volta de seus 20 anos, e surgiu na terceira temporada, como filho do Ariel (Guilherme Webber) com uma ex-prostituta. Ele começa a trabalhar no clube de prostituição do pai. E agora retorna na quarta temporada, mas com outra pegada. Muito mais maduro, com rancor, raiva, insegurança, outros sentimentos, outras cores. É bem diferente de como estava, mas tem sido muito desafiador viver essa história.
Você também fez Os experientes. Como foi a troca com atores veteranos, como Beatriz Segall?
Foi fantástico. A troca foi linda. A Beatriz é uma grande atriz e um ser humano muito caridoso. Ela fazia questão de me ensinar, diariamente, sobre o ofício, sobre a carreira, foi uma experiência enriquecedora.
Você é vocalista da banda 8 do bem, na qual canta jazz. Como é sua relação com a música, especialmente com o jazz?
Minha relação com a música sempre foi muito próxima. A família do lado do meu pai inteira é composta de músicos, então a musicalidade sempre esteve presente na minha vida, desde pequeno. O jazz, em especial, se introduziu através do meu pai, que sempre me botou pra ouvir CDs de jazz, bons álbuns, enfim.
Vocês estão se preparando para gravar o primeiro disco. Como será o repertório?
A ideia é fazer um disco de Big Band, com orquestra, fazendo arranjos diferentes, numa mistura de jazz com pop, de músicas já conhecidas. Estamos colocando Amy Winehouse, Harry Connick Jr., Stevie Wonder, Milton Nascimento, Djavan, Cazuza, entre outros.
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