*Colaboração de Ronayre Nunes
É hora de dar tchau para a série Girls. A trupe formada por Hannah (Lena Dunham), Marnie (Alisson Willians), Jessa (Jemina Kirke) e Shoshanna (Zosia Mamet) se despede da telinha depois de seis temporadas regadas a muitos nudes, desconstrução, algumas piadas incompreendidas e uma boa dose de modernidade, com exibição do último episódio neste domingo (16) na HBO.
A série, que começou sua trajetória em 15 de abril de 2012, chocou a sociedade conservadora norte-americana (e mundial) depois de recorrentemente apresentar cenas de sexo, personagens em profundos diálogos do mesmo jeito que vieram ao mundo e situações constrangedoras, reais, sensitivas e cruas. Uma mistura de conteúdo que a princípio parecia revolucionar a televisão, mas que chega ao fim com a agridoce sensação de ter sido mais um sucesso de crítica do que de audiência.
Na estreia, Girls pulou de mais uma “série-de-Nova York-cópia-de-Sex-and-the-city” para os braços dourados de Hollywood. Em 2012, a série recebeu cinco indicações ao Emmy, incluindo melhor série de comédia (?), melhor atriz, roteirista e realizadora. Os três últimos direcionados para Lena Dunham. No ano seguinte, finalmente vieram as vitórias. Aclamada, Lena se consagrou como a nova genia de Hollywood por levar a estatueta de melhor atriz e melhor série de comédia (sim, ainda estamos sem entender…).
O enredo teoricamente simples (que mostra o cotidiano de cinco amigas vivendo as “emoções” — cof cof –- de Nova York), cobriu uma camada muito singela sobre o que de fato importa na série: o que é ser mulher, o que é crescer, o que é ser independente e o que é amar. No ano de lançamento da série, Lena proclamou: “Eu acho que é interessante para os caras terem uma ideia do que é ser mulher de verdade. É importante lembrar que uma garota de 24 anos não é uma criatura fácil de dissecar”.
Não é exatamente fácil falar sobre o conteúdo de Girls. Até hoje a cena da Hannah na bicicleta do Adam e o reflexo dos trilhos sob a luz do luar é uma referência, mas o quanto ela foi importante para todas as incontáveis cenas de sexo não é tão relevante assim grande parte do público.
Se você está lendo isso, provavelmente, se encontra dentro do seleto grupo de fãs que chegaram ao ponto de entender o que essas ligações significam. Mas não se sinta especial por isso, afinal agora a série já está acabando.
Talvez mais até do que a própria série, a criadora/roteirista/diretora/protagonista se tornou a verdadeira estrela dessa história. Envolta em polêmicas (a acusação de estupro da irmã mais nova, provavelmente, foi a que mais irritou Lena), a atriz foi aos poucos chegando aos principais tabloides do mundo. Munida de um Twitter, com certeza, não limitado a 140 caracteres e um squad da mais alta nata da terra dos anjos, Lena se tornou a personificação da anti-queridinha americana mais amada.
As atitudes de Lena fora das telinhas definidamente não excluem as conquistas da série. Assistir essas cinco garotas se transformarem em mulheres não é um exercício de entretenimento, pediu muito mais do telespectador. Quem esteve disposto a pagar o preço, esta colhendo os frutos.
Questões sobre feminismo e identidade, até então nunca tratadas com tanta realidade, deixaram uma mensagem clara: Girls não passou por nossa tevê em vão. O amadurecimento também foi um carro-chefe do programa. Aprendemos de forma divertida e dolorosa que, às vezes, os sonhos estão muito longe da realidade, e que expectativas podem ser um ótimo contribuinte para o humor.
Girls chega ao final com uma dinâmica sem grandes mudanças da qual vem desenvolvendo há anos. Ela também dá sinais de não se limitar pelo fim. Até o penúltimo episódio alguns arcos ainda estavam abertos, indicando que não terão um encerramento completo. Até ai sem surpresas, ninguém espera um final maniqueísta para a série que simplesmente não se importa com essas regras de narração.
Confira o trailer oficial para o último episódio de Girls, intitulado de Latching
SERVIÇO
Girls
Domingo, às 0h, na HBO. Disponível também na plataforma HBO GO.
*Estagiário sob supervisão de Vinícius Nader
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