Apesar das comparações, Dark pouco se assemelha a Stranger things

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Bem mais sombria que a outra série da plataforma, Dark apresenta história sobrenatural com estética alemã

Originalmente pensada como uma websérie, Dark foi levada ao catálogo da Netflix por Baran Bo Odar e Jantje Friese (se prepare, os nomes em alemão estão só começando). O enredo, em essência, vai apresentar a história de quatro famílias que tem de lidar com problemas de diferentes gerações, como traição, amores não correspondidos, inveja e ganância.

Na cidade alemã Winden, que sobrevive graças ao trabalho de uma usina radioativa, em 4 de julho de 2019, um homem comete suicídio. Essa é a primeira cena da trama, que, posteriormente, começa a ganhar mais contornos. O piloto acompanha o retorno de Jonas (Louis Hofmann) ao pequeno município após um período em uma clínica psiquiátrica. Ele é o filho do homem que se matou.

O retorno do jovem acontece apenas em novembro de 2019 – atenção com as datas, elas vão fazer a diferença – e mostra as dificuldades que ele tem em se adaptar a rotina da pacata comunidade. Jonas tem o apoio dos amigos (inclusive, a garota pela qual ele é apaixonado agora está com seu melhor amigo, ao mesmo tempo que o pai da garota está tendo um caso com a mãe de Jonas), mas ainda não conseguiu superar a perda do pai.

Julia Terjung / Netflix

Em um extremo de solidão e ânsia por ficar perto da garota de seus sonhos, Jonas decidi embarcar numa “aventura” na floresta em busca da maconha abandona por Erick, um garoto que desapareceu enquanto Jonas estava fora. Óbvio que o passeio no meio da noite não daria certo e em um ataque de uma “coisa maligna”, o grupo de amigos acaba perdendo Mikkel (Daan Lennard Liebrenz), o irmão mais nova da ex/atual paixão de Jonas. Pronto, assim começa a saga do grupo e de toda a cidade para encontrar a criança desaparecida.

Crítica de Dark

Muito se afirmou sobre a semelhança entre Dark e Stranger things. Existem pontos em comuns, como o próprio enredo, mas a série alemã lembra bem mais produções como The killing, Top of the lake ou até mesmo Twin peaks.

Além de ser uma série de qualidade, Dark serve como um contato com uma língua diferente para esse tipo de público, que está mais acostumado ao inglês como áudio original. E em consequência de ser uma produção alemã, toda a carga cultural do país dá uma identidade diferente a produção, até mesmo mais sombria.

Apesar do enredo de Dark ser confuso, a boa notícia é que isso é intencional. Também não aguarde grandes explicações ao longo da série. Não faz parte da tradição de produções europeias — Dark é produzida na Alemanha — apresentar conclusões fechadinhas.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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