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Com carreira multifocal, Cássia Sanches estreia em Gênesis

Publicado em Entrevista

Cássia Sanches atua, dança, dirige e empreende. A Adália de Gênesis fala sobre a carreira ao Próximo Capítulo. Confira!

Atriz, dançarina, empreendedora, cineasta. Aos 26 anos, Cássia Sanches estreia em novelas como a Adália de Gênesis sem deixar todas as outras facetas para trás. Mais do que isso: sem deixar que um foco se sobreponha e atrapalhe o outro. Cássia é o retrato da geração dela: multifocal.

“Por anos na minha vida eu me incomodava pela vida me levar para diversos lados da arte e eu julgava atrapalhar meu foco porque sempre estava envolvida em lados distintos. Mas a verdade é que demora mais, mas forma mais. Hoje vejo meus trabalhos com uma profundidade e completude diferentes de antes. Me enriquece como atriz ser cineasta, consigo aprender mais e mais sobre o que me valoriza e como cineasta sei como a mente do ator funciona e boas formas de trabalhar, e isso é apenas um exemplo de muitos”, reflete Cássia, em entrevista ao Próximo Capítulo.

“A dança se expressa com uma subjetividade que enriquece demais a atuação, como se me fizesse sentir muito mais no corpo e de diversas formas sensações cotidianas. Além disso, a dança desinibe os movimentos, a mente, e é uma forma de conexão própria muito forte, completa.

Sobre o novo passo, de se dedicar também às telenovelas, Cássia está animada com Adália, uma jovem que amadureceu rápido, mas sem valorizar o sofrimento. “Aprendo (com ela) que a vida pode ser difícil, que amadurecer de verdade exige da gente e que a juventude é repleta de aprendizados, mas que não precisamos nos amargar. A vida ainda acontece e deve ser vivida com paixão e força”, afirma a atriz.

Assim como Cássia, Adália é um retrato do tempo dela. Na verdade, podemos até dizer que a personagem está um passo à frente da época retratada em Gênesis. “Trabalho desde muito nova com a arte, trilhei caminhos muito diferentes e, com isso, vivi algumas fases da vida diferente da maioria das meninas da minha idade. Mas à frente do meu tempo, no geral… não acho que seja. Aprendo todos os dias algo novo com os tempos atuais, mas acredito muito que existem muitas pessoas atrasadas aos tempos atuais, isso sim”, conta Cássia.

Entrevista // Cassia Sanches

O que você aprende com a Adália, sua personagem em Gênesis?
Aprendo que a vida pode ser difícil, que amadurecer de verdade exige da gente e que a juventude é repleta de aprendizados, mas que não precisamos nos amargar. A vida ainda acontece e deve ser vivida com paixão e força!

Adália é tida como uma mulher à frente do tempo dela. Você diria que você também é assim?
Até certo ponto, sim! Trabalho desde muito nova com a arte, trilhei caminhos muito diferentes e, com isso, vivi algumas fases da vida diferente da maioria das meninas da minha idade. Mas à frente do meu tempo, no geral… não acho que seja. Aprendo todos os dias algo novo com os tempos atuais, mas acredito muito que existem muitas pessoas atrasadas aos tempos atuais, isso sim!

Você vem de uma família de artistas. Como isso te influenciou?
Em ter confiança de que eu poderia ser tudo aquilo que eu imaginasse, mas que não seria moleza. A arte te dá esse poder único de confiança e resistência e cresci ouvindo isso da família. Uma família artística pra mim significou muita compreensão, amor e suporte emocional!

Você tem uma companhia de dança. A dança e a atuação podem caminhar juntas? Como uma ajuda a outra?
Se sabe que o corpo tem capacidades incríveis, não só físicas como psíquicas. Tanto a dança como a atuação são uma expressão corporal. A dança se expressa com uma subjetividade que enriquece demais a atuação, como se me fizesse sentir muito mais no corpo e de diversas formas sensações cotidianas. Além disso, a dança desinibe os movimentos, a mente, e é uma forma de conexão própria muito forte e, claro, é um plus para todo ator. Já fui escolhida para trabalhos pela facilidade com a linguagem corporal da dança, por exemplo. E as cenas de ação? Um corpo que dança está mais preparado. A atuação traz expressividade para a dança, a expressão facial principalmente, além de melhor interpretação da história daquela dança ou música.

Além disso, você é formada em cinema. Essa versatilidade não atrapalha a ter um foco na carreira?
Amei a pergunta! Porque por anos na minha vida eu me incomodava pela vida me levar para diversos lados da arte e eu julgava atrapalhar meu foco porque sempre estava envolvida em lados distintos. Mas a verdade é que demora mais, mas forma mais. Hoje vejo meus trabalhos com uma profundidade e completude diferentes de antes. Me enriquece como atriz ser cineasta, consigo aprender mais e mais sobre o que me valoriza e como cineasta sei como a mente do ator funciona e boas formas de trabalhar, e isso é apenas um exemplo de muitos. Como professora e empreendedora eu posso aplicar aquilo que acredito com confiança, em uma formação mais completa, individual e exclusiva. Aplico tudo que aprendi todos os dias da minha vida e esse aprendizado eu sei que nunca vai acabar, então não há caminho ou ciclo a se encerrar aqui, só mais coisas pra aprender, né? Hoje vivo mais calma em relação a isso pois vejo funcionar.

Durante 4 anos você esteve em turnê com o Grupo Tholl. Como foi essa experiência?
Eu tinha apenas 14 anos quando fui chamada para integrar direto o elenco principal. Junto das aulas e ensaios diários também tinha o ensino médio que fiz semi presencial. Sem dúvidas tive que, na marra, aprender a ter disciplina e responsabilidade, lidar com as frustrações de perder aniversários e confraternizações importantes… Até hoje penso nos docinhos que não comi nas festas de 15 anos das minhas amigas, mas eu sou muito moleca, tudo isso está em tempo de viver sempre. Mas a experiência foi mágica! Visitar diversos palcos, culturas e perceber que nosso espetáculo era atemporal e tocava a todos era uma emoção imensa. A cada final de espetáculo ia dar tchau ao público pessoalmente e ouvir o que tinham a dizer, era a certeza de que estava tocando corações e arrancando sorrisos. Foram mais de 500 espetáculos e tudo valeu a pena!