O ator é um dos confirmados na trama que começa dia 19. Rodrigo Candelot participa da quarta fase de Gênesis
O ator Rodrigo Candelot estreia este ano numa novela bíblica da Record. Ele participará da quarta fase de Gênesis, produção que será lançada na emissora no próximo dia 19 após o adiamento em 2020 por causa da pandemia de covid-19. A oportunidade de integrar o elenco veio após a participação em Topíssima.
“Já tinha ouvido falar que a Record produziria uma novela bíblica. Isso me deixou ligado e também em contato com meus agentes para sondar se havia algum personagem para mim. Sempre quis trabalhar com o Edgar Miranda, diretor geral de Gênesis, e ele também já havia me dito que uma hora ia chegar esse momento”, lembra, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Assim surgiu a escalação para dar vida ao sacerdote Ibate na fase de Ur dos Caldeus. “Cada sacerdote tem uma função a mais no reino. No meu caso, é cozinha imperial”, explica. O personagem é bem-humorado e um cara bonachão, o que facilitou para Candelot que tem experiência na comédia. “O Ibate tem um pouco de humor, sim, mas ele não é um personagem de comédia. É um cara bem-humorado, na verdade, mas temos uma trama séria e que dá pouca margem para fazer piada. Mas como é um cara leve, acho que pesou a minha escolha exatamente pela minha veia cômica”, completa.
Para se preparar para o personagem, o ator teve que ganhar peso e adotar uma postura mais coloquial. A reaproximação com a cozinha durante a pandemia também ajudou no processo de construção de Ibate. Candelot aproveita para dar alguns detalhes da trama do sacerdote em Gênesis: “É um personagem que está presente em diversas outras cenas e cenários, além da cozinha. E com o desenrolar da trama, quando ele está mais velho (na minha fase há duas passagens de tempo de 17 anos), por volta de 64 anos, ele assume o papel de sumo sacerdote do reino”.
Novo canal de humor de Rodrigo Candelot
Além de voltar a se dedicar à cozinha, a quarentena impulsionou o artista a lançar o canal Bagaceiros. “Comecei a fazer pequenos vídeos em casa com a ajuda do meu amigo cineasta André Falcão, que divide apartamento comigo. Nasceram assim o programa de entrevistas do Jean Pierre, um repórter francês criado em Realengo, com um sotaque carregado, divertido e que adora falar com celebridades; o Batata, um cara com síndrome de Peter Pan que fica azarando as amigas da época da escola em videochamada; e o programa Isolados, em que diferentes pessoas, com seus mais diferentes problemas têm que se relacionar, apesar do isolamento social imposto pela pandemia”, conta. O time é composto por outros comediantes, entre eles Helga Nemetik, Charles Paraventi e Kacau Gomes.
Em 2021, Candelot tem ainda outros projetos. A ideia é remontar a comédia Enrolados com os recursos da Lei Aldir Blanc. “Não sei se será somente on-line ou se também será presencial, pois vai depender da reabertura dos teatros”, revela. Também está confirmado numa adaptação de Othelo de Shakespeare, ainda sem previsão de lançamento. Além disso, tem dois projetos de séries de tevê criadas por ele com a diretora Malu Shroeder, que aguardam negociação com canais e streamings.
Três perguntas // Rodrigo Candelot
Ibate é mais um personagem seu com veia cômica e você lançou um canal de humor na pandemia. A comédia é seu gênero favorito? E como percebeu que tinha essa veia do humor?
A comédia é, de fato, meu gênero favorito. Na minha carreira sempre fiz tipos e personagens que vão por esse caminho e acabo sendo chamado muitas vezes para fazer personagens cômicos. De um tempo para cá também tenho feito muito séries e novelas com perfis mais sérios e dramáticos e isso é muito bom, também gosto de fazer drama. Acho que a comédia me acompanha desde garoto, desde antes de sonhar em ser ator. Sempre fui aquele cara que nos Natais em família fazia todos rirem com imitações, piadas e tiradas engraçadas e isso me acompanhou a vida toda. Acho que a comédia e o humor podem ser trabalhados por qualquer ator, mas alguns têm uma facilidade maior para esse gênero e são naturalmente engraçados. Eu me encaixo nesse perfil.
Como você começou a carreira de ator?
De uma forma completamente inesperada. Nunca pensei em ser ator, aconteceu. Sempre tive uma veia artística forte. Na adolescência gostava de pintar, de imitar alguns personagens na televisão, como Jerry Lewis, de imitar os índios dos filmes de faroeste, principalmente quando morriam e pulavam dos cavalos. Comecei a tocar bateria com 13 anos e acho que a música despertou ainda mais em mim o interesse pela arte. Fiz faculdade de direito e comunicação, larguei o direito, me formei em publicidade e jornalismo. Mesmo depois de estar trabalhando como produtor de jornalismo e também na linha de shows, algo ainda me faltava. Dizia que ainda não era aquilo que queria fazer para minha vida. Abri uma agência de modelos e atores também, e nos cursos que eu produzia e promovia para os nossos agenciados, comecei a entrar em contato com diretores e técnicas de interpretação que foram me deixando interessados em começar a estudar artes cênicas. Com uns 28 anos comecei a estudar e me apaixonei pela profissão. Meu primeiro trabalho foi um comercial do Classificados do Jornal O Globo. Depois disso, nunca mais parei.
Quais trabalhos e personagens mais te marcaram?
Posso falar de alguns bem marcantes. O Carlos Eduardo, pai da Mila, na série Detetives do Prédio Azul, o Coronel Formoso de Tropa de Elite 2, que me deixou conhecido nacionalmente, e o Zazu, do musical da Disney O Rei Leão, um dos trabalhos mais desafiadores da minha carreira.