Matheus Mazzafera estreia reality show sobre o ritmo no YouTube. Leia entrevista com o apresentador que deixa famosos à vontade no YouTube.
Seja conversando com famosos no projeto Talk Show, seja no novo reality Os homens estão na quebrada, é no YouTube que Matheus Mazzafera se sente em casa. Pela tela do computador ー ou do celular ー ele aproveita para falar de tudo com seu público.
A nova empreitada de Matheus é o reality Os homens estão na quebrada, no qual ele e o produtor Rodrigo GR6 procuram um novo nome do funk entre os mais de 20 mil inscritos. “O reality é uma oportunidade de revelar novos talentos da música brasileira, sobretudo do gênero funk. A dinâmica do programa é bem parecida com as dos grandes realities que vemos. Toda a exibição do programa será no meu canal e isso torna esse projeto também um diferencial, pois estamos fazendo um reality entre MCs em um canal do youtube. Isso tem certo ineditismo e relevância social”, explica Matheus, em entrevista ao Correio.
O apresentador ressalta que a musicalidade e o engajamento social do funk estarão retratados em Os homens estão na quebrada. “Estão na quebrada todas as identidades de gênero e orientações sexuais.A quebrada é para todos, cabem todos, é do povo, é dos sonhos e talentos dessa gente batalhadora. No funk, há um envolvimento pelo ritmo forte, pelas letras que gritam justiça, respeito, democracia. É um tipo de música, hoje, presente nos bailes e boates, independente da região. E quando olho para o funk, vejo além de um ritmo divertido, existe nele atitude”, finaliza.
Entrevista// Matheus Mazzafera
Como será o reality Os homens estão na quebrada?
O reality é uma oportunidade de revelar novos talentos da música brasileira, sobretudo do gênero funk. A dinâmica do programa é bem parecida com as dos grandes realities que vemos. As inscrições aconteceram pela internet e depois houve uma audição que terá uma seleção. Toda a exibição do programa será no meu canal e isso torna esse projeto também um diferencial, pois estamos fazendo um reality entre MCs em um canal do youtube. Isso tem certo ineditismo e relevância social, é uma grande plataforma que nos permite falar, exteriorizar sentimentos, fomentar a representatividade. Durante o processo avaliatório, haverá muitas provas diferentes, que irão mudando no decorrer da competição. O reality também irá apresentar três vencedores, que terão como prêmios: 1 lugar: um contrato assinado e gravação do clipe com seu artista favorito da GR6, produtora que é minha parceira nesta empreitada; 2º lugar: Gravação de um Lyric com a produção da GR6; e 3º lugar: Compor e produzir música com produção da GR6.
O formato de reality musical explodiu no Brasil. Qual será o diferencial de Os homens estão na quebrada?
Acredito que o fato de estarmos na internet, mídia com grande audiência, seja muito importante para ampliar as possibilidades, trazer um debate acerca do preconceito que esse gênero sofre e, consequentemente, não termos tanta ‘barreira de linguagem’ como acontece em alguns outros formatos. Penso, também, que um dos diferenciais, é a literal oportunidade de trazermos mais o olhar do Brasil e do mundo para as vivências da comunidade, os talentos que lá existem, as carências e as conquistas. Com esse reality, o conhecimento cresce e tenho muita gratidão por ver que este produto é história, é cultura, é empoderamento. Além disso, a internet tem o poder de ajudar nas formas de produção, na visibilidade dos participantes do programa, na democracia, nos diálogos com público, entre outros fatores que considero muito positivos para a construção e solidez deste reality. Quero descobrir e ajudar novos talentos.
O programa se chama Os homens estão na quebrada. Quem são esses homens? As mulheres não estão na quebrada também?
Sim, estão na quebrada todas as identidades de gênero e orientações sexuais. Quando me refiro ao nome do reality é a mim e ao Rodrigo, da GR6, que aceitou meu projeto e embarcou nisso comigo, e hoje com muito desejo e foco, em prol deste grandioso projeto, estamos trabalhando com muita animação e propósitos. Mas, ressalto, a quebrada é para todos, cabem todos, é do povo, é dos sonhos e talentos dessa gente batalhadora.
Você costuma ouvir funk?
Sim, estou bem encantado com esse gênero. Nos últimos anos é que comecei a me aprofundar mais no ritmo. É maravilhoso poder conhecer a raiz cultural por trás do funk. É expressividade, sentimentos, grito, militância. Vida longa ao funk e as pessoas que o representam tão bem.
Mais do que um ritmo musical, o funk pode ser encarado como um protesto em forma de música?
Sim. É muito do que comentei na questão anterior. Para mim, tudo que tem raiz, história, garra, é cultura. E o funk, além disso tudo, é uma verdadeira mistura das influências musicais que fazem sucesso no mundo. Há um envolvimento pelo ritmo forte, pelas letras que gritam justiça, respeito, democracia. É um tipo de música, hoje, presente nos bailes e boates, independente da região. E quando olho para o funk, vejo além de um ritmo divertido, existe nele um engajamento. Uma atitude!
No projeto Talk show você consegue declarações polêmicas e às vezes confidências dos seus entrevistados. O humor com que você conduz as entrevistas é um artifício para que eles fiquem mais à vontade com você?
Na verdade, acredito que tudo parece mais ‘‘no filter’’ justamente porque eu também gosto que seja assim, pois acho que o público se identifica – até mais – quando pessoas públicas que eles admiram estão ali, falando, de cara limpa, as suas emoções, verdades, medos, anseios. E se sentir à vontade acaba sendo, também, um reflexo da boa relação que tenho com os meus convidados, da pauta, entre outros fatores.
Você costuma levantar bandeiras sociais, especialmente as ligadas ao movimento LGBT+, em suas ações no canal. Posicionar-se enquanto pessoa pública é uma forma de fazer política?
Sim, e diria mais: existir já é fazer política, ainda mais nos dias de hoje em que o ódio, os padrões, as imposições, estão sempre sendo reforçados. Os discursos opressores não podem nos desestimular, então acredito que uma pessoa pública, por ter grande alcance e visibilidade, pode ser uma grande voz para abordamos questões sociais importantes.
Você acha que o Brasil está avançando no sentido do combate ao preconceito? Como fazer para que o respeito cresça?
Eu acredito que já avançamos muito, mas sempre há o que fazer. Na minha visão, enquanto o ser humano estiver na terra, com ele estará também o preconceito, infelizmente. Contudo, acredito que por meio dos debates constantes, do conhecimento, da valorização da história, da empatia no dia a dia, podemos fazer um mundo mais digno. Além disso, as políticas públicas devem ser mais eficientes. O respeito deve existir, justamente porque a vida é composta pela diversidade, e isso é algo lindo. Cada um é de uma forma e sente também de maneira diferente, e qual é o problema nisso?
Quando você olha a nova geração, de jovens e crianças, sua esperança com relação a isso aumenta ou diminui? Você é otimista com relação a isso?
Costumo ser otimista sempre, pois não acredito que o desespero ou as más energias resolvem situações tão lamentáveis que vemos em todas as esferas sociais. Espero – e torço -, para que esta nova geração esteja ainda mais consciente de seu papel no mundo, ou seja, estamos aqui para fazermos alguma diferença.