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Teste se seu filho é viciado em telas e consiga ajuda em livro
Obra A Criança Digital, da editora Mundo Cristão, promete ajudar pais a dosar o tempo ideal para que os filhos fiquem expostos ao mundo virtual
Com alta acessibilidade, a tecnologia já faz parte do cotidiano de muitas crianças. Durante o isolamento social, pode ser que o contato com as ferramentas digitais tenha crescido.
Brincar com celular, tablet ou computador se tornou tão comum que fica difícil saber a dimensão dos impactos causados pelo uso exagerado das telas na infância.
Pensando nisso, a editora Mundo Cristão publicou o livro Criança Digital: ensinando seu filho a encontrar equilíbrio no mundo virtual, escrito pelo best-seller e especialista em comportamento familiar Gary Chapman e Arlene Pellicane.
A obra tenta responder a algumas questões importantes sobre a relação das crianças com o mundo virtual: como saber quanto tempo as crianças gastam no meio digital? Como controlar o uso das tecnologias de forma equilibrada?
Além disso, o livro serve para alertar os pais sobre como esse excesso pode afetar o desempenho de meninos e meninas em aspectos comportamentais
.
O livro Criança Digital está disponível na Amazon , e no E-commerce Mundo Cristão , custando a partir de R$40,90.
A principal pergunta a se fazer antes de ler a obra é: seu filho é viciado em telas? Se a resposta for sim, a Editora Mundo Cristão assegura que o equilíbrio será encontrado com a leitura do livro. Para ajudar a responder essa pergunta, a editora preparou um teste rápido e gratuito para identificar. Confira:
Teste: seu filho passa tempo exagerado diante as telas?
As questões a seguir podem ajudar a determinar se o tempo diante das telas está prejudicando ou não a saúde geral de seu filho. Marque cada questão usando a seguinte classificação:
0 = Nunca ou raramente
1 = De vez em quando
2 = Geralmente
3 = Sempre
( ) Seu filho se irrita quando você pede que ele saia da frente da tela para jantar ou realizar outra atividade.
( ) Seu filho pede que você compre um aparelho digital, como um tablet, mesmo depois de você ter dito não.
( ) Seu filho tem dificuldade de terminar o dever de casa porque está ocupado vendo televisão ou jogando vídeo game.
( ) Seu filho recusa-se a ajudar nas tarefas domésticas porque prefere brincar com aparelhos eletrônicos.
( ) Seu filho pede para jogar vídeo game ou brincar com outra atividade diante da tela depois de você ter negado.
( ) Seu filho não pratica atividades físicas por ao menos uma hora ao dia.
( ) Seu filho não faz contatos visuais frequentes com outras pessoas da família.
( ) Seu filho prefere jogar vídeo game a brincar ao ar livre com os amigos.
( ) Seu filho não gosta de nada que não inclua aparelhos eletrônicos.
( ) Quando você proíbe o uso de aparelhos eletrônicos por um dia, seu filho fica irritado e manhoso.
Se a pontuação for:
De 10 para baixo: Seu filho não parece passar muito tempo diante das telas. Ele é capaz de exercer controle e atuar dentro dos limites.
De 11 a 20: Seu filho pode estar muito dependente das telas. Você deve monitorar esse tempo com mais critério e vigiar para que ele diminuía o contato com os aparelhos eletrônicos.
De 21 a 30: Seu filho parece estar viciado em aparelhos eletrônicos. Recorra a um conselheiro, pastor ou pai/mãe que você respeite para receber orientação.
Confira opinião de Leonardo Torres* sobre o uso de dispositivos eletrônicos por crianças pequenas:
Muitos pais ainda acham que os aparelhos eletrônicos são inofensivos e até auxiliam no desenvolvimento de seus filhos. Sempre escutamos aquela frase: “ele tem somente 2 anos e já sabe mexer em tudo no celular”.
O tempo de mastreia no uso de qualquer coisa é o tempo de treino. Desde pequenos, estamos usando mais e mais aparelhos eletrônicos. As últimas pesquisas demonstram que utilizamos os aparelhos cerca de nove horas por dia. E quando aponto os números nas salas de aula, meus alunos acabam destacando que a pesquisa está errada, que eles utilizam muito mais.
A verdade é que colocar um aparelho eletrônico na mão de uma criança é um alívio para pais, vovós, babás etc. E, quando eles percebem que a criança se viciou nos aparelhos, é tarde demais, já que essa prática começa logo na terna infância. Começa muitas vezes até com qualquer choro.
O problema é que hoje, assim como o mundo fora de casa anda perigoso, o mundo dentro de casa, ou seja, o virtual, o da internet, também pode prejudicar a integridade psicológica e física de nossos filhos. Eles estão cada vez mais influenciados por conteúdos que não são controláveis e muitas vezes perigosos. O massacre de Suzano, por exemplo, foi totalmente viabilizado por meio da internet. Os desafios da Baleia Azul, da boneca Momo, entre outros, além de afetarem psicologicamente uma criança, podem levá-la à morte.
Quando se coloca um aparelho nas mãos de uma criança, ela para de chorar, de correr, de ser peralta, pois os aparelhos eletrônicos causam o mesmo efeito que uma droga pré-operatória denominada midazolan. Ou seja, interrompe-se seu desenvolvimento e aprendizado, que passa por essas estripulias. Cria-se um anestesiamento na criança. Porém, assim como qualquer droga, vicia, causando perda de memória, dificuldade de concentração, de foco, desinteresse por outros estímulos… Falta de interação social e, psicologicamente, gera depressão, ansiedade, pânico etc.
A culpa não é somente dos pais, nem das crianças, mas principalmente de como estamos vivendo. Parece que a sociedade e o mercado querem que os pais cuidem dos filhos como se não tivessem trabalho e trabalhem como se não tivessem filhos. Os direitos de maternidade e paternidade são escassos aqui no Brasil.
A perspectiva igualitária é importante, ou seja, o pai e a mãe devem combinar, a fim de cuidar dos filhos igualmente e se disponibilizar igualmente. Isso não pode ser desculpa para um patriarcado escondido na famosa frase: “eu trabalho e você cuida dos filhos”.
*Leonardo Torres, 28 anos, palestrante, professor e doutorando em comunicação e cultura midiática da Universidade Paulista (Unip), de São Paulo, onde concluiu mestrado em comunicação. Graduado em comunicação social — publicidade e propaganda pelas Faculdades Dom Bosco, do Rio de Janeiro, é bolsista do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Prosup/Capes). Pesquisa o imaginário técnico e tecnológico, a tecnossacralidade e suas relações na sociedade e na cultura, além do contágio psíquico e imaginário. Entre as instituições deu aulas estão Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e Unip.