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Encontro virtual gratuito ocorrerá na quinta-feira (6/8) no YouTube da ONG Visão Mundial com presença da pediatra Anna Grellert
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da educação na primeira infância e sobre os efeitos da violência no desenvolvimento infantil, a Visão Mundial, uma organização não-governamental humanitária especializada na proteção à infância, promove um webinário nesta quinta-feira (6/8), a partir das 18h no canal do YouTube da ONG.
As inscrições podem ser feitas neste link.
O encontro contará com a presença de Anna Grellert, médica pediatra especializada no desenvolvimento da criança e assessora regional para o tema de pais e filhos da Visão Mundial na América Latina e no Caribe.
A primeira infância é um período fundamental para o desenvolvimento cerebral. É importante que, nesta faixa etária entre 0 e 6 anos, meninos e meninas sejam cuidados com ternura. Isso facilita formar cidadãos aptos à convivência social e à cultura da paz.
As primeiras experiências das crianças, em especial os vínculos que criam com os pais e seus primeiros aprendizados, afetam todo seu posterior desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social.
Pesquisa revela que 84% dos adultos defendem usar violência com filhos
Levantamento feito pelo Programa Criança Feliz (PCF) e pelo projeto Pipas mostra, ainda, que 27% das mães são afetadas pela depressão materna
Pesquisas feitas pelo Programa Criança Feliz (PCF), em âmbito nacional e, pelo projeto Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas), no Ceará, revelam dados preocupante sobre a educação de crianças.
Segundo o PCF, 77% dos pais de bebês de 6 a 11 meses responderam que são a favor de ralhar ou repreender a criança para educá-la, e 16% concordam com gritar ou bater na cabeça.
Uma informação que levanta preocupações é quanto aos hábitos corretivos dos adultos com as crianças, mesmo com as bem pequenas. Questionados pelo Pipas, 84% dos adultos disseram que acham necessário gritar, bater ou colocar de castigo para educar.
Durante a pandemia, que envolve isolamento social e o fechamento de creches e escolas, o PCF e o Pipas temem que as crianças tenham um período ainda mais difícil por ficarem mais tempo, sendo que é um desafio ter alguém com disponibilidade ou condições para lhes dar atenção e lhes garantir os cuidados necessários sem violência.
Neste contexto, há riscos de exposição precoce e demasiada à TV, celulares e tablets e, principalmente, maior risco de negligência e violência. Os adultos podem até passar mais tempo em casa, mas o nível mais elevado de angústias e preocupações tende a prejudicar a qualidade das interações entre pais e filhos.
Depressão pós-parto
O levantamento nacional do Programa Criança Feliz constatou alto índice de depressão materna. O estudo identificou que 27% das mães entrevistadas sofrem com a doença.
Também preocupante foi o dado sobre o baixíssimo índice de amamentação exclusiva até os seis meses: somente 23% das mães cumprem essa recomendação. Naturalmente, a licença-maternidade de quatro meses das mães que trabalham com CLT não ajuda nesse sentido.
No Ceará, o levantamento feito pelo Pesquisa de base do Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas) observou que a maioria das famílias entrevistadas não segue a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida.
Leitura infantil
Ainda de acordo com a pesquisa de âmbito nacional do Programa Criança Feliz, embora a Sociedade Brasileira de Pediatria desaconselhe o uso de telas por crianças de até 2 anos de idade, 81% dos meninos e meninas de 6 a 11 meses assistem à TV, enquanto 27% dos bebês brincam com celular ou tablet também.
Somente 12% dos bebês de 6 a 11 meses possuem algum livro infantil, e apenas 27% dos pais de crianças nessa faixa etária contam histórias para elas. Quando a faixa etária aumenta, cresce também o número de livros, mas o índice fica ainda muito aquém do adequado. Cerca de 35% das crianças de 0 a 3 anos possuem livros infantis, percentual que sobe para 63% na faixa de 4 a 5 anos.
Vacinação
A pesquisa nacional do PCF indicou mais números que explicitam a fragilidade dos cuidados com a vacinação infantil. Embora o país tenha alcançado índices de vacinação infantil próximos de 100%, o levantamento mostrou que metade das crianças estavam com a vacinação atrasada.
Durante o terceiro Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, que ocorreu durante segunda (19) e terça (20), em São Paulo, deputados federais trouxeram a primeira infância para o debate sobre o ensino no país.
Pedro Cunha Lima (PSDB-SP) defende que a União e as unidades da Federação tomem à frente ao cuidar da fase que vai de 0 a 6 anos de idade. “Não dá para entregar a primeira infância na mão do município, que é o ente que menos tem”, observou o parlamentar e presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
No evento, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), Pedro Cunha Lima debateu “a visão do novo Congresso sobre educação” com outras duas deputadas federais e integrantes da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados: Tabata Amaral (PDT-SP) e Caroline de Toni (PSL-SC). A mediação da mesa foi do jornalista e diretor da Jeduca Paulo Saldaña (Folha de São Paulo).
A mesa destacou que a polarização ideológica que ronda a educação na gestão Bolsonaro acaba por atrapalhar a execução de políticas públicas educacionais que não geram discordância. Entre elas, o atendimento à primeira infância e a construção de mais creches públicas, como destacou Pedro Cunha Lima, que é advogado, presidente do Instituto Teotônio Vilela e mestre em direito pela Universidade de Coimbra.
“Nunca teve tanto consenso do que precisa ser feito. Apenas 34% das crianças de 0 a 3 anos estão na creche, e esse número é alavancado pelos mais ricos”, afirmou o deputado. Ele também fez um apelo para que a imprensa “coloque a primeira infância na capa” e abrace essa causa.
Tabata Amaral, cientista política e astrofísica formada na Universidade Harvard, também mencionou os anos iniciais. “A gente tem crianças que vêm de famílias em que o pai e a mãe, ou só a mãe, que é a maioria dos casos, não sabe ler nem escrever. Essa falta de capital cultural que essas crianças levam para a escola tem custo para você reverter”, disse.
“A nossa falta de investimento na primeira infância, que coloca crianças de 1 ano de idade em posições completamente diferentes para aprender, também têm um custo adicional”, completou a criadora do Mapa Educação e cofundadora do Movimento Acredito. A parlamentar e ativista pela educação defendeu que o Brasil precisa “investir mais” em educação básica, além de “investir melhor”.
*A jornalista viajou a convite do Instituto Unibanco
A partir de 29 de julho, serão abertas mais 1.295 vagas para creches públicas no Distrito Federal. Essa ampliação ocorre com a assinatura de novos termos de colaboração e aditivos a contratos anteriores com instituições conveniadas. Serão beneficiadas as regiões administrativas de Samambaia, Núcleo Bandeirante, Estrutural, Gama, São Sebastião e Sobradinho. O objetivo é zerar a fila de espera para creches com a criação de 19 mil vagas, ao longo da atual gestão.
Esta é a primeira vez que a Secretaria de Estado de Educação (SEE-DF) busca cumprir decisão judicial de 1993 — conforme plano apresentado em Ação Civil Pública promovida pela Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) —, definindo um plano de trabalho que inclui metas claras e um cronograma de atendimento à população, especialmente às mães que precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos. Trata-se de um direito previsto na Constituição Federal e no Plano Nacional de Educação.
A SEE-DF irá assinar também um Termo de Cooperação com a Defensoria Pública do DF nesta terça-feira (2/7), às 11h. A parceria tem o objetivo de melhor o atendimento aos pais que buscam vagas em creche, evitando-se que tenham que entrar na Justiça para ver assegurado o direito dos filhos.
Reajuste com conveniadas
A SEE-DF começou o processo de criação das 1.295 vagas com a assinatura de novos termos de colaboração e aditivos a contratos anteriores com instituições parceiras para o atendimento. Como não recebiam aumento há dois anos, também está estabelecida uma norma para reajuste que, a partir de agora, será de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no valor per capita.
Além disto, o objetivo dos novos contratos e aditivos é desburocratizar a relação da secretaria com as conveniadas, para tornar o processo dinâmico, de maneira que a negociação entre as partes atinja mais rapidamente a finalidade do interesse público. Os convênios continuam seguindo os critérios legais previstos, mas com o acréscimo de também observarem as especificidades das relações com as instituições parceiras.
Acesso
Para ter acesso à creche, a pessoa interessada deve ligar para o telefone 156, opção 2. As inscrições estão abertas durante o ano inteiro. A classificação das crianças inscritas no Cadastro de Solicitação de Vagas se dará ordem decrescente de pontuação, da maior pontuação para a menor, obtida a partir dos critérios de prioridade para o atendimento, a saber: mãe trabalhadora ou responsável legal trabalhador; baixa renda; medida protetiva; risco nutricional e mãe adolescente. Além disso, é levado em consideração o tempo de inscrição (criança que a cada ano completo, contado a partir da data de efetivação da inscrição, ficar aguardando o surgimento de vaga e o encaminhamento para a matrícula). Para conferir a posição do seu filho na lista de espera, acesse o site.
O programa Criança Feliz, criado em 2015, é o único finalista brasileiro do prêmio do World Innovation Summit for Education (Wise) de 2019, grande cúpula de educação que ocorre no Qatar. O programa de visitas domiciliares voltado para o desenvolvimento da primeira infância tem o intuito de quebrar o ciclo da pobreza e reduzir a desigualdade no Brasil. A iniciativa é coordenada pelo Ministério de Cidadania e também foi destaque no Fórum Global de Educação e Habilidades em Dubai em 2019. O Criança Feliz já beneficiou 457.830 crianças e 84.756 mulheres grávidas em apenas quatro anos. Acesse o site do ministério para mais informações sobre o projeto.
O Wise anunciou 15 finalistas para a premiação de 2019. A entidade promove boas práticas da educação mundial e, além das cúpulas realizadas a cada dois anos, promove premiações que se tornaram referência mundial em novos enfoques educativos, oferecendo maior visibilidade aos ganhadores e novas possibilidades de colaboração. Todos os anos, projetos inovadores ao redor do mundo são reconhecidos e promovidos
Os finalistas desta edição foram selecionados de um total de 482 projetos apresentados e que foram avaliados de acordo com critérios estritos. Todos eles devem ser programas já estabelecidos, projetos educativos inovadores que demonstraram um impacto transformador no seu contexto, nos indivíduos, nas comunidades e na sociedade. Além disso, devem ser economicamente estáveis, dispor de um plano de desenvolvimento claro e ser escaláveis e replicáveis.
Os projetos ganhadores dos Prêmios Wise serão anunciados em julho. A premiação ocorrerá em Doha, capital do Catar, entre 19 e 21 de novembro de 2019. Além das oportunidades de promoção e criação de redes de trabalho, cada iniciativa receberá US$ 20.000.
Para mais informações, visite o site.
Conheça todos os finalistas
Criança Feliz – Brasília, Brasil
Micro:bit Educational Foundation – Londres, Reino Unido
United World Schools – Londres, Reino Unido
Akilah Foundation – Rwanda, África
The Family Business Education Project – Londres, Reino Unido
MyMachine – Kortrijk, Bélgica
Personal Safety Educational Project – Mumbai – Índia
Stawisha Leadership Institute – Nairóbi, Quênia
OpenClassrooms – Paris, França
ReBootKamp (RBK) – Amman, Jordânia
Dost Education – Dehli, Índia
Peer Coaching Plan – Shanghai, China
Moringa School – Nairóbi, Quênia
Institut de l’Engagement – Paris, França
CareerAware – Mumbai, Índia