O número de acidentes fatais entre crianças e adolescentes diminuiu entre 2016 e 2017, ao passo que cresceram as mortes causadas por armas de fogo. Caiu em 1,93% a mortalidade de crianças e adolescentes por acidente no Brasil de 2016 para 2017. No mesmo período, as mortes acidentais causadas por armas de fogo aumentaram em 95%.
Desde 2001, a mortalidade infantil e adolescente por acidentes diminuiu em mais de 40%. É exatamente o período em que a organização não governamental (ONG) Criança Segura iniciou a atuação. Segundo a instituição, a redução pode gerar esperança, mas ainda há muito a ser feito quando outra informação é observada: os acidentes ainda são a principal causa de óbitos entre crianças e adolescentes de 1 a 14 anos, superando doenças e violências.
Os dados são do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSUS) e foram analisados pela ONG Criança Segura. Os casos fatais de acidentes contabilizados passaram de 3.733 para 3.661. Essa foi a menor queda no número de mortes acidentais de crianças desde 2011.
Segundo a ONG Criança Segura, o cenário deve ser observado pelo poder público em âmbito municipal, estadual e federal. A organização afirma que são necessárias campanhas educativas contínuas para a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes no Brasil.
Além de armas de fogo, outras causas de mortes acidentais aumentaram de 2016 para 2017: afogamentos (4,49%), queimaduras (3,83%) e intoxicação (6,76%). Os falecimentos por acidentes de trânsito, sufocação e quedas diminuíram. Ao analisar separadamente, a maior causa de mortes acidentais de bebês de até 1 ano é por sufocamento; de crianças de 1 a 4 anos, por afogamento; e de 5 a 14 anos, pelo trânsito.
As mortes acidentais de crianças e adolescentes causadas por armas de fogo quase dobraram de 2016 para 2017, passando de 20 para 39 vítimas. Entre meninos e meninas de 1 a 4 anos, a quantidade de casos fatais subiu 350%, saindo de duas para nove mortes. Na faixa etária entre 5 e 9 anos, o aumento foi de 71,42% e, de 10 a 14 anos, mais 8,88% de casos foram registrados.
Para a Criança Segura, esse dado é preocupante e deve ser monitorado. A organização também destaca a mudança na legislação, que pode facilitar o acesso a armas de fogo no Brasil e aumentar o índice de mortes de crianças e adolescentes.
O DataSUS também divulgou os dados separados por estados e pelo Distrito Federal. A taxa de morte acidentais de crianças e adolescentes, de zero a 14 anos, por 100 mil habitantes no DF é de 8,04, maior que a média brasileira (7,9).
A ONG responsável pela análise é dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide. A organização desenvolve ações de políticas públicas, comunicação e capacitação para evitar acidentes com crianças. Saiba mais no link.
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