Crônicas: sobre releituras

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O finado Chicão bradava – ele nunca simplesmente disse alguma coisa, tal a veemência – diante do balcão do Bar do Luisão, que releitura é coisa de analfabeto, de quem não entende o texto quando o lê pela primeira vez. Era só uma bravata. Chicão era revisor, e dos bons.

Ary Cunha, do alto de sua sabedoria, lembra que não existe o verbo desimprimir. O texto entregue no fim do prazo é impresso, fica imutável, impermeável a alterações que a cada leitura parecem mais necessárias – e até fundamentais – aos olhos do autor.

Mas estamos nas nuvens agora. A informática permite revisões, alterações, mexida à vontade em qualquer publicação. É assim, aqui, onde algumas crônicas já publicadas serão revistas e condensadas, numa ação egoísta do autor, eterno insatisfeito com o que produz.

Como no post seguinte.

Paulo Pestana

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Paulo Pestana

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