Poesia e poetas

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Não é raro ver um sujeito escrevendo num guardanapo, enquanto sorve uma cervejinha, um conhaque, um daiquiri… São os poetas de bar, movidos a álcool, inspirados pela musa que mora no fundo das garrafas. Ou não. Há também a poesia sóbria. Advogado de profissão, ele tem chegado para a etílica reunião meia hora mais cedo. É o tempo que tem […]

Tratando de chatos

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Ainda há cavalheiros. E meu amigo é um deles. Trata as pessoas com respeito, fala baixo, abre caminho para as moças, presta atenção em tudo o que dizem a ele, é solicito; enfim, é um homem meio perdido nesses tempos de falta de educação generalizada. É um sujeito fino. Mas até os cavalheiros perdem a fleuma. Me puxou num canto, […]

Mãos de defunto

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Eu nunca havia entendido porque o cemitério de Brasília se chama Campo da Esperança. O dicionário ensina que esperança é a crença em que alguma coisa muito desejada vai acontecer e acho que posso falar pela maioria: embora seja inevitável, ninguém espera morar ali. Pelo menos não tão cedo. O Zé Natal, que trouxe o primeiro ovo de seriema para […]

O último bastião

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O melhor nos filmes de mafiosos não é quando tem um tiroteio no depósito de uísque e começa a vazar líquido dos barris. Muito menos quando os gângsteres saem em disparada naqueles sedans pretos para uma noite de terror. Nada bate o momento em que o chefão beija o rosto de um carcamano feioso, o condenando a morte. É a […]

Nem tudo é sagrado

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De Campina Grande, Paraíba, chega a notícia que vereadores aprovaram lei que obriga a leitura bíblica como matéria escolar em colégios das redes pública e particular. Tem tudo para dar confusão. Nada contra o livro sagrado do cristianismo; ao contrário, é certamente o mais importante guia espiritual para os brasileiros. Mas saber ler não é só juntar sílabas e palavras. […]

Mitos subterrâneos

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Toda cidade tem um nível subterrâneo. Alguns desses lugares são visíveis, palpáveis como as catacumbas de Paris, onde Umberto Eco encontrou um pergaminho dos Templários, no livro O Pêndulo de Foulcault, e Victor Hugo ambientou parte do romance Os Miseráveis. Mas há um outro tipo de subterrâneo. Fica bem abaixo das galerias pluviais, buracos de tatu peba, canos de esgoto […]