Sem concurso há 8 anos, Procon DF tem deficit de mais de 50% de servidores

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Com a divulgação da comissão organizadora do próximo concurso do Procon DF, cresce a expectativa  por mais um edital no Distrito Federal. Sem concurso há 8 anos, o órgão tem atualmente um deficit de mais de 50% dos  servidores.

De acordo com dados do Portal da transparência do DF, o Procon DF tem 200 postos de trabalho. Destes,  apenas 83 estão ocupados. Há então 117 cargos vagos, sendo 30 fiscais, 52 analistas e 34 técnicos.

Os postos vagos para analistas são: administração (5), arquivologia (2), biblioteconomia (2), contabilidade  (5), direito e legislação (19), economia (13), estatística (3), jornalismo (1), modernização da gestão  pública (2) e recursos humanos (1). Já os cargos vagos de técnicos são distribuídos em agente  administrativo (26) e contabilidade (8).

De acordo com o professor de direito do consumidor do IMP, Carlos Machado, a quantidade de cargos desocupados por si só já demonstra a necessidade do Procon DF por uma  nova seleção de efetivos. “A defasagem de servidores é grande. Isso já diz que o Instituto precisa considerar uma nova seleção”, diz.

Ainda segundo Machado, a comissão escolhida para realizar os estudos sobre a necessidade do concurso deve apresentar resultados até outubro. “A comissão tem um prazo para apresentar os resultados de trabalho. Após a entrega do relatório, a administração vai definir pela autorização ou não do concurso”, diz.

“Considerando que o grupo de trabalho tem 30 dias para apresentar o resultado do estudo das necessidades de provimento, entende-se que o edital não tardará em ser elaborado e publicado. Sobretudo diante da determinação de dispensa de 66 comissionados, pelo TCDF, afora os claros oriundos de exonerações, de aposentadorias e do crescimento das demandas do Instituto.  O que é certo e que até outubro, o Governo deverá ter uma posição definitiva sobre o certame”.

Uma vez autorizado o concurso, inicia-se o processo de licitação para escolha da banca organizadora. O Instituto então elabora o termo de referência do concurso, também conhecido como projeto básico, que funciona como uma minuta do edital.

Prepare-se para o concurso Procon DF

De acordo com Simone Magalhães, professora de direito do consumidor no Gran Cursos Online, é muito  importante que os estudantes se preparem previamente devido a grande quantidade de matérias que geralmente  são cobradas e pra que seja possível fixar o conteúdo da melhor forma. “Para passar em concursos públicos  no geral, o estudante só consegue êxito quando adquiri maturidade nas matérias, assim, recomendo que os  interessados no concurso Procon DF já iniciem a preparação e o agendamento do estudo”, diz.

Ela explica que já é possível prever a presença de algumas matérias no edital no concurso, a exemplo de  português, lei orgânica do DF, noções de direito administração, direito civil, direito processual civil e,  claro, direito do consumidor, que é será protagonismo nesta seleção.

Conteúdos para começar:

  • Domine os conceitos do Código de Defesa do Consumidor
  • Política nacional do consumidor
  • Responsabilidade civil do fornecedor
  • Prescrição em decadência
  • Matérias relativas às práticas comercias e práticas abusivas e banco de dados
  • Sanções administrativas que explicam a competência do Procon
  • Ações coletivas de direito do consumidor
  • Decreto 2181
  • Lei 13455
  • Lei do Cadastro Positivo
  • Lei 7347
  • Notas técnicas do Ministério da Justiça, da Senacon
  • Resolução 400 da Anac

Requisitos para ingresso nas carreiras do concurso Procon DF

Fiscal de Defesa do Consumidor: Diploma de conclusão de curso de graduação em qualquer área e registro no Conselho de Classe, quando for o caso.

Técnico de Atividade de Defesa do Consumidor: Certificado de conclusão de curso de ensino médio, curso técnico na área do cargo e registro e registro no Conselho de Classe, quando for o caso.

Analista de Atividade de Defesa do Consumidor: Diploma de conclusão de curso de graduação de bacharelado em administração e registro no Conselho de Classe.

As remunerações atuais variam de R$ 4.864,22 a R$ 8.216,90.

Último concurso

O último concurso foi lançado em 2011 e mais de 96 mil pessoas se inscreveram para as 200 vagas ofertadas, além de cadastro de reserva.  As chances foram para fiscais, técnicos e analistas.

A banca que organizou a seleção foi o Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades). O salário inicial era  de R$ 3.919,13 para cargos de nível médio e de R$ 5.293,30 para funções de nível superior. Confira aqui o  conteúdo completo do edital de 2011.

O concurso foi homologado em 2012 e posteriormente foi prorrogado por mais dois anos. Porém, em 2016 a  validade da seleção foi suspensa por recomendação do Tribunal de Contas do DF (TCDF), que determinou que  todos os candidatos aprovados dentro do número de vagas estabelecidas no edital fossem nomeados. O prazo  voltou a correr em 2018 e o concurso estava válido até início de junho de 2019.

Ainda em 2018, o órgão também precisou atender a determinação do TCDF e nomear mais 21 aprovados na  seleção, em substituição aos servidores comissionados. Estes servidores estavam exercendo indevidamente a  função dos efetivos.

Concorrência no último concurso Procon DF:

Analista – Administração: 3.949 (247 x vaga)
Analista – Arquivologia: 232 (116 x vaga)
Analista – Biblioteconomia: 307 (153 x vaga)
Analista – Contabilidade: 1.019 (204 x vaga)
Analista – Direito e Legislação: 7.496 (228 x vaga)
Analista – Economia: 627 (48 x vaga)
Analista – Recursos Humanos: 988 (494 x vaga)
Analista – Estatística: 103 (34 x vaga)
Analista – Jornalismo: 595 (297 x vaga)
Analista – Modernização da Gestão Pública: 991 (495 x vaga)
Fiscal de Defesa do Consumidor: 19.436 (224 x vaga)
Técnico – Agente Administrativo: 71.332 (1.426 x vaga)
Técnico – Técnico de Contabilidade: 1.495 (149 x vaga)

Veja as nomeações do último edital:

Analista – Administração: Vagas no edital – 16; Nomeações: 39
Analista – Arquivologia: Vagas no edital – 2; Nomeações: 6
Analista – Biblioteconomia: Vagas no edital – 2; Nomeações: 5
Analista – Contabilidade: Vagas no edital – 33; Nomeações: 60
Analista – Direito e Legislação: Vagas no edital – 16; Nomeações: 39
Analista – Economia: Vagas no edital – 13; Nomeações: 17
Analista – Estatística: Vagas no edital – 3; Nomeações: 7
Analista – Jornalismo: Vagas no edital – 2; Nomeações: 2
Analista – Modernização da Gestão Pública: Vagas no edital – 2; Nomeações: 2
Analista – Recursos Humanos: Vagas no edital – 2; Nomeações: 2
Fiscal: Vagas no edital – 60; Nomeações: 99
Técnico – Agente administrativo: Vagas no edital – 50; Nomeações: 93
Técnico – Contabilidade: Vagas no edital – 10; Nomeações: 14

Total

Quantidade de vagas no edital: 200
Quantidade de nomeações: 367

Segundo o Procon DF, das 367 nomeações no concurso, 193 tornaram-se sem efeito diante de desistências e o órgão exonerou, ao longo do tempo, 68 pessoas.

Fonte: Procon DF

Justiça absolve Agnelo por nomear comissionados no lugar de concursados

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Ana Viriato – O ex-governador Agnelo Queiroz (PT) obteve, ontem, uma vitória no Poder Judiciário. O petista conseguiu reverter uma condenação por improbidade administrativa, de dezembro de 2016, na 5ª Turma do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT). Trata-se do processo ao qual o ex-chefe do Palácio do Buriti respondia com o ex-secretário de Administração Wilmar Lacerda, por nomear comissionados, em vez de concursados, em cargos no Instituto de Defesa do Consumidor (Procon).

De acordo com a ação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), o GDF manteve “apaniguados em cargos de livre nomeação, em afronta aos princípios norteadores da administração pública”. A condenação em primeira instância previa aos réus a perda de direitos políticos, a impossibilidade de contratar com a administração pública por cinco anos e o pagamento de multa.

Em segunda instância, a defesa de Agnelo Queiroz pontuou que o ex-governador idealizou o concurso público, traçou o plano de carreira e convocou todos os aprovados, conforme o número de vagas previsto no edital. Os advogados destacaram, ainda, que Agnelo agiu segundo os limites previstos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A 5ª Turma acatou, por unanimidade, os argumentos.

Guerra
O MPDFT trava uma guerra contra o uso político do Procon desde 2010. Naquele ano, o governo e o órgão assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta, para a elaboração de um plano de cargos e salários para o órgão. Na ocasião, o GDF garantiu que o total de cargos em comissão não excederia 30% das vagas efetivas. Logo depois, foi aberto um concurso para o Procon e o resultado final foi homologado em março de 2012. O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) também se tornou, neste ano, alvo de uma ação de improbidade administrativa pela suposta contratação irregular de comissionados no Procon-DF.