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Sem previsão de retomada de concurso e com defasagem de servidores, PCDF pode ter operações comprometidas, alerta Sinpol

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O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal afirma que não há policiais suficientes para atender às demandas da população devido à defasagem no quadro de servidores

Jéssica Andrade – O trabalho de investigação e combate ao crime de corrupção, tráfico de drogas e desarticulação de organizações criminosas, desenvolvido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), pode ficar comprometido durante o mês de fevereiro, segundo o Sindicato dos Policias Civis do DF (Sinpol-DF).

De acordo com a associação, não há policiais suficientes para atender às demandas da população e que os servidores já estão “no limite” de sobrecarga de trabalho devido à defasagem no quadro de servidores, que já ultrapassa 55% do necessário para o funcionamento da corporação.

De acordo com o sindicato, embora a PCDF esteja com dois concursos abertos (escrivão e agente), um deles está suspenso (agente), sem previsão de retomada e ainda assim, mesmo que os aprovados fossem chamados imediatamente, não resolveria o comprometimento dos trabalhos da corporação no próximo mês. 

Quadro demonstra a defasagem na Polícia Civil do Distrito Federal. Sinprol/Divulgação

Os policiais civis deliberaram em assembleia convocada pelo Sindicato dos Policiais, em janeiro deste ano, pela suspensão do Serviço Voluntário Gratificado (SVG) durante todo o mês de fevereiro. O Sinpol alega que essa foi uma solução paliativa que a PCDF encontrou para minimizar os danos ao atendimento nas delegacias, devido a falta de agentes.

“A PCDF enfrenta, há anos, um grave problema no quadro de pessoal: quase 60% dos cargos estão vagos. Esses policiais, naturalmente, já estão trabalhando em sobrecarga, mas, ainda assim, têm mantido os índices de solução de crimes da Polícia Civil entre os maiores do país. O que a categoria busca é valorização e reconhecimento desse trabalho”, afirma Alex Galvão.

Concurso para agentes está suspenso

A PCDF publicou edital para a seleção de agentes em junho de 2020.  O edital oferta 600 vagas imediatas, mais 1.200 para formação de cadastro de reserva. Os ganhos da carreira também são de R$ 8.698,78 para 40 horas de trabalho semanal. No entanto, o certame está suspenso pela justiça. A seleção também teve, inicialmente, o cronograma atrasado devido à pandemia da covid-19. As provas, previstas para serem aplicadas em outubro de 2020, só ocorreram em 22 de agosto de 2021. Saiba mais sobre o concurso aqui.

O concurso foi, novamente, suspenso em dezembro de 2021. A decisão partiu da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF e tem caráter de urgência. Com a determinação, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), banca organizadora do certame, e o Distrito Federal devem suspender novas convocações para as próximas etapas.

A decisão da Justiça teve como base um pedido de oito candidatos que concorrem ao cargo de agente nas vagas reservadas para negros e pardos. Eles alegam que, segundo o edital, deveriam ter as provas discursivas corrigidas — o que não ocorreu. “Acontece que o edital prevê que os cotistas aprovados dentro do número de vagas oferecidas para ampla concorrência não devem ser computados para preenchimento das vagas reservadas exclusivamente a negros/pardos”, disseram os requerentes.

Sem previsão de retomada
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito (Sinpol-DF),  Alex Galvão, também afirmou ao Papo de Concurseiro que não há previsão de retomada do certame. Segundo ele, novos andamentos vão depender do entendimento jurídico e que “não há esforço por parte da diretoria da Polícia Civil para solucionar a questão”. “O próprio Tribunal de Contas já se manifestou (no sentido de)  que não haveria impedimento, né? E que (os candidatos) poderia sim ser convocados para um curso de formação”.
No entanto, ainda segundo o representante da associação, mesmo que os aprovados fossem convocados imediatamente para as próximas etapas da seleção, não resolveria o comprometimento dos trabalhos da corporação no próximo mês. 
“Esses candidatos ainda precisariam passar por um curso de formação e não haveria tempo hábil para que pudessem tomar posse e complementar esse quadro defasado nosso. Então agora não mudaria nada, não resolveria e a gente tem uma perspectiva de por um bom tempo ainda estar com esse quadro, nessas dificuldades para atendimento das ações da polícia civil”, exclamou Galvão. 
O Papo de concurseiro tentou contato com a Direção da Polícia Civil e com o Governo do Distrito Federal, mas não obteve resposta até a publicação desta nota.
Além desta seleção, a PCDF está realizando também o concurso com 300 vagas para escrivães. As provas foram aplicadas em agosto. Saiba mais aqui! 
Ambos os cargos tiveram aplicação de provas objetivas e discursivas como método de seleção. Os inscritos aprovados nas etapas ainda serão avaliados por meio de teste de aptidão física, exames biométricos e avaliação médica, prova prática de digitação, avaliação psicológica, sindicância de vida pregressa e investigação social, prova de títulos e curso de formação.

Novo concurso da PCDF

A corporação tem autorização para a realização de um novo concurso público que contará com 300 vagas de agentes de custódia e delegados. Serão 50 vagas para cada cargo, além de 100 vagas para formação do cadastro reserva. Ainda não há mais detalhes sobre previsão de lançamento do edital.
A informação do novo certame também foi divulgada pelo delegado-geral da instituição, Robson Cândido, em post no Instagram.

“A Secretaria de Economia do DF autorizou a realização de concursos públicos para os cargos de Delegado de Polícia e de Agente Policial de Custódia. Estão previstas 50 vagas para provimento imediato e 100 para cadastro de reserva para cada cargo. A Polícia Civil do Distrito Federal agradece pelo apoio a esse importante pleito para a recomposição do nosso quadro de pessoal”, anunciou.