Categoria: Concursos
Servidora que atendia em consultório particular após bater ponto terá que devolver R$ 218 mil
Após denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), uma servidora do município goiano de Mozarlândia terá que devolver aos cofres públicos um total de R$ 218,4 mil, por não cumprir carga horária referente ao cargo de chefia para o qual foi nomeada. Reneudes Rodrigues, filha do então prefeito da cidade, assumiu o posto de coordenadora da Saúde Bucal em 2 de janeiro de 2013, contudo a dentista atendia durante o dia em seu consultório particular e chegou a ir, em horário de expediente, a salão de beleza, lojas e outras atividades particulares com a ficha de ponto diário assinada (das 8h às 11h e das 13h às 17h). As faltas eram validadas pela secretária municipal de saúde, Dalilla Catherinne Matos Batista, que encobriu as ausências ilegais e injustificadas.
O valor é correspondente às gratificações recebidas mensalmente e que foram acrescidas em seu salário, no valor de R$ 72,8 mil, mais multa civil de R$ 145,6 mil, correspondente a duas vezes o dano que provocou aos cofres públicos, referente aos 26 meses em que trabalhou.
Em sua defesa, Reneudes alegou que tinha horário flexível, pois se dedicava a outras atividades, como, palestras, elaboração de planos de atividades, aquisição de materiais e equipamentos, fiscalização de seus subordinados e elaboração de relatórios para o correto recebimento das verbas federais que sustentam o plano de saúde local, estando sempre a disposição do município.
Porém, a juíza Marianna de Queiroz Gomes entendeu que “a requerida infringiu os princípios da moralidade e lealdade à administração pública, o que está devidamente comprovado, vez que deveria ter se atentado a eticidade de seus atos, pois desprezou a moralidade administrativa deixando de atender a comunidade local acarretando prejuízos a municipalidade, bem como infringiu o princípio da legalidade, tendo em vista que na atuação pública o agente apenas pode proceder estritamente de acordo com a lei que lhe permite agir e, no caso em tela sua conduta foi pautada por interesses pessoais, o que é inadmissível pela legislação vigente”.
Sem função pública
Além do dinheiro, Reneudes perdeu a função pública, teve os direitos políticos suspensos por oito anos e ficou proibida de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, também por oito anos.
O caso também foi alvo de ação penal e a servidora foi condenada pelo crime de falsidade ideológica a prestar serviços odontológicos a comunidade. A secretária Dalilla Batista também foi condenada pelo mesmo crime e por prevaricação, a três anos, 10 meses e 20 dias de reclusão e oito meses e 19 dias de detenção, além do pagamento de 113 dias-multa. Segundo a magistrada, “o mínimo que se exige para assumir uma função tão importante são conhecimentos básicos do cargo, tais como, o dever de fiscalizar a carga horária do servidor antes de validar a ficha frequência”.
* Com informações do TJGO
Não votou? Conheça as consequências para concursandos que não justificaram a ausência nas urnas
O eleitor que não pôde votar no primeiro turno das eleições e não conseguiu justificar a ausência ainda pode preencher o formulário de justificativa eleitoral pela internet ou entregá-lo pessoalmente em qualquer cartório eleitoral. A não justificativa é drástica principalmente para estudantes de concursos públicos, pois pode impedir que o eleitor se inscreva em seleções ou tome posse em cargo e função pública.
O Tribunal Superior Eleitoral explica também que a não regularização da situação com a Justiça Eleitoral pode resultar em sanções, como impedimento para obter passaporte ou carteira de identidade para receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público.
Como se justificar
Há também a possibilidade de enviar o formulário pelo correio para o juiz eleitoral da zona eleitoral. O prazo para justificar é de até 60 dias após cada turno da votação. Além do formulário, o eleitor deve anexar documentos que comprovem o motivo que o impediu de comparecer no dia do pleito.
Pela internet, o eleitor pode justificar a ausência utilizando o “Sistema Justifica” nas páginas do TSE ou dos tribunais regionais. No formulário online, o eleitor deve informar seus dados pessoais, declarar o motivo da ausência e anexar comprovante do impedimento para votar.
O requerimento de justificativa gerará um código de protocolo que permite ao eleitor acompanhar o processo até a decisão do juiz eleitoral. A justificativa aceita será registrada no histórico do eleitor junto ao Cadastro Eleitoral.
Para regularizar sua situação eleitoral, o cidadão terá de pagar uma multa R$ 3,61 por votação não comparecida.
Segundo turno
Quem não votou no primeiro turno e nem justificou não fica impedido de votar no segundo turno, dia 28 de outubro.
Eleitores no exterior
No caso dos brasileiros que estavam no exterior no dia da votação, eles também deverão encaminhar o formulário de justificativa pós-eleição e a documentação comprobatória até 60 dias após o turno ou em 30 dias contados a partir da data de retorno ao Brasil.
Se estiver inscrito em zona eleitoral do exterior, o eleitor deverá encaminhar o requerimento diretamente ao juiz competente ou ainda entregar nas missões diplomáticas e repartições consulares localizadas no país ou enviar pelo sistema justifica.
* Informações da Agência Brasil
Falando nisso…
O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) divulgou uma cartilha com orientações sobre a atuação dos agentes públicos, candidatos ou não, no período que antecede as eleições de 2018. Acesse aqui.
O Dia das Crianças está chegando! Se você quiser aproveitar para fazer uma boa ação e, de quebra, preparar-se para a prova do Ministério Público da União (MPU), fique ligado! O Espaço Campus de Águas Claras vai realizar um aulão solidário para quem quer uma vaga no órgão.
A aula acontecerá na quarta-feira que vem, dia 10 de outubro, das 13h15 até 17h30.
Para participar, é necessário levar um brinquedo, novo ou em bom estado. O objetivo do evento é a arrecadação de brinquedos para as crianças carentes do Distrito Federal.
Quem ministrará as aulas são os professores João Leles, com as matérias de administração financeira e orçamentária, lei de responsabilidade fiscal e legislação do MPU, e Gustavo Salles e Orlando Júnior, que darão aulas de direito constitucional.
Endereço: Av. Pau Brasil, 9 – Águas Claras, Brasília – DF, 70790-075.
MP de Porto Alegre pede a realização de concurso para contratação emergencial de professores
Do CorreioWeb – O Ministério Público de Porto Alegre ajuizou três ações civil públicas contra o município para que sejam providenciados professores para atender a carência de três escolas da região. O pedido deixa claro que as contratações sejam feitas por meio de novos concursos públicos e que não sejam realizadas transferências ou deslocamento de professores dentro das escolas.
De acordo com a promotora Regional da Educação de Porto Alegre, Danielle Bolzan, autora das ações, a carência de profissionais é preocupante. “A Secretaria de Educação está conseguindo contemplar a necessidade de alguns casos. Porém, algumas das escolas ainda estão sem atendimento adequado. Inclusive, a Secretaria reconhece a necessidade de cerca de 70 professores, que trabalhem 20 horas semanais, por toda a rede. Estamos, na Promotoria de Justiça, analisando escola por escola , e já ajuizamos três ações”, explica.
As ações visam contratações nas escolas Vereador Carlos Pessoa de Brum, João Antonio Satte e Ildo Meneghetti. De acordo com o MP, somente no primeiro caso, desde o começo do ano, 60 alunos do 6º ano da escola estão sem aulas de matemática e outros 180, dos 7º e 8º anos, sem aulas de português. Além de professores para estas áreas, o MP pede também que sejam preenchidas vagas dos profissionais que estão em falta nas séries iniciais (do 1º ao 5º ano), e nas disciplinas de filosofia, geografia, artes, língua estrangeira, supervisor, coordenadores de turno e professores para o laboratório de aprendizagem, totalizando 19 profissionais.
Para as escolas Ildo Meneghetti e João Antônio Satte, o pedido do Ministério foi de 14 e três professores, respectivamente. Em todas as instituições, a carga horária dos profissionais é de 20h, sendo que alguns professores podem cumprir o horário máximo de 40h, diminuindo, assim, a necessidade de docentes.
A ação tramita agora na Justiça e, em caso de acolhimento do pedido do MP, o juiz determinará quantos dias o município terá para contratar os profissionais. Se a Prefeitura não cumprir, caberá o pagamento de multa. Segundo a promotora Danielle Bolzan, outras ações ainda devem ser ajuizadas pedindo soluções individuais para escolas municipais que sofrem ainda com falta de professores.
De acordo com Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre, um concurso público foi realizado no último dia 23 para o preenchimento de uma vaga e cadastro reserva, com remuneração de R$ 1.463,61, e “tudo está sendo feito dentro do possível”. A Smed informou também que 300 professores e 50 monitores foram aprovados em concursos no ano passado. No entanto, não há previsão de uma nova seleção.
“Chegamos no nosso limite”
A vice-diretora do colégio Vereador Carlos Pessoa de Brum, concorda que a solução da carência de professores é um novo concurso público. “Chegamos no nosso limite. Estávamos tentando contatar a Secretaria de Educação desde o começo do ano letivo, mas faziam pouco caso. Pediam para a responsável pela biblioteca dar aula de português e para a professora de ciências ensinar matemática. Era a solução que eles nos davam. Até que conseguimos contatar a mídia”, diz.
Adriana conta que a diretoria da instituição sempre faz de tudo para os alunos não irem para casa mais cedo, mas nem sempre é possível. “Sinto que é obrigação nossa, como educadores.E, por sermos uma periferia, é necessário batalhar por essas crianças, que estão sendo deixadas de lado”, lamenta.
Decreto permite que candidatos com deficiência utilizem tecnologias durante provas de concurso
Agência Brasil – A atualização da lei que já reservada 5% dos cargos e empregos públicos para pessoas com deficiência, publicada hoje (25) no Diário Oficial da União, vai garantir que os candidatos utilizem tecnologias que o ajudem na realização das provas e assegurar que tenham um ambiente adaptado para recebê-los. A nova regulamentação, que segue previsão da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), vale para concursos da Administração Pública Federal direta e indireta e detalha trechos do decreto original editado em 1999, que ainda não trazia especificidades para este público.
“O decreto obriga a oferta de ambiente adaptado e a presença de uma equipe multidisciplinar cuidando destas situações. Antes, as pessoas iam realizar provas e encontravam ambiente sem nenhuma adaptação e despreparados e era somente um médico que dava a palavra final sobre a efetivação da pessoa no cargo”, explicou o secretário nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marco Pellegrini.
Pelo texto, um candidato com deficiência visual poderá agora fazer a prova em braille, com caracteres ampliados, gravada em áudio por um fiscal ou com o uso de software de leitura de tela ou de ampliação de tela. Esse candidato também poderá pedir a ajuda de um fiscal para ajudar a transcrever as respostas.
Pessoas com deficiência auditiva também poderão fazer a prova gravada em vídeo por fiscal intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou pedir autorização para usar aparelho auricular, inspecionado e aprovado pela organização do concurso público. No caso de deficiência física, será possível usar móveis e espaços adaptados ou pedir também a ajuda de um fiscal para manusear a prova e transcrever respostas.
As fases dos concursos públicos ou dos processos seletivos em que forem usados esses serviços de assistência de interpretação por terceiros aos candidatos serão registradas em áudio e vídeo e disponibilizadas nos períodos de recurso.
Leia também: Com ambientes adaptados, serviço público acolhe pessoas com deficiência
Qualquer necessidade de tratamento diferenciado para a realização das provas deve ser pedida durante a inscrição. O candidato com deficiência que precisar de mais tempo do que o previsto para a conclusão da prova terá que apresentar uma justificativa acompanhada de parecer emitido por equipe multiprofissional ou por profissional especialista.
Com exceção dessas novas possibilidades, a participação de quem tem alguma deficiência será nas mesmas condições da de outros candidatos no que se refere ao conteúdo das provas, à avaliação e aos critérios de aprovação, ao horário e ao local de aplicação das provas e à nota mínima exigida.
Se não houver inscrição ou aprovação de candidatos com deficiência no concurso público ou no processo seletivo, as vagas reservadas poderão ser ocupadas por candidatos sem deficiência. Outra mudança com o decreto de hoje foi sobre a distribuição dessa reserva de vaga em ofertas regionais.
“O percentual passa a ser aplicado pelo total de vagas previstas para a região e não sobre a fração destinada a cada município. Isto, porque, pela estratégia anterior, a distribuição desse percentual poderia ser tão baixa que acabaria não contemplando a reserva em nenhum dos locais”, disse Pellegrini.
E mais: Condição especial para dislexo fazer prova de concursos públicos
Quem deseja fazer o concurso do Ministério Público da União (MPU) terá uma boa oportunidade de estudo gratuito neste sábado! Uma equipe de professores do IMP Concursos vai discutir os conteúdos mais importantes do edital, dar dicas e tirar dúvidas neste sábado (29/9). O aulão acontecerá no Auditório Supernatural Church (QI2, lote 1.320, no Setor de Indústrias do Gama (na rua do Gamaggiore), das 8h às 18h.
Para se inscrever, basta doar 2kg de alimento não perecível e acessar o link conteudo.imponline.com.br
- Cronograma:
7h – Abertura
8h15 – Administração Geral e Pública – José Wesley
9h15 – Administração Financeira e Orçamentária – José Wesley
10h15 – Intervalo
10h30 – Direito Administrativo + Leis – Vandré Amorim
11h30 – Gestão de Pessoas – Andréia Ribas
12h30 – Almoço
14h – Legislação Aplicada ao MPU – João Trindade
15h – Direito Constitucional – João Trindade
16h – Intervalo
16h15 – Gramática e Texto – Marcos Pacco
O concurso
A prova será aplicada no dia 21/10. Serão 120 questões objetivas, sendo 50 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos, em que cada errada anula uma certa. Os candidatos ao cargo de analista ainda deverão elaborar uma dissertação, de até 30 linhas.
São 47 vagas imediatas e formação para cadastro reserva nas carreiras de técnico e analista. A remuneração inicial dos cargos é de R$ 6.862,72 e R$ 11.259,81, respectivamente. Para mais informações, clique aqui!
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CGE/CE anuncia concurso para auditor com remuneração de R$ 11.742,96
Do CorreioWeb – A Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará (CGE/CE) ofertará 25 vagas – sete a mais que no último concurso – para o cargo de auditor de controle interno. A banca organizadora, escolhida por meio de dispensa de licitação, será o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). A contratação foi divulgada no Diário Oficial do Estado do Ceará.
Segundo a assessoria de comunicação da CGE, a remuneração do cargo é R$ 11.742,96, equivalente ao vencimento inicial do cargo de R$ 4.281,16, mais gratificação (GDAA) de R$ 7.461,80. Se o auditor tiver especialização haverá um adicional de 15% sobre o vencimento, ou seja, R$ 642,17. Caso tenha mestrado, haverá um adicional de 30% sobre o vencimento, ou seja, R$ 1.284,35. E caso tenha doutorado haverá um adicional de 60% sobre o vencimento, ou seja, R$ 2.568,69. A gratificação não é acumulativa.
Para se inscrever, é necessário ter nível superior em qualquer área. A data de divulgação do edital não foi confirmada até o fechamento da matéria.
Último concurso
Em 2013, a CGE/CE ofereceu 18 vagas para o cargo de auditor de controle interno, distribuídas entre três especialidades: auditoria governamental de processos com foco em riscos (8), auditoria em obras públicas (6), e auditoria em tecnologia da informação (4).
O concurso, organizado pela Fundação Universidade Estadual do Ceará (Funece), por intermédio da Comissão Executiva do Vestibular – CEV/UECE, foi realizado em duas fases. A primeira foi formada por duas provas, uma de conhecimentos gerais e uma de conhecimentos específicos, compostas por 60 e 40 questões, respectivamente.
A segunda fase foi o curso de formação e treinamento profissional, de caráter eliminatório e classificatório, com duração de 160 horas, avaliação psicológica, de caráter eliminatório, e avaliação de títulos, de caráter classificatório.
Funcionário esconde por 20 anos do Metrô/DF que era processado por estupro e é demitido
Um funcionário da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô/DF) manteve em segredo, por mais de 20 anos da empresa, que estava sendo processado judicialmente por crime de estupro, cometido em dezembro de 1997. Ele chegou a ser condenado a oito anos de prisão e cumpriu pena recluso. Para despistar, ele pediu licença do trabalho para tratar de assuntos particulares por dois anos, até conseguir ficar em regime semiaberto e retornar as suas atividades. Entretanto, após ter ciência do delito, apenas em junho de 2017, o Metrô/DF demitiu o funcionário por justa causa. Ele, não satisfeito, reclamou a função em abril deste ano na Justiça, mas, nesta quinta-feira (20/9), o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) decidiu por manter a dispensa.
O funcionário começou a trabalhar no Metrô/DF em dezembro de 1998, ou seja, exatamente um ano após o crime, mas a condenação pelo estupro só saiu em abril de 2009. Ele pegou pena de oito anos, um mês e quinze dias. O trabalhador alegou que pediu a licença sem remuneração para não levar transtornos ou prejuízos à empresa e que conseguiu ir para o regime semiaberto antes que a licença acabasse. Ele ainda disse que em julho de 2017 obteve autorização para trabalhar, mas acabou sendo demitido.
Segredo
O juiz Osvani Soares Dias, da 3ª Vara do Trabalho de Taguatinga, revelou que o trabalhador não só escondeu do Metrô/DF que respondia criminalmente na Justiça, como também escondeu da própria Justiça que era funcionário público para inviabilizar qualquer decisão que colocasse sua função em risco. O juiz enfatizou que os contratos de emprego são regidos pela boa fé, o que demanda confiança e o dever de prestar informações mútuas e recíprocas. Além do fato de que, no caso de condenação criminal com pena privativa de liberdade superior a quatro anos, a perda do cargo ou função pública é efeito direto da condenação criminal e causa de demissão por justa causa. A decisão ainda cabe recurso.
* Com informações do TRT-10
Você sabia que o Cebraspe nem sempre aplica o temido critério ‘uma errada anula uma certa’?
Entenda melhor o Método Cespe e saiba como uma das maiores bancas organizadoras de concursos e seleções diversas do país avalia os candidatos
Conhecida nacionalmente, entre outros atributos, por ser a banca organizadora de seleções e concursos públicos que utiliza o método de avaliação em que uma resposta errada anula uma certa, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), nem sempre emprega o temido critério. Um exemplo foi o edital de abertura recém-lançado pela Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul (Sefaz/RS), em que a apenação negativa dada caso a resposta do candidato esteja em discordância com o gabarito foi descartada.
Segundo a examinadora, a metodologia de correção é recomendada pelo Cebraspe, porém é facultado à instituição contratante optar ou não por ela. “Em regra, os órgãos que nos contratam aceitam a recomendação, porém, existem aqueles, como a Sefaz/RS, que entendem não ser necessária a apenação, em razão de já existirem outras formas, também constituintes do Método Cespe, de selecionar o perfil mais adequado para o cargo, tais como: utilização de itens inéditos, contextualização, valorização do raciocínio em detrimento da memorização, entre outras”.
De acordo com o professor de português Elias Santana, do Gran Cursos Online, a não utilização da apenação pelo Cebraspe é algo recente, geralmente adotado em provas no formato múltipla escolha. “Muitas pessoas aqui, em Brasília, não sabem que o Cebraspe aplica outro tipo de prova, em outros estados é mais comum. Mas isso se deve justamente pela fama que a banca carrega de ser aquela em que ‘uma questão errada anula uma certa’”.
Segundo o especialista, quando o candidato faz uma prova sem o fator de correção, basta ter conhecimento sobre o conteúdo do edital para acertar e, caso não saiba algum item ou esteja em dúvida, pode optar em arriscar e dar um ‘chute’. Já quando há um ponto negativo para cada resposta incorreta, para além do conhecimento sobre o conteúdo programático, os candidatos precisam ter discernimento. “É importante saber quantos itens foram marcados na prova com certeza. Se isso aconteceu em cerca de 80% a 85% das questões, não vale a pena ‘chutar’. Mas existem pessoas que marcam com certeza apenas cerca de 40% a 50% das provas, e aí já está reprovado, nestes casos o risco pode valer a pena”.
Santana afirma ainda que o candidato consegue diferenciar, quando olha para um item, se não sabe nada sobre aquilo ou se há alguma pequena dúvida e esse tipo de avaliação pode ajudar a decidir pelo risco ou não. “Vai depender muito também de como está psicologicamente o candidato no dia do teste, pois a prova do Cebraspe é a mais influenciada pelo fator psicológico”, alerta.
Porém, o especialista lembra que, com ou sem fator de correção, o estilo Cebraspe de provas será o mesmo. “Não é porque não foi adotado em alguma prova o sistema de apenação que o Cebraspe vai aplicar questões no estilo de bancas como FCC ou Iades, por exemplo, que geralmente não tem esse fator de correção. As perguntas do Cebraspe continuarão contextualizadas e os assuntos sendo explorados de uma forma menos ‘seca’ e mais reflexiva como sempre fez”.
Método Cespe
O Cebraspe é o detentor exclusivo do Método Cespe de realização de avaliações, certificações e seleções. Trata-se de um conjunto de técnicas e metodologias empregadas, por exemplo, desde a capacitação dos elaboradores de questões, a pré-avaliação das questões, preparação dos cadernos de provas até a correção e análise dos resultados. De acordo com a examinadora, o Método Cespe é fruto de mais de 20 anos de experiência e está em constante evolução.
Para esclarecer melhor como trabalha uma das maiores bancas organizadoras de concursos públicos e seleções diversas no país, entrevistamos a diretora-geral do Cebraspe, Dra. Adriana Weska. Confira:
– Como o Cebraspe identifica as necessidades de cada concurso e adapta seus critérios de avaliação? Dá para exemplificar comparando dois concursos com necessidades distintas?
O Cebraspe identifica as necessidades de cada concurso público que realiza a partir das atribuições do cargo, do perfil desejado pela instituição contratante e, ainda, de acordo com a regulação das profissões e as legislações que regem a administração pública e os estados brasileiros. Esses critérios fornecem o subsídio necessário para iniciarmos o trabalho de definição dos objetos de avaliação — em conjunto com o contratante — e de elaboração dos itens que comporão as provas. Uma boa forma de exemplificar é mostrando a diferença entre um concurso para o cargo de Auditor e os certames para a magistratura. As atribuições do cargo de Auditor podem exigir diversas graduações como formação do candidato e, por isso, o conteúdo cobrado na prova deve avaliar se o candidato tem o conhecimento necessário para realizar as atribuições definidas pelo órgão, mas sem privilegiar áreas de formação específicas em detrimento de outras, para que seja garantida a isonomia. Já para os cargos de Juiz, há uma Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que regula a prova, o conteúdo a ser cobrado, a quantidade de questões e as fases da seleção. Nesse caso, o conteúdo deve avaliar se os candidatos graduados em Direito possuem todos os conhecimentos específicos e necessários da carreira jurídica para assumir o posto de Juiz.
– Quais são os critérios de avaliação possíveis de serem aplicados em um concurso do Cebraspe?
A seleção para um cargo público pode envolver diversas formas de avaliação, entre elas: provas objetivas, provas discursivas, provas orais, testes de aptidão física, avaliações psicológicas, entre outras. No que diz respeito às provas objetivas, podemos utilizar as metodologias de múltipla escolha ou de certo e errado, ambas amplamente validadas pela literatura específica do assunto. O Cebraspe também tem como prática aplicar o critério de apenação em suas provas objetivas, ou o conhecido “uma errada anula uma certa”. Essa é uma estratégia para desencorajar o acerto ao acaso, ou “chute”. Trata-se de uma questão de justiça com aqueles que se preparam e estão empenhados em ingressar no serviço público com o conhecimento necessário para o cargo que almejam.
– Pode me falar um pouco mais da equipe técnica que está por trás desse método? São as mesmas pessoas que elaboram e corrigem as provas e respondem a recursos? Elas devem manter sigilo sobre sua função?
O Cebraspe conta com um amplo cadastro de especialistas, em todas as áreas do conhecimento, que atuam na elaboração das provas, com reconhecida capacidade técnica e reputação ilibada. Por questões de segurança, esses especialistas devem manter o sigilo sobre o trabalho que executam. Mais de 50% desse cadastro é composto por colaboradores que são Mestres, Doutores ou Pós-Doutores em suas áreas de atuação. Entre esses colaboradores, incluem-se professores universitários, juízes, defensores, promotores, diplomatas e outros profissionais com formação e experiência profissional nas áreas de conhecimento avaliadas por nossas provas. Acerca dos nossos recursos, podemos informar que não apenas uma pessoa, mas equipes são responsáveis pela avaliação dos questionamentos, o que garante a transparência na avaliação dos recursos e, principalmente, a isonomia.
– As provas do Cebraspe são consideradas pela maioria dos concurseiros como as mais difíceis, a que vocês atribuem isso?
Na nossa visão, as nossas provas não são as mais difíceis, mas são as mais bem elaboradas. Atribuímos isso, entre outros fatores, a um dos nossos principais diferenciais: o Método Cespe, uma exclusividade nossa. Esse método é fruto de pesquisas e da experiência de mais de 20 anos na área, e é composto por técnicas e metodologias empregadas, por exemplo, desde a orientação dos elaboradores de itens, passando pela revisão desses itens e pela formação dos cadernos de provas, até a correção e a geração dos resultados. É um trabalho contínuo e de permanente inovação na busca para selecionar os melhores perfis para a administração pública.
– Uma das formas de estudo mais empregada pelos candidatos é estudar pelas provas já aplicadas pelo Cebraspe, seja para se ambientar ao modo como o conteúdo é cobrado, como para identificar quais os conteúdos são considerados mais importantes pela banca e a forma de elaboração das questões e correção. Vocês consideram essa estratégia de preparação válida? Por quê?
Não cabe ao Cebraspe, enquanto instituição organizadora de concursos públicos, opinar sobre a metodologia adotada por candidatos para estudo.
– As questões são sempre inéditas, mesmo quando se tratam de legislações e ou conteúdos idênticos?
Sim. É exatamente a atualização constante de conteúdo e o ineditismo de questões que permitem que nossas provas exijam dos participantes muito mais do que a memorização, e fazem com que avaliemos diversas habilidades, como a aplicação do conhecimento, a capacidade de síntese, a compreensão e a análise das informações apresentadas. Se as questões não fossem inéditas, não poderíamos garantir mais do que a mera memorização.
Edital da Procuradoria de Santa Catarina pode sair até semana que vem
Do CorreioWeb – Após oito anos sem realizar um novo concurso público, a Procuradoria-Geral do Estado de Santa Catarina (PGE/SC) anunciou que o novo edital para procuradores será lançado até semana que vem. A informação foi dada pela assessoria do órgão, que ainda divulgou que serão abertas quatro vagas imediatas.
No último dia 31 de agosto, foi escolhida a empresa responsável para organizar as provas do concurso. Caberá a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese) ser a responsável pela aplicação dos exames.
Para a carreira de procurador é necessário ser bacharel em direito, ter inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e três anos de atividade jurídica, no mínimo.
Concurso anterior
A última seleção aconteceu em 2010 e também foi organizada pela Fepese. Foram oferecidas 15 vagas, mas o edital não informou a remuneração. A seleção contou com quatro etapas, todas de caráter classificatório e eliminatório:
- Prova escrita com questões objetivas;
- Provas práticas escritas;
- Prova oral;
- Prova de título.
Foi cobrado domínio nos seguintes conteúdos:
- Direito constitucional;
- Direito civil;
- Direito administrativo;
- Direito tributário;
- Direito do trabalho;
- Direito penal;
- Direito processual (civil, penal, constitucional, administrativo, tributário e do trabalho);
- Legislação do estado de Santa Catarina.
Outro concurso no estado
Para quem é de Santa Catarina, há mais uma oferta de concurso. O Corpo de Bombeiros do local (CBM/SC) abriu dois editais de processos seletivos, com sete vagas temporárias. Pode se inscrever quem tem graduação nos cursos de design gráfico, letras/português (com curso de design instrucional), biblioteconomia, psicologia e pedagogia. A inscrição não é cobrada e pode ser feita até 30 de setembro. Saiba mais aqui!