As extraordinárias mulheres negras da história espacial.
Elas viveram situações absurdas como por exemplo a segregação racial que as obrigava a utilizar um banheiro localizado fora do prédio em que trabalhavam pois não podiam utilizar o banheiro reservado às Mulheres Brancas. 3 Mulheres incríveis que contribuíram com a história da NASA e sua hegemonia na corrida espacial. No Livro: “Estrelas Além do Tempo” (HarperCollins), que no Brasil também dá nome ao filme, podemos conhecer o pioneirismo das cientistas: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, que para além do racismo, lutaram pela igualdade de gênero em um meio totalmente dominado pelos homens. Destaco que Katherine Johnson, em 2015, recebeu o justo reconhecimento por suas contribuições científicas, ao ser honrada com a maior condecoração civil dada a uma pessoa pelo Governo norte-americano, a “Medalha Presidencial da Liberdade”. Em 2016, um Centro de Pesquisa com o seu nome foi inaugurado na NASA. Ela contava 97 anos. Aos 101 anos no dia 24 de fevereiro, faleceu.
Katherine Bouman, ou “Katie” Bouman, como se apresenta é doutora em engenharia elétrica e ciência da computação pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Foi a responsável por um grande feito na história recente da Astronomia, que permitiu a comprovação da Teoria dos Buracos Negros. No auge de seus 29 anos, em 2019, Katie liderou o desenvolvimento de um algoritimo com uma equipe de 200 Pesquisadores. O desafio consistiu em fotografar um buraco negro, provando pela primeira vez a sua existência. Ao invés de usar um Telescópio, sua criatividade permitiu utilizar dados de radiotelescópios em todo o mundo. “Fotografar uma laranja na lua, mas com um radiotelescópio. Imaginar algo tão pequeno significa que precisaríamos de um telescópio com 10 mil quilômetros de diâmetro, o que não é prático, porque o diâmetro da Terra não chega a 13 mil quilômetros”, afirmou a jovem e inovadora cientista.
Henrietta Swan Leavitt (1868-1921) – astrônoma, norte-americana, antecedeu ao Hubble. Calculou a distância entre as Galáxias a partir da Luminosidade das Estrelas. Sua “régua cósmica”, ampliou de forma imensa os nossos horizontes. Sem os seus cálculos, o famoso astrônomo jamais poderia ter alcançado a precisão que sustentou o estudo dos astros.
Margaret Hamilton (1936) – Aos 14 anos já se dedicava a astronomia). Foi a engenheira de softwares responsável pela Missão Apollo 11, que levou o homem à Lua há cerca de 52 anos atrás
Tem brasileiras na área!
Alessandra Ferraz da Silva Ferreira, matemática, mestra e doutora em Engenharia Espacial pelo INPE, viabilizadora do “Estilingue Espacial”. Sem sombra de dúvidas que no bilionário negócio espacial, qualquer inovação que minimize custos e potencialize lucro é absolutamente importante. Os aperfeiçoamentos também são importantes no que se refere as questões logísticas, manobras operacionais no espaço etc. Pois bem, nossa brasileirinha da Unesp de Guaratinguetá, conseguiu aperfeiçoar um modelo que há 30 anos era experimentado, para baratear o custo de combustível nas viagens. Além da propulsão, o deslocamento das aeronaves ganhou uma “forcinha”. De forma “super criativa”, reduzindo a dependência do uso da propulsão, um cabo de aproximadamente 100 metros com dois objetos fixos nas pontas (Teher), conectado entre o veículo e um corpo celeste, impulsiona o veículo espacial para diferentes direções, sem queimar combustível. “A ideia foi mostrar os benefícios que uma manobra assim pode proporcionar para modificar a órbita da espaçonave”, afirmou a Pesquisadora.
Candidata à ser a primeira mulher astronauta do Brasil, Ana Paula Castro, 27 anos, impressiona.
Há um ano atrás, chegou ao meu conhecimento lá no Instituto Illuminante de Inovação Tecnológica e Impacto Social, que tenho a honra de presidir (www.illuminante.org.br), a notícia de que uma jovem fantástica formada em Engenharia Espacial, em nossa cidade(Brasília), pela UNB, estava a fazer uma vaquinha para conseguir participar de uma Simulação coordenada pela Agência Espacial Europeia, para a qual tinha conseguido ser selecionada. Fui ler o currículo dela e descobri que tinha se formado em escolas públicas ao longo da vida, incluindo a própria Universidade, feito um esforço gigantesco para conseguir ser admitida no Curso de Direito Espacial na China para onde dirigiu-se com o apoio financeiro de amigos e familiares. Foi no Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos do Espaço Exterior onde estagiava, que Ana tomou conhecimento da oportunidade e candidatou-se a uma das vagas abertas, para viver uma Simulação de Missão Espacial no Ambiente Lunar. Senti certa indignação que não tivesse até aquele momento obtido o dinheiro suficiente com a vaquinha para custear as despesas básicas de viagem para o Deserto do Havaí, local da Simulação. Entrei em contato com o amigo, Dr.Cristiano Trein, Diretor de Governança do Setor Espacial na Agência Espacial Brasileira que prontamente participou o caso à Presidência da AEB e em seguida estabeleceu contato com nossa promissora Astronauta, dando-lhe o apoio que precisava.
Em entrevista ao Jornal JOCA , Ana deu o tom de sua recente trajetória e a clareza quanto ao seu Propósito Essencial: “Eu fico muito grata em trazer essa representatividade para o Brasil, não só por ser brasileira, como também pela minha história. Estudei em um colégio público durante a minha vida inteira, me formei em uma universidade pública e tudo o que eu consegui foi com bolsas ou a ajuda de vaquinhas, tanto para ir para a China como para essa simulação, em que tive o apoio da Agência Espacial Brasileira. Quero muito me tornar a primeira astronauta do Brasil para inspirar crianças e jovens e mostrar que, se você persistir, é possível conseguir qualquer coisa. É só investir muito esforço e dedicação, porque nós, brasileiros, temos muito potencial, só nos faltam oportunidades”.
No Futuro estelar certamente estará gravado o olhar a sensibilidade e a atitude feminina destas pioneiras no desbravamento das fronteiras espaciais.
Namastech!