Carol Monteiro, diretora de produção e curadora do Panela Candanga

Feira destaca produtores do DF

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A partir da próxima quinta-feira (6), os brasilienses poderão visitar e participar de uma das maiores feiras artesanais da cidade: o Panela Candanga. O projeto, que chega a sua décima segunda edição, conta com 27 expositores de produtos feitos diretamente no Distrito Federal. A capital encontrará variedades gastronômicas ao longo de quatro dias, no shopping Casapark (SGCV Sul Lote 22).

A história da feira começou em 2016, quando os chefs Mara Alcamim, Gil Guimarães e Francisco Ansiliero buscaram apresentar uma nova perspectiva sobre a gastronomia de Brasília. Já na época, o Panela Candanga ganhou visibilidade nacional e, com isso, construiu um movimento pela valorização local, junto com iniciativas similares, como o Cerrado no Prato. 

“A feira nasceu com o propósito de tornar-se uma próspera ponte entre o pequeno produtor e o grande público. Acreditamos que para comer bem, precisamos saber de onde vem a nossa comida, quem cria e produz o que levamos para nossa casa. Daí a ideia de juntarmos pequenos produtores dedicados à comida de verdade”, conta Carol Monteiro, atual diretora de produção e curadora do projeto.

Reunindo profissionais que vivem no campo e na cidade, cuja preocupação é apostar na qualidade e na saúde para o preparo dos seus produtos alimentícios, o Panela Candanga teve, aproximadamente, cinco mil pessoas em sua última edição. Para a diretora de produção, o fortalecimento das conexões humanas entre quem produz os alimentos e quem os consome no dia a dia é um dos fatores de sucesso para o espaço. 

“Até então, são 12 edições abraçando mais de 200 pequenos empreendedores locais que apresentam a diversidade da produção local, comercializando molhos, conservas, cervejas artesanais, cafés, licores, queijos, doces, pães, compotas, salames e defumados, produtos para alimentação vegana, celíacos e intolerantes”, destaca Carol.  

Segundo a diretora e curadora do projeto, além de oferecer alimentos de qualidade, a feira também possui um caráter educativo com o público. Isso porque, ao longo de todo o festival, busca-se destacar a quantidade de vidas que são beneficiadas em uma cadeia produtiva. Além disso, aspectos como redução dos impactos ambientais e fortalecimento do consumo local são amplamente explorados. 

“É interessante ver as pessoas entenderem que 1kg de café industrializado pode até ser mais barato que 1kg de café artesanal, mas as qualidades apresentadas pelo café artesanal desde o seu preparo até o consumo, são inúmeras ao ponto de serem benéficas para a saúde do corpo e do planeta,  o que justificam completamente o valor apresentado na Feira. Esse é o nosso propósito. Mudar os conceitos e quebrar paradigmas alimentares”, ressalta.

Para Carol, trata-se de uma grande mistura de sabores de Brasília, do Brasil e do mundo que fazem essa verdadeira “panela” de sabores e saberes. Dessa forma, a expectativa para 2023 é que a feira seja ainda mais positiva para os produtores e, também, para a população geral do DF. Carol ainda indica que o intuito da feira é sempre alcançar pessoas de diferentes idades, origens, raças e condições socioeconômicas.

Curadoria especial

Em cada nova edição, o Panela Candanga busca apresentar novidades para o DF. Carol indica que, para a exposição, vários fatores são considerados, entre eles, a diversidade de produtores e produtos. “Isso se aplica, por exemplo, se a produção é feita por mulheres e se o produtor tem origem no campo ou na cidade. A qualidade do que será apresentado desde o preparo até as embalagens,  as técnicas de produção e as origens dos insumos também são pontos que avaliamos; além do tempo de atuação no mercado e a soma que o pequeno empreendimento pode trazer ao evento como um todo”, explica. 

Três perguntas para Carol Monteiro, diretora de produção e curadora do Panela Candanga:

Qual o potencial do DF no que diz respeito à produção gastronômica? 

O DF é o terceiro maior polo gastronômico do país, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, com mais de 10 mil estabelecimentos entre bares e restaurantes. A minha avaliação é a melhor possível. Temos um grande potencial na produção gastronômica, tanto pela diversidade de culturas e sabores que se encontram aqui na capital, quanto pela proximidade com a agricultura familiar e orgânica que abastece a Ceasa e os mercados locais.  

A agricultura familiar do DF produz uma variedade de alimentos, como hortaliças, frutas, plantas alimentícias não convencionais (PANC’s), peixes, flores, plantas medicinais e pequenos animais, como a caprinocultura que se destaca cada vez mais. O queijo de cabra produzido aqui, por exemplo, é um dos melhores que já consumi. 

O que o público pode esperar da feira Panela Candanga?

Diversidade, variedade de produtos, produtos acessíveis a todos os bolsos, boas explicações sobre cada um dos produtos apresentados pelos expositores, atendimentos incríveis, dicas de harmonização e consumo diferenciadas, além de ótimos momentos em um espaço super gostoso, aconchegante e inspirador como o Casapark. 

Qual a importância do apoio do Sebrae/DF para a feira?

Imensurável. Nos coloca em um local de reconhecimento como projeto cultural que entrega qualidade e fortalece o crescimento dos empreendedores parceiros. É um selo de qualidade, sabe. De comprometimento e entrega comprometida.  Além do subsídio aos expositores para que estes tenham menores custos participando do projeto, aumentando suas possibilidades de lucro e por consequência, investimentos no crescimento de suas empresas. Estou muito feliz com essa conquista e apoio que nos impulsiona a crescer e melhorar nossas estruturas físicas e operacionais.