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Banho pet: Banhar a mascote em casa, em vez de levar ao pet shop, exige alguns cuidados, mas pode se tornar um momento de carinho e de aproximação entre o bicho e o tutor
(por Ailim Cabral, da Revista do Correio)
A golden retriever Berenice atende bem aos estereótipos da raça: além de ter um lindo pelo dourado, é muito simpática. Quando escuta a campainha de casa, a filhote de 10 meses corre para “atender” a porta. Pula e lambe as visitas como quem diz “sejam bem-vindos”. Ela participa das conversas e, quando alguém se senta no sofá, não se faz de rogada e se acomoda também.
No entanto, a farra de Berê acaba quando ela vê o secador de cabelo. Com um leve rosnado de medo, ela abaixa o rabo e corre para se esconder. A professora de ioga Deborah Rosa, 30 anos, explica que Berenice toma os banhos sempre em casa e não é muito fã do processo. “Quando era mais nova, ela não ligava muito, mas, hoje em dia, sempre tenta fugir quando percebe que é hora do banho. Ela só se conforma quando já está no box e não tem mais jeito”, conta.
Desde que Berenice entrou na família, Deborah e seu marido são os responsáveis pelo banho. O que começou como uma recomendação da veterinária se tornou um hábito. “Quando ela era bebê, não podia ainda ir ao pet. Começamos a dar o banho e fomos nos acostumando. Hoje, preferimos assim”, garante a professora.
Berenice toma banho no box do banheiro com um xampu para filhotes. O banho leva cerca de 10 minutos, mas o processo de secagem demora um pouco mais. Deborah usa três toalhas para tirar o excesso de água e, em seguida, usa o secador de cabelo. Mesmo depois do processo, a golden ainda fica um pouco úmida e, por isso, Deborah opta por dar o banho de manhã ou nas primeiras horas da tarde, para que Berenice fique sequinha antes do anoitecer.
A tutora é motivada pela segurança — dar banho em casa é uma garantia da qualidade dos produtos usados e do carinho dispensado à mascote. Porém, há cerca de um mês, ela levou a cadela para se banhar no pet shop. A ideia é deixá-la familiarizada com o serviço “caso ela precise ir em algum momento, não vai ser um susto tão grande”, explica. Existe ainda outro aspecto: o econômico. O fato é que o valor alto dos serviços em pet shops não entusiasma muita gente.
A veterinária Salua Carolina Cataneo, da Pet Society, explica que os cães são um pouco mais tranquilos na hora de tomar banho em casa. Em geral, os gatos gostam menos de água e o momento pode ser muito estressante. Dependendo do animal, é preferível levá-lo a um especialista.
Entre os cuidados, é importante estar atenta à temperatura da água. Muitos podem achar que, nos dias mais frios, o ideal é dar banho quentinho nos animais, mas é preciso ter cautela. “A temperatura corporal deles (cães e gatos) já é muito alta, então não se pode exagerar, sob o risco de desencadear alguma reação negativa”, afirma Salua. O ideal é que a água esteja morna ou mesmo fria.
Outro aspecto para o qual Salua chama a atenção são os cosméticos usados. É importante que sejam sempre de uso veterinário. Aqueles feitos para humanos têm um pH (acidez) inadequado para a pele animal. Xampus a seco podem ser usados, mas a aplicação não substitui o banho, alerta a especialista. “Eles são úteis apenas para fazer a manutenção entre um banho e outro”, explica.
Cuidados adicionais
Um dos principais riscos da hora do banho é a otite causada por água ou umidade no ouvido do animal. Para animais com orelhas muito grandes, a veterinária Salua Carolina recomenda protegê-lo com algodão. Tampouco se deve jogar água diretamente no rosto do animal — gentilmente, despeje a água de cima para baixo. Por fim, a secagem deve ser minuciosa para evitar o aparecimento de fungos e dermatites. No caso dos mais peludos, deixe o pet brincar ao sol para facilitar o processo.
Higiene básica
A água do banho deve ser fria ou morna.
Use sempre produtos apropriados para animais.
O condicionador é indicado ou não, a depender da raça. Pergunte ao veterinário.
Use algodão no ouvido dos pets para evitar a entrada de água.
Seque o pet com toalha antes de usar o secador.
Mantenha o secador a uma distância de 30cm. Cuidado para não esquentar demais.
Faça a escovação diária em animais muito peludos, evitando nós.
Os banhos em cães podem ser semanais ou quinzenais, a depender da raça.
Nos gatos, os banhos são mais espaçados — mais de 15 dias de intervalo.
Para acalmar os pets, florais e música podem ajudar. O sistema de recompensa, com petiscos, também pode ser benéfico.
Faça com que o momento seja prazeroso para o bicho. Aproveite para fazer carinho.
Se o cão, por algum motivo, está “mal educado”, não hesite em requisitar o serviço de adestramento. Costuma dar bons resultados, não importa a idade do pet
Os cãezinhos não vêm com manual de instrução, e às vezes os donos têm dificuldade de impor limites à mascote. “Tão pequeno, ele não vai aprontar nada.” “Ele pode dormir com a gente só esta noite.” “Ele é filhote! É normal roer alguns móveis.” “Ele não gosta muito de visitas, fica assustado.” Daí o tempo passa e a bagunça foge do controle. E agora? Como mudar o comportamento de um bichinho que já tem seus hábitos e manias?
O adestrador Vilmar José de Oliveira, da Funcional Dog, atua no campo há 27 anos e garante ter a solução. É interessante educar o pet desde filhote, mas comportamentos indesejados podem ser corrigidos independentemente da idade.
“Tenho inúmeros casos de cães mais velhos, que, com o reforço positivo, tiveram hábitos transformados”, relata. Cada caso é um caso, mas o adestramento leva, em média, três meses. “As pessoas pensam que bichos idosos são incorrigíveis, mas, na verdade, é um choque cultural. Eles apenas precisam se desestressar de alguma forma”, analisa.
Os métodos hoje usados no adestramento são baseados em estudos do comportamento e não em técnicas de punição ou agressão, como muitos pensam. Vilmar trabalha com a técnica “look at that” (olhe para isso), desenvolvida pela norte-americana Leslie McDevitt, especialista em comportamento canino. O método ensina o cão a olhar para certo objeto ou pessoa, em troca de recompensas. “É um treino de troca. Damos alguma coisa melhor do que a que ele tenta proteger”, descreve. O cão aprende que, se agir de determinada forma, será gratificado.
A gerente financeira Priscilla Matsumaga, 31 anos, tem dois spitz alemães — Kiwii, 5, e Woody, 2. O mais velho não era nada sociável e chegava a ser agressivo com quem se aproximava. Além disso, era muito possessivo com seus brinquedos, o que não facilitou a chegada de Woody. O caçula, por sua vez, era muito medroso. “Ele ficava desconfiado das pessoas, tinha medo de outros cachorros e de objetos maiores do que ele”, recorda Priscilla.
A preocupação maior de Priscilla sempre foi com o comportamento irascível de Kiwii. “Tinha muito medo de ele machucar alguém. Quando estava na cama e alguém chegava perto, às vezes acabava mordendo a pessoa.” Como as mascotes eram muito diferentes entre si, a tutora resolveu pedir a ajuda de um profissional. O adestramento logo trouxe resultados: Kiwii, que antes era agressivo, hoje é mais dócil, pede afago e divide os brinquedos com Woody. “Antes, fazíamos carinho por tempo limitado, porque ele rosnava muito. Agora, já solicita carinho e está sempre próximo de todos”, completa.
As melhorias na vida de Woody também foram significativas. Ele já aceita a companhia de cães maiores e não estranha tanto objetos. Para Priscilla, a mudança no comportamento dos pets foi um avanço. “Se eu soubesse que seria tão positivo, teria começado quando eles eram filhotes, porque várias das coisas que eu fazia (para educá-los) descobri que não funcionam.” Ela tentou, por exemplo, repreendê-los com spray de água e os deixou em cômodos separados. Nada disso adiantou… A cada nova tentativa, Kiwii e Woody respondiam com “birras”, como fazer xixi no lugar errado.
Priscilla procura reforçar o comportamento positivo em vez de focar nos erros. Para alcançar o melhor resultado, procura fazer parte do treinamento. Caso contrário, os cães entendem a mensagem que somente o adestrador sabe fazer aquelas “brincadeiras”. “O que eu sempre recomendo para pessoas com cães mais velhos é ficarem atentas aos sinais de estresse, como bocejar muito, espreguiçar-se demais ou se lamber em excesso. Quanto mais estressado, maior o nível de cortisol. É assim que problemas de comportamento e até de saúde começam a surgir”, completa Vilmar.
O beagle Thor, de 6 anos, também teve a vida transformada com o adestramento. Desde filhote, era muito bagunceiro e destruía tudo o que via pela frente. No começo, sua dona, a professora Tainah Rocha, 36, achava que era normal, pois a raça tem fama de ser agitada. Depois de tentar várias abordagens, sem sucesso, partiu para o a adestramento. “Todo dia, quando eu chegava do trabalho, ele tinha comido algum móvel ou alguma roupa. Não sabia mais como lidar e a melhor coisa foi adestrá-lo.” Depois de alguns meses, Thor começou a abandonar os comportamentos indesejados.
Foi uma surpresa positiva, admite a tutora. Hoje, caminha normalmente na rua com o cão, coisa que antes era impossível. “É ótimo ver que ele aprendeu e, agora, não é mais uma preocupação deixá-lo sozinho, por exemplo. A gente ama tanto esses bichinhos, mas, quanto eles aprontam, ficamos desesperados”, brinca.
Por Marília Padovan*, da Revista do Correio
* Estagiário sob supervisão de Gustavo T. Falleiros.
Pet saúde: Alguns cachorros apresentam mudança na tonalidade dos pelos. O problema pode ser causado por inúmeros fatores, como exposição solar e até alimentação.
Os cães podem ter a coloração dos pelos alterada por diversos fatores. Alergias, manchas hereditárias, doenças parasitárias (sarna, fungos e bactérias), reações inflamatórias, cicatrizes, alterações hormonais, medicamentos e até mesmo câncer de pele são algumas razões para a mudança de tom da pelagem. “Uma doença comum, em especial no verão, é a dermatite actínica, causada pela exposição solar crônica. É mais frequente em animais com pele e pelagem claras, e com pelo curto”, alerta a médica veterinária Cláudia Godoi, do Hospital Veterinário São Francisco. De acordo com ela, as raças mais afetadas são pitbull, bull terrier, boxer e dálmata, e as lesões ocorrem principalmente no nariz, focinho, pálpebras, abdômen, orelhas e lábios.
Cláudia explica que, no início da doença, a pele fica vermelha e mais espessa, o que acaba por acumular queratina e obstruir os poros do pelo do animal. Isso possibilita o surgimento de infecções oportunistas, com formação de crostas e até de pus.
“Paralelo a isso, os melanócitos (células responsáveis pela coloração da pele), na tentativa de proteger a pele do sol, liberam melanina. Assim, ela fica mais escura, sem elasticidade e espessa”, explica.
Nessas condições, podem ocorrer diversas feridas, úlceras, e neoplasias (câncer de pele). Para proteger os pets, existem os protetores solares específicos para animais. Esses produtos têm uma consistência mais firme, além de sabor amargo para impedir lambeduras e ingestão do produto. “Além disso, devemos evitar os passeios nos horários mais quentes do dia, manter sempre uma sombra para os animais em casa e água fresca disponível”, acrescenta a profissional.
Outras razões
De acordo com a também veterinária Talita Borges, da Dermatopatas, a melanotriquia — forma mais comum de hiperpigmentação do pelo — é pós-inflamatória. Acontece quando as áreas que sofreram algum trauma produzem mais pigmento ao redor da lesão. “A exposição aos raios ultravioletas é considerada um trauma, assim como a cicatrização de feridas profundas ou de vacinas, que também podem levar à alteração de coloração”, esclarece Talita.
Esse quadro é mais comumente observado em algumas raças, como yorkshire, poodle e sheepdog. “O mecanismo exato da hiperpigmentação dessas doenças é desconhecido. Estudos sugerem que a pele libera localmente fatores que estimulam as células produtoras de melanina, os melanócitos”. Talita explica que esses fatores estão presentes na pele do bichano saudável, só que em níveis baixos. Suas atividades são aumentadas em resposta ao trauma e ao estresse cutâneo. Vale ressaltar também que, nesse caso em especial, a mudança da cor do pelo pode ser considerada um problema estético, já que é decorrente de um processo pós-traumático, ou seja, o trauma não está mais ocorrendo.
O poodle Freddy, 5 anos, passou a apresentar algumas mudanças intermitentes na coloração da pelagem, logo após tomar algumas vacinas obrigatórias. O pelo dele, que é naturalmente claro, entre o branco e o creme, ganhou manchas marrons ao longo do dorso. A veterinária do animal foi quem percebeu a mudança, mas acalmou os tutores do cachorro, Rubem Sardou e a filha Marcela. “No caso dele, foi mais uma preocupação estética”, relata. Assim, não há motivos de alarde, e pai e filha restringem os cuidados com a aparência de Freddy às sessões semanais de banho e tosa.
Além do uso de medicamento, alterações no ph da pele do bicho também podem modificar a aparência dos pelos. Há indícios de que o problema seja resultado de uma alimentação altamente proteica. O quadro ainda piora os sintomas da lágrima ácida, que também agravam o processo. “Mas isso ocorre em regiões localizadas, como patas, ouvidos e olhos. Nunca no pelo todo. Geralmente, a mudança de cor é causada pelo fato de o animal estar se lambendo e coçando por causa da alteração”, esclarece Luiz Fernando Machado veterinário da clínica Hospital Veterinário Oliver.
O olho seco ou lágrima ácida modificam a coloração da pelagem por causa da secreção que produzem. Assim, afetam especialmente os pelos ao redor dos olhos, dando dicas da existência de uma possível alergia no local.
“Uma das maiores causas desses pruridos são de condições alérgicas. A exposição ao sol pode agravar os sintomas, aumentando a coceira, por exemplo”, explica Luiz. “Ao se lamber, o cão deposita uma quantidade maior de saliva na região afetada, principalmente nas patas, e é esse excesso de saliva que muda a coloração dos pelos”, acrescenta.
“Uma doença comum (que muda a cor da pelagem), em especial no verão, é a dermatite actínica, causada pela exposição solar crônica. É mais frequente em animais com pele e pelagem claras, e com pelo curto”
Cláudia Godoi, médica veterinária
(da Revista do Correio)
Saúde Pet: Se vai levar os pets para curtir a praia ou a piscina não se esqueça de que o organismo dos animais funciona de maneira diferente do nosso e pede cuidados específicos no verão
O verão é um convite para fazer atividades ao ar livre. Se você tem um animal de estimação, a companhia dos bichos é uma combinação perfeita para o momento. Pode ser em um passeio na rua, no parque, uma viagem à praia ou um mergulho de piscina. Porém, para aproveitar cada minuto com esses amigos, em temporada de clima quente, é preciso ter cuidado.
A veterinária Talita Borges conta que o primeiro passo é hidratar bem o animal. A quantidade de líquido a ser ingerido varia muito, pois depende de fatores como a umidade registrada no dia, a alimentação e algumas características individuais.
“O mais importante é manter água limpa e à vontade. Troque-a várias vezes ao longo do dia e a deixe em um local onde possa permanecer fresca e fria”, explica.
Segundo o veterinário Gustavo Seixas, a quantidade recomendada para cada cão é de aproximadamente 60 ml diários, por quilo de peso. Já os gatos têm a preferência por águas correntes. “Aqueles recipientes com bomba de água, que promovem circulação constante, podem ser um atrativo para os bichanos,”, sugere o especialista.
A jornalista Lorena Fortes tem sempre a companhia do fiel amigo Luke Skywalker, um maltês de 2 anos. Juntos, curtiram há poucos dias as férias no litoral do Piauí. Luke estava bem preparado para enfrentar o calor nordestino. Na bagagem dele, havia protetor solar, garrafinha de água personalizada, colete salva-vidas, óculos de sol, roupão e toalha de banho. “Ele fica doido com o mar. É a segunda vez que vai à praia”, conta Lorena.
Lorena não deixa Luke mergulhar sozinho nem mesmo na piscina. Quando ele quer entrar na água, ela sempre o acompanha. Logo após a diversão, ela dá um banho completo no pet, sem esperar que os pelos sequem sozinhos, para evitar fungos. “Muitas pessoas não dão banho no cachorro depois de levá-lo ao mar ou à piscina. Isso pode causar vários problemas. Eu só o deixo molhado enquanto estamos na praia, mas quando volto para casa, dou banho e seco”, conta.
Longe do litoral, Lorena não descuida dos cuidados com Luke em dias de sol muito forte. Ela costuma levá-lo frequentemente para passear, mas, em horários que o asfalto não esteja muito quente. “Só saio quando o chão não está quente, para não queimar as patinhas dele”, acrescenta.
Aliás, essa é uma das preocupações dos veterinários. Quando o asfalto está quente, de fato, pode machucar as patinhas dos bichos. “O chão quente pode causar queimaduras nos coxins (almofadinhas das patas). Nesse caso, a queimadura não aparece imediatamente e pode demorar alguns dias até que se notem alterações no local”, alerta o veterinário Gustavo Seixas. Os cuidados valem também para a diversão na areia. A orientação é que, quando o sol estiver a pico, o ideal é passear na grama ou nas calçadas com sombras. Quando o animal estiver na praia ou perto da piscina, vale a mesma regra de manter o bicho em local fresco.
Mais que sombra e água fresca
Os cães não têm um sistema de transpiração como o do humano. Para isso, eles adotam uma respiração ofegante. Funciona assim: o ar passa pela língua, seca a saliva e, isso baixa a temperatura do sangue que circula pelo corpo. Os felinos, por sua vez, eliminam calor, principalmente, por meio das patas e, claro, pela respiração. Por isso, observe quando esses animais estiverem respirando com a boca aberta, pois pode ser sinal de dificuldade respiratória. Outra dica é evitar expor o gato ao sol nos dias quentes e não deixá-lo se esconder em lugares abafados. Manter o ambiente arejado, com boa ventilação e até ar-condicionado também ajuda os bichanos a se refrescarem nas altas temperaturas.
Cães das raças braquicefálicas, ou seja, com o focinho curto, devem receber uma atenção maior, porque eles sentem mais os efeitos do calor. “Buldogues e pugs sofrem com o estresse e a hipertermia (temperatura corpórea elevada). Eles podem ter obstruções respiratórias que dificultam a inspiração e a troca de calor, o que é agravado com a obesidade”, esclarece a veterinária Talita Borges.
Animais com pelagem densa também passam por dificuldades no verão, como o husky siberiano, o malamute do alasca, o chow chow e o são bernardo. Entre os gatos de pelagem comprida, os persas e os himalaios são os que mais sentem quando a temperatura sobe. Por isso, é comum pensar que o animal peludo está sofrendo com o calor e que tosá-lo resolve o problema.
“Todo mundo acha que o animal está morrendo de calor por eles usarem aquele ‘casaco de pele’. Mas algumas raças, como spitz, golden retriever e os felinos, em geral, não têm indicação de tosa. Para os que têm pelagens longas, como o shih tzu e yorkshire, indico optar pelo tamanho médio dos pelos”, orienta a veterinária Talita.
Isso porque os bichos não transpiram pela pele como os seres humanos. Isso faz com o que a compensação térmica deles seja diferente da nossa. Nesse caso, o pelo serve como isolamento térmico e protege contra queimaduras e câncer de pele quando há excesso de exposição solar. Inclusive uma das recomendações dos veterinários é aplicar protetor solar específico antes da exposição ao sol.
(da Revista do Correio)
Doenças genéticas: Muitos donos de gatos as desconhecem. É importante ter consciência desses males para providenciar tratamentos preventivos
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de gatos em domicílios foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 felino por lar, sendo persa e siamês as raças mais comuns. Normalmente, os tutores se cercam de cuidados para receber os bichanos em casa, mas ignoram o fato de que certas raças têm predisposição genética a algumas doenças.
A policial civil Maíra Abdalla (foto), 40 anos, sempre gostou muito de gatos, mas foi pega de surpresa quando o persa Luck, de 12 anos, desenvolveu a doença do rim policístico (também chamada de PKD ou policistic kidney disease). Aos 7 anos, o gatinho começou a se alimentar muito mal. O diagnóstico foi confirmado com um exame de sangue. “Eu não sabia que a PKD era comum nessa raça. Foi muito triste, porque o problema acaba com o bichinho, que fica muito fraco”, conta a policial.
A doença do rim policístico é caracterizada pelo surgimento de cistos em ambos os rins. A longo prazo, ela causa falência renal. Infelizmente, não há muito a ser feito depois que a doença é descoberta, mas alguns cuidados ajudam a aumentar a expectativa de vida dos pets. “O Luck tem seis cistos em um rim e cinco no outro. Ele foi definhando aos poucos, mesmo com os medicamentos prescritos. O que realmente ajudou foi a acupuntura, que ele faz quinzenalmente”, revela a dona. Além disso, o felino segue uma dieta especial e é estimulado a beber muita água.
A médica veterinária Cláudia Godói, especializada em reprodução animal, explica que a predisposição das raças tem um caráter hereditário.
“Se o pai ou mãe tiverem a doença, há chances de o filhote ter também. Se for uma patologia hereditária dominante, é certeza de que a cria também sofrerá do mesmo problema”, afirma.
A raça persa é uma das mais suscetíveis a males genéticos — quase todos os indivíduos têm alguma dificuldade respiratória devido ao focinho achatado (síndrome braquicefálica).
Os persas também podem desenvolver cardiomiopatias, como é o caso da gatinha Mel, de 12 anos. Há dois anos, em uma consulta de rotina, o veterinário notou algo diferente ao ouvir o coração da mascote e pediu um exame cardiológico. Com espessura maior nas paredes do coração, Mel foi ficando cada vez mais lenta. Apesar disso, a doença está controlada e os medicamentos foram interrompidos. “Sempre soube de problemas de rim na raça persa, mas não tinha ideia dessa condição cardíaca”, comenta o tutor de Mel, o analista legislativo Alexandre Delgado, 42. A felina passa por checapes cardíacos anuais, para acompanhar a evolução do quadro.
De acordo com a veterinária Daniela Figueiredo, especialista em felinos, as predisposições da raça nem sempre se confirmam. O que se sabe é que os bichanos das raças maine coon e ragdoll são fortes candidatos a desenvolver cardiomiopatia hipertrófica (CMH), principal cardiopatia dos felinos. Outra doença muito comum entre indivíduos maine coon é displasia coxofemoral — problema ortopédico caracterizado pelo desenvolvimento anormal do acetábulo e da cabeça do fêmur.
Já os felinos da raça manx têm predisposição a doenças genéticas ligadas a defeitos na coluna vertebral e do sistema nervoso. “Dependendo de como esses defeitos se manifestam, podemos observar paresia (disfunção ou interrupção dos movimentos) de membros posteriores, atonia da bexiga (falta de tônus muscular) e incontinência fecal ou urinária”, acrescenta Daniela Figueiredo. A síndrome da cauda equina também é característica da raça. A doença causa dores intensas na região lombar e pode levar à perda dos reflexos e atrofia dos músculos. “Quando se compra um gato de raça, é importante saber a procedência do gatil e dos pais do filhote, a fim de identificar eventuais patologias genéticas”, aconselha a veterinária.
Predisposições
Siamês
Asma, amiloidose (acúmulo proteico anormal em diversos órgãos e tecidos celulares) e cardiopatias congênitas.
Angorá
Surdez, cardiomiopatia hipertrófica (músculo cardíaco ampliado) e ataxia (doença neuromuscular fatal que afeta os felinos ainda filhotes).
Bengal
Neuropatia distal (distúrbio no sistema nervoso que provoca fraqueza), luxação da patela e displasia coxofemoral.
Aby
Síndrome de hiperestesia (problema neurológico que pode levar os gatos a se limparem excessivamente), luxação da patela e atrofia progressiva da retina.
Scottish fold
Osteocondrodisplasia, doença em que ossos e cartilagens se desenvolvem de forma anormal.
Assista o vídeo:
(da Revista do Correio)
Viajar com Pet: Antes de sair de férias com os animais de estimação, saiba como garantir o conforto deles durante a viagem. Se eles não podem ir, escolha um hotel específico e seguro
Quem tem um animal de estimação em casa sabe que o bichinho se torna um importante membro da família. Todos os momentos são especiais com ele e, por isso, vale a pena pensar em tudo o que forem fazer juntos, inclusive uma longa viagem: seja de ônibus, seja de avião ou até mesmo uma viagem de carro na companhia deles. Mas surge a dúvida: quais os cuidados devemos ter ao viajar com os pets?
Primeiro passo, procure um veterinário. O profissional, além de fazer as orientações necessárias, verificará se as vacinas e os vermífugos estão em dia. Segundo a veterinária Lorena Andrade Nichel, ele ainda indicará métodos e remédios para evitar enjoos e vômitos. Isso porque os pets que não têm costume de passear de carro poderão apresentar esses sintomas. “Indicamos até mesmo calmantes para evitar estresses e inquietações durante a viagem. Nunca faça isso por conta própria, pois algumas medicações podem causar efeitos reversos”, alerta, Lorena.
Os animais precisam estar confortáveis e seguros em relação às temperaturas elevadas, principalmente para os bichos braquicefálicos, como pugs, bulldogs, pequinês, shih-tzu, ou qualquer outro com a “cara amassada”, que tendem a passar mal em ambientes de muito calor.
“A decisão do destino também é muito importante. Algumas raças de cães e gatos têm particularidades com relação à respiração e podem ter hipertermia (incapacidade de reduzir e manter a temperatura interna do corpo) nas épocas mais quentes”, ressalta.
Outra dica é fazer algumas pausas durante o percurso. “Essas paradas servem para pequenos passeios, por alguns minutos. Isso evita o estresse de passar horas dentro do carro”, orienta a profissional.
Dicas
Pet friendly são estabelecimentos como restaurantes, hotéis, pousadas
e lojas que aceitam a presença dos bichos. Antes da viagem, porém,
é bom pesquisar quais são esses locais que permitem
passear com os animais.
Se eles ficarem
Nem sempre é possível levar os animais nas viagens. Outra opção é deixá-los em hotéis especializados. Alguns cuidados devem ser tomados antes de hospedá-los, como procurar os que tenham veterinários de plantão. Assim, o dono do animal terá segurança se houver qualquer contratempo.
São muitas as exigências dos hotéis, porém. “As vacinas precisam estar em dia e devem ser comprovadas em carteira de vacinação carimbada e assinada por um veterinário. Eles precisam ter sido vermifugados há, no máximo, três meses e passarem por consulta veterinária e comportamental para saberem se estão bem de saúde, se não apresentam doenças evidentes e, principalmente, se estão livres de pulgas e carrapatos. Além disso, é preciso certificar-se de que são adaptáveis ao local da hospedagem”, detalha a veterinária Lorena
Desafios do percurso
Viajar com um pet exige disposição para fazer adaptações. Eles precisam estar presos e seguros durante o passeio para não atrapalhar quem está dirigindo e, também, para que não se firam em possíveis acidentes. Para isso, é recomendável o uso de uma coleira peitoral com adaptadores para fixar ao cinto de segurança do carro ou, se preferir, uma caixa própria para animais de acordo com o tamanho dos bichos. Se optar pelas caixas, observe se o pet consegue se levantar e dar uma volta em torno de si. Isso garante o conforto durante a trajetória.
A jornalista Bruna Lauermann, 23 anos, tem um fiel amigo de apenas 8 meses, o vira-lata Tobias. Ele sempre está ao lado da jovem durante as viagens. A Bruna é gaúcha, mas mora em Brasília e vai regularmente ao Rio Grande do Sul para visitar a família. Assim, desde quando ela o adotou, viaja em companhia do seu amigo.
O Tobias é acostumado a viajar de avião. Na primeira vez, a tutora seguiu todas as orientações para não causar desconforto ao cão. “A veterinária orientou dar um comprimido para evitar vômitos e enjoos”, relata. Porém, o remédio por si só não adiantou muito. O Tobias ficou exausto e a Bruna resolveu tentar outro método. “O que adiantou mesmo foi eu sair para correr e brincar bastante com ele no dia anterior à viagem. Isso fez com que ele ficasse quieto”, explica.
Pensando no bem-estar do pet, Bruna, inclusive, mudou seus planos quando decidiu passar as festividades de fim de ano com a família no Sul. Como Tobias já não é tão pequenino, resolveu pegar a estrada com o companheiro. “Ele já está grande e, para evitar que ele fosse despachado, eu e meu marido decidimos ir de carro”, conta.
A viagem na estrada rumo a Porto Alegre, normalmente, dura 20 horas. Porém, o casal fez o trajeto em dois dias porque precisou parar no caminho várias vezes para Tobias se aliviar. “Tínhamos que adivinhar quando ele queria fazer xixi e cocô. Observávamos o momento em que ele estava mais agitado, andando de um canto para o outro, e descíamos do carro. Às vezes, era alarme falso”, conta Bruna.
A maior dificuldade, porém, foi encontrar estabelecimentos pet friendly pela estrada, em que pudesse ter a companhia do animal. “O mais complicado foi nos restaurantes. Meu esposo comia e eu ficava com o Tobias no carro. Depois, era a minha vez”, relembra. Tobias, em compensação, desfrutou as refeições calmamente. No cardápio, aquilo que já estava acostumado: ração, petisco e água natural. Apesar do cuidado, no fim da viagem, ele já estava muito cansado e não queria comer. Até que chegaram ao destino.
(da Revista do Correio)
Adotar um animal de estimação faz muito bem às crianças da casa. Os adultos, porém, devem estar conscientes que terão de assumir os principais cuidados
Nesta época do ano, milhares de crianças estão felizes com o presente mais fofo que papai Noel poderia dar: um bichinho. Essa alegria, porém, vem acompanhada de grandes responsabilidades. A primeira atitude quanto ao novo membro da família é levá-lo ao veterinário. O profissional verificará se o pet está saudável e prescreverá as primeiras vacinas e vermifugação.
Outra preocupação imediata é ensinar o pet a usar o “banheiro”, de modo a evitar mau cheiro e sujeira. Para donos de cães que moram em apartamentos menores, o veterinário Edson Júnior recomenda tapetes higiênicos.
“Há várias opções no mercado, incluindo descartáveis e laváveis. Eles têm ferormônios que chamam a atenção dos animais”, explica. Os gatos, por sua vez, costumam se adaptar facilmente à caixa de areia.
À parte o aspecto higiênico, os tutores de primeira viagem logo precisam estabelecer uma rotina de passeios (no caso dos cães). As saídas costumam coincidir com as necessidades fisiológicas dos bichos, mas seus benefícios vão muito além. “Essa regularidade é útil, principalmente, quando o dono do pequeno não pode ficar com a mascote o dia todo e tem que deixá-la sozinha”, esclarece Edson Júnior.
O veterinário alerta ainda para as doenças mais comuns dos filhotes que chegam ao seu consultório: pavavirose canina, cinomose, giardíase canina, entre outras. Ele aconselha aos donos pedir um exame de sangue completo do animal. “Antes de pensar na caminha, na roupinha e no nome, o ideal é correr para o consultório para verificar a saúde do bicho”, aconselha.
A cirurgiã-dentista Stephany Castro, 21 anos, ganhou a shih-tzu Catarinna da sua mãe — a mascote anterior a ela, da mesma raça, havia sido roubada há cerca de um ano. Desde que chegou à casa de Stephany, Catarinna é cuidada com todo amor e atenção: as vacinas estão em dia e até a água da tigela é servida gelada em dias de calor. Fazem parte da sua alimentação ração, carne, verduras e petiscos.
Quando Catarinna ficar prenha, Stephany planeja doar os filhotes para seus sobrinhos. “Não daria para qualquer criança, porque temos o hábito de supervisionar e de impor a responsabilidade nelas, o que talvez não ocorra em outra família”, diz.
Adestramento
O veterinário Edson Júnior ressalta que não se deve brigar e, muito menos, bater no animal quando ele for custoso. O bicho achará que a “arte” é uma forma de chamar a atenção. “O ideal é ensinar a atitude desejada para o pet e, quando ele agir corretamente, dar petiscos como um reforço positivo”, ressalta. Dependendo do caso, ele aconselha a procurar um adestrador, que saberá identificar os pontos a serem trabalhados.
Fruto de um resgate
A fotógrafa Amina Freitas, 22 anos, tem em casa três cadelas: a Sophia (pinscher), a Zara (labrador) e a recém-adotada Diana (vira-lata). Diana tem cinco meses e um histórico emocionante: a mãe dela foi resgata da rua por uma conhecida de Amina. A cadela, mestiça da raça dachshund, estava prenha. “A mãe da Diana aparenta ter 6 anos de idade. Ela foi acolhida e cuidada até o nascimento dos filhotes. Idosa, tiveram dificuldade de achar um dono para. Infelizmente, ninguém quer adotar um cachorro mais velho”, lamenta.
Ao saber da história, a Amina Freitas se comoveu e aproveitou a oportunidade para dar um presente muito especial para sua filha, Anya, de apenas 1 ano. “Eu queria muito um filhote para crescer com ela. Fui atrás de diversos grupos de adoção de animais na internet, quando, por acaso, vi a publicação sobre Diana e seus irmãos”, relata.
A vida da Amina sempre foi repleta de cachorros. Quando ela era pequena e filha única, os pais lhe providenciaram companhia canina. A primeira foi Naya, uma cocker que viveu 12 anos. A fotógrafa acredita que a presença de animais é muito importante para a formação e a autonomia das crianças. Porém, sabe que não se dispensa o acompanhamento de um adulto. “As pessoas precisam entender que as crianças não têm capacidade de cuidar sozinhas de animais. Eu dei a Diana para a Anya, que é um bebê, porém a responsabilidade é minha”, garante.
(da Revista do Correio)
Carroças proibidas: Norma publicada no Diário Oficial do DF é comemorada por entidades de proteção de animais e criticada por carroceiros. Texto permite ainda eutanásia de bichos em sofrimento
A partir de dezembro de 2018 estará proibida a circulação de cavalos em vias do Distrito Federal. A regra está prevista na Lei nº 5.756, publicada na edição de ontem do Diário Oficial do DF (DODF), que permite ainda a eutanásia de animais em sofrimento. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) vetou o projeto de autoria do deputado Joe Valle (PDT), eleito presidente da Câmara Legislativa do DF para o biênio 2017-2018, mas o Legislativo manteve a aprovação. O carroceiro que desrespeitar as normas terá o veículo removido ao depósito do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) e precisará pagar taxas e multas (leia O que diz a lei).
Os trabalhadores que usam a carroças como meio de transporte e como parte essencial da geração de renda criticaram a lei. É o caso de Valdeci Pereira dos Santos, 57 anos, que há 30 exerce a função. Ele conseguiu criar os filhos de 27 e de 23 anos com o que ganhou graças ao ofício. Ajudou, inclusive, a pagar o curso de administração da caçula em uma universidade particular de Taguatinga. “Vão ter que dar emprego para muita gente. Com a situação que está hoje, nós vamos viver de quê?”, questiona. “O desemprego está demais. Minha carroça é emplacada, tenho carteira do Detran, cadastro na administração, meus dois cavalos são chipados e ando direitinho”, defende.
Severino Milton da Silva, 62 anos, é carroceiro há 22. Ele tem um cavalo e uma mula. Sem saber ler, encontrou sustento na profissão. O homem consegue pouco mais de um salário mínimo por mês e paga R$ 320 de pensão para a filha. “Se tirarem minha carroça, não tenho mais o que fazer. Não tenho leitura nem profissão. Não sei dirigir e vivo disso aqui”, relata. “Não são todos os carroceiros que judiam dos animais. Não é por causa de um que todos devem ser prejudicados. Os meus comem dois sacos de ração por semana que custam R$ 50 cada. Jamais bati, porque não tenho coragem.”
Já a Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima) comemorou a decisão. De acordo com o grupo, o projeto foi elaborado e supervisionado por eles, entretanto, ainda há um desafio pela frente.
“Esperamos que o governo consiga atender às mudanças de forma satisfatória. Esse período de dois anos (até a norma passar a valer) precisa ser aproveitado para que a lei consiga sair do papel”, afirma a coordenadora do Projeto Pangaré, Antoniana Osttoni.
Para o Movimento Nacional de Catadores, o grande problema não é a proibição das carroças, mas a falta da implementação da coleta seletiva no Distrito Federal. Segundo eles, a atividade na cidade não é aproveitada adequadamente. Com isso, os catadores necessitam dos animais para exercer o trabalho. O deputado Joe Valle afirma que a lei tem dois objetivos principais: acabar com o sofrimento animal e oferecer mais qualidade de vida aos carroceiros. “Morrem mais de 500 cavalos por ano, além do risco no trânsito”, diz. “Com as novas regras os trabalhadores podem ter um modelo específico de transporte, como triciclo ou outro veículo melhor adaptado”, completa.
Com a nova norma, o trabalhador que tiver a carroça e o animal apreendidos poderá resgatar o bicho e a carga em até 30 dias, após o pagamento de R$ 50 mais as taxas referentes ao cuidado do animal, que variam de R$ 30 a R$ 300. Se o dono não o procurar, ele poderá ser doado. A lei prevê o desenvolvimento de políticas públicas para a formação e a qualificação dos profissionais que migrarem para outros meios de transporte. Um dos dispositivos determina ainda a possibilidade de eutanásia de cavalos, mulas, jumentos, bodes, vacas e bois. Já existem normas nacionais que regulam esse tipo de procedimento, instituídas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Ceia de Natal: Se quiser incluir seu bichinho na festa, invista em alimentos apropriados para pets. Assim, a Noite Feliz não terminará no veterinário
Os festejos de fim de ano culminam na grande ceia natalina. Todos sentados ao redor da mesa decorada e o pet só de olho, esperando a oportunidade perfeita de conseguir um pedacinho de peru ou de chester. É nessa hora que o coração amolece e o dono acaba cedendo. Não deveria: saiba que, nesta época do ano, a procura por atendimento veterinário aumenta cerca de 30%, sendo que uma das principais causas é a ingestão de alimentos “impróprios”.
A publicitária Ana Carolina Dias, 21 anos, sabe muito bem como é difícil negar pedidos da mascote, Nina. “Ela é uma gata, mas tem alma de cachorro. Nessas comemorações, fica sempre deitada em volta da mesa, encarando todo mundo como quem diz: ‘Você não vai me dar um pedacinho?’”, brinca a tutora. Muitas vezes, a gatinha reclama, mia e chora. Quando é assim, Ana prefere servir um pouco mais de ração para evitar qualquer deslize com comidas gordurosas. “É de cortar o coração vê-la pedindo um petisco, mas sei que é melhor não dar.” Alguns Natais atrás, o avô de Ana Carolina não resistiu aos encantos da gata e a serviu com um pedaço de tender. Na hora, foi só alegria. Mas, um tempo depois, Nina começou a passar mal e teve diarreia. “Desde então, eu proibi. Ninguém pode dar mais nada a ela.”
O médico veterinário Marcello Machado explica que os alimentos “festivos”, como peru e proteínas em geral, são muito gordurosos, temperados e repletos de sódio. Quando as pessoas os oferecem aos pets, eles ficam com a flora intestinal desregulada, o que pode ocasionar vômitos ou disenteria. “Os bichos têm uma alimentação muito regrada e se, de repente, isso muda, não é bom para eles.” O especialista confirma que as ocorrências do gênero se multiplicam no fim do ano.
Mas, afinal, quais são as comidas que os pets não podem comer de modo algum? Os panetones, tão característicos da época, devem ser evitados a todo custo. “As frutas cristalizadas e a massa da sobremesa têm muito açúcar, o que causa fermentação intestinal”, explica Marcello Machado. Chocotone está vetado, pois chocolate é altamente tóxico para os animais. A rabanada, além de doce, é frita e deve ficar longe das tigelas de cães e gatos. “É feita de pão, gordura, açúcar… Tem tudo que eles não podem comer”, ensina o veterinário.
Teoricamente, peru e tender podem ser servidos, mas em pequenas quantidades e sem condimentos gordurosos (molhos e temperos). É importante também atenção com os ossos, pois são quebradiços e podem perfurar o estômago ou o intestino do animal. Peixes são nutritivos, mas o bacalhau não serve para os animais, pois é muito salgado. Já a farofa tem amido em excesso, o que também oferece perigo. Castanhas e nozes são pequenas e parecem inofensivas, mas, na verdade, contêm excesso de óleo, o que pode desencadear a diarreia. E, atenção, macadâmia é altamente tóxica.
Da mesma forma, estão proibidos alho, uva passa, uva, cebola e cereja. “Quando falamos de alimentos tóxicos, o mais grave é a questão da diarreia severa. Ela leva à desidratação e o animal precisa ser internado para tomar soro. O verão e o calor contribuem para isso”, comenta Marcello Machado. Doces em geral também não são indicados aos bichinhos. Eles têm açúcar e podem causar fermentação intestinal, o que leva à dilatação do abdômen e a dor severa. Além disso, a sacarose afeta a dentição.
Ana Peixoto, 30 anos, é publicitária e dona do shih-tzu Chico. Adepto da alimentação natural, o cãozinho segue uma dieta rígida sugerida por sua nutróloga. Alguns petiscos, como frutas e ovo de codorna, são permitidos. Chico tem algumas restrições alimentares, como quiabo, cenoura e trigo, mas o apetite é inabalável. “Ele adora comer de tudo. O que der, ele aceita.” Assim, em épocas festivas, como Natal e ano-novo, Ana fica sempre de olho para Chico não extrapolar.
“As pessoas não entendem que, mesmo pedindo, há coisas que ele não pode comer.” Seu prato natalino favorito? Peru! Chico provou uma vez e, depois disso, pede sempre. Ana dá, mas nunca em excesso. Para ela, uma ótima opção nesses momentos são os alimentos especiais que o mercado pet oferece. “É interessante optar pelos produtos voltados para eles”, diz.
O médico veterinário Marcello Machado concorda: “São alimentos com aparência e aroma especiais, mas que são balanceados e oferecem benefícios.” Para evitar que os bichinhos ataquem a mesa da ceia, o ideal é nunca deixar a comida desprotegida, pois, a qualquer descuido, eles podem atacar.
Eis uma receita que tanto tutores quanto bichos podem comer (moderadamente):
Ingredientes
100 g de frutas secas (exceto uva-passa) sem açúcar
100 g de nozes, amêndoas ou castanha-do-pará
100 g de coco seco ralado sem açúcar
2 colheres (sopa) de melado de cana
2 ovos
125 g de farinha de trigo integral
2 colheres (sopa) de farinha de rosca
Um pouco de água morna
Modo de preparo
Coloque as frutas secas de molho por 30 minutos em água. Pode ser figo, banana, maçã, damasco, mamão etc. A uva-passa está proibida. Em seguida, escorra a água e corte em pedaços. Misture-as com os outros ingredientes, coloque um pouco de água morna e mexa até dar liga na massa. Deixe a massa descansar por 30 minutos. Pré-aqueça o forno a 180°C.
Coloque a massa em forminhas de minipanetones e asse por 40 minutos ou até o palito sair seco do bolinho.
(da Revista do Correio)