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Banho pet: Banhar a mascote em casa, em vez de levar ao pet shop, exige alguns cuidados, mas pode se tornar um momento de carinho e de aproximação entre o bicho e o tutor
(por Ailim Cabral, da Revista do Correio)
A golden retriever Berenice atende bem aos estereótipos da raça: além de ter um lindo pelo dourado, é muito simpática. Quando escuta a campainha de casa, a filhote de 10 meses corre para “atender” a porta. Pula e lambe as visitas como quem diz “sejam bem-vindos”. Ela participa das conversas e, quando alguém se senta no sofá, não se faz de rogada e se acomoda também.
No entanto, a farra de Berê acaba quando ela vê o secador de cabelo. Com um leve rosnado de medo, ela abaixa o rabo e corre para se esconder. A professora de ioga Deborah Rosa, 30 anos, explica que Berenice toma os banhos sempre em casa e não é muito fã do processo. “Quando era mais nova, ela não ligava muito, mas, hoje em dia, sempre tenta fugir quando percebe que é hora do banho. Ela só se conforma quando já está no box e não tem mais jeito”, conta.
Desde que Berenice entrou na família, Deborah e seu marido são os responsáveis pelo banho. O que começou como uma recomendação da veterinária se tornou um hábito. “Quando ela era bebê, não podia ainda ir ao pet. Começamos a dar o banho e fomos nos acostumando. Hoje, preferimos assim”, garante a professora.
Berenice toma banho no box do banheiro com um xampu para filhotes. O banho leva cerca de 10 minutos, mas o processo de secagem demora um pouco mais. Deborah usa três toalhas para tirar o excesso de água e, em seguida, usa o secador de cabelo. Mesmo depois do processo, a golden ainda fica um pouco úmida e, por isso, Deborah opta por dar o banho de manhã ou nas primeiras horas da tarde, para que Berenice fique sequinha antes do anoitecer.
A tutora é motivada pela segurança — dar banho em casa é uma garantia da qualidade dos produtos usados e do carinho dispensado à mascote. Porém, há cerca de um mês, ela levou a cadela para se banhar no pet shop. A ideia é deixá-la familiarizada com o serviço “caso ela precise ir em algum momento, não vai ser um susto tão grande”, explica. Existe ainda outro aspecto: o econômico. O fato é que o valor alto dos serviços em pet shops não entusiasma muita gente.
A veterinária Salua Carolina Cataneo, da Pet Society, explica que os cães são um pouco mais tranquilos na hora de tomar banho em casa. Em geral, os gatos gostam menos de água e o momento pode ser muito estressante. Dependendo do animal, é preferível levá-lo a um especialista.
Entre os cuidados, é importante estar atenta à temperatura da água. Muitos podem achar que, nos dias mais frios, o ideal é dar banho quentinho nos animais, mas é preciso ter cautela. “A temperatura corporal deles (cães e gatos) já é muito alta, então não se pode exagerar, sob o risco de desencadear alguma reação negativa”, afirma Salua. O ideal é que a água esteja morna ou mesmo fria.
Outro aspecto para o qual Salua chama a atenção são os cosméticos usados. É importante que sejam sempre de uso veterinário. Aqueles feitos para humanos têm um pH (acidez) inadequado para a pele animal. Xampus a seco podem ser usados, mas a aplicação não substitui o banho, alerta a especialista. “Eles são úteis apenas para fazer a manutenção entre um banho e outro”, explica.
Cuidados adicionais
Um dos principais riscos da hora do banho é a otite causada por água ou umidade no ouvido do animal. Para animais com orelhas muito grandes, a veterinária Salua Carolina recomenda protegê-lo com algodão. Tampouco se deve jogar água diretamente no rosto do animal — gentilmente, despeje a água de cima para baixo. Por fim, a secagem deve ser minuciosa para evitar o aparecimento de fungos e dermatites. No caso dos mais peludos, deixe o pet brincar ao sol para facilitar o processo.
Higiene básica
A água do banho deve ser fria ou morna.
Use sempre produtos apropriados para animais.
O condicionador é indicado ou não, a depender da raça. Pergunte ao veterinário.
Use algodão no ouvido dos pets para evitar a entrada de água.
Seque o pet com toalha antes de usar o secador.
Mantenha o secador a uma distância de 30cm. Cuidado para não esquentar demais.
Faça a escovação diária em animais muito peludos, evitando nós.
Os banhos em cães podem ser semanais ou quinzenais, a depender da raça.
Nos gatos, os banhos são mais espaçados — mais de 15 dias de intervalo.
Para acalmar os pets, florais e música podem ajudar. O sistema de recompensa, com petiscos, também pode ser benéfico.
Faça com que o momento seja prazeroso para o bicho. Aproveite para fazer carinho.
Se o cão, por algum motivo, está “mal educado”, não hesite em requisitar o serviço de adestramento. Costuma dar bons resultados, não importa a idade do pet
Os cãezinhos não vêm com manual de instrução, e às vezes os donos têm dificuldade de impor limites à mascote. “Tão pequeno, ele não vai aprontar nada.” “Ele pode dormir com a gente só esta noite.” “Ele é filhote! É normal roer alguns móveis.” “Ele não gosta muito de visitas, fica assustado.” Daí o tempo passa e a bagunça foge do controle. E agora? Como mudar o comportamento de um bichinho que já tem seus hábitos e manias?
O adestrador Vilmar José de Oliveira, da Funcional Dog, atua no campo há 27 anos e garante ter a solução. É interessante educar o pet desde filhote, mas comportamentos indesejados podem ser corrigidos independentemente da idade.
“Tenho inúmeros casos de cães mais velhos, que, com o reforço positivo, tiveram hábitos transformados”, relata. Cada caso é um caso, mas o adestramento leva, em média, três meses. “As pessoas pensam que bichos idosos são incorrigíveis, mas, na verdade, é um choque cultural. Eles apenas precisam se desestressar de alguma forma”, analisa.
Os métodos hoje usados no adestramento são baseados em estudos do comportamento e não em técnicas de punição ou agressão, como muitos pensam. Vilmar trabalha com a técnica “look at that” (olhe para isso), desenvolvida pela norte-americana Leslie McDevitt, especialista em comportamento canino. O método ensina o cão a olhar para certo objeto ou pessoa, em troca de recompensas. “É um treino de troca. Damos alguma coisa melhor do que a que ele tenta proteger”, descreve. O cão aprende que, se agir de determinada forma, será gratificado.
A gerente financeira Priscilla Matsumaga, 31 anos, tem dois spitz alemães — Kiwii, 5, e Woody, 2. O mais velho não era nada sociável e chegava a ser agressivo com quem se aproximava. Além disso, era muito possessivo com seus brinquedos, o que não facilitou a chegada de Woody. O caçula, por sua vez, era muito medroso. “Ele ficava desconfiado das pessoas, tinha medo de outros cachorros e de objetos maiores do que ele”, recorda Priscilla.
A preocupação maior de Priscilla sempre foi com o comportamento irascível de Kiwii. “Tinha muito medo de ele machucar alguém. Quando estava na cama e alguém chegava perto, às vezes acabava mordendo a pessoa.” Como as mascotes eram muito diferentes entre si, a tutora resolveu pedir a ajuda de um profissional. O adestramento logo trouxe resultados: Kiwii, que antes era agressivo, hoje é mais dócil, pede afago e divide os brinquedos com Woody. “Antes, fazíamos carinho por tempo limitado, porque ele rosnava muito. Agora, já solicita carinho e está sempre próximo de todos”, completa.
As melhorias na vida de Woody também foram significativas. Ele já aceita a companhia de cães maiores e não estranha tanto objetos. Para Priscilla, a mudança no comportamento dos pets foi um avanço. “Se eu soubesse que seria tão positivo, teria começado quando eles eram filhotes, porque várias das coisas que eu fazia (para educá-los) descobri que não funcionam.” Ela tentou, por exemplo, repreendê-los com spray de água e os deixou em cômodos separados. Nada disso adiantou… A cada nova tentativa, Kiwii e Woody respondiam com “birras”, como fazer xixi no lugar errado.
Priscilla procura reforçar o comportamento positivo em vez de focar nos erros. Para alcançar o melhor resultado, procura fazer parte do treinamento. Caso contrário, os cães entendem a mensagem que somente o adestrador sabe fazer aquelas “brincadeiras”. “O que eu sempre recomendo para pessoas com cães mais velhos é ficarem atentas aos sinais de estresse, como bocejar muito, espreguiçar-se demais ou se lamber em excesso. Quanto mais estressado, maior o nível de cortisol. É assim que problemas de comportamento e até de saúde começam a surgir”, completa Vilmar.
O beagle Thor, de 6 anos, também teve a vida transformada com o adestramento. Desde filhote, era muito bagunceiro e destruía tudo o que via pela frente. No começo, sua dona, a professora Tainah Rocha, 36, achava que era normal, pois a raça tem fama de ser agitada. Depois de tentar várias abordagens, sem sucesso, partiu para o a adestramento. “Todo dia, quando eu chegava do trabalho, ele tinha comido algum móvel ou alguma roupa. Não sabia mais como lidar e a melhor coisa foi adestrá-lo.” Depois de alguns meses, Thor começou a abandonar os comportamentos indesejados.
Foi uma surpresa positiva, admite a tutora. Hoje, caminha normalmente na rua com o cão, coisa que antes era impossível. “É ótimo ver que ele aprendeu e, agora, não é mais uma preocupação deixá-lo sozinho, por exemplo. A gente ama tanto esses bichinhos, mas, quanto eles aprontam, ficamos desesperados”, brinca.
Por Marília Padovan*, da Revista do Correio
* Estagiário sob supervisão de Gustavo T. Falleiros.
Viajar com Pet: Antes de sair de férias com os animais de estimação, saiba como garantir o conforto deles durante a viagem. Se eles não podem ir, escolha um hotel específico e seguro
Quem tem um animal de estimação em casa sabe que o bichinho se torna um importante membro da família. Todos os momentos são especiais com ele e, por isso, vale a pena pensar em tudo o que forem fazer juntos, inclusive uma longa viagem: seja de ônibus, seja de avião ou até mesmo uma viagem de carro na companhia deles. Mas surge a dúvida: quais os cuidados devemos ter ao viajar com os pets?
Primeiro passo, procure um veterinário. O profissional, além de fazer as orientações necessárias, verificará se as vacinas e os vermífugos estão em dia. Segundo a veterinária Lorena Andrade Nichel, ele ainda indicará métodos e remédios para evitar enjoos e vômitos. Isso porque os pets que não têm costume de passear de carro poderão apresentar esses sintomas. “Indicamos até mesmo calmantes para evitar estresses e inquietações durante a viagem. Nunca faça isso por conta própria, pois algumas medicações podem causar efeitos reversos”, alerta, Lorena.
Os animais precisam estar confortáveis e seguros em relação às temperaturas elevadas, principalmente para os bichos braquicefálicos, como pugs, bulldogs, pequinês, shih-tzu, ou qualquer outro com a “cara amassada”, que tendem a passar mal em ambientes de muito calor.
“A decisão do destino também é muito importante. Algumas raças de cães e gatos têm particularidades com relação à respiração e podem ter hipertermia (incapacidade de reduzir e manter a temperatura interna do corpo) nas épocas mais quentes”, ressalta.
Outra dica é fazer algumas pausas durante o percurso. “Essas paradas servem para pequenos passeios, por alguns minutos. Isso evita o estresse de passar horas dentro do carro”, orienta a profissional.
Dicas
Pet friendly são estabelecimentos como restaurantes, hotéis, pousadas
e lojas que aceitam a presença dos bichos. Antes da viagem, porém,
é bom pesquisar quais são esses locais que permitem
passear com os animais.
Se eles ficarem
Nem sempre é possível levar os animais nas viagens. Outra opção é deixá-los em hotéis especializados. Alguns cuidados devem ser tomados antes de hospedá-los, como procurar os que tenham veterinários de plantão. Assim, o dono do animal terá segurança se houver qualquer contratempo.
São muitas as exigências dos hotéis, porém. “As vacinas precisam estar em dia e devem ser comprovadas em carteira de vacinação carimbada e assinada por um veterinário. Eles precisam ter sido vermifugados há, no máximo, três meses e passarem por consulta veterinária e comportamental para saberem se estão bem de saúde, se não apresentam doenças evidentes e, principalmente, se estão livres de pulgas e carrapatos. Além disso, é preciso certificar-se de que são adaptáveis ao local da hospedagem”, detalha a veterinária Lorena
Desafios do percurso
Viajar com um pet exige disposição para fazer adaptações. Eles precisam estar presos e seguros durante o passeio para não atrapalhar quem está dirigindo e, também, para que não se firam em possíveis acidentes. Para isso, é recomendável o uso de uma coleira peitoral com adaptadores para fixar ao cinto de segurança do carro ou, se preferir, uma caixa própria para animais de acordo com o tamanho dos bichos. Se optar pelas caixas, observe se o pet consegue se levantar e dar uma volta em torno de si. Isso garante o conforto durante a trajetória.
A jornalista Bruna Lauermann, 23 anos, tem um fiel amigo de apenas 8 meses, o vira-lata Tobias. Ele sempre está ao lado da jovem durante as viagens. A Bruna é gaúcha, mas mora em Brasília e vai regularmente ao Rio Grande do Sul para visitar a família. Assim, desde quando ela o adotou, viaja em companhia do seu amigo.
O Tobias é acostumado a viajar de avião. Na primeira vez, a tutora seguiu todas as orientações para não causar desconforto ao cão. “A veterinária orientou dar um comprimido para evitar vômitos e enjoos”, relata. Porém, o remédio por si só não adiantou muito. O Tobias ficou exausto e a Bruna resolveu tentar outro método. “O que adiantou mesmo foi eu sair para correr e brincar bastante com ele no dia anterior à viagem. Isso fez com que ele ficasse quieto”, explica.
Pensando no bem-estar do pet, Bruna, inclusive, mudou seus planos quando decidiu passar as festividades de fim de ano com a família no Sul. Como Tobias já não é tão pequenino, resolveu pegar a estrada com o companheiro. “Ele já está grande e, para evitar que ele fosse despachado, eu e meu marido decidimos ir de carro”, conta.
A viagem na estrada rumo a Porto Alegre, normalmente, dura 20 horas. Porém, o casal fez o trajeto em dois dias porque precisou parar no caminho várias vezes para Tobias se aliviar. “Tínhamos que adivinhar quando ele queria fazer xixi e cocô. Observávamos o momento em que ele estava mais agitado, andando de um canto para o outro, e descíamos do carro. Às vezes, era alarme falso”, conta Bruna.
A maior dificuldade, porém, foi encontrar estabelecimentos pet friendly pela estrada, em que pudesse ter a companhia do animal. “O mais complicado foi nos restaurantes. Meu esposo comia e eu ficava com o Tobias no carro. Depois, era a minha vez”, relembra. Tobias, em compensação, desfrutou as refeições calmamente. No cardápio, aquilo que já estava acostumado: ração, petisco e água natural. Apesar do cuidado, no fim da viagem, ele já estava muito cansado e não queria comer. Até que chegaram ao destino.
(da Revista do Correio)
Bom pra cachorro: Estudiosos estão certos de que os pets podem compreender bem mais do que simples comandos humanos. Eles entendem os significados da fala do dono e até programas de tevê, feitos para eles
Chegar em casa e ver sapatos, sofás e paredes destruídas é uma cena muito comum para muitos tutores. Grande parte desses incidentes é resultado da ansiedade causada pela separação e a solidão durante o dia. Pensando em como acabar com episódios como esse, a Ease TV foi concebida para ser um entretenimento para os pets. A primeira televisão do Brasil feita para animais tem uma programação especial, desenvolvida para entreter os bichinhos o dia inteiro. O conteúdo é pensado para acalmá-los durante a ausência do dono. Na tela, aparecem as referências do mundo animal, como sons de uma savana africana e imagens de cachoeiras ou de humanos brincando com pets, por exemplo. A tese seria a de que os sons de filmes e atrações para humanos são barulhentas demais — com muitos gritos, tiros, por exemplo —, o que deixaria os animais ainda mais agitados.
Manuela Lima, 33 anos, descobriu o serviço pelo Instagram da Estopinha, figura famosa nas redes que tem como tutor Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal. “Queria que meus cachorros (Paolo Guerrero, Tuca, Jaspion e Graveto) tivessem entretenimento e ficassem menos ansiosos. Dizem que a programação, baseada em estudos, é agradável e interessante para eles. Achei a proposta interessante”, afirma a economista, que é assinante há três meses.
A grade de programação apresenta opções variadas: pet relax, para o animal relaxar e descansar; pet food, que estimula uma alimentação saudável; pet activity, que incentiva exercícios; pet nature, para instigar instintos e as lembranças da ancestralidade selvagem; pet with pet, com vídeos que encorajam um relacionamento amigável com outros animais; e o my pet, em que os tutores enviam vídeos de seus filhotes para serem transmitidos pelo canal.
O serviço existe há mais de um ano e tem mais de 5 mil assinantes. “A Ease TV, inspirada da Dog TV, um canal americano com mais de 1 milhão de assinantes e tem presença mundial”, afirma Tiago Albino, diretor executivo da Marq System, empresa de tecnologia responsável pela inovação.
Para quem acha que os cães e gatos não entendem nadinha das atrações, engana-se. “Os animais são capazes de interagir, sim, com a tevê. Utilizar o audiovisual para diminuir a ansiedade que o bicho sente por estar sozinho em casa é uma proposta muito válida. A grande questão é que não pode ser qualquer imagem”, explica Edilberto Martinez, veterinário comportamental.
“Os cães, por exemplo, enxergam 70 a 80 quadros por segundo, mas a televisão comum passa só 60 no mesmo período de tempo. Assim, eles assistem a nossos programas como se fossem uma apresentação de slides. A programação para bichos aumenta esse número, às vezes, ultrapassando 100 quadros por segundo”, acrescenta.
Eles compreendem
Produtos com conteúdo pensado para animais estão ganhando força. Pesquisadores da Eötvös Loránd University, na Hungria, desvendaram um pouco mais sobre como cães entendem o mundo e afirmam: eles não são muito diferentes do ser humano.
Esse é o primeiro estudo a investigar a forma como a fala é processada no cérebro dos caninos e mostra que os melhores amigos do homem se preocupam muito com o que e como dizemos.
“Durante o processamento da fala, há uma distribuição bem conhecida de trabalho no cérebro humano. O hemisfério esquerdo processa o significado das palavras, e o direito, a entonação. O homem analisa não apenas separadamente o que dizemos e como dizemos, mas também integra os dois tipos de informação para se chegar a um sentido unificado. Nossos resultados sugerem que os cães também podem fazer tudo isso e que eles usam mecanismos cerebrais muito semelhantes”, afirma o pesquisador Attila Andics, do Departamento de entologia da Universidade Loránd Eötvös, Budapeste. Isso mostra que, se um ambiente é rico em discurso, como é o caso dos locais em que vivem os cães de família, palavras podem ganhar sentido na cabeça dos bicho.
Os pesquisadores treinaram 13 cachorros para que eles ficassem completamente imóveis em um aparelho de ressonância magnética, um método não invasivo. Os especialistas mediram a atividade cerebral dos cães enquanto escutavam palavras do treinador. “Eles ouviam as palavras de aprovação, com entonação vibrante; palavras de aprovação em entonação neutra, e também palavras de conjunção neutra, sem sentido para eles. Nós olhamos para as regiões do cérebro que diferenciavam o significado das palavras com e sem sentido”, explica Anna Gábor, umas autoras do estudo.
Foi observado que o elogio ativa o centro de recompensa dos cães — região do cérebro que responde a todos os tipos de estímulos de prazer, como comida, sexo, carícias, música. É importante ressaltar que isso acontece apenas quando cães ouvem as palavras de agradecimento com entonação vibrante. “Isso mostra que um elogio pode muito bem funcionar como uma recompensa, mas funciona melhor se as palavras vêm com uma entonação que demonstre isso. Os cães não só distinguem o que dizemos e como dizemos, mas também podem combinar o dois, para uma interpretação correta do que essas palavras realmente significam”, explica Andics.
Os resultados do estudo também podem ajudar a tornar a comunicação e a cooperação entre cães e tutores ainda mais eficientes. “Nossa pesquisa lança nova luz sobre o surgimento de palavras durante a evolução da linguagem. O que torna palavras exclusivamente humanas não é uma capacidade neural especial, mas nossa invenção de usá-las”, Andics explica.
(da Revista do Correio)
Não raramente, o pet acaba reproduzindo algo da personalidade do tutor. Mais surpreende é quando, de tão ligados um ao outro, acabam adoecendo juntos
Os dois estão sempre juntos e Ricky não disfarça o ciúme que sente: “Quando ele está comigo, não deixa ninguém encostar em mim.” Quando quer sossego, Carlos se aproveita da proteção do animal. “Na hora de ver tevê, eu falo: ‘Ricky, não deixa ninguém incomodar o papai’. E é isso que ele faz.” Se alguém tenta uma aproximação, o cãozinho fica feroz. Até a mulher de Carlos já se convenceu: um é a cara do outro. “Nós dois somos muito teimosos, não dá para negar. Sempre impomos o que queremos e, quando ele quer dormir, por exemplo, fica atrás de mim até eu me deitar também, senão ele não dorme. Quando ele quer comida, também fica pulando sem parar até conseguir”, diverte-se.“É comum ver bichos que são parecidos com seus tutores porque o convívio e a personalidade do tutor tem essa influência sobre o animal. Depende muito da criação, mas também do comportamento do pet”, confirma a médica veterinária Ana Carolina Amorim. Mas a ligação entre Carlos e Ricky vai além. “As pessoas falam que até o nosso jeito de andar é igual”, brinca. E arremata: “Acho supernormal desenvolver características parecidas tanto na feição quanto no jeito”. Como prova de amor, o aposentado, que tem medo de agulhas, superou a fobia e tatuou um retrato do melhor amigo no braço.Por vezes, essa sintonia parece influenciar na saúde. Não é raro que os pets adoeçam com os tutores. A médica veterinária Ana Catarina Valle, especialista em acupuntura e homeopatia, acredita que as mascotes são sensíveis à “vibração” dos humanos. “Certa vez, atendi um animal que estava com uma cistite de repetição que não melhorava com nada. A dona acreditava que a homeopatia poderia ajudá-lo e me procurou. De fato, em um primeiro momento, ajudou bastante. Porém, meses depois, a tutora ligou e disse que os sintomas haviam voltado”, relata. Desconfiada, a profissional voltou a investigar o caso e descobriu que a cliente também tinha cistite — tutora e mascote entravam em crise ao mesmo tempo, com sintomas muito parecidos. Estranho, né?A professora Pauline Maximiliano acredita ter vivido uma experiência que comprova essa ideia. Bonnie, sua mascote, estava com um problema de pele de difícil identificação. Depois de várias visitas ao consultório veterinário, a profissional que as atendia passou a questionar a ansiedade da professora. Resultado: Bonnie recebeu uma receita homeopática e Pauline foi aconselhada a cuidar do aspecto psicológico. “Fiquei mais tranquila e percebi que a Bonnie também ficou mais calma”, recorda. E assim, sem uma explicação perfeitamente racional, a dermatite da cadelinha foi superada.Já a veterinária Ana Carolina Amori sugere prudência para não superestimar esses laços. “As pessoas acham que os animais estão apresentando o comportamento igual ao nosso porque a tendência é humanizá-los. É importante enxergar que animal é animal, que ele tem suas próprias necessidades”, argumenta. Para ela, quando os bichinhos apresentam os mesmos sintomas que os donos, é essencial investigar as causas. “Temos que ficar de olho para ter certeza que não é nenhuma zoonose (doenças transmitidas para o homem pelos animais e vice-versa), por exemplo.”Fenômeno energético?
Para a médica veterinária Daniela Lopes, os bichos “conversam” energeticamente com os humanos. Daniela é adepta da teoria do “campo mórfico”, idealizada pelo biólogo e parapsicólogo inglês Rupert Sheldrake. Segundo essa hipótese, os seres têm campos vibracionais permeáveis e que podem ser compartilhados. “Isso (de mascotes e donos desenvolverem traços em comum, inclusive doenças) ocorre quando há grande convivência. É algo normal”, explica a veterinária.(da Revista do Correio)
Adoção de animais nesse fim de semana
Abrigos do DF realizam várias feiras de adoção de animais neste fim de semana. Agora só não adota quem não quer.
Feira de adoção de bichos do Abrigo Flora e Fauna
sábado 15/10 das 11h às 16h
108 sul
Feira de adoção de bichos e campanha de prevenção do câncer de mama em animais
sábado 15.10 das 10h às 15h
SIA trecho 2, ao lado da Gravia
Feira de adoção de bichos da Atevi
sábado 15.10 das 09h às 15h
CLSW 101,bloco A, loja 42
Feira de adoção de bichos do Abrigo Flora e Fauna
Domingo 16/10 da 11h às 15h
SIA trecho 2, ao lado da Gravia
Os animais são amigos tão agradáveis: não fazem perguntas, não criticam.
George Eliot
No Dia Nacional de Adotar um Animal, conheça Jade e outros pets
Em homenagem a São Francisco de Assis, o 4 de outubro foi escolhido o Dia Nacional de Adotar um Animal. Os abrigos estão lotados de cães e gatos. Leve um — ou mais — e seja muito feliz!
(por Roberta Pinheiro-Especial para o Correio) (fotos Luís Nova-Especial para o Correio)
“Você gosta mais do Jonatan do que mim”, disse uma vez Paola, 14 anos, para a mãe, Ana Paula de Vasconcelos, 38. “Até em viagem ela (Ana Paula) encontra um jeito de cuidar dos animais. Eles vão para a porta do hotel atrás de comida”, conta outra vez a filha. A dedicação e o empenho da advogada Ana Paula começaram em 2011 quando ela se mudou para o Lago Norte e teve contato com a realidade do abandono. Primeiro, cuidando dos bichos que encontrava atropelados. Depois, passou a dar comida para os que passavam fome até, atualmente, ser procurada por pessoas que querem denunciar maus-tratos. No Dia de São Francisco e no Dia Nacional de Adotar um Animal, pessoas como Ana Paula mostram a importância da corrente do bem da adoção.
O envolvimento de Ana Paula com o universo da proteção dos animais foi inevitável. A cada cão que encontra precisando de ajuda, a advogada resgata, dá tratamento veterinário, castra e faz parceria com feiras de adoção. Em casa, já tem nove. A vontade era ter mais, mas sabe que não conseguiria oferecer um lar digno como eles merecem. O primeiro contato com a adoção veio com Lilica. Em uma feira, ninguém queria a cachorra de pelo branco e caramelo que não tinha uma pata. “Adotaram toda a ninhada, menos ela”, lembra Ana Paula. Hoje, Lilica é uma chamego com as donas.
Com a profissão, Ana Paula também descobriu uma forma de ajudar esses animais. Não sabe como as pessoas encontram o seu telefone, mas recebe ligações frequentes para denunciar maus-tratos. “Sempre que recebo uma denúncia, ajudo a polícia a instruir os inquéritos, custeio o tratamento veterinário e, se ficar comprovada a denúncia, quando o processo chega ao Ministério Público, o animal não volta ao agressor”, explica. Mas, sozinha, não é tão fácil, e Ana Paula percebeu isso. Pagar remédios, tratamento, encontrar um lar digno requer uma corrente. “Uma corrente do bem”, como define a advogada.
Foi assim que ela e a jornalista Rosimeire Marostica, 43, se tornaram amigas e companheiras no cuidado com animais abandonados. “Ficamos amigas, porque ela foi acompanhando a adoção da Tetê. Criamos afinidade e compartilhamos as mesmas ideias”, conta Rosimeire. Hoje, ela ajuda, temporariamente, Ana Paula a cuidar de Jade, uma preciosidade que a advogada retirou dos maus-tratos na última semana (leia Personagem da notícia). “A adoção traz uma oportunidade de dignidade, de vida, de amor para esses animais. Se não se preocupassem com status, com valor, não teríamos tantos abandonados. O amor não exige raça. É uma oportunidade para eles e para a gente também. O animal representa um amor completamente desinteressado. Quando você consegue amar um animal, você entende o amor desinteressado, ele te ama do jeito que você é, feio, bonito, rico, pobre”, afirma Rosimeire. A jornalista já adotou dois. Além de Tetê, tem o Gum. Um cachorro mais velho que viu sendo atropelado no Rio de Janeiro e pegou para cuidar.
Para a diretora do Projeto São Francisco, Dany Nardelli, ainda existem muitos casos de abandono no DF porque falta consciência do proprietário. “Nenhum animal nasceu na rua. O abandono não é privilégio de um animal vira-lata. Há vários casos de animais de raça. Pessoas que compram por impulso, antes de pensar em como vão administrar isso ao longo dos anos. Quando chega no fim do ano, acham que é mais barato abandonar e depois comprar ou adotar outro”, comenta. Além disso, ela ressalta sobre a importância do controle populacional desses animais.
Preciosa Jade
Não é apenas no nome que Jade é uma pedra preciosa cheia de brilho. No olhar, desde que encontrou carinho e amor, também passou a ver tudo com mais cor e, mais importante, com a cabeça erguida. Na semana passada, a advogada Ana Paula De Vasconcelos, 38 anos, recebeu uma denúncia de maus-tratos. Mais uma ligação relativamente comum na rotina da protetora e cuidadora dos animais. Em uma fazenda, em Brazlândia, Ana Paula encontrou Jade acorrentada. Dos vizinhos, ouviu relatos de espancamento e a razão pela última surra, segundo eles, teria sido uma investida de Jade atrás das galinhas. A advertência do proprietário com um facão rendeu à preciosa cadelinha patas fraturadas e um olho furado. “Ela terá que fazer cirurgia. Está cega de um olho e uma das fraturas é tão antiga que já está calcificada. Preciso muito de um lar para ela. Para que ela tenha uma segunda chance. Para conhecer o lado bom do ser humano. Infelizmente, já cuido de nove cães abandonados em casa e não posso mais oferecer um lar digno para ela”, explica a advogada.
Enquanto espera a adoção, Jade está em um lar provisório. Bastou alguns chamegos que Jade voltou a latir e recuperou a autoestima. “Antes, não levantava a cabeça”, lembra Ana Paula. O brilho está aos poucos voltando. Ainda mancando, ela se aproxima pedindo carinho; se atreve a brincar com outros cachorros e até arrisca uma corrida. “Está aprendendo o que é o amor e o respeito. Apesar de conhecer o lado ruim do ser humano, não perdeu sua doçura e amor. Já está aprendendo a brincar e a receber carinho. Nos primeiros dias, não podia ser tocada que urinava e chorava, com muita paciência e carinho, estamos conquistando a confiança dela e ela já sabe que não irá apanhar mais”, afirma a advogada.
Da vida passada, a pequena de aproximadamente 6 meses deixou para trás o hábito de comer direto no chão e passou a buscar o alimento na vasilha. Agora, também espera reencontrar uma nova casa onde possa até arriscar mais intimidade, como subir na cama, lamber o dono e ganhar pequenos agrados todas as vezes que aprender um novo truque.
Quer adotar Jade? Entre em contato com Ana Paula pelo telefone: (61) 9821.54751
Para adotar, procure:
Projeto São Francisco
adocaosaofrancisco@gmail.com
Instagram: @adocaosaofrancisco
Fb/projetoadocaosaofrancisco
Abrigo Flora e Fauna
abrigofloraefauna@gmail.com
www.facebook.com/abrigo-flora-e-fauna
Orcilene: (61) 9842-5461
Sociedade Humanitária Brasileira (SHB)
shb.protecaoanimal@gmail.com
contato@shb.org.br
www.facebook.com/SHBAnimal
Alice: (61) 98144-3794
Projeto Acalanto
Lucimar: (61) 991076989
Assista o vídeo:
Me adote:
Bênção aos animais
Em 4 de outubro, celebramos São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais. Os alunos do colégio Santo Antônio, na 911 Sul, costumam levar seus bichinhos para a bênção, às 8h, e às 14h.
Missas no Santuário São Francisco de Assis, na 915 Norte:
Horários: 7h, 8h, 10h, 12h15, 17h, 19h
O contato muito próximo com animais de estimação guarda alguns perigos para a saúde. Fique atento, pois certas zoonoses são transmitidas pelo contato com a saliva do pet
Ninguém duvida que o amor dos donos por seus pets é imenso. Contudo, independentemente do carinho, é essencial ficar atento às possíveis zoonoses que o indivíduo está sujeito a contrair. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, os animais domésticos podem transmitir mais de 100 doenças para os humanos. Dos tutores entrevistados, 56% deixam os cachorros dormirem na cama. Já os donos de gatos que tomam essa atitude somam 62%.
Esse é o caso da estudante Gabrielli Mayumi, 20 anos, que adotou a cadelinha Mist há cinco e a tratava como parte da família — a cama era um território livre para a mascote. Após algum tempo, Mist começou a se coçar demais e a dona logo a levou ao veterinário para descobrir o diagnóstico: sarna. A cadela iniciou o tratamento, mas o que Gabrielli não imaginava é que ela também poderia ser contaminada com a infecção. Os mesmos sintomas surgiram e praticamente o mesmo tratamento foi receitado. As duas tiveram que usar sabonetes específicos por cerca de dois meses.
Depois do incidente, a estudante tomou algumas atitudes para evitar outra possível contaminação.
“A Mist continua dormindo comigo, mas sempre fico atenta para ver se ela volta se coçando do petshop. Também tento evitar que ela me lamba, pois não acho muito higiênico e tenho medo de alguma doença”, comenta.
Existem três tipos de sarna, mas apenas uma se caracteriza como zoonose — a sarcóptica. Para ser transmitida, é necessário que haja contato direto com a pele do bichinho. O sintoma é idêntico para humanos e animais: coceira. Felizmente, a doença não oferece maiores riscos, mas é indispensável que seja tratada imediatamente para que não haja descamação da pele ou dermatites.
Segundo a médica veterinária Simone Gonçalves, coordenadora técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal, a sarna está entre as zoonoses mais comuns, assim como a raiva, a toxoplasmose e doenças de carrapato. “É importante cuidar bem da higiene do animal, caso a relação entre ele e o dono seja muito próxima.” Isso vale como prevenção tanto para a sarna quanto para qualquer outra doença.
Beijar o bicho e ser lambido por ele não está livre de perigos. Cães e gatos portam bactérias na boca. A Pasteurella, por exemplo, fica na saliva e causa infecção caso entre em contato com feridas abertas. Os sintomas costumam aparecer nas primeiras 24 horas após a infecção e compreendem febre, inchaço, vermelhidão e dor na ferida. A raiva também pode ser transmitida por meio da saliva do animal e oferece grandes riscos para pets e humanos. Ocasionada por um vírus, a doença não tem cura e pode levar à morte. A prevenção consiste em vacinar o melhor amigo.
Apesar disso, Simone Gonçalves acredita que os beijos são quase inofensivos. “Não acho que as lambidas sejam tão preocupantes, pois, em sua maioria, as pessoas que têm o costume de dar beijos nos animais de estimação têm muito cuidado com a higiene deles, o que evita a transmissão de possíveis doenças.”
O médico veterinário Rodrigo Verdade concorda: “Isso depende muito de cada indivíduo, mas, se você tem um animal sadio, vacinado, vermifugado, com hábito de ir ao veterinário, os riscos são muito pequenos”. Ele explica que bebês, pessoas idosas ou com imunidade baixa estão mais propensas a contrair alguma doença, mas somente se o bichinho estiver contaminado.
A economista Camila Moraes, 26 anos, nunca teve animais de estimação, mas, quando era criança, ela e sua família tinham o costume de passar as férias em uma fazenda. Em certa ocasião, os pais de Camila ficaram preocupados ao encontrar dois carrapatos presos à axila da filha. “Eu me lembro que minha mãe ficou muito assustada. Logo arrancou os insetos de mim, mas ficou preocupada e resolveu me levar ao médico para ter certeza de que estava tudo bem.” Segundo o veterinário Rodrigo Verdade, as doenças transmitidas por carrapatos, como a Doença de Lyme e a febre maculosa, afetam o sangue e podem ser fatais. A infecção, porém, é relativamente rara.
A remoção do inseto deve ser feita com muito cuidado para que o ferrão não fique preso na pele e, após removido, é importante que a área seja limpa com álcool ou alguma solução antisséptica. Vale ressaltar que o médico deve ser procurado caso algum sintoma seja desenvolvido, como febre, dores musculares, torcicolo e inflamação nas articulações. “Para manter os carrapatos longe dos animais, existem produtos específicos, como coleiras e medicamentos. Além disso, a visita ao veterinário deve ser frequente”, resume.
Atenção aos felinos
Algumas zoonoses são transmitidas somente pelos felinos, como a Doença da Arranhadura de Gato, provocada pela bactéria Bartonella henselae e que desencadeia uma infecção na pele de pessoas com o sistema imunológico comprometido. Para evitar, basta manter certa distância de gatos muito ariscos.
Outra doença recorrente dos felinos é a toxoplasmose. Ela oferece grandes riscos para mulheres grávidas, pois leva à malformação do feto e, até mesmo, ao aborto. A zoonose é causada por um protozoário que vive nas fezes dos gatos (os bichanos são hospedeiros intermediários e não manifestam sintomas). “Por oferecer riscos às grávidas, muitas mulheres ligam desesperadas, dizendo que os médicos aconselharam que elas se livrassem dos seus gatos, mas não há motivo algum para isso. Se a higiene dos bichinhos estiver em dia, e todo o cuidado for tomado na hora de catar as fezes, não há riscos”, explica a veterinária Simone Gonçalves.
A toxoplasmose também pode ser contraída pela ingestão de alimentos contaminados, como carne crua ou malpassada. Assim, lavar bem os alimentos e as mãos é de suma importância para a prevenção da doença.
Animais: Mesmo com a economia em crise, a indústria pet continua a crescer. Relações cada vez mais íntimas com os bichinhos domésticos ajudam a explicar o lucro.
Quando fez 1 ano, Pitoco ganhou uma festa de aniversário com direito a bolo, biscoitos, salgados e doces feitos especialmente para os convidados de quatro patas, além de guloseimas para as famílias humanas. Quando ele teve uma crise de falta de apetite e a ração já não era bem-vinda, a estudante Thalita Ribeiro, 22 anos, foi para a cozinha e passou a preparar uma alimentação natural, à base de arroz integral, carne, legumes e sem sal — hoje, ele já aceita uma mistura de rações. Só bebe água filtrada, passeia muitas vezes ao dia e dorme numa cama quentinha ao lado de sua tutora. “Mas a limpeza das patinhas com lenço umedecido é essencial”, adianta-se Thalita, explicando que os hábitos de higiene não são esquecidos — para o bem dos dois. O guarda-roupas de Pitoco também é completo. Roupas de frio e fantasias de Papai Noel, de policial e de time. Os brinquedos são de ótima qualidade e, quando ela precisou viajar, o namorado foi para a casa dela para que Pitoco não precisasse mudar de ambiente.
Pode-se dizer que esse “menino”, Pitoco, é uma criaturinha de sorte. Mas Thalita nos diria que sorte tem ela. “É uma relação de amor. Eu não tenho filhos ainda, mas sinto que a minha preocupação e meu carinho por ele é muito similar ao de uma mãe. O carinho do Pitoco por mim também é diferente do resto da família.” Relacionamentos assim, intensos, entre seres humanos e animais domésticos são cada vez mais comuns. Por vezes, descambam para o exagero, a ponto de os especialistas em comportamento dos homens e dos animais alertarem para os riscos da chamada humanização dos pets. Seja como for, essa relação forte impulsiona uma indústria poderosa, que, apesar de sofrer com uma economia em crise, se mantém em crescimento.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostram que o setor pet deve crescer 6,7% neste ano. Até o fim de 2016, o Brasil deverá atingir um faturamento de R$ 19,2 bilhões no ramo, estima a instituição. O Centro-Oeste é bastante ativo no mercado; a região concentra 9% da população canina do país e 7% da felina. Não existem dados oficiais sobre quantos pet shops existem no Distrito Federal, mas é difícil passar por uma quadra comercial que não tenha pelo menos um estabelecimento do tipo.
O presidente executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França, define o movimento ascendente como “resiliência do mercado”. Ele explica que o setor tem resistido à crise, apesar do crescimento deste ano ter sido menor do que nos dois anos anteriores. Em 2014, foi de 10%; em 2015, de 7,4%. “A maioria dos setores, principalmente os que envolvem serviços, ficou estagnado ou caiu e teve redução nas vendas. O nosso ainda está vendendo mais e isso é positivo levando em consideração o momento pelo qual o país passa”, avalia José Galvão. O saldo é ainda mais positivo ao considerar que o comércio pet enfrentou o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no começo do ano. “É uma carga tributária muito grande, principalmente porque ela incide sobre um produto essencial, que é a alimentação dos animais”, lamenta Galvão.
O segmento chamado de pet food é responsável por 67,5% do faturamento das empresas, e os tutores não deixam de comprar ração para seus animais. O movimento que muitos têm feito é a migração dos produtos superpremium para opções mais baratas. Além da alimentação, outros dois fatores garantem o crescimento. O primeiro é a grande quantidade de animais domésticos no país — segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), são 132,4 milhões de pets, sendo 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos. Tais estatísticas fazem do Brasil o terceiro maior mercado pet mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
A chamada humanização é o outro fator. O diretor de portfólio da NürnbergMesse Brasil, empresa organizadora da Pet South America, Diego de Carvalho, afirma que cada vez mais as pessoas tratam os animais como membros da família. Dessa forma, é natural que gastos com os bichos não sejam cortados do orçamento doméstico com tanta facilidade. O banho semanal vira quinzenal; rações e petiscos são trocados por versões mais baratas; os brinquedos são deixados um pouco de lado. Mas, pela importância que o animal ocupa no núcleo familiar, ele não é privado de lazer ou de pequenos mimos.
A humanização aumenta o valor agregado de mercado. Os gastos com a saúde do pet também não são economizados. Segundo Diego de Carvalho, o Brasil concentra 25% dos médicos veterinários do mundo. Além do valor na família, os animais passam a ter mais relevância na sociedade em si. “Hoje, o animal também é uma ferramenta medicinal. É cão-guia, auxilia a polícia e os bombeiros e, mais recentemente, tem sido importante em práticas terapêuticas”, acrescenta.
É preciso ter limites
Apesar de vantajosa para a indústria pet, a humanização nem sempre é o caminho mais saudável para o animal ou para os tutores. Enquanto alguns donos não enxergam desvantagens, especialistas demonstram algumas preocupações. Bruno Leite, terapeuta de cães e especialista em psicologia canina e adestramento, explica que grandes gestos de amor e zelo são relativamente inofensivos. O problema é quando os donos atribuem certa inteligência humana aos bichos. “Os donos acabam castigando seu cão por ‘errar’, quando na verdade ele não faz a mínima ideia do que o humano considera certo e errado. Eles não entendem nossos princípios e normas.”
O código moral dos cães, por exemplo, se resume a ‘seguro versus inseguro’ e ‘vantajoso versus desvantajoso’ e o estereótipo do cão que toma decisões baseado na ética humana como, por exemplo, a famosa Lessie dos filmes infantis, está longe da realidade. Isso pode causar uma sobrecarga de responsabilidade nos animais como forma de justificar o castigo que mina o relacionamento entre cães e humanos. Apesar de serem incrivelmente inteligentes, os animais agem de forma diferente.
O especialista explica que o excesso de punição pode gerar cães cada vez mais destrutivos, agitados, compulsivos e ansiosos. “Primeiro, porque a ansiedade é um efeito colateral dos castigos; segundo, porque muitos donos entendem que amar é transformar o cão num mini-humano; quando amar parece estar mais ligado a entender e aceitar as diferenças”, diz Bruno. Não há problema algum em dar roupinhas, deixar subir no sofá ou preferir não deixar o bichinho sozinho em casa. O importante é priorizar boas caminhadas, brincadeiras adequadas e uma educação baseada em consequências agradáveis, como o adestramento positivo, para que exista um ambiente agradável tanto para a ótica humana, quanto canina.
A grande interação com animais no ambiente interno dos lares tem acompanhado mudanças nas famílias brasileiras com o menor número de filhos e de pessoas que vivem só. A analista de comportamento Laércia Vasconcelos explica que as relações estabelecidas entre humanos e animais de estimação contribuem para a companhia, diminuição de estresse e estimulação de exercício. “Fortes laços afetivos são desenvolvidos e promovem muitas oportunidades de aprendizagem.” Porém, ela ressalta a importância de ficar atento às consequências que essa relação pode trazer consigo, já que muitas vezes, quando o indivíduo humaniza seu pet, ele busca a garantia de lealdade que acredita não ser possível encontrar em outros tipos de relacionamentos.
Um estudo da Universidade de Michigan-Flint analisou a reação de 174 adultos que perderam seu cão ou gato. Os resultados mostram que 85,7% dos donos apresentaram ao menos um sintoma de luto nos momentos iniciais. Após seis meses, a dor ainda era sentida por 35,1% dos adultos, e, mesmo depois de um ano, 22,4% das pessoas ainda sentiam os efeitos da partida. “A expansão da presença de animais de estimação os tem colocado cada vez mais como um integrante da família e o adoecimento ou a perda desses parceiros podem fazer sofrer caso a relação seja muito humanizada. É importante buscar equilíbrio na interação homem-animal doméstico para que não ocorram exageros”, completa Laércia.
“Muitos donos entendem que amar é transformar o cão num mini-humano; quando amar parece estar mais ligado a entender e aceitar as diferenças”
Bruno Leite, terapeuta de cães e especialista em psicologia canina e adestramento
Amamos. E daí?
O estudante Tairo Felipe, 24 anos, dono do pitbull Carmel, deixa claro que, apesar do grande carinho que sente pelo cão, sempre estabeleceu limites. O pet dorme fora de casa, só brinca no quintal e tem seus próprios brinquedos para não sair devorando tudo que vê pela frente. “Animais que são tratados como filhos se tornam donos de tudo e dominam o local, mas eu acredito que o dono é quem dita as regras.” Mesmo sendo teimosos e muitas vezes mandões, Tairo acredita que os animais devem saber diferenciar quem está no comando e que, mesmo não concordando com os excessos, o essencial é sempre dar amor e suprir as necessidades comuns dos bichinhos, como exercícios e brincadeiras.
A professora Simone Alvares, 47, segue, em parte, o mesmo raciocínio de Felipe. As duas gatas, Lilica e Julhinha, são tratadas como deveriam ser — animais de estimação, no entanto, não deixam de ser vistos como membros da família por todo carinho e atenção dispensados a eles. Em casa, a rotina de Simone e do marido também envolve os cuidados com as gatas. Horário da ração, momentos de afago, mantas para inverno, unhas sempre cortadas, olhos limpos com soro, e vermífugo e vacinas sempre na data certa. “Nós quatro somos muito apegados! Sempre converso com elas e deixo dormirem com a gente na cama. Somos uma família.”
Apesar da independência e higiene dos gatos, a professora faz questão de dar toda atenção às suas pets. A caixa de areia está sempre limpa e a ração é servida em pequenas porções várias vezes ao dia para estar crocante a todo momento. Ela checa os olhos e os focinhos das gatinhas para ter certeza que não há nenhuma sujeira e o afago na hora de comer é obrigatório. “Sempre faço um carinho enquanto elas comem e massageio a Lilica quando ela deita na minha barriga.” Os animais podem significar muito para as pessoas e, por isso, Simone acredita que não deve haver tanto julgamento e preconceito. “Há amor para todos os segmentos”, completa.
Mercado ecofriendly
Ao enxergar os pets como membros da família, muitas pessoas buscam estender os seus hábitos de vida para cães e gatos. Um exemplo desse movimento é a adoção de medidas sustentáveis e saudáveis. Preocupada com alimentação orgânica e com um consumo que agrida menos o planeta, a médica Aline Saliba, 30 anos, estendeu esse estilo de vida para a gata Glitter, que foi resgatada. Em vez de brinquedos caros ou elaborados, ela tem arranhador ecológico que ganhou da petsitter (babá de animais). O brinquedo feito todo de papelão serve tanto como arranhador quanto como caminha. “Ela adora”, garante a tutora.
Para Aline, o grande benefício de produtos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos é o consumo consciente e a ideia de que pequenas atitudes sustentáveis ajudam a fazer a diferença no meio ambiente. É possível agradar o pet e, ao mesmo tempo, contribuir para a qualidade de vida dos consumidores ecologicamente corretos.
A principal reclamação de Aline é a dificuldade em encontrar produtos feitos com recursos renováveis. “A oferta de coisas para pets é muito escassa aqui no Brasil. Tem que procurar bastante! Nas lojas comuns, não é fácil encontrar opções mais sustentáveis”, comenta. A queixa dela pode ser resolvida em breve. Na 15ª Pet South America, feira voltada para o mercado pet, incluindo veterinários, empresários e produtores, que ocorreu no fim de agosto, foram expostos diversos produtos com preocupação sustentável. Cerca de 320 marcas apresentaram produtos para mais de 20 mil profissionais do setor. Este ano, a tendência mais vista foi a preocupação ecológica. Diego de Carvalho, diretor de portfólio da NürnbergMesse Brasil, enxerga o movimento como natural. Os produtos sustentáveis apresentaram um crescimento de 15%, considerando-se embalagens e até mesmo o produto final. “Somos muito cobrados em relação a isso e queremos cada vez mais agregar para a natureza como um todo, não apenas para os animais domésticos”, completa.
O veterinário e dono da empresa Pet Games, Dalton Ishikawa, foi um dos que optou por uma linha de produtos sustentáveis. Com o nome Ecopet, as novas criações de Dalton são comedouros produzidos com polímeros obtidos a partir da mistura de polipropileno com 30% de fibra de coco ou madeira, que são consideradas fontes renováveis potencialmente reutilizáveis. Dalton explica que a motivação para os novos comedouros veio de uma filosofia que faz parte da marca. “Nossos produtos não são apenas brinquedos, eles são chamados de ferramentas de enriquecimento ambiental, pois temos essa preocupação com a saúde e bem-estar dos animais, que se estende para o aspecto ecofriendly.”
A gerente de marketing da Pet Society, Cleiser Kurashima, afirma que o conceito sustentável deve se estender. Ela explica que a marca investe em embalagens recicláveis e os produtos de banho, por exemplo, são de fácil enxágue e secagem rápida, diminuindo o consumo de água e energia, levando em consideração que a grande maioria dos pets não fica quietinho na hora do banho.
Bons ares
Ter animais em casa exige cuidado redobrado com a limpeza. A higienização do espaço faz bem para eles e para os donos. Saiba como fazer
Na hora de adotar um animal, nem todo mundo pensa nas mudanças de rotina ao adquirir um pet. E as demandas vão além de cuidar da água, da comida e de levá-lo ao veterinário. No momento de fazer a limpeza do canto do bichinho várias dúvidas surgem: “Existe algum produto que deve ser evitado? De quanto em quanto tempo eu troco a areia do meu gato?”
A situação piora se você mora em apartamento ou se o pet tem acesso à parte interna da casa. O que não faltam são relatos de situações desastrosas.
A cozinheira Adriele Ulisses, 23, tem uma cachorrinha e conta que, às vezes, ela urina no sofá. Para tirar o cheiro da traquinagem, ela usa alvejante, mas a mancha continua lá. Ela conta que costuma limpar o local em que os dois cachorros da raça shi tzu ficam todo dia com água sanitária e creolina, mas que mesmo assim quem chega costuma sentir o odor. Paloma, 20, tem duas cadelas da raça chow chow e também garante que a rotina de cuidados com a casa é rigorosa: “Temos que limpar tudo pelo menos quatro vezes ao dia. Lavamos com creolina para tirar o cheiro”.
Muita gente não sabe como conciliar uma faxina eficiente com produtos que não agridam a saúde do animal. Caio Fernandes, diretor de uma empresa especializada em limpeza doméstica, revela que muitos clientes os procuram para realizar um serviço mais pesado, principalmente se a casa possui mais de um pet ou se há problemas com pelos. “É muito importante realizar uma higienização mais profunda da cama e da casa dos bichos, e também de toda a residência, pelo menos uma vez por mês.”
Segundo o médico veterinário Daniel Salgueiro, da Protovet – Clínica Veterinária, limpar o local com desinfetante e depois com álcool garante assepsia e a remoção dos cheiros. Além de não causar dano à saúde animal, ele garante que o álcool é bactericida e germicida, o que torna o ambiente seguro para quem tem criança pequena, por exemplo. Para o veterinário, o ideal é educar o animal para fazer as necessidades fisiológicas em um só lugar. No caso de gatos é mais fácil, já que eles fazem as necessidades na caixa de areia. Para os cachorros, o hábito de urinar e evacuar em um espaço específico é questão de costume.
Ana Teresa França, 45, é bióloga e mora em um apartamento com sete gatos e evita usar lysoforme — uma espécie de desinfetante —, além de detergentes de aromas muito fortes. Segundo ela, o cheiro pode fazer mal aos animais, que são sensíveis. “Uso muita água sanitária, que não dá alergia neles”, conta.
A médica veterinária Katiane Rocha, dona de uma clínica que tem seu nome, confirma a preocupação. Segundo ela, produtos perfumados podem causar problemas como alergias e devem ser usados com moderação. De acordo com ela, produtos como água sanitária, lysoforme e desinfetante podem ser usados, mas sempre com cautela. “Na forma natural, os produtos químicos são extremamente corrosivos e podem lesar a pele e coxins (parte almofadada da pata), irritando inclusive olhos e trato respiratório doa animais”, alerta. A indicação, assim, é sempre diluir as fórmulas em água.
Tudo nos trinques
Pelos
Nem sempre manter a tosa em dia é suficiente para se livrar dos pelos. Paloma, por exemplo, leva os cachorros para aparar os pelos a cada 20 dias, mas, ainda assim, precisa ser rigorosa com a limpeza da casa. Uma dica que facilita a tarefa é usar o aspirador de pó, mas nem sempre isso é suficiente para tirar a pelagem espalhada, principalmente de estofados. A dica é usar uma luva de borracha, daquelas de lavar a louça, para limpar chão, móveis e sofás. A textura emborrachada faz com que o pelo grude, facilitando a retirada. Para evitar o excesso de queda dos pelos, a veterinária Katiane dá uma dica: “O mais importante é sempre escovar os cães e gatos diariamente, mesmo os de pelo curto, pois assim removemos aqueles fios que estão soltos, evitando que caiam pela casa”.
Odores
Manter as janelas abertas e fazer uso de desodorizantes de ambiente ajudam a renovar o ar da casa. Mas também é preciso agir diretamente no causador do odor. Soluções caseiras, e que não fazem mal para o animal, amenizam os cheiros fortes. Se ainda assim um aroma desagradável persistir, o médico veterinário Fernandes tem uma recomendação. “Misture 2/3 de água morna com 1/3 de vinagre branco e borrife no local desejado. Deixe secar. Isso elimina os odores das fezes e urinas dos pets”, explica. A solução também vale para limpeza de áreas externas e deve ser usado após o uso de água abundante e de detergente neutro.
Manchas
A melhor maneira de retirar mancha de urina do sofá ou da cama é secar o local sem esfregar. Depois de remover o excesso, use água e detergente neutro, com um pano úmido ou esponja. Caio, diretor da Zulp, especializada em limpeza, entretanto, alerta: “É muito importante se atentar à composição dos produtos utilizados para evitar que manchem os estofados.”
Acessórios pessoais
É fundamental também manter o local que o animal dorme limpo. Segundo Katiane, o ideal é higienizar a cama e os cobertores a cada 15 dias. Para a limpeza, tanto das roupas quanto das mantas, a orientação é usar de sabão neutro. O amaciante também está liberado. O dono só deve diluí-lo em água para não causar alergias e irritações aos animais. As fezes nas caixas de areia devem ser descartadas todos os dias, e a limpeza completa, uma vez por mês. Os vasilhames dos pets devem ser limpos diariamente após a alimentação e os bebedouros, pelo menos uma vez por dia.
Trabalho em grupo
Para acostumar o cachorro a fazer as necessidades no local correto, leve o ao lugar onde ele deve utilizar logo após se alimentar.
No caso de jornais, sempre deixe uma folha já utilizada, pois o animal identifica o local pelo cheiro.
Usar petiscos para premiar o bicho quando ele usa o local correto é uma ação educativa, que reforça a aprendizagem de onde ele deve fazer as necessidades.
Para fazer a limpeza dos vasilhames, use detergente neutro. Nunca desinfetante, pois pode fazer mal ao animal.
Caso não tenha aspirador, uma opção é utilizar um rodinho de pia e escova de pelos para limpeza. Nunca use vassoura, pois pode espalhar pelos pela casa.
Cobrir a caixa de areia com uma sacola facilita na próxima troca. É só retirar o saco e não será preciso higienizar a caixa com tanta frequência.
(por Ailim Cabral, da Revista do Correio)
A exibição de Pets – A vida secreta dos bichos lotou o cinema a céu aberto, que tem capacidade para 380 carros, no evento CinePipoCÃO
Cinema, é sim, coisa para cachorro. Na noite de sábado (09.09), tutores e seus animais lotaram o cine Drive-in para participar do primeiro Cine PipoCÃO. Na tela gigante do cinema ao ar livre, o filme da vez não podia ter mais a ver com o evento: Pets – A vida secreta dos bichos. A ideia de levar os cães ao cinema partiu do grupo ItDogs Brasília, que se uniu para agitar a cidade com eventos pet e tornar o Distrito Federal cada vez mais petfriendly.
Todos os participantes que levaram seus cachorros ontem pagaram meia entrada e receberam dois saquinhos para ajudar na limpeza. Os tutores puderam levar comida de casa, mas foodtrucks e o cardápio do Cine Drive-in também estavam disponíveis. Os 100 primeiros a chegar ganharam um brinde e vários prêmios foram sorteados, entre eles um ensaio fotográfico para o cão e vouchers para serviços de pet shop. A procura foi tanta que, apesar de a bilheteria funcionar com agilidade, a fila de carros chegou até o Colégio Militar. Para evitar a espera, a dica foi parar o carro do lado de fora, no estacionamento atrás do ginásio Nilson Nelson, e entrar no Drive in a pé.
Outros eventos também marcaram o sábado. O Armazém Rural, na 205 Norte, abriu os trabalhos do dia com um café da manhã voltado para animais idosos e seus donos. O objetivo era esclarecer algumas dúvidas sobre cães e gatos já velhinhos. A Virada do Cerrado também aproveitou o sábado ensolarado para trazer mais informação aos tutores no final da Asa Norte — durante a tarde, houve duas palestras, sobre os benefícios da convivência com animais e sobre alimentação natural para cães e gatos. Os cachorros presentes puderam participar de um aulão de agility e conhecer outros pets. Durante toda a tarde, o Abrigo Fauna e Flora arrecadou ração e distribuiu brindes para os animais participantes. A 216 Norte recebeu um bazar beneficente que teve todo o lucro destinado a ajudar o abrigo de animais da Sociedade Humanitária Brasileira. A instituição precisa de dinheiro para ração, remédios e coleiras contra carrapato. A SHB também participou, no SIA, de uma feira de adoção.
Assista o vídeo e confira as fotos: