Categoria: comportamento
(da Revista do Correio)
(fotos Juliana Bechara/Divulgaçao)
Entre a tradicional ração para os pets, petiscos e até cerveja adaptada, porém, há quem busque uma linha mais natural para os bichos, comprando os itens do cardápio especial de pequenos empresários ou mesmo preparando as refeições em casa.
A proposta da alimentação natural, chamada de AN, é suprir as necessidades dos animais com ingredientes similares aos que comemos, como carnes, frutas e verduras. Além disso, as refeições seriam mais abundantes e bem definidas, incluindo café da manhã, almoço e jantar.
A iniciativa não significa fazer um prato para o seu bichinho com o almoço de domingo, mas elaborar um cardápio específico. É preciso ter cuidado, porém, com o que se oferece a eles. Segundo a veterinária Mariana Mauger, o manjericão tem ação anti-inflamatória devido à curcumina, além de ser um excelente tempero. Já a cebola e o alho contêm tiossulfato e dissulfeto de alipropila, substâncias que oxidam os glóbulos vermelhos e podem causar anemia nos pets. Por motivos desconhecidos, as uvas e as carambolas causam insuficiência renal nos gatos e não são uma boa opção. Alimentos gordurosos, como chocolate, leite e massas com açúcar, nem pensar.
Excluindo os alimentos de risco, Mariana Mauger afirma que o animal tem muito a ganhar com o novo cardápio. “Acho mais saudável, mas é importante que tenha um veterinário ou um especialista que faça uma dieta balanceada, porque é desenvolvida de acordo com peso do animal, a necessidade energética, a quantidade ideal de vitaminas e até a raça”, alerta.
Uma das vantagens de abolir a ração é a certeza da procedência do alimento. Na composição da maioria das marcas, é possível encontrar, por exemplo, BHA (hidroxianisole butilado) e BHT (hidroxitolueno butilado). Esses conservantes são considerados cancerígenos pela Organização Mundial da Saúde e pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos, e, inclusive, já foram banidos no Japão.
A demanda por alimentação alternativa nos Estados Unidos e na Europa aumentou nos últimos anos. Foi então que a veterinária Juliana Bechara viu uma chance de divulgar os benefícios da AN no Brasil e ainda empreender a favor dos bichos. “É a mesma coisa de pensar na alimentação de humanos. Como seria nossa vida se a gente só se alimentasse de industrializados?”, questiona ela. Em maio de 2012, ela fundou a La Pet Cuisine, empresa que produz e vende refeições congeladas para cães, com as orientações nutricionais de Juliana e o toque gourmet da irmã dela, a chef de cozinha Veri Noda.
Todos os pratos são feitos à base de carne cozida, apesar de correntes defenderem que os pets podem — e devem — ingerir carne crua. Até o momento, porém, nem a La Pet Cuisine nem outras empresas brasileiras podem comercializar carne crua. “Na época em que pedi o registro no Ministério da Agricultura, não consegui autorização para carnes cruas por falta de leis específicas e também porque a manipulação na cozinha é mais arriscada”, conta a veterinária. Juliana ressalta que, mesmo quando a carne já está na casa do pet, a manipulação precisa ser muito cuidadosa para evitar a contaminação, frequentemente resolvida com o cozimento.
Outras receitas são feitas sob encomenda, principalmente para bichinhos com problemas no coração ou nos rins. “A gente faz o preparo de dietas enviadas por veterinários e após avaliar exames e histórico dos animais”, conta a veterinária. A La Pet Cuisine também prepara refeições para gatos saudáveis, que, além de terem necessidade proteica mais alta, que exigem cálculos energéticos mais complexos, são mais seletivos com o que comem e podem levar semanas na adaptação da nova alimentação.
ELAS RECOMENDAM:
Thaís Villas Bôas, 29 anos, médica
Em 2013, Thaís começou a transição dos shih tzus Ziggy e Luna, de três anos, para a alimentação natural. Desde filhotes, a dupla comia ração premium, específica para a raça, mas Luna dificilmente aceitava de imediato. “Ela cheirava a comida, comia uma bolinha e saía”, conta Thaís. Quando Luna cedia à fome, acabava vomitando tudo. Além disso, os cachorros tinham alergias, infecções de ouvido e queda de pelo, que não cessavam, mesmo com o cuidado veterinário e dos exames frequentes.
Após Thaís tentar todas as rações disponíveis no mercado e começar a medicação para enjoo e proteção do estômago, sem sucesso, conheceu o mundo da AN e se animou com a ideia. Após servir fígado, batata-doce e cenoura para Luna, ela comeu tudo e não vomitou. Thaís não compra as refeições prontas, prepara toda a comida semanalmente e deixa as porções de café da manhã, almoço e jantar separadas na geladeira. “Pela saúde deles, deixo a preguiça de lado e faço”.
O resultado foi uma melhora significativa da qualidade de vida dos cães.
Maria Paula van Tol, 46 anos, publicitária
O drama do dálmata Panda, de 5 anos, começou com o ganho de peso, em 2015. Ele perdeu a vontade de brincar e de passear. A primeira hipótese de Maria Paula é que ela exagerava na quantidade de ração. Assim, diminuiu as refeições, mas logo veio o diagnóstico do hipotireoidismo, que explicava porque Panda não queimava calorias como antes. O dálmata passou a tomar remédios e o organismo reagiu, mas ele continuava triste. Foi quando a publicitária descobriu a alimentação natural e decidiu introduzir a comida cozida e, em seguida, a crua. “Ele é outro: emagreceu, melhorou o ânimo, bebe menos água — já que a ração é bem salgada —, come frutas”, diz.
Depois de um merecido descanso, voltamos… eu e o blog.
Aguardem novidades!
(por Ailim Cabral, da Revista do Correio) (foto Zuleika de Souza/CB/DA Press)
No fim do ano, com as férias e os recessos chegando, é preciso redobrar a atenção com os pets. Uma das precauções mais importantes se refere à identificação. Assim como as pessoas portam a carteira de identidade, os veterinários e os cuidadores recomendam que cada bichinho tenha seu próprio documento, feito na forma de um microchip. Segundo a veterinária e gerente técnica do laboratório Virbac, Fabiana Zerbini, o microchip é uma forma de reconhecimento eletrônico e é o primeiro passo para a posse responsável.
O implante é simples. O veterinário posiciona o microchip na nuca do animal como se estivesse aplicando uma injeção. Cada dispositivo tem um código único, que é entregue ao dono do cachorro ou do gato. Assim, o proprietário deve entrar no site do fabricante e cadastrar os dados do animal, como nome, idade, raça; além do nome, endereço e telefone do dono. A partir desse cuidado, se o pet foge ou é roubado, fica mais fácil encontrá-lo. A maioria das clínicas veterinárias conta com algum tipo de leitor de microchip, independentemente da marca, que consegue decodificar o chip de qualquer fabricante.
Depois de passar por um grande susto em setembro e quase perder a pug Amora, de um ano e meio, a estudante de medicina veterinária, Mariana Moreira Ribeiro (foto), se arrependeu de não ter microchipado a cadelinha. Amora costuma ficar solta dentro de casa e, em um descuido, o portão ficou aberto. “Vimos depois, pelas câmeras de segurança, que ela aproveitou e saiu correndo”, conta. Poucos minutos depois da fuga, a família percebeu e foi buscar a pug. “Saímos pela rua, a pé e de carro, procuramos por todos os lugares, fizemos muitas publicações na internet até alguém entrar em contato”, lembra.
No dia seguinte, uma mulher disse ter comprado a cadelinha e não queria devolvê-la para Mariana. Apesar de argumentar, ter o pedigree, a carteira de vacinação, fotos e vídeos de Amora, a jovem teve dificuldades em ter a pug de volta. “Tive medo. Não tinha colocado ainda o microchip e não tinha como provar que ela era minha. Foi muita sorte a mulher ter finalmente cedido e me devolvido, porque ela poderia ter ficado com a Amora para sempre e ia ser minha culpa”, afirma Mariana. Depois do susto, a jovem resolveu juntar dinheiro e colocar o microchip em todos os sete cães. “Só estou esperando a Amora ter os filhotes para colocar nela e em todos os outros”, completa.
Além de ser primordial em situações como a de Mariana, o microchip ajuda quando o cachorro é encontrado e levado ao veterinário. “Se o animal toma medicação contínua, tem diabetes ou epilepsia, por exemplo, quem o encontra consegue cuidar dele até achar os donos. As informações podem salvar a vida do pet”, completa Fabiana.
Prontos para as férias
Além do microchip, existem outros cuidados essenciais na hora de viajar, seja com, seja sem o pet. O presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais no Distrito Federal (Anclivepa-DF), Bruno Alvarenga dos Santos, explica que a primeira coisa a ser avaliada pelo dono, quando o pet vai acompanhá-lo, é se a viagem é nacional ou internacional.
Para as viagens nacionais, de avião, de ônibus, de barco ou de trem, é exigido um atestado sanitário emitido por um médico veterinário, no máximo, 10 dias antes da viagem. É importante também verificar as regras da companhia de viagem. “Muitas empresas aéreas exigem o atestado emitido, no máximo, três dias antes da viagem. Elas também têm restrições quanto à raça do animal. Algumas vetam os cães braquicefálicos, que costumam ter problemas respiratórios, por exemplo”, alerta Bruno.
A vacina antirrábica também é obrigatória para as viagens nacionais. “É preciso ressaltar que a vacina deve ter sido aplicada, no mínimo, 30 dias antes da viagem para que tenha efeito”, explica Bruno. Quem vai de carro deve ficar alerta para a acomodação do pet, que deve ser levado em caixas de transporte ou preso com cinto de segurança. Caso contrário, o dono pode ser multado.
Para as viagens ao exterior, exigem-se mais cuidados. Muitos países que não permitem a entrada de animais sem microchip e antes de comprar as passagens é necessário verificar a regra. Além do microchip e da vacina antirrábica, para a entrada de um cachorro vindo do exterior, as autoridades estrangeiras costumam exigir a vacina óctupla ou déctupla, que protegem contra uma série de doenças. No caso dos gatos, por exemplo, é pedida a vacina quádrupla. Cabe ao proprietário pesquisar as normas do país para o qual vai viajar, mas o ideal é proteger o pet de todas as formas possíveis.
O veterinário Bruno dá mais algumas dicas para quem quer passear e curtir as férias com os pets. “Verificar as doenças endêmicas na região para onde vai e proteger o animal é um cuidado extra que previne dores de cabeça e problemas mais graves”, complementa. Quem vai para a praia, também deve ficar atento a parasitas, entre eles, o mais comum e perigoso, é o verme que se aloja no coração do pet e causa a dirofilariose. “Vermifugar o animal durante a viagem e depois de voltar para casa são medidas necessária”, afirma o especialista.
Algumas pessoas, no entanto, vão para lugares onde não podem levar os animais, por isso a dica é verificar as normas do local antecipadamente. Outros, simplesmente, preferem deixá-los em casa. Os cuidados, no entanto, continuam sendo necessários. Se o pet for ficar em um hotel, deve estar protegido com remédios antiparasitários, contra pulgas e carrapatos; além de ser vermifugado e vacinado.
Se o pet vai ficar em casa e um amigo, parente ou profissional vai cuidar dele, o dono deve deixar recomendações, bem como os contatos do veterinário responsável pelo animal. Mais seguro ainda é avisar a esse profissional sobre a viagem e combinar os pagamentos previamente. A pessoa deve ser de confiança e ficar atenta se o bichinho está comendo, bebendo água e evacuando normalmente. “Muitos animais têm problemas emocionais quando se separam dos donos e podem adoecer. Eles param de se alimentar e não fazem as necessidades frequentemente. O cuidador precisa estar de olho para perceber essas mudanças”, alerta Bruno.
(da ANDA)
(fonte: clubeparacachorros)
(foto: Luís Tajes / @LuísTajes )
A proximidade do verão traz junto a preocupação com a dengue, pois é neste período que aumenta a concentração dos casos da doença. Muitas pessoas que têm cães em casa também se preocupam com a saúde do seu animal doméstico: será que o animal corre algum risco nesta época de epidemia de dengue?
Não, os cachorros não podem pegar dengue!
Embora o aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, seja capaz de picar outros animais, ele só consegue transmitir a doença para o homem, que é o único reservatório vertebrado do vírus. Assim sendo, mesmo que o seu cãozinho seja picado pelo mosquito transmissor da doença, ele não terá dengue.
Segundo um estudo de 2001, publicado no “Journal of Medical Entomology”, uma das possíveis explicações para isto é que o sangue humano possui uma determinada concentração de uma proteína, denominada isoleucina, que é utilizada pelo mosquito para sintetizar as suas reservas energéticas e conseguir se reproduzir. Devido a isso, o mosquito escolhe se alimentar de sangue humano, transmitindo a doença.
Apesar de os cachorros não fazerem parte do ciclo da dengue, eles podem ser atingidos por outras doenças bastante graves que também são transmitidas por mosquitos, dentre as quais estão a leishmaniose e a dirofilariose.
Dengue e dirofilariose têm alguma relação?
Existem trabalhos que defendem a potencialidade do mosquito Aedes transmitir o parasita da dirofilariose, no entanto, nada foi comprovado. Inclusive, existem evidências de a não existe nenhuma ligação direta entre as duas doenças, pois, em mais de 10 anos de surtos de dengue no Rio de Janeiro, a incidência de dirofilariose não aumentou.
Não existe na literatura que comprove o boato de que o Aedes aegypti transmita o agente patogênico da dirofilariose. De acordo com especialistas, a picada de um mosquito é responsável por introduzir a dirofilária na circulação sanguínea do animal, porém o transmissor principal é o inseto do gênero culex.
Os mosquitos do gênero culex e Aedes possuem hábitos de vida diferentes e a sua reprodução ocorre em ambientes distintos.
Para proteger o seu animalzinho das doenças, é importante utilizar alguns produtos específicos que afastem os mosquitos. No caso da dirofilariose, recomenda-se o uso de um medicamento preventivo. Lembre-se sempre de pedir orientação a um médico veterinário para garantir a saúde do seu cachorro.
Ontem, 22 de dezembro, chuvas intensas castigaram a cidade de Santana do Livramento no Rio Grande do Sul.
O Repórter fotográfico Marcelo Pinto, do jornal A Platéia, flagrou o momento em que um cidadão levava seu melhor amigo para fora de uma área de risco.
Uma bela imagem de um emocionante momento. Parabéns Marcelo!
Contra fogos de artifício, vale até homeopatia natural para acalmar cães
( da ANDA, fonte Campo Grande News )
( foto Luís Tajes )
Quem tem cachorro em casa sabe que a queima de dos fogos de artifício nesta época do ano é sinônimo de desespero para qualquer animal. Pensando nisso, o Lado B consultou veterinários e especialistas para saber qual a melhor maneira de diminuir a angustia dos cães.
As opções vão desde medicamentos e sprays homeopáticos, até fogos de artifício com menor intensidade sonora. Em qualquer pet shop, por exemplo, os tutores podem encontrar os produtos fitoterápicos, à base de ervas naturais e de menor risco ao organismo do animal.
Medicamentos deste tipo servem basicamente como calmantes e podem ser adquiridos facilmente, sem receita. Mas a aplicação exige cuidados, como qualquer outra droga, comenta a veterinária Flávia Vitorasso. “Eles são indicados apenas como calmantes e devem ser aplicados com a antecedência de um dia, dois ou até mais, de acordo com a raça e o porte do animal”, recomenda.
Medicamentos como o Calmsyn, por exemplo, são de origem 100% natural e indicados na diminuição do stress de cães e até gatos. O tratamento deve ser iniciado dois dias antes, da noite de Réveillon, por exemplo. O produto pode ser adquirido em pet shops ou casa veterinárias.
Efeitos semelhantes são alcançados pelos chamados medicamentos florais, em gotas ou até sprays. Estes produtos podem ser aplicados nas casinhas do cachorro, por exemplo, conforme orienta a também veterinária e professora, Ana Laura Bello. “Os florais têm o mesmo efeito calmante e são indicados tanto para diminuir o comportamento agressivo dos cães, quanto em situações que representem medo para eles”, conta.
Técnicas caseiras, como prender o cão em ambientes fechados ou tapar o ouvido do animal com algodão, são outras opções, mas com ressalvas. “Alguns animais tiram facilmente o tapa ouvidos, por exemplo. Deixar eles em quartos fechados, também pode aumentar a ansiedade. Mas o tutor pode aplicar no ambiente um floral para deixá-los mais calmos”, explica.
Fogos de Artifício – Ainda não existe no mercado fogos de artifício sem nenhum tipo de efeito sonoro. Apenas versões menos agressivas aos ouvidos dos animais, conforme orienta o especialista em pirotecnia Álvaro Gaspareto. “Os chamados fogos de artifícios coloridos, os chamados de efeito especial, têm uma explosão menor que os tradicionais”, comenta.
(por Cristine Gentil, editora de Cidades, da Revista do Correio e blogueira Mais Bichos)
Quando eu viajo o apetite dele muda. Sente saudades. Começa a sentir quando vê a mala no chão do quarto, mesmo ainda vazia. Sim, cachorro sente o que vai sentir. Então, ele deixa o queixo, pesado de tanta bochecha, cair em cima do meu pé, franze o senho em sinal de sofrimento, dá um longo suspiro e volta os olhos para cima vencendo com esforço as pálpebras caídas. Aí ele abala meu coração. Sem dó nem piedade. É uma faca cortante, admito que também sofro. Menos com a minha saudade e mais com a dele, é verdade.
Logo percebo que a chantagem não é privilégio dos humanos e sei que ele sobreviverá à minha ausência – se até os filhos conseguem… Quando eu voltar, ele vai me olhar meio magoado, mas logo vai sacudir aquele rabinho curto e gordo. Em instantes, estará tão alegre que vai correr na minha frente e se jogar de barriga pra cima à espera de carinho. Depois, vai brincar e pular pela casa, ao ritmo e velocidade que cabem a um buldogue gorducho, em profundo contentamento. Antes de ser totalmente vencido pelo cansaço, vai me seguir pela casa a todo instante. Deitará ao lado da minha cama, vai me esperar na porta do banheiro, sentará ao meu lado na mesa. É de fato um senhor de companhia.
O Bono Blue é assim. E o seu certamente é bem parecido. Os cães podem ter pedigree ou não, focinho longo ou curto, porte pequeno ou grande, podem latir mais ou menos. São uma alegria para o coração. Tudo o que eu puder dizer aqui sobre essas criaturas parecerá clichê e banal. E para quem não tem nem pretende ter um cachorro tenderá a ser bem desimportante. Todos os que têm um animal de estimação justificam da mesma forma a relação com os pets: eles são companheiros, não cobram nada a não ser carinho, oferecem um amor totalmente despretensioso e incondicional. E isso é completamente verdade.
Mas esses grandes companheiros não mexem apenas com nossa rotina nem arrebatam só corações. Eles curam pessoas de depressão e ajudam em tratamentos médicos. Também movimentam o terceiro maior mercado consumidor do Brasil (que, apesar da crise, cresceu mais de 10% em 2015). Vendem livros como água e lotam bilheterias de cinema. Portanto, quem não tem simpatia por cães – na verdade, por animais de estimação – pode se sensibilizar com cifras e reconhecer o quanto eles ajudam a economia do país. Para mim, isso é apenas um dado, uma estatística, um argumento em prol do respeito aos animais.
O meu cachorro está aqui, enquanto escrevo essa crônica, com a pata levantada à espera de atenção e a cara mais linda do mundo, lembrando a todo instante que alguns segundos da minha companhia são muito importantes para ele. Aí eu pergunto: quem te faz uma declaração de amor a cada cinco minutos? Quem é capaz de deitar ao seu lado por horas seguidas quando você está triste e doente? Quem te olha com ternura e docilidade sem nunca aparentar raiva ou falsidade? O Bono faz isso tudo por mim. O nome disso é amor. Cães são o amor em movimento.
(da Revista do Correio)
(Fotos Zuleika de Souza)
Quando um cachorro passa por situações inesperadas, ele pode tornar-se ansioso e alterar o comportamento. Nem sempre a mudança precisa ser claramente desconfortável, como o barulho de fogos de artifício. Às vezes, a simples entrada de pessoas (conhecidas ou não) na casa é suficiente para deixá-lo agitado.
O comportamentalista canino Renato Buani aponta que o melhor modo de tornar a visita um evento natural é acostumar o cachorro com muitas situações, locais e pessoas. Isso já pode ser feito por volta de 3 meses de idade, após a vacinação. Buani propõe que seja feito um trabalho de adestramento específico para visitas, de modo a diminuir a sensibilidade do animal ao barulho da campainha. Uma dessas técnicas é pedir para uma pessoa não conhecida pelo pet tocar a campainha seguidamente. A cada toque, o cão ganha um petisco. Com a prática, ele vai associar a “visita” a algo positivo.
Em situações reais, o dono pode orientar o visitante a ofertar um petisquinho tão logo cruze a porta. Para cachorros agressivos, porém, o especialista acredita ser melhor procurar ajuda profissional e, inicialmente, manter o bicho afastado dos não moradores. “O ideal é que o animal tenha um nível de restrição e, se alguém tiver interesse em interagir, pode aproximar-se”, indica.
A professora Nathalie Nobre, 39 anos, não tem problemas com o labrador Nick. Quando ele chegou à família, há quase nove anos, Nathalie morava em um apartamento com metade do tamanho do atual. O marido da professora ficou com receio de cuidar de um labrador, que pode chegar aos 60kg, mas Nathelie insistiu.”Deixei ele (Nick) em casa, tranquei as portas e saí para comprar o enxoval”, diverte-se.
A preparação para a novidade começa já quando o interfone toca. Nick fica sentado próximo à porta esperando Nathalie abri-la, para ele ir para a frente do elevador recepcionar a visita. A madrasta de Nathalie tem medo de cães, por isso é a única pessoa que recebe tratamento diferenciado. Nick fica preso até que ela se acomode. Quem não conhece o cachorro pode assustar-se com o tamanho. “Os entregadores, às vezes, se assustam e voltam para o elevador”, conta.
Já Pierre, o cãozinho da dona de casa Ana Maria Souza, 51, nem sempre consegue controlar a felicidade quando recebe alguém: ele pula nos convidados. “Ele sempre fica muito afoito, late já na escada, só depois fica quieto”, conta. Ela tem ainda uma vira-lata de sete meses, Marjorie, que se inspira em Pierre para tudo que faz. Ambos serão castrados no início de janeiro — o que, provavelmente, os deixará mais tranquilos. “Um dia, Pierre ficou sozinho e, quando cheguei, ele virou a cara pra mim, não quis almoçar”, lembra.
Segundo Buani, o hábito de pular nas pessoas é um mecanismo criado ainda na infância dos cães, quando eles sabem que vão ser recompensados com colo quando fizerem isso. Por isso, sempre que querem atenção partem para o contato físico. O problema surge quando eles crescem e não têm consciência de que cresceram, podendo machucar alguém. Para solucionar isso, é simples: basta olhar para cima ou para os lados, ignorando o pet. Se ele não encontra atenção, logo desiste.
Nathalie Nobre acredita que o bom comportamento de Nick é reflexo de uma vida social saudável. Ele tem amizade com vários cães do condomínio, recebe visita das crianças vizinhas e, periodicamente, nada na piscina. A única atitude de Nick que incomoda Nathalie talvez faça parte do instinto evolutivo dos cães: “Ele cheira o bumbum das pessoas”.
Feira de adoção Projeto São Francisco
Sábado 19.12 das 10:30 as 15h
Sia trecho 2 lotes 65/95
Brasília/DF
Feira de adoção Quintal dos Bichos
Sábado 19.12 das 10 as 16h
CLN 205 bloco D – Armazém do Gato
Brsília/DF
Feira de adoção Abrigo Flora e Fauna
Sábado 19.12 das 11 as 16h
108 Sul-Pet Shop Di Petti
Brsília/DF
Feira de adoção da SHB
Domingo 20.12 das 10 as 16h
Sia trecho 2 lotes 65/95
Brasília/DF
(Por Mariana Rosa, Especial para o Correio)
(Fotos Luís Tajes)
O problema na hora de viajar é sempre o mesmo: com quem deixar o animal de estimação? Um parente? O vizinho? O amigo? O nem tão amigo assim, mas que gosta de cachorro… A decisão é difícil para quem pede e para quem aceita receber o bichinho. Focadas nessa situação, crescem no Brasil startups dispostas a solucionarem o impasse.
Páginas eletrônicas foram criadas para unir pessoas que recebem animais em casa e cuidam deles enquanto os donos estão ausentes. Algo como uma hospedagem domiciliar. Uma espécie de Airbnb (site oferece hospedagens em casas particulares), mas para animais. Na plataforma brasileira, o interessado escolhe o anfitrião que atende suas necessidades, entra em contato com ele, agenda os dias, os horários e fecha a reserva.
O valor da diária varia de R$ 25 a R$ 100, dependendo dos serviços oferecidos. Pagamento é feito on-line e é intermediado pelos sites de hospedagem.
Foi em 2012 que o paulista Sérgio Hernandes, 37 anos, lançou o site Pet Hub. Incomodado com a situação de não ter com quem deixar o cachorro durante uma viagem, o empresário arregaçou as mangas e saiu em uma tarde de sol perguntando aos frequentadores do Parque Ibirapuera, em São Paulo, se eles passavam pelo mesmo problema. “Todos viviam a mesma situação e 80% dos entrevistados aceitariam pagar para deixar o animal em um lugar realmente confortável.” Assim, o programador começou a desenvolver o site, que hoje possui mais de 20 mil anfitriões cadastrados e ultrapassa 200 mil noites registradas.
A escolha de uma casa para deixar o bichano vai além da questão financeira. A carioca Monique Corrêa, 34 anos, fundadora e CEO da Pet Roomie, presente em 20 estados brasileiros, conta que o momento da reserva exige atenção. “O local deve atender o pet em primeiro lugar. Por exemplo, se o bicho fica sempre acompanhado, precisa de um cuidador em tempo integral. Se é um gato, talvez seja mais interessante cuidar dele em casa. Pensando por esse lado, conseguimos conquistar 100% de satisfação nas avaliações de anfitriões”, conta. Entre os diferenciais, a Pet Rommie oferece um filtro específico para cuidadores de gatos. A própria Monique tem uma gata persa de 10 anos e é adepta a campanhas que promovem a adoção de animais.
Amor é a palavra que inspira os anfitriões. Eles cuidam dos animais porque gostam e ainda encaram a prática como uma atividade financeira (as empresas descontam, em média, 15% do valor da hospedagem). Para candidatar-se ao cargo, o interessado elabora um perfil em que conta sua experiência com os animais e o carinho que tem por eles. Adicionam fotos dos cachorros que têm, do ambiente em que vivem e informam se moram em casa ou em apartamento. A partir desses dados, o tutor do cachorro entra em contato com o anfitrião que mais lhe agrada e combina os detalhes da hospedagem.
Eduardo Baer, 31 anos, e Fernando Gadotti, 30 anos, gerenciam a Dog Hero e tranquilizam os donos dos animais. “Para garantir a segurança do serviço, o anfitrião envia, diariamente, fotos e vídeos para os responsáveis e oferecemos uma garantia de R$ 5 mil para emergências veterinárias”, pontua Eduardo.
Além disso, o candidato passar por um criterioso processo seletivo, que inclui entrevistas por telefone, análise da casa por meio de fotos e até o levantamento de antecedentes criminais. “A ideia é fazer com que o anfitrião ofereça a hospedagem porque gosta da companhia de um animal. O serviço é focado em pessoas que amam cachorros e fazem de tudo para garantir o bem-estar deles”, completa Fernando Gadotti, da Dog Hero.
Motivada pela experiência própria de precisar viajar e não ter com quem deixar os animais de estimação, Ana Paula Rodrigues de Souza, 23 anos, candidatou-se a anfitriã há seis meses. No apartamento da Asa Sul, a estudante de psicologia recebeu oito animais — alguns por mais de uma vez —, e coleciona cinco estrelas em todas as avaliações. “Achei a proposta interessante por ser menos traumática para os animais. Além disso, é uma realização poder ajudar quem passa pela mesma dificuldade que eu passei. Como tenho dois cachorros vira-latas, cuidar de um a mais não faz diferença”, conta.
Pepe é o shih tzu da oficial do Exército Thaís Madureira, 38 anos. Uma experiência traumática fez com que ela nunca mais deixasse o pet em um hotel. “Viajei por 30 dias e, quando voltei, o Pepe estava com a córnea perfurada. Gastei mais de R$ 5 mil para ele não ficar cego e o canil disse que não poderia fazer nada”, desabafa. Por meio do aplicativo para celular, a militar fez a primeira reserva. Satisfeita, está prestes a fechar outra hospedagem, desta vez para as férias do fim de ano, por 40 dias. “Ele terá o mesmo tratamento que teria se ficasse comigo. Ficará mais barato do que deixar no hotel, não vou precisar incomodar ninguém e receberei fotos diárias dele para matar a saudade”, completa.
Saiba Mais:
* Pet Sitter é um serviço em que o cuidador vai até a casa onde o animal vive e cuida dele lá. O serviço também é oferecido por alguns anfitriões, além de passeios, treinamento, day care e transporte, desde que previamente combinado.
* Caso o cão seja antissocial, agressivo ou possua necessidades especiais, é possível encontrar um cuidador especialista nessas áreas. Se for necessário, um orçamento personalizado pode ser elaborado para atender tais demandas.
* Mediante agendamento, é possível visitar a casa do cuidador antes de deixar o animal no local. É aconselhável levar a coleira, algum medicamento necessário, a caminha e a ração suficiente para todo o período que ele ficará hospedado. O cuidado evita a troca de alimento.
* Não é recomendado levar brinquedos perfumados. Os cães costumam ser ciumentos em relação e podem não gostar que outros animais se aproximem dos objetos preferidos.
Serviço:
* DogHero (https://www.doghero.com.br/) e PetHub (https://pethub.com.br/) possuem aplicativos para IOS e Android.
* A PetRoomie (http://www.petroomie.com.br/) está com os aplicativos em fase de teste.