Ratinhos de pelúcia substituem cobaias

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Professora da Universidade de São Paulo inova, ao usar bichinhos de pelúcia nas aulas e, assim, evitar o sofrimento e a morte de animais em sala de aula

 

ratinho

 

Há cinco anos, uma professora da USP em Ribeirão Preto usa animais de pelúcia em aulas práticas sobre diabetes mellitus. A iniciativa vem poupando sofrimento e morte de cerca de 45 ratos por ano, com benefícios ao aprendizado dos estudantes que perdiam o foco com a dor dos animais.

Responsável pela aula alternativa, cursada por alunos das faculdades de Odontologia (Forp) e de Ciências Farmacêuticas (FCFRP) da USP, a professora Maria José Alves da Rocha conta que as aulas de laboratório da disciplina de Fisiologia sobre diabetes mellitus nunca foram confortáveis. Os alunos sofriam com a coleta de sangue dos animais para dosar a glicemia, pois era necessário um corte no rabo do animal, relata. A professora explica ainda que esses ratos ficavam em estado deplorável e exalavam forte odor causado por diarreia, efeito colateral da droga que induz ao diabete.

Ao buscar uma solução para o problema, Maria José encontrou alguns artigos científicos sobre modelos de aulas de sucesso com animais artificiais e decidiu desenvolver seu próprio material. Aproveitou as gaiolas metabólicas – equipamento onde ratos de verdade ficam e têm suas fezes e urina coletados – já existentes e adquiriu os ratinhos de pelúcia em oferta numa grande loja.

Com a ajuda do técnico de laboratório Mauro Ferreira da Silva, abriu o abdômen de alguns bichinhos que, a cada aula, são preenchidos com bolas de gude para alcançar pesos diferentes. Para o sangue e urina, que também são artificiais, recebeu a colaboração do então aluno de Farmácia Paulo José Basso. Esses preparados simulam os diferentes níveis de glicemia, ou seja, a quantidade de açúcar no sangue.

As análises, comparando as aulas com animais reais e as que usam métodos alternativos, ofereceram à professora a certeza do caminho certo.

“Modelos de ensino que não envolvem experimentos nocivos ou com morte de animais são benéficos à aprendizagem”, garante a professora.

Ela Conta que era comum estudantes se distraírem do objetivo principal, a doença, ao se envolverem em discussões sobre a dor e o desconforto que os animais experimentam. “Questões éticas são importantes e devem ser incorporadas em um curso de fisiologia”, defende a professora.

Entre as vantagens das aulas com a substituição dos animais, ela aponta a oportunidade do aluno discutir as diferenças entre a diabete tipo 1 e tipo 2, oferecida pela simulação do rato obeso. Ela afirma que a técnica pode ser facilmente adaptada em todos os cursos das áreas biomédicas que ensinam fisiologia endócrina, mesmo em instituições com menos recursos, já que não requer grande suporte técnico nem equipamentos ou espaços físicos específicos.

Por esse trabalho de ensino, a professora e sua equipe receberam o Prêmio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) de Métodos Alternativos à Experimentação Animal, como o terceiro colocado na categoria Produção Acadêmica

CPI 

Enquanto isso, na Unicamp, os alunos de medicina ainda treinam em porcos e coelhos procedimentos de drenagem de tórax, suturas de alças intestinais, abordagem de órgãos retroperitoniais para contenção de sangramentos e janela cardíaca para controle de ferimentos graves. Na Faculdade de Medicina do ABC, os mesmos procedimentos já são realizados há dez anos em cadáveres de animais eticamente adquiridos sem perda da qualidade do ensino, uma vez que a faculdade já atingiu nota máxima no Enade. E nos EUA e Canadá mais nenhuma escola médica utiliza cobaias no ensino, apenas modernos simuladores em forma de bonecos realísticos (alguns específicos para área de emergência) e simuladores em 3D.

Os deputados da CPI de Maus-Tratos Contra Animais da Assembleia Legislativa de SP ouviram no dia 13 de dezembro o professor Wagner Fávaro, do Instituto de Biologia da Unicamp, convocado para falar sobre o uso de animais naquela instituição que, junto com a USP e a Unesp, entregaram ofício ao governador alegando que não existem métodos substitutivos para todos os procedimentos usados no ensino. Os ofícios foram entregues por ocasião do Projeto de Lei 706/2012, do deputado estadual Feliciano Filho (PSC), que restringe o uso de animais no ensino (não na pesquisa).

Feliciano Filho considerou a reunião da CPI bastante produtiva: “O professor respondeu todos os nossos questionamentos e explicou que a Unicamp ainda mantém quatro procedimentos feitos com animais no ensino da Medicina. No entanto, disse que visitará a Faculdade do ABC para conhecer o método com cadáveres para, quem sabe, implantar na Unicamp”.

“A professora Júlia Matera, da USP, inclusive, aprimorou essa técnica e os cadáveres podem sangrar e duram até seis meses. Outra vantagem é que os alunos podem treinar também fora da aula e não sofrem dissensibilização ao assistirem tantos animais sendo arrastados para as aulas práticas. Os animais sabem que vão morrer”, explica a professora Odete Miranda, uma das responsáveis pela aboliçaõ do uso de cobaias na Faculdade de Medicina do ABC.

O professor Fávaro comentou também que nenhum outro curso da Unicamp utiliza cobaias e que o biotério da faculdade cria ratos e camundongos destinados apenas para a pesquisa.

Feliciano ressaltou que os deputados da CPI ouvirão técnicos e formularão relatório a ser encaminhado ao Ministério Público:

“Havendo método substitutivo, segundo o artigo 32 da Lei 9.605, o uso de animais no ensino é crime. Por isso, peço humildade as universidades estaduais para que aceitem que podem melhorar seu ensino sem o uso de cobaias e façam a transição para um aprendizado muito mais eficiente e sem sofrimento”.

Além da Unicamp, a CPI de Maus-Tratos Contra Animais já ouviu também a USP. A convocação da Unesp, no dia 12, não foi proveitosa porque o professor escolhido para representar a instituição alegou não ter conhecimento técnico para falar de métodos substitutivos no ensino. Os deputados pretendem convocar a Unesp para uma próxima reunião ainda sem data marcada.

PL sobre transporte de pets sem novidades

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Aprovado pela CCJ, projeto não traz avanços na prática. Anac deverá ser responsável por padrões de segurança e higiene

Crédito: Reprodução
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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou proposta que garante aos tutores de animais domésticos o direito de transportá-los nas linhas regulares nacionais, interestaduais e intermunicipais de transporte terrestre, aéreo e aquaviário (PL 274/15).

Atualmente, cabe a cada empresa de transporte decidir se permite ou não a presença de animais a bordo. As companhias também têm regras específicas de transporte, o que deverá mudar caso o projeto vire lei.

O texto do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) determina que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve expedir normas e estabelecer padrões mínimos de segurança, higiene e conforto para o transporte de animais domésticos.

Como tramita em caráter conclusivo, a proposta segue agora para o Senado, a menos que haja recurso para que seja votada pelo Plenário da Câmara.

Não há grandes novidades práticas na proposta. Afinal, as companhias aéreas já aceitam embarcar animais há muito tempo, e algumas já estão com regras bem mais avançadas do que as previstas na proposta. No caso das viagens de ônibus, a lei, se aprovada, significará algum avanço, pois ainda hà transportadoras terrestres que recusam os animais.
A proposta aprovada determina que o peso do animal não seja incluído na franquia da bagagem, mas permite que a empresa cobre valor adicional pelo transporte do animal de estimação, de acordo com critérios determinados pela agência reguladora competente.
Para ter direito ao transporte do pet, o tutor deverá apresentar atestado de saúde do animal da sanidade do animal no período de 15 dias antes da data de embarque; e carteira de vacinação atualizada, com pelo menos as vacinas antirrábica e polivalente. Essa exigência já é feita atualmente pelas empresas que aceram transportar animais.

A proposta exige que os pets viajem em caixas de transporte apropriadas durante toda a permanência no veículo, devendo ser transportados em local e na forma definida pela empresa de transporte, de modo que lhes ofereça condições de proteção e conforto.

Além disso, o texto permite que o animal de até oito quilos seja transportado na cabine de passageiros, a critério da empresa de transporte, limitado até dois animais por veículo a cada viagem, devendo ficar em compartimento apropriado. Essa exigência está desatualizada frente ao que ocorre hoje:  Gol e Avianca já permitem até 10kg na cabine (somado ao peso do kennel). A Avianca, inclusive, permite três pets na cabine, por voo.

A proposta proíbe o transporte de animais domésticos em via terrestre por mais de 12 horas seguidas sem o devido descanso; e de animal fraco, doente, ferido ou em adiantado estado de gestação, exceto na hipótese de atendimento de urgência e desde que a empresa transportadora tenha condições técnicas de realizar o transporte.

A empresa de transporte aéreo poderá condicionar ou se recusar a transportar animais domésticos por questões específicas relativas à saúde e à segurança dos animais, desde que apresente documento emitido por médico veterinário justificando as razões que desaconselham o transporte.

(Com informações da Agência Câmara)

SP aprova visita de pets a hospitais

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Vereadores de SP aprovam projeto para permitir a entrada de animais domésticos em hospitais municipais. Estudos mostram que o contato com os pets aumenta produção de substâncias importantes para o bem-estar físico e mental

Pet: o melhor médico para pacientes internados Crédito: Reprodução
Pet: o melhor médico para pacientes internados Crédito: Reprodução

 

Em Brasília essa moda também podia pegar: a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em definitivo, o Projeto de Lei n º 355/2017, de autoria do vereador Rinaldi Digilio, que propõe a liberação da entrada de animais domésticos, como cachorros, gatos e pássaros, em visitas para pacientes internados em hospitais públicos municipais da cidade de São Paulo.

Atualmente, não existem normativas e regras que permitam a visita dos pets em hospitais públicos municipais, mesmo com estudos que mostram os benefícios psicossociais do contato com os bichos. O projeto de lei já tinha sido aprovado em primeira votação e, agora, vai para a sanção do prefeito João Doria, que decidirá se a proposta vira lei ou não.

Estudos da ONG Patas Therapeutas mostram que as visitas a pessoas hospitalizadas trazem benefícios para a saúde, pois, ao brincar com o animal, ocorre a liberação de neurotransmissores hormonais responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar como a endorfina, a dopamina e a oxitocina. Há também a diminuição da liberação do cortisol, que é o hormônio do estresse.

O Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, já permite a visita de animais de estimação para ajudar na recuperação dos pacientes internados na unidade. Além de cachorros, a visita também é permitida para gatos, pássaros e até coelhos. A permissão, que ocorre desde 2009, visa além da recuperação física, o bem-estar mental. No estado do Paraná, em dezembro do ano passado, foi promulgada a Lei nº 18.918/2016, que também permite as visitas de animais nos hospitais públicos, com regras semelhantes.

“As visitas de animais, conforme mostram alguns estudos, podem ajudar e muito na melhora de pacientes, por meio da Terapia Assistida por Animais. Em outros casos, o animal doméstico não só faz parte da família, como é o único companheiro fiel do paciente, por isso, é importante uma lei, uma normativa que permita essa entrada e os médicos definirem isso de forma objetiva, com regras de saúde pública”, afirmou o vereador Rinaldi Digilio.

Regras
Para a visita, o projeto exige que os animais estejam com a vacinação em dia e higienizados com laudo veterinário atestando a boa condição do animal. A comissão de infectologia de cada hospital será a responsável por autorizar a entrada dos animais, que deverão estar em recipiente ou caixa adequada. No caso de cães e gatos, devem estar em guias presas por coleiras e, se necessário, de enforcador e focinheiras.

O projeto ainda diz que os hospitais criarão normas e procedimentos próprios para organizar o tempo e o local de permanência dos animais para a visitação dos pacientes internados. Além disso, a presença do animal se dará mediante a solicitação e autorização do médico responsável pelo paciente, com a visita agendada previamente na administração do hospital, respeitando a solicitação do médico e critérios estabelecidos por cada instituição.

Com tantos projetos inconstitucionais e sem utilidade apresentados pela Câmara Distrital, os deputados brasilienses poderiam adotar essa ideia!

Para ter um feliz Natal

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Cuidado com as comidas da ceia! Para garantir um Natal perfeito ao lado do melhor amigo, também não descuide dos enfeites da casa

Crédito: Reprodução
Crédito: Reprodução

 
O fim do ano está aí e, com ele, as tão aguardadas ceias de Natal e Ano Novo. Ao trazer pratos principais e sobremesas de encher os olhos, tais refeições deixam os pets, e também seus donos, com água na boca. Porém, é preciso lembrar que nem todos os alimentos que consumimos neste período do ano podem ser oferecidos aos nossos melhores amigos.

“Diferentes tipos de legumes, carnes e sobremesas podem causar sérios problemas de saúde aos pets e, em casos extremos, até levá-los a óbito”, explica Karina Mussolino, médica veterinária da Pez.

Durante as festas, a tarefa de vigiar os bichos com a casa cheia é sempre mais difícil. Mesmo assim, Karina recomenda que a família fique atenta e também procure avisar os convidados para que não deem comida aos pets em hipótese alguma. Segundo ela, os cuidados necessários durante as festas são:

  • Evite condimentos, coberturas e molhos industrializados: A maior parte dos condimentos e molhos industrializados à disposição no mercado é prejudicial para o organismo dos animais. “Produtos deste tipo contêm excesso de corantes e ingredientes bastante tóxicos, principalmente, para os cães, como chocolate e macadâmia”, revela a veterinária
  • Nada de bebidas alcoólicas e refrigerantes: o álcool altera o comportamento dos pets e, assim como os refrigerantes, é tóxico para o organismo deles. Embora não seja comum que os tutores deem álcool ou refrigerante para os bichinhos de estimação, os casos de ingestão de bebidas desse tipo por parte dos pets não são poucos. Isso, geralmente, acontece por causa da negligência de alguns familiares que se esquecem de recolher os copos e latinhas deixados pelo chão. “Os pets não têm consciência do que faz mal a eles e sempre que se deparam com comida ou bebida em locais onde podem alcançar, tendem a pegar. Por isso, é importante não deixar nada no chão e sempre vigiar para que eles não subam na mesa para beliscar”, aconselha.
  • Deixe a tigela de ração longe da mesa da ceia: evite deixar a tigela de ração próxima à mesa da ceia, já que os cães têm as suas táticas para tentar ganhar comida dos humanos. “Ao perceber que as pessoas estão comendo, o cachorro perde o interesse pela ração e começa a chorar com aquela carinha de que quer ser alimentado”, relata. “Quando não têm informação, as visitas ou os próprios tutores não resistem ao charme do pet e dão de comer a ele. Com a vasilha longe, isso se torna mais difícil de acontecer. Os cães mantêm a atenção na ração e, consequentemente, passam a correr menos riscos de ingerir o que não podem”, ensina.
  • Cuide para que o pet não engasgue: alguns cães ou gatos costumam ficar bastante ansiosos e agitados quando alguém lhes oferece comida. Enquanto estão assim, correm o risco de engolir o alimento sem mastigar corretamente e engasgar. “Em situações como essa, o melhor é fazer carinho no pet para acalmá-lo e dar de comer a ele só quando estiver mais tranquilo e sempre em pequenas porções. Também é preciso muito cuidado com ossos pequenos, quebradiços e caroços de fruta, já que, quando engolidos pelo pet, podem parar no estômago e/ou intestino, causando lesões bem graves”, alerta Karina Mussolino.
  • Atenção com plantas no quintal e enfeites de Natal: as plantas que ficam no quintal ou fazem parte dos enfeites natalinos também merecem atenção especial para evitar acidentes com os pets. Afinal, espécies como a poinsettia, mais conhecida como “bico-de-papagaio” ou “flor de Natal”, são tóxicas para os animais. “Caso venha a ingerir esse tipo de planta, o bichinho pode apresentar vômito ou diarreia, entre outras complicações. Por isso, é importante deixar vasos e adereços natalinos fora de alcance”, avisa a veterinária.

Confira o que é permitido ou proibido

Permitido

. Chester ou peru – As partes magras da carne, como o peito, são permitidas. As demais podem causar vomito e diarreia devido concentração de gordura.
. Arroz – Somente sem tempero e em porções pequenas.
. Frutas e legumes – Banana, batata doce, abóbora, cenoura, brócolis e maçã são permitidos. Mas tudo sem tempero, sal, açúcar e em pedaços menores para facilitar a mastigação e a digestão.

Proibido

. Salpicão – Esse tipo de mistura é denso demais para o estômago dos pets. Além disso, quase sempre, inclui maionese e uva passa – que são terminantemente proibidos;
. Farofa – Nem pensar! Trata-se de um alimento rico em sal e gordura oxidada. Ou seja, um verdadeiro veneno para os pets;
. Molhos – São fortes demais para o estômago dos animais e podem até causar pancreatite;
. Rabanada – Pets estão proibidos de comer frituras. Além disso, doces caseiros desse tipo contêm muito açúcar, o que também é ruim para a saúde dos animais;
. Panetone – Além de conter uva passa, a massa e as outras frutas cristalizadas presentes nesse tipo de alimento têm muito açúcar;
. Chocotone – Tudo o que contém chocolate é proibido, já que o alimento tem teobromina em sua composição. Essa substância causa intoxicação e, caso seja ingerida em grande quantidade, pode até levar a óbito;
. Nozes – Também estão proibidas, mas é preciso atenção redobrada com as macadâmias e castanhas do Pará. Elas são tóxicas para os cães e podem causar alergia em alguns deles;
. Uva e uvas passas – Podem causar lesão renal aguda e até falência aguda dos rins;
. Vinho – De jeito nenhum! Os cães, principalmente, são ainda mais sensíveis aos efeitos do álcool do que os humanos. Por isso, mesmo uma quantidade muito pequena pode causar quadros graves de intoxicação.

Campanha mobiliza contra eutanásia

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Campanha ‘Não Mate, Trate’ chama atenção para o tratamento aprovado da Leishmaniose Visceral Canina, antes tida como fatal

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Quem teve um cão com Leishmaniose Visceral Canina até o começo de 2017 sabe das implicações desse diagnóstico. Os cachorros infectados pela picada do mosquito palha, além de não terem tratamento disponível, eram vistos como ameaça de transmissão da doença para humanos. A recomendação era certa: eutanásia.

Mas essa realidade mudou.. Neste ano, os Ministérios da Saúde e da Agricultura aprovaram o tratamento para cães com leishmaniose. A doença em animais agora é entendida como o que realmente é: infecciosa, mas não contagiosa. Acontece que apenas o mosquito consegue transmitir a doença, o cachorro é só um hospedeiro. Mordidas, arranhões, lambeduras e dejetos não são capazes de contagiar seres humanos ou outros animais.

Como a chegada do tratamento é recente, muitos veterinários e tutores ainda desconhecem essa alternativa. E com isso em vista, a ONG Arca Brasil e a Brasileish, associação para pesquisa e orientação sobre a doença, lançaram a campanha #NãoMateTrate, apoiada pela publicitária e ativista Carol Zerbato.

“Não há cura, mas há tratamento. E todo tutor responsável tem o dever de lutar pela vida dos seus cães, assim como os cães têm o direito de viver”, esclarece Carol Zerbato.

Conhecida por sua luta contra exploração de animais em cativeiro pela indústria do entretenimento, a ativista entra na causa em prol da conscientização social, já que a doença é crônica e requer atenção por toda a vida do cachorro, mas não justifica mais a morte induzida.

Outras personalidades como a atriz Paolla Oliveira também se juntaram à campanha. Em sua conta nas redes sociais, a global defende: “A doença tem tratamento e, com dedicação, cuidado e carinho, seu amigo pode voltar a ter uma vida saudável”.

Conheça Cola, o cão “Blade Runner”

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O vira-lata de Bangoc, na Tailândia, é o primeiro cão a usar próteses semelhantes às dos atletas paralímpícos

Vítima de uma crueldade, Cola foi resgatado e ganhou próteses atléticas
Vítima de uma crueldade, Cola foi resgatado e ganhou próteses atléticas. Crédito:  AFP / LILLIAN SUWANRUMPHA

 

Cola, um cão vira-lata de Bangcoc, amputado das patas dianteiras, já pode correr de novo graças a próteses feitas sob medida, parecidas com as utilizadas pelos atletas paralímpicos.  A vida de Cola sofreu uma mudança dramática em 2016, quando um morador do bairro onde ele rondava cortou suas patas dianteiras por ele roer seus sapatos.
Um aposentado britânico, Johm Dalley, instalado na Tailândia há anos, teve pena do cachorro e o levou a Phuket, um balneário famoso por sua praia de areia branca no sul do país.
Depois de um tempo, Dalley decidiu recorrer a uma empresa local especializada em próteses humanas para fazer um par de patas para Cola. “Estas próteses leves lhe dão um melhor equilíbrio do que um modelo anterior, mais pesado”, comemora Dalley.
“É incrível como os cães se adaptam rapidamente”, diz Dalley, que além de Cola tem mais oito cães.
Depois de Cola, Dalley decidiu criar uma associação, “Soi Dogs” (soi em tailandês significa rua), dedicado aos cães de ruas.
“Queríamos conseguir uma prótese que não fosse muito pesada, um pouco flexível ao nível do pé”, explicou Teddy Fagerstrom, diretor sueco do laboratório.
Paradoxalmente, Fagerstrom espera que o caso de Cola – o primeiro cão a usar próteses semelhantes aos dos atletas paraolímpicos, de acordo com John – sensibilize os tailandeses sobre a conveniência de recorrer a próteses de alta tecnologia em um país onde há uma tendência de se esconder deficiências.
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Pets que arranham árvores podem pegar e transmitir esporotricose

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Já ouviu falar em esporotricose? As úlceras na pele, que atingem tanto animais quanto humanos, podem ser consequência de um hábito aparentemente simples: arranhar árvores

Crédito: Comac/Divulgação
Crédito: Comac/Divulgação

Causadas por fungos, as micoses afetam animais e pessoas de várias maneiras e em diferentes graus de intensidade. A esporotricose é uma delas e o fungo causador pode ser encontrado em plantas e em troncos de árvores, principalmente. Por isso, gatos que com o hábito de arranhar troncos estão mais suscetíveis à doença. Em cães, a infecção é mais difícil de acontecer.

Machucados na face e nos membros do pet podem ser sinais de que ele está infectado. A partir desse ponto, os tutores devem tomar uma série de cuidados específicos com o animal. Usar luvas ao manipulá-lo para evitar o contato direto com as úlceras, ter o máximo de cuidado com arranhaduras e mordidas e o garantir acompanhamento de um médico veterinário são medidas essenciais para a saúde do pet e, consequentemente, do tutor e sua família.

“O tratamento é feito à base de medicamentos antifúngicos por via oral. O tempo de cura é em torno de três meses, sendo sempre importante o acompanhamento de um médico veterinário devido aos efeitos colaterais do remédio”, explica Ana Claudia Balda, médica veterinária, parceira do Comac (Comissão de Animais de Companhia do SINDAN – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal), coordenadora do curso de Medicina Veterinária e professora do mestrado em Saúde e Bem-Estar Animal nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

 

A esporotricose é considerada uma epidemia pelos especialistas, sendo uma das grandes preocupações dos veterinários quando o assunto é saúde pública. Isso acontece pela fácil transmissão do animal às pessoas. Um pet que está contaminado e não recebe a devida atenção pode contaminar uma família inteira.

É importante ressaltar que o animal pode transmitir a enfermidade aos humanos mesmo sem estar infectado pelo fungo, pois o micro-organismo fica nas unhas do pet, após o contato com plantas ou solo contaminado.

Descobrir a doença no início é importante porque impede o contágio de novas vítimas. Apesar de a esporotricose ter cura, o tratamento é longo e pode causar efeitos colaterais.

Medo de fogos? Veja como amenizar

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Com a chegada das festas de fim de ano, tutores têm de se preparar para lidar com o pânico que muitos cães têm do barulho e, assim, evitar acidentes e até mesmo o óbito

Crédito: Reprodução
Crédito: Reprodução

 

Os cães possuem uma audição muito sensível, podendo escutar a origem do som em até seis centésimos de segundo e chegando a escutar até 45 mil hertz. Alguns se escondem dos barulhos, fogem, se ferem e outros correm para os donos tremendo. Quando estão em pânico, os cães podem até chegar a óbito, principalmente os que têm problemas cardíacos.
O especialista em comportamento animal e zootecnista Renato Zanetti explica que é importante entender a diferença entre medo e pânico para que o tutor saiba identificar qual a sensação de seu cachorro. “Medo é quando o animal sente que está em perigo, mas não faz coisas estranhas que normalmente não faria. Já o pânico é um nível maior e faz com que o pet não consiga processar muito bem essa emoção. O pânico impede que tenham a percepção do ambiente, podendo levar o cachorro a atravessar portas de vidro, escalar paredes, subir em telhados e até saltar de muros altos”, conta.

Mas para que isso não aconteça, Zanetti lista algumas dicas para minimizar esses problemas e ajudar os tutores a passar a virada do ano tranquilo com seu animal de estimação.

1. Estar em um lugar tranquilo, com o mínimo de barulho possível para que o pet não fique estressado e consequente sinta medo ou pânico;
2. Abafar o som externo. Deixar o ventilador ligado, colocar uma música calma, fechar janelas e portas;
3. Adaptar o cachorro ao ambiente que irá passar o ano novo, seja em casa sozinho ou em um day care;
4. O espaço tem que ser seguro para o cachorro. Todos os possíveis locais que eles possam escapar, devem estar fechados, como portas e janelas;
5. É importante disponibilizar tocas para ele se esconder, locais como embaixo da cama, dentro de caixas, dentro do banheiro, dentro da casinha ou uma caixa de transporte;
6. Disponibilizar petiscos diferentes ou comidas congeladas e brinquedos recheáveis para distraí-lo e estimulá-lo;
7. Se o pet ficar sozinho, o espaço deve ser livre de prateleiras, vidros, objetos de decoração ou porta retrato. Isso evita que ele se machuque;

E não se esqueça: não contribua para esse sofrimento desnecessário. Esqueça os fogos, eles não têm importância. Importante é celebrar com a família e os amigos, incluindo os pets!

 

Cães percebem e respondem a emoções negativas

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Estudo da Universidade de São Paulo mostra que lamber a boca fora do contexto da alimentação é uma resposta do cão a emoções negativas. Pesquisadora já havia demonstrado que cachorros interpretam expressões faciais de humanos

 

Fora do contexto de alimentação, ato de lamber a própria boca é sinal visual de emoções negativas – Crédito: Natalia de Souza Albuquerque/Divulgação
Fora do contexto de alimentação, ato de lamber a própria boca é sinal visual de emoções negativas – Crédito: Natalia de Souza Albuquerque/Divulgação

Por Valéria Dias, do Jornal da USP

É muito comum cães apresentarem o comportamento de lamber a própria boca (mouth-licking, em inglês). Se isso ocorre quando ele está prestes a ser alimentado ou diante de um alimento, trata-se de algo ligado à salivação e ao desejo de comer. Entretanto, muitos cães apresentam esse mesmo comportamento em situações não associadas ao ato de se alimentar. Um artigo publicado por pesquisadores do Instituto de Psicologia (IP) da USP na revista Behavioural Processes ajuda a entender por que isso ocorre.

“Nosso estudo constatou que quando os cães percebem algo negativo que afeta o próprio estado emocional deles (possivelmente também de forma negativa), eles apresentam um sinal visual, que é o ato de lamber a própria boca”, revela a autora do estudo, a bióloga Natalia de Souza Albuquerque, que está desenvolvendo a pesquisa para seu doutorado.

“Quando nós, seres humanos, vemos alguém com um rosto fechado, com uma cara de bravo, isso pode mudar nosso estado interno. Com os cães parece ocorrer algo semelhante.”

O estudo contatou que os cães lambem a própria boca a partir de um contato visual com uma expressão negativa seja de um homem, de uma mulher ou de um outro cão. Entretanto, nos estudos realizados pela bióloga, o mouth-licking ocorreu predominantemente a partir da visualização de uma imagem de expressão negativa de um ser humano (homem ou mulher), mas independentemente da emissão de algum som indicativo de emoção.

“O fato de expressar mais esse comportamento para seres humanos e estar relacionado apenas com o visual e não auditivo nos faz acreditar que esse comportamento foi selecionado durante a domesticação, ao longo do processo de evolução, para facilitar a comunicação entre cães e pessoas”, destaca a pesquisadora. Entretanto, Natalia faz uma ressalva: ainda não há informações comprovando que os cães fazem isso de forma intencional, ou seja, com a intenção de comunicarem o que sentem aos seres humanos. “Talvez em estudos futuros nós consigamos desvendar, mas, por enquanto, não temos essa informação e não podemos falar a respeito.”

Segundo a bióloga, existe uma literatura que associa o mouth-licking a respostas ao estresse no cão. Mas esse comportamento nunca havia sido avaliado sistematicamente por meio de estudos científicos. Natalia destaca que há muitas informações circulando sobre comportamento de cães sem real fundamentação teórica. Como exemplo, a pesquisadora cita um desses mitos: o de que, ao balançar o rabo, o cão está sinalizando amizade e que podemos nos aproximar dele.

“Atualmente, estudos têm mostrando que balançar o rabo pode sinalizar diversas coisas, como agressividade, frustração e felicidade. Isso mostra que não é algo tão simples e não compreender verdadeiramente esses comportamentos pode até ser perigoso, pois o cão pode balançar o rabo por se sentir acuado e estar sinalizando que não quer uma aproximação”, alerta a pesquisadora.

Cães reconhecem expressões faciais

Natalia analisou os vídeos novamente e percebeu que o mouth-licking está relacionado à percepção que os cães têm de emoções negativas de humanos Crédito: Natalia de Souza Albuquerque/Divulgação
Natalia analisou os vídeos novamente e percebeu que o mouth-licking está relacionado à percepção que os cães têm de emoções negativas de humanos Crédito: Natalia de Souza Albuquerque/Divulgação

Para chegar à conclusão de que o mouth-licking expressa uma reação do cão a emoções negativas, Natalia analisou vídeos que ela havia gravado anteriormente durante uma pesquisa sobre reconhecimento de emoções faciais por cães, em seu mestrado pela Universidade de Lincoln, no Reino Unido. Os testes foram realizados com 17 animais e as filmagens resultaram em 34 horas de vídeos, que foram analisados quadro-a-quadro. (Leia aqui o artigo publicado sobre este estudo.)

Neste estudo anterior, os cães foram expostos a imagens de homens, mulheres e cães com expressões faciais de raiva e de alegria. No momento da exposição era tocado um som (vozes de humanos e latidos de cachorros), durante 5 segundos (mesmo tempo de apresentação das imagens), e que poderia ser positivo, negativo ou ser um som neutro.

A pesquisadora analisou o comportamento dos cães, observando o movimento dos olhos e da cabeça dos animais. Ela constatou que eles reconheciam o conteúdo emocional do estímulo. Diante de um som positivo, os cães passavam mais tempo olhando para a imagem correspondente a essa emoção. E o mesmo acontecia para estímulos negativos. (Leia aqui reportagem publicada sobre esta pesquisa.)

Ao fazer uma codificação detalhada dos vídeos, Natalia percebeu que era comum os cães apresentarem o comportamento de mouth-licking. As análises atuais, então, mostraram que o mouth-licking está relacionado à percepção de emoções negativas, de seres humanos, transmitidas pelo canal visual. Esses novos dados dessa nova análise fazem parte da tese de doutoramento em desenvolvimento pela pesquisadora no Instituto de Psicologia (IP) da USP. A orientação do trabalho é da professora Briseida Dôgo de Resende, além da colaboração do grupo de pesquisadores da Universidade de Lincoln. A previsão de defesa é 2019.

Programe as férias e não se esqueça do pet

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Na hora de planejar as férias, é importante decidir, com antecedência, o que fazer com o melhor amigo. Para quem vai levá-lo, é preciso cumprir exigências sanitárias. Se o pet vai ficar, saiba como escolher a melhor opção de companhia

 

Crédito: Reprodução
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Com a chegada das férias, já tem gente preparando as malas para curtir o próximo destino. Muitos incluem o pet no roteiro da viagem, mas com as restrições ainda impostas por companhias aéreas e empresas de ônibus, nem sempre isso é viável. O que não significa deixar o melhor amigo desamparado: hoteizinhos e pet sitters podem garantir uma bela aventura para os peludos.

 

“Quando não é possível levar seu amiguinho em uma viagem, temos duas opções: deixá-los em hotéis para cães, ou na casa de algum amigo ou parente. Tenha certeza que o estará deixando em um local onde será bem acomodado e acolhido”, afirma Lorena Bastos, clínica geral e cirurgiã da Clínica Salud Pet. Em se tratando de gatos, deixar a casa pode não ser uma boa ideia.

“Os gatinhos ficam super bem sozinhos em casa, necessitando apenas de alguém para alimentá-los e fazer a higienização da caixinha de areia. Eles não gostam muito de sair de seu ambiente. Existem hotéis próprios para eles, que oferecem conforto, mas, em caso de dúvidas, a melhor opção ainda é contratar um pet sitter. Esse serviço consiste em pessoas que vão até a sua casa para cuidar do seu animalzinho, não gerando assim stress para ele”, aponta a veterinária.

Já para o cão, o serviço de pet sitter não é a melhor opção, diz Lorena Bastos.  “Eles normalmente exigem mais atenção, passeios e companhia. Nesse tipo de serviço, o animal fica uma boa parte do tempo sozinho, o que no caso dos cachorros, pode acarretar o stress do animal. A melhor opção para os cãezinhos é ficar na companhia de alguém de confiança”.

Na ausência dos tutore,s é comum notar uma mudança de comportamento nos animais, alguns podem parecer até deprimidos. “Assim como nós sentimos falta deles, os pets sentem muito a nossa falta também. Para amenizar isso, é interessante deixá-los na companhia de pessoas que irão interagir com eles e mantê-los ativos. Por isso, é importante averiguar com antecedência onde eles vão ficar hospedados, para se certificar que o local é adequado para seu pet. Hotéis que mantém os cães presos não são indicados para animais companheiros e ativos, por exemplo”, esclarece Lorena.

Apesar dessa mudança de comportamento ser comum, é importante estar atento, para que isso não prejudique o bem-estar dos pets. “Se a saúde do animal fica comprometida, como é o caso de animais que ficam extremamente deprimidos, se recusam a se alimentar, praticam automutilação, um veterinário ou um especialista em comportamento animal deve ser consultado”, aponta Lorena.

Se a ideia é levar o amigão na viagem, algumas medidas devem ser tomadas com antecedência. “A primeira coisa a se fazer é consultar o veterinário do seu pet, para verificar se a vacinação está em dia e de acordo com as exigências, atestar a saúde do animal e se ele está em condições para a viagem”, alerta a veterinária.

Para viagens de avião, são necessários:

  • Atestado de saúde feito por um veterinário (válido por 10 dias).
  • Vacinação antirrábica, aplicada no mínimo 30 dias antes da viagem (muitas vezes a vacinação de campanha não é válida para o caso, por não ter assinatura de um veterinário).
  • Checar com a companhia aérea sobre tamanhos de caixas de transporte e animais permitidos.
  • Se a viagem for internacional, é necessário entrar em contato com o Ministério da Agricultura para a emissão do Certificado Veterinário Internacional, com pelo menos 1 mês de antecedência.

Durante a hospedagem, em hotéis especializados, é importante que os animais levem com eles alguns de seus itens de uso pessoal. “Os pertences do pet, como comedouro e bebedouro devem ser levados, já que alguns cães estranham vasilhas que não são deles, e por já estarem em ambiente diferente, podem não querer comer ou beber água. A caminha e brinquedos que ele goste, são boas dicas, ter esses objetos por perto ajuda a minimizar a falta de casa, deixando o pet mais acomodado no novo ambiente. Também é importante levar a ração que ele está acostumado a comer, para evitar problemas intestinais, falta de apetite e alergias”, observa a veterinária.

Para quem optar por um desses hotéis, algumas dicas podem fazer toda a diferença:

  • Visite o local para saber como os animais são tratados.
  • Tenha atenção com a limpeza do ambiente.
  • Sentir confiança nas pessoas que trabalham no hotel e no lugar é fundamental.