Conheça um lugar elegante que serve além de um chá inglês

Um ambiente digno da realeza britânica, ostentando menu bem executado com serviço no extremo capricho e localizado em endereço integrado à natureza com arquitetura de bom gosto não poderia se limitar a oferecer apenas o chá da tarde, por mais requintado que seja. Apesar da pandemia, os proprietários perceberam em boa hora que a casa, no formato de uma estufa de vidro — daí o nome Greenhouse em inglês –, atrai o público de um jeito tão acolhedor que ele não tem vontade de ir embora. “Aqui me sinto uma rainha”, exclamou uma cliente para Matilde Gemeli, a catarinense que abriu um charmoso café em Londres, de onde retornou 15 anos depois com o marido Matt Hymes, nascido na Inglaterra.

O casal toca o The Queen’s Place Greenhouse, na QI 21 do Lago Sul, Comércio Local, onde já funcionaram outros estabelecimentos, por último o DOC Restaurante & Lounge. Aberto desde agosto, o espaço segue o mesmo estilo britânico — com referências à família real e retratos dos Windsor distribuídos no ambiente — do primeiro The Queen’s Place, inaugurado há dois anos na 116 Sul.

Projetado para 120 pessoas, a casa está funcionando com 60 no novo normal. Além do jardim com mesas embaixo de uma frondosa mangueira, há dois ambientes internos, sendo um debaixo da estufa de vidro com cortina retrátil para proteção contra o sol, que levam a assinatura da arquiteta Simone Turibio. Ela teve em mente “a experiência de um dia ensolarado em Londres e chá com a rainha”. Ainda há mais duas salas exclusivas: Green Room e Pink Room comportando 22 pessoas. Outra oportunidade é ter o serviço da casa no bonito terraço da loja Artefacto, que fica ao lado, oferecendo vista do Lago Sul.

Estreias variadas

Com tantas possibilidades é natural que Matilde, expandisse o cardápio para a noite. Além do Fish n’Chips, clássico da culinária inglesa (R$ 65), e do Lamb Shank, stinco de cordeiro marinado e servido grelhado com purê de batata (R$ 90), há alguns pratos novos, como o Dutch Duck, coxa e sobrecoxa de pato ao molho de laranja com toque de cachaça mineira servidos com purê de batatas com queijos (R$ 90), o Sea Food Black Pasta, massa negra com tinta de lula e frutos do mar (R$ 95) e o Top Hat Steak, tornedor de filé-mignon com bacon, telha de queijo parmesão e purê de couve-flor defumada com molho de pimenta (R$ 80), além de um super hambúrguer que a casa acabou de lançar por R$ 85. No pão fornecido pela grife Varanda, o Cheddar Experience traz picanha e filé-mignon num blend de 200g, cebola roxa caramelizada, queijo cheddar na redução de cerveja, alface, picles, nids de bacon deliciosamente montado num sanduíche cercado de batata rústica que você logo pensa ser muuito!

São criações do chef Pedro Henrique Batista, formado pelo Iesb com passagem pela Casa Amarela, Gazebo, Cão Véio e Kaá, em São Paulo, e diversas consultorias. Ele também criou sobremesas, como uma pera ao vinho cozida numa redução de vinho do porto com uma camada de merengue maçaricado, sorvete de nata da Saborella e suspiro (R$ 40) e o Banoffee na xícara com doce de leite, feito na casa, vem dentro de uma carruagem dourada (R$ 45). No extenso cardápio, que inclui omeletes, panquecas, croissants, torradas, salsichas, cogumelos grelhados, crepes, saladas e sorvetes, há outros pratos que é preciso provar. Para mim os que levam ovo mollet, como Eggs Blackstone, que vem em cima de uma pedra preta com muffin, bacon e molho holandês (R$ 50) e o Avocado Toast com folhas, abacate, tomate e pesto (R$ 40) são irrecusáveis.

Bolos, na berlinda

O chá da tarde à moda inglesa é servido das 15h às 18h com uma seleção de bolos, dos quais Matilde é especialista como o de cenoura ralada, coco, nozes e canela; de laranja e amêndoas e o cobiçado Red Velvet e ainda sobremesas como pera ao vinho e o último lançamento de Banoffee na xícara. A carta de drinques foi elaborada pelo mixologista Gustavo Guedes e transita entre os tradicionais Negroni e Aperol até os mais ousados Mayfair Mule, vodca Ketel One, Cointreau, purê de manga, angostura, cerveja clara e espuma de gengibre (R$ 30) e Edward Highball, espumante, Frangelico, limoncello, água tônica e uma rodela de laranja (R$ 38).

Em matéria de cerveja, a casa tem uma marca artesanal cem por cento brasiliense: Máfia Beer, do cervejeiro Marco Aurélio de Faria que instalou a fábrica em São Sebastião e ele próprio se ocupa de entregar o produto. São 19 sabores de cerva. Na Greenhouse, há três: The Comission, estilo APA; Mosaic Lincoln, lager estilo americano e a refrescante Berry Fields, uma Berline Weisse com chá de frutas do bosque que lembra espumante.

The Queen’s Place Greenhouse funciona de terça a sexta das 15 às 23h e sábado e domingo das 9h às 23h. Reservas pelo telefone 99329-6752, que também é whatsapp.