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lima 2 Carlos Vieira/CB/D.A. Press

De ônibus ou avião: mulheres marcam presença na final da Libertadores em Lima

Publicado em Futebol

Trinta e oito anos após a conquista da primeira Copa Libertadores, o Flamengo volta à final da competição amanhã para buscar o segundo título, desta vez, contra o River Plate. A demora para chegar ao topo do torneio novamente motivou a ida de muitos torcedores até Lima, no Peru, para ver de perto um possível bicampeonato. Nem mesmo a mudança de sede de última hora desanimou os fãs rubro-negros. As mulheres, que conquistam cada dia mais espaço nas arquibancadas, não são exceção.

O amor inexplicável da carioca Claudia Santana, 49 anos, pelo Flamengo deu coragem para a recepcionista encarar uma viagem de ônibus do Rio de Janeiro até Lima, sozinha. “São 10 dias na estrada. Todo sacrifício vale a pena. Inclusive estourar os dois cartões de crédito. Depois a gente parcela para pagar”, brinca. A moradora de São Gonçalo perdeu o filho Roger, 22, em um acidente de moto há oito meses. Os dois viajariam juntos caso o Flamengo chegasse à final. “É por ele também que estou aqui”, afirma.

Claudia assistiu ao Flamengo ser campeão da Libertadores. Aos 11 anos, viu o jogo contra o Cobreloa com o pai em uma lanchonete em São Gonçalo. “Comecei esse sentimento pelo Flamengo através do meu pai, que me levava algumas vezes ao Maracanã. Minha relação com o time é um amor inexplicável. É da alma mesmo”, conta. A flamenguista foi aos seis jogos da Libertadores no Rio e ainda assistiu ao empate entre a equipe rubro-negra e o Inter, no Beira-Rio, em Porto Alegre. Garante que só não foi em mais jogos por causa do trabalho.

Claudia encarou dias em uma viagem de ônibus para ver a final | Foto: arquivo pessoal

As amigas Joanne Medeiros, 39 anos, e Karine Lopes, 38, (foto principal) não quiseram perder a chance de ver o jogo desta vez. Joanne decidiu que a filha Maria Flor, de dois anos, e os irmãos mais velhos, Guilherme e João Pedro, de 18 e 15, ficarão com a família para que ela possa acompanhar de perto o confronto contra os argentinos.

Karine, filha de pai vascaíno e mãe flamenguista, também deixará a filha Mariana, de três anos, com os avós para ir torcer para o Flamengo. Os companheiros de viagem são os maridos, que assistiram à quase todos os jogos da Libertadores dentro dos estádios.

“Não pude deixar a bebê sozinha em casa para acompanhar os jogos, mas, desta vez, estaremos lá. Nesse a gente combinou que iríamos. Meu irmão está vindo de Recife para ajudar com os meninos para que eu pudesse ir”, celebra Joanne. Com os maridos, as duas apostaram no time ainda em abril e compraram passagens para o Chile. “Muitos ficavam rindo e falando que não iriam chegar. Falaram que nós éramos malucos. Depois, o Flamengo foi chegando e a nossa passagem estava garantida”, relembra Karine.

Mudança de sede

A mudança de local da final, que antes iria acontecer em Santiago, no Chile, fez com os quatro se separassem para chegar até Lima. “Fomos realocados de voo e cada um ficou em um voo. Eu mesma não gosto de viajar sozinha para longe, mas não pensamos em desistir”, conta Joanne. Para a servidora pública, o jogo vai além dos clubes. “É quase um Brasil x Argentina. Acredito que, apesar de o time estar bem, o placar vai ser apertado: 2 x 1 para o Flamengo”, aposta.

Patrícia ao lado de torcedores flamenguistas: ‘Só vemos flamenguistas na ruas” | Foto: Arquivo pessoal

A brasiliense Patrícia Formiga, 36 anos, que também embarcou para Lima, está mais otimista. Para ela, nada mais justo que um placar elástico para compensar os perrengues vividos pelos torcedores. “Está sendo uma grande aventura. Todo mundo que a gente encontra conta que foi sofrido para estar ali. Meu palpite é 4 x 0 para o Flamengo”, diz.

Ao lado do irmão, da tia e de uma amiga, a servidora pública embarcou para Lima mais cedo do que esperava. “Quando fomos trocar a passagem por conta da mudança de sede, tivemos de estender a estadia. Em vez de oito dias de viagem, serão 11”, conta. Quem deu a ideia de ir até a final foi o irmão de Patrícia, que é flamenguista por influência da irmã. “Meu pai é corintiano e eu, aos nove anos, fiquei encantada com um jogo do Flamengo. Quando meu irmão nasceu, comprei uma blusa do time para ele”, relembra.

Programe-se

Flamengo x River Plate – Final da Copa Libertadores
Local: estádio Monumental, em Lima, Peru
Quando: neste sábado (23/11), às 17h (horário de Brasília)
Transmissão: Globo e SporTV 

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