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Entenda o que levou a técnica Pia a cortar Cristiane das Olimpíadas de Tóquio

Publicado em Futebol

A convocação da técnica da Seleção Brasileira feminina, Pia Sundhage, para os Jogos Olímpico de Tóquio sem Cristiane causou muita repercussão e questionamentos, afinal, trata-se de um mito do futebol brasileiro. A própria atacante do Santos, de 36 anos, compartilhou a frustração nas redes sociais: “Hoje, deveria ter sido um dia de muita comemoração, celebração. Essa seria a minha última Olimpíada, para fechar um ciclo como maior artilheira de todos os tempos na modalidade (são 14 gols)”.

Apesar dos ânimos exaltados, a treinadora sueca tem respostas que embasam a decisão. “A Cristiane jogou diversos jogos com a Seleção, muitos torneios, e fez a diferença naquela época. Anteriormente, ela ajudou muito a equipe e, hoje, eu acredito que haja outras jogadoras que vão ajudar o Brasil a jogar um bom futebol”, disse Pia, nesta sexta-feira (18/6), após anunciar os 18 nomes escolhidos para disputar os Jogos Olímpicos, além das quatro atletas suplentes. 

“Nós temos analisado de perto os jogos que a Cristiane atuou recentemente nos clubes e acreditamos que temos jogadoras que vão jogar um excelente futebol nos Jogos Olímpicos”, completou Pia, nitidamente desconfortável por falar do tema. Antes, a sueca havia dito que geralmente não comenta sobre as jogadoras que não estão na lista, por acreditar ser quase um insulto às atletas convocadas. “Mas vou responder em respeito à Cristiane”, ponderou a técnica da Seleção Brasileira.  

Pia sempre destacou que o setor ofensivo era um dos mais concorridos dentro da Seleção Brasileira, pela qualidade das jogadoras. Para os Jogos de Tóquio, a técnica optou por atacantes fortes fisicamente, que entreguem intensidade, já que ela propõe um quarteto rotativo no ataque do Brasil. Ludmila, Bia Zaneratto, Debinha e Marta, que foram titulares nos dois últimos amistosos, têm essas características.

As outras apostas da sueca também têm esse vigor físico para flutuar bastante pelo campo, caso de Geyse, que deverá ser opção de velocidade para o segundo tempo, e de Adriana e Duda. Essas duas últimas ainda contam com versatilidade de atuarem bem pelo meio, tanto que foram relacionadas como meio-campistas. Ainda assim, as últimas atuações do setor ofensivo deixaram muito a desejar. Sobre isso, Pia acredita que o período final de treinamento vai dar o entrosamento necessário às atletas. 

“Vamos ter tempo de ser mais coesas no ataque. As jogadoras brasileiras tentam achar o gol muito rápido, partem para cima, mas precisamos estar alinhadas para saber quando vamos para o centro ou para as laterais. É isso que vamos fazer na preparação em Portland para conhecermos umas às outras”, pontuou Pia. A Seleção feminina viajará no dia 25 de junho para Portland (EUA), onde treinará por três semanas. Em 15 de julho, a equipe embarca para Miyagi, no Japão, onde estreia nas Olimpíadas contra a China, no dia 21.

 

 Melhora da preparação física das jogadoras brasileiras

A treinadora bicampeã olímpica com os Estados Unidos, em Pequim-2008 e Londres-2012, e prata nos Jogos do Rio-2016, trouxe a importância da intensidade física para dentro da Seleção Brasileira. “As brasileiras são rápidas no pensamento, mas também têm de ser rápidas no coração e na resistência”, comenta Pia.

A técnica deu como exemplo a atacante Bia Zaneratto, que vive a melhor fase entre as convocadas. “É uma excelente jogadora, mas no início durava 30 minutos e descansava, não jogava os 90 minutos”, exemplificou. O trabalho da equipe de preparação física proporcionou o aumento da intensidade física das jogadoras e, consequentemente, da velocidade do jogo.

A outra característica marcante para a decisão da lista da Pia para os Jogos Olímpicos foi a versatilidade das jogadoras, como ressaltou desde a chegada no comando da Seleção Brasileira. “Todas as posições são difíceis de decidir. Mas, no geral, discutimos cada uma das linhas e a conclusão é que as jogadoras vão atuar em diferentes posições, isso vai ser chave para os Jogos Olímpicos”, pontuou a comandante .

Com bagagem de ter disputado as últimas três finais olímpicas, Pia destacou que teve de mudar a formação e um pouco da posição das jogadoras em todas as edições de Olimpíadas que participou. “Com as jogadoras que temos somos capazes de fazer isso”, cravou a técnica, sobre a atual Seleção Brasileira.

 

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