Camila Brait, Tandara e Carol Gattaz: a convocação para os Jogos Olímpicos de Tóquio após passarem por cortes na carreira
SelecaoVoleiFeminino Camila Brait (esq), Tandara (centro) e Carol Gattaz (dir) | FIVB/Divulgação É uma montagem com três fotos. NA esquerda, está a líbero Camila Braita, no meio está Tandara, e na direita está a central Carol Gattaz. Todas estão comemorando.

A redenção de Camila Brait, Gattaz e Tandara nas Olimpíadas de Tóquio

Publicado em Vôlei

Os primeiros Jogos Olímpicos da história sediados no Brasil deixaram uma marca amarga em duas jogadoras da Seleção Brasileira feminina de vôlei. Tandara e Camila Brait estiveram entre as últimas cortadas para os Jogos do Rio-2016. Hoje, as duas são nomes indiscutíveis nas Olimpíadas de Tóquio e foram confirmadas na convocação final de José Roberto Guimarães, anunciada neste sábado (26/6). Outra jogadora a experimentar essa redenção é Carol Gattaz. A central foi cortada na porta dos Jogos de Pequim-2008 e , aos 39 anos, fará sua estreia olímpica no Japão.

Camila Brait está neste grupo de veteranas que se preparam para a primeira Olimpíada da carreira. A  líbero, que também havia sido cortada a menos de um mês das Olimpíadas de Londres- 2012, chegou a anunciar que não defenderia mais a amarelinha em 2016, quando tinha 27 anos, após o técnico Zé Roberto optar por levar Léia para a disputa olímpica nos Jogos do Rio-2016. “Se o final é triste, não significa que a caminhada não valeu a pena”, desabafou Brait, na época, por meio das redes sociais.

Brait se afastou das quadras em 2017 para realizar o sonho de ser mãe. Em 2019, ela voltou a deslanchar com o Osasco na Superliga e, ao fim da temporada, foi surpreendida pela presença do nome dela na convocação de Zé Roberto para retornar à Seleção. Após dar o braço a torcer, Brait se tornou nome certo na posição de líbero do Brasil. Aos 32 anos, a mãe da Alice, de 3 anos e 7 meses, realiza o sonho de estar na restrita lista da convocação olímpica após 10 anos de serviços prestados com a amarelinha.  A própria atleta ressalta o quanto queria disputar uma Olimpíada e o quanto amadureceu após o nascimento da filha.

Outra jogadora importantíssima que ganhou uma motivação nova por meio da filha é Tandara. Na Seleção desde 2011, a jogadora de Brasília já era apontada como substituta da Sheilla no processo de renovação do grupo comandado por Zé Roberto. Um ano antes dos Jogos Olímpicos do Rio, porém, a oposta engravidou. A corrida contra o tempo para tentar ir às Olimpíadas fez com que ela retornasse ao trabalho pouco mais de 1 mês após o nascimento da filha.

Campeã olímpica em Londres-2012, Tandara até conseguiu voltar ao nível competitivo na temporada, mas acabou cortada da lista final para a Rio-2016. Agora, aos 32 anos, a mãe da Maria Clara chegará a Tóquio como a dona do ataque mais potente das brasileiras na busca pelo terceiro ouro olímpico.  No principal esquenta antes dos Jogos, a oposta entrou para a equipe que reúne as melhores jogadoras de cada posição da Liga das Nações, que também contou com as brasileiras Gabi, entre as ponteiras, e Carol Gattaz, entre as centrais.

Gattaz , por sinal, é o grande nome a ser exaltado na caminhada até conseguir ser chamada para disputar os Jogos Olímpicos. Jogadora com longa e recheada trajetória, tanto por clubes quanto pela Seleção, tem no currículo cinco títulos de Grand Prix, duas medalhas de prata nos Campeonatos Mundiais de 2006 e 2010 e chegou muito perto de realizar o sonho olímpico nos Jogos de Pequim-2008, aos 27 anos.

A expectativa, porém, foi frustrada da última convocação, justamente a olímpica. Fora dos Jogos, a central foi comentarista de vôlei pelo SporTV nas Olimpíadas daquele ano e na edição seguinte, de Londres-2012. O sonho de participar da competição dentro da quadra, porém, foi adiado. Ela só não sabia que por mais de uma década. A um mês de completar 40 anos, Gattaz consegue manter o altíssimo nível e vive um dos melhores momentos da carreira justamente no período em que a principal dúvida do Zé Roberto era em relação às centrais da Seleção.

Atleta do Minas Tênis Clube desde 2014, Carol Gattaz retornou à Seleção Brasileira depois de alguns anos e foi chamada para disputar a Liga das Nações como campeã da Superliga. Ela levou o entrosamento com a levantadora Macris do time mineiro para a Seleção no último teste antes das Olimpíadas. E soube usar na quadra a maturidade que Zé Roberto tanto aprecia. O desempenho convenceu. Esteve entre as principais centrais da competição e cravou a vaga para Tóquio. Não deixa de ser uma retratação do esporte.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*