Se o futebol italiano vai mal, parte da culpa é de Milão. A única cidade europeia com dois clubes campeões continentais — sete do Milan e três da Internazionale — assistirá neste domingo o segundo pior clássico da história dos dois clubes no Campeonato Italiano. O Milan é o nono colocado na Série A. A Inter vem logo atrás, em décimo. Pior do que isso só em 7 de junho de 1942. O time rossonero era nono e o arquirrival, décimo primeiro.
Independentemente do resultado do dérbi deste domingo, há uma certeza: pela primeira vez na história Milão não terá nenhum representante nos dois torneios interclubes mais relevantes do Velho Mundo na temporada de 2015/2016 — a Liga dos Campeões da Europa e a Liga Europa. Uma vergonha para uma cidade que tem o mesmo número de títulos do Real Madrid na Champions League, ou seja, 10.
Milan e Inter estão falidos. Estima-se que a dívida de cada um deles seja de 240 milhões. Em 2013, Massimo Moratti vendeu 75% das ações para o indonésio Erick Thohir. Nada mudou por enquanto. Do lado do Milan, a má fase tem a ver com Silvio Berlusconi. O ex-primeiro ministro está em baixa na Itália e ensaia a venda para outro clube.
A crise atinge até o número de sócios. Pela primeira vez desde a temporada de 1995/1996 a Inter tem menos de 30 mil. Hoje, são 28 mil. O número de adeptos ao programa do Milan não chega a 20 mil. Nos tempos dourados, o clube chegou a ter 73 mil sócios.
Outro sinal dos tempos de crise é a falta de estrelas. Não há uma referência técnica em nenhum dos dois clubes. E pensar que ambos conquistaram várias vezes a Bola de Ouro, prêmio entregue ao melhor jogador do ano. Rivera, Gullit, Van Basten, Weah, Shevchenko e Kaká ganharam o prêmio com a camisa do Milan. Lothar Matthaus e Ronaldo, o Fenômeno, pela Inter. Os técnicos dos dois times estão na berlinda. Roberto Mancini assumiu a Inter com o bonde andando. Fillippo Inzaghi está praticamente descartado para 2015/2016.