De Taguá para o Maraca: um bate-papo com o volante brasiliense Jean, do Vasco

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Ele começou aos cinco anos na escolinha Bola de Ouro, em Taguatinga Norte. Era aluno do pai, seu Gilson Irmer, ex-zagueiro do Taguatinga e do Guará no fim dos anos 1980 e nos anos 1990. Aprendiz do tetracampeão candango — três vezes com o Taguatinga e uma pelo Guará — o volante Jean Carlos de Souza Irmer hoje é titular do Vasco. Mas, antes de ser uma peça-chave do técnico Milton Mendes para o clássico deste sábado contra o Flamengo, às 18h30, pelas semifinais da Taça Rio, Jean pegou muito ônibus para sair de Taguatinga e treinar no Gama em busca do sonho de tornar-se jogador de futebol. No bate-papo a seguir com o blog, o volante de 22 anos,  responsável por marcar Diego neste sábado, conta um pouco da sua trajetória.

Você começou a jogar bola aqui em Taguatinga Norte na escolinha do seu pai. Em algum momento passou pela sua cabeça jogar um Clássico dos Milhões?

É o sonho de todo garoto. Comecei a jogar bola com cinco anos na escolinha do meu pai (seu Gilson). Desde pequeno, eu sempre conversava com ele nas idas e vindas da escolinha que o meu sonho era jogar clássicos grandes no país.

E você vai disputar neste sábado o quinto clássico carioca no ano…

Eu não esperava que fosse tão rápido assim. Tenho 22 anos, sou titular do Vasco, vou jogar uma terceira vez contra o Flamengo, e no Maracanã pela primeira vez. Não é um sonho que foi gerado ontem, foi desde os cinco anos. Com muita luta e trabalho eu chego pronto pra isso.

Um dos seus professores na base, desde os cinco anos, foi seu pai, Gilson Irmer, ex- zagueiro do Taguatinga e do Guará e tetracampeão do Campeonato Candangão. Como é a sua relação com o mestre?

Meu pai é fenomenal. Ele sempre foi o meu herói. É o cara a quem devo tudo em relação ao futebol. Dos cinco aos 15 anos, tudo o que eu sei foi ele quem ensinou. No pré-jogo, ele me liga pra falar. Enfim, é o meu parceiro, meu confidente, meu amigão.

Qual foi a dica do ex-zagueirão Gilson para o filho Jean?

Se tem uma coisa que ele me ensinou é nunca desistir. Independentemente do elogio ou da crítica, ele me ensinou a sempre buscar mais. O que eu fiz está bom. O que eu não fiz, tenho de trabalhar mais. Ele conquistou muitos títulos em Brasília. Eu quero também aqui fora.

Quais são as lembranças da vida em Taguatinga, do início aqui no Distrito Federal?

Eu passava com o meu pai e com a minha mãe, debaixo de chuva, debaixo de sol, para ir treinar. Ficam várias lições. Principalmente, a de pegar ônibus. Eu chegava da escola e, quando era 12h30, 12h45, eu pegava ônibus para treinar lá no Gama (jogou nas divisões de base do alviverde e foi campeão candango). Futebol exige muito de uma pessoa, mas vale a pena.

O futebol argentino tem fixação por camisas 5, por volantes. Parte da sua formação foi nas divisões de base do Estudiantes de La Plata, da Argentina. Até que ponto o futebol argentinou ajudou no seu estilo como volante?

Aprendi muitas coisas lá. A principal ter a mente aberta para se adaptar à cultura dos outros. Posso tirar de melhor que tive lá, sem dúvida, a maneira de jogar. Estilo aguerrido, a nunca desistir de uma bola, postura tática.

Marcos Paulo Lima

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