O presidente do Atlético-MG pisou na bola ao chamar a Copa Sul-Americana de “segunda divisão da Libertadores” depois da eliminação do Galo diante do San Lorenzo, da Argentina, na noite de terça-feira. A seguir, o blog lista sete erros de avaliação de Sergio Sette Câmara na declaração. Para mim, o maior motivo é a falta de ambição. Dos três torneios em disputa na Conmebol, o Galo ganhou dois: a Copa Libertadores da América (2013) e a Recopa Sul-Americana (2014).
Falta justamente a Copa Sul-Americana para o clube encher a boca e dizer: “campeão de tudo”. A competição paga ao campeão entre R$ 16 e R$ 21 milhões — pouco em relação a outras competições, é verdade —, mas vale troféu internacional. Consequentemente, isso representa valorização da marca. Faz um bem danado ao ego de uma torcida que se orgulha, sim, de ter faturado por duas vezes a extinta Copa Conmebol, em 1992 contra o Olimpia, e em 1997 diante do Lanús. A seguir, sete argumentos para o mandatário alvinegro rever conceitos…
1. E daí que é segundona?
A Copa Sul-Americana tem o seu valor, sim, presidente Sette Câmara. Sabe quem são os maiores vencedores? Independiente e Boca Juniors. Não por acaso, os recordistas de conquistas da primeira divisão — a Libertadores. Pergunte aos copeiros argentinos se não querem ganhar o torneio. O Galo ganhou recentemente a Libertadores e a Recopa, presidente. Ganhar o titulo inédito da Sul-Americana deveria fazer parte do plano de expansão da marca Clube Atlético Mineiro.
2. Já ganhou a “terceirona”
O Atlético-MG conquistou duas vezes a extinta Copa Conmebol (1992 e 1997). Na época, era o terceiro torneio em ordem de importância no futebol do continente. Primeiro, como sempre, a Libertadores; e depois a Supercopa dos Campeões. Nem por isso o torneio foi desprestigiado pelo Galo na época. Os troféus estão lá no museu do clube para contar história.
3. Não serve agora, mas depois…
A Sul-Americana pode não servir aos interesses do Atletico-MG agora, mas, lá na frente, em dezembro, pode fazer milagres, como classificar o time para a Libertadores em caso de má campanha no Brasileirão. Ou não foi assim no fim do ano passado, quando suou bicas para vencer o Grêmio na última rodada e jogou no bicho para ver o que acontecia na final da Sul-Americana entre Flamengo e Independiente?
4. Tem quem queira
Se a Sul-Americana não serve para nada, seria mais honesto com o torneio e com a torcida abrir mão da vaga na segundona continental. Pergunta ao Sport, que terminou atrás do Atlético-MG no último Brasileirão, se não queria disputar o torneio. Certamente faria uma campanha bem mais interessada e, provavelmente, digna.
5. Nada original
Ao rebaixar a Sul-Americana, o presidente do Atlético-MG age como o cartola do Palmeiras, Maurício Galiotte, que chamou o Campeonato Paulista de Paulistinha depois de uma derrota. É bem conveniente menosprezar a competição continental depois de um fracasso na primeira fase. Discursinho ensaiado para a torcida. Só faltou falar “Sul-Americaninha”.
6. Me economiza
Se a Sul-Americana não é prioridade, não iluda o torcedor, não venda ingressos, fecha os portões, não compareçam ao jogo, toma W.O. Afinal, pra que gastar dinheiro e consumir tempo com algo que “não serve para nada”?
7. Olha quem ganhou a segundona…
A Liga Europa também é chamada de Série B da Champions League, mas o xará do Galo, Atlético de Madri, não está nem aí pra isso. O time de Diego Simeone pode conquistá-la pela terceira vez em nove anos. Ganhou em 2010, 2012, e está na final de 2018. Recentemente, até os badalados Manchester United (2017) e Chelsea (2013) valorizaram o torneio e foram campeões.
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