Oscar teve uma exibição abaixo do esperado na péssima noite tricolor em Brasília. Foto: Rubens Chiri/SPFC
O São Paulo está criando uma bola de neve no verão. Há uma coincidência na derrota para o Red Bull Bragantino, em Bragança Paulista (SP), e o empate por 0 x 0 com a Inter de Limeira nesta segunda-feira, na Arena BRB Mané Garrincha, ambas pelo Estadual: o tricolor não balançou a rede com um jogador a mais durante 102 minutos na soma dos dois jogos.
Derrotar o Velo na quinta-feira, às 21h30, novamente pelo Campeonato Paulista, virou obrigação para diminuir a pressão sobre o processo de construção do time elaborado pelo técnico Luis Zubeldia antes do clássico de domingo contra o Palmeiras, no Allianz Parque.
O Bragantino perdeu Juninho Capixaba aos 49 minutos do primeiro tempo. Juan Tavares, lateral-esquerdo da Inter de Limeira, recebeu cartão vermelho antes do fim do primeiro tempo, e o São Paulo jogou com um a mais durante toda a etapa final em Brasília. Logo, o time de Zubeldia teve uma a mais durante praticamente uma partida inteira e foi inofensivo.
Quais são as justificativas para as dificuldades do São Paulo no 11 contra 10? Pelo menos duas: o incômodo com a força física dos adversários e a concentração da construção das jogadas pelo centro. Ao contrário da maioria dos times do país, a maioria refém dos extremos, o tricolor é forte nas aproximações, principalmente quando Lucas Moura, Oscar, Luciano e Calleri estão juntos,. Em contrapartida, há dificuldade nas ações pelos lados do campo.
Consequentemente, os adversários fazem o óbvio com um jogador a menos: congestionam o meio e liberam os corredores. Felipe Conceiçao agiu assim no segundo tempo. Igor Vinicius e Enzo Díaz não corresponderam. Substituto de Luciano em um sistema ofensivo com ponta, Ferreira tentou e quase tirou o zero do placar. Sem inspiração e domados pelo esforço hercúleo da Inter, Lucas Moura, Oscar e Calleri esgotaram as possibilidades de gol.
Uma das alternativas para o fortalecimento das alas tricolores pode ter saído do banco. O português Cédric Soares entrou bem na partida. Merece iniciar o jogo contra o Velo para ganhar ritmo de jogo e, quem sabe, ser útil no fim de semana diante do Palmeiras. Embora não entrasse em campo desde 12 de março do ano passado, quando ainda defendia o Arsenal da Inglaterra, ele é um jogador diferente. Mostrou isso nos 22 minutos em campo.
Dividida quanto a formação do quarteto, a torcida teve a chance de comparar o São Paulo com Luciano ou Ferreira. Quando joga Luciano, Oscar é deslocado para a esquerda. Sem ele, Ferreira assume a ponta esquerda e Oscar passa a atuar centralizado. Há quem considere o quarteto engessado com Ferreira e mais móvel na presença de Luciano, como na goleada por 4 x 1 diante do Mirassol, na semana passada, no Morumbi.
Mais importante do que as preferências são as possibilidades de montar o time de maneiras distintas. Luis Zubeldia precisa de tempo para cumprir os processos. Que a torcida tenha paciência contra o Velo e o Palmeiras para a bola de neve parar de crescer e não virar uma avalanche sobre o bom treinador argentino.
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