Não basta o futebol carioca alimentar o elefante branco construído para a Copa 2014. É preciso sustentar o campeonato deficitário da capital do país. A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) reajustou a taxa de arbitragem do Candangão em 14% neste ano. O valor desembolsado por jogo pela entidade passou de R$ 1.840 na edição anterior da competição para R$ 2.100 em 2019. O torneio local tem 80 partidas. Logo, o investimento total no apito subiu de R$ 147.200 para R$ 168.000. A equação do pagamento usa a velha fórmula de contar com o ovo dentro da galinha. Quanto mais jogos de clubes de fora do Distrito Federal no Estádio Mané Garrincha — como o Vasco x Fluminense deste sábado, às 19h, pela quinta rodada da Taça Guanabara —, mais “Bolsa-Candangão” e menos risco de calote. Nada contra o mimo as juízes do DF. A questão não é o mérito. mas uma realidade: o futebol candango precisa ter criatividade financeira para aprender a caminhar sozinho, ou seja, sem contar com a realização dos jogos de fora. No ano passado, até o Nova Iguaçu ajudou a pagar a conta.
Em 2018, a FFDF arrecadou R$ 402.589,25 com taxas de um jogo do Campeonato Carioca e de três do Campeonato Brasileiro realizados no Mané Garrincha. O blog levantou os valores nos boletins financeiros das partidas. Você leu aqui em outubro. Os documentos estão disponíveis nos sites da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e da CBF. Por sinal, o montante é inferior ao que a Ferj e o Governo do Distrito Federal (GDF) abocanharam nas partidas realizadas em Brasília: R$ 434.485,25 e R$ 429.958,50, respectivamente.
De acordo com o polêmico artigo 78, inciso VI do Regulamento Geral das Competições da CBF, as federações têm direito a receber taxa de 5% da renda bruta. Os clubes que escolhem jogar fora dos seus estados acabam desembolsando 10%. No caso dos jogos em Brasília, 5% para a Ferj e mais 5% para a do DF.
Em outubro do ano passado, o presidente da FFDF, Daniel Vasconcelos, admitiu ao blogueiro o destino da verba extra deixada na capital pelos clubes cariocas que mandaram jogos no Mané Garrincha — Nova Iguaçu, Fluminense e Vasco (duas vezes). “Faz um ano que assumi (a federação). Em outubro de 2017, tínhamos quase R$ 800 mil em dívidas com arbitragem, ambulância, filmagem terceirizada de jogos, processos judiciais e outros problemas. Essas dívidas foram sanadas, principalmente as dividas com arbitragem e ambulância referentes a 2016”. O blog mostrou mais de uma vez que a dívida com arbitragem era recorrente e só aumentava.
Segundo Daniel Vasconcelos, com a realização de jogos de fora no Mané Garrincha, sobrou até troco para as rodadas iniciais de 2019. “Agora, eles recebem antecipadamente”. O Sindicato dos Árbitros do DF confirma. O dirigente também diz que as taxas dos jogos ajudaram a amortizar dívidas com produtoras contratadas para filmar os jogos do Candangão. “Estavam há mais de um ano sem receber. Além disso, tem processos altos de coisas antigas. Nós perdemos a credibilidade por causa disso”, argumentou no fim do ano passado.
EXTRATO
Faturamento com taxas nos jogos disputados no Mané Garrincha em 2018
» Federação Distrito Federal
Nova Iguaçu x Flamengo: 31.896
Fluminense x Flamengo: 150.666,25
Vasco x Corinthians: 82.967
Vasco x Flamengo: 137.060
Total: 402.589,25
» Federação Estado Rio de Janeiro
Nova Iguaçu x Flamengo: 63.792
Fluminense x Flamengo: 150.666,25
Vasco x Corinthians: 82.967
Vasco x Flamengo: 137.060
Total: 434.485,25
» GDF (taxa de ocupação do Mané)
Nova Iguaçu x Flamengo: 34.749
Fluminense x Flamengo: 158.878,75
Vasco x Corinthians: 91.183,25
Vasco x Flamengo: 145.147,50
Total: R$ 429.958,50
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