A Venezuela passa por uma crise política, econômica e humanitária. Mas nesta quinta-feira, do outro lado do mundo da bola, viveu um momento histórico no futebol. A classificação nos pênaltis diante do Uruguai para a finalíssima do Mundial Sub-20 da Coreia do Sul é, talvez, mais um sinal de que uma revolução silenciosa está acontecendo nos gramados do único país da América do Sul que jamais disputou a Copa. Não é de hoje que tenho tocado no assunto aqui no blog…
Até pouco tempo, a Venezuela era desprezada no mercado. Isso mudou. O Atlético-MG emprega Rómulo Otero, um dos destaque do time na temporada. Com direito, inclusive, a gol olímpico. O Palmeiras contratou Alejandro Guerra, maestro do Atlético Nacional, da Colômbia, no título da Libertadores de 2016. Luis Seijas estava no Inter. Agora, é da Chapecoense. Recentemente, passaram pelo país César González ( Coritiba) e Angelo Peña (Náutico).
O fornecimento de pés de obra da fábrica rompeu fronteiras. Deixou o continente. A Juventus acaba de ser vice-campeã da Champions League com o volante venezuelano Tomás Rincón no elenco. O jogador entrou para a história como o primeiro a chegar à decisão do torneio.
Em janeiro, o Málaga protagonizou um outro marco na Europa. Escalou quatro titulares venezuelanos no Santiago Bernabéu contra o Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol: Mikel Villanueva, Juanpi Añor, Roberto Rosales e Adalberto Peñaranda. Perdeu por 2 x 1, mas Juanpi Añor fez o o gol do Málaga na derrota. Juanpi Añor e Rosales são os mais antigos. Estão no clube desde a temporada de 2014/2015. Villanueva chegou durante o Espanhol, assim como Peñaranda. Chamado de “Neymar venezuelano”, ele disputa o Mundial Sub-20.
Peñaranda é um dos vice-goleadores da Venezuela na competição disputada na Coreia do Sul. Tem dois gols, ao lado Samuel Sosa, do Deportivo Táchira. Acima deles, Sergio Córdova, do Caracas. Com quatro gols na competição, ele está na briga com o italiano Ricardo Orsolini, do Ascoli, pela artilharia isolada do Mundial Sub-20.
Especialista em divisões de base, o amigo Pedro Venancio, do blog Na Base da Bola, do portal globoesporte.com, explicou que integração e rodagem são dois trunfos da Venezuela comandada pelo técnico Rafael Dudamel. O próprio treinador é o elo entre a seleção principal e a Sub-20. Vice-campeão da Libertadores em 1999 como goleiro do Deportivo Cali na final diante do Palmeiras, Dudamel comanda a base há dois anos e meio.
Sob a batuta de Dudamel, a Venezuela foi vice-campeã sul-americana Sub-17 em 2013. No trabalho de integração da base com a seleção principal, nomes como Adalberto Peñaranda, que trocou o Málaga pelo Watford, da Inglaterra, Yangel Herra, do Manchester City, emprestado ao New York Red Bulls, acumulam milhas na esquadra principal.
Tão quebrados financeiramente quanto o país, os clubes venezuelanos não têm um tostão para investir em jogadores caros. É impossível formar times competitivos para a disputa de torneios como a Libertadores ou a Copa Sul-Americana. Resta ao país do beisebol investir na formação de jogadores de futebol. Eles chegam cada vez mais jovens às equipes profissionais, acumulam milhas e decolam para fora do país. São os casos, por exemplo, de Peñaranda, Yangel Herrera, Soteldo e Fariñez.
A Venezuela acumula resultados históricos nos últimos tempos. Vitória sobre o Brasil de Dunga, em 2008, lá em Boston. Triunfo sobre a Venezuela, de Messi, e o Uruguai, de Cavani e Luis Suárez. Mas, em breve, a Venezuela conseguirá realizar seu maior sonho: disputar a Copa do Mundo. O aumento do número de países de 32 para 48 é um alento. Mas o maior deles é a alegria de jogar futebol dos meninos que classificaram a Venezuela para a decisão histórica deste domingo contra a Inglaterra, em Suwon.
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