Renato Gaúcho pediu ao Grêmio a contratação de Thiago Neves. Resta saber qual Thiago Neves o treinador tricolor tem na memória: aquele da exibição épica sob seu comando na final da Libertadores 2008, com direito a três gols pelo Fluminense contra a LDU, no Maracanã; ou o que ele foi obrigado a afastar do elenco no segundo semestre de 2007 por causa de negociações tumultuadas para a renovação do contrato com o tricolor carioca?
Thiago Neves quase antecipou em nove anos o título do técnico Renato Gaúcho na Libertadores. A LDU derrotou o Fluminense por 4 x 2 no jogo de ida da decisão continental na altitude de Quito e transformou o duelo de volta em uma missão quase impossível. Quase, pois em 2 de julho de 2008, Thiago Neves teve a melhor exibição individual da carreira.
O meia carregou o time nas costas no triunfo por 3 x 1 sobre a LDU no Maracanã. Bolaños abriu o placar para o time equatoriano. Aí, Thiago Neves entrou em cena e protagonizou show particular. Empatou aos 12 e virou aos 28 minutos do primeiro tempo. Aos 13 da etapa final, ampliou o placar para 3 x 1 e forçou a disputa da prorrogação. Herói com bola rolando, virou vilão na bola parada. Perdeu a segunda cobrança tricolor na decisão por pênaltis. Conca e Washington também. A LDU triunfou por 3 x 1 e conquistou a Libertadores no Rio.
“Vamos conversar com a pessoa que ele (Thiago) diz que vai representá-lo em Curitiba. Tem de botar no papel. Ou renova ou está fora”
Renato, em 2007, ao afastar Thiago Neves do elenco do Fluminense
Renato Gaúcho é grato a Thiago Neves pelo comprometimento naquela decisão, mas conheceu outro lado (problemático) do jogador “acima da média” um ano antes no mesmo Fluminense. Em setembro de 2007, o treinador decidiu afastar o meia do elenco até que a novela da renovação do contrato com o clube tivesse um ponto final. O jogador era assediado por times do exterior e do futebol paulista. “Vamos conversar com a pessoa que ele (Thiago) diz que vai representá-lo em Curitiba. Tem de botar no papel. Ou renova ou está fora”, ameaçou Renato diante do perrengue.
Os representantes de Thiago Neves estavam divididos entre propostas do exterior e de clubes do futebol paulista e irritaram Renato Gaúcho. “O Thiago é um grande garoto, gosto muito dele, o Fluminense fez uma belíssima proposta, mas tem muita gente querendo aparecer em cima dele. O Fluminense não vai servir de vitrine a essas pessoas para, daqui a dois meses, o empresário tirá-lo daqui. Se quiser levar, então leva agora”, disparou à época.
Thiago Neves renovou com o Fluminense, mas, de acordo com o jornal Lance!, o jogador havia assinado pré-contrato com o Palmeiras. O clube paulista faria investimento de R$ 5 milhões por um contrato de quatro anos. A multa rescisória seria de R$ 2,4 milhões. O documento tinha assinatura de Thiago Neves e do vice de futebol alviverde naquela gestão, Gilberto Cipullo. O acordo entraria em vigor seis meses depois.
O imbróglio foi confirmado por um dos representantes dos direitos de Thiago Neves em 2008. “Ele assinou um contrato de trabalho com o Palmeiras, que respeitou a relação dele com o Fluminense. O jogador acertou as bases financeiras e assinou no dia 18 de agosto. O Palmeiras, ou qualquer outro clube, poderia ter assinado com o Thiago Neves”, disse Augusto Mafuz. Para negociar com o Palmeiras, Thiago Neves havia apresentado um documento de liberação do Paraná Clube, com quem mantinha vínculos até janeiro de 2009.
“O Thiago é um grande garoto, gosto muito dele, o Fluminense fez uma belíssima proposta, mas tem muita gente querendo aparecer em cima dele. O Fluminense não vai servir de vitrine a essas pessoas para, daqui a dois meses, o empresário tirá-lo daqui. Se quiser levar, então leva agora”
Renato, no auge da polêmica renovação do meia com o Fluminense
O meia havia conduzido as negociações contra as expectativas do empresário dele à época, Luiz Alberto. A negociação causou desentendimentos entre o procurador do jogador, o técnico Renato Gaúcho e o coordenador de futebol do clube, o ex-jogador Branco.
Thiago Neves jamais vestiu a camisa do Palmeiras, mas o episódio desgastou a imagem dele na primeira das três passagens pelo Fluminense. O jogador deixou o clube depois para defender o Hamburgo da Alemanha. Na sequência, passou por Al-Hilal, Flamengo, Al-Jazira e Cruzeiro.
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