Quando o presidente de uma “nação” chamada Flamengo só convence 38.500 eleitores

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A maior torcida do país deu uma dura lição ao presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. Mandatário há seis anos de uma legião de 32,5 milhões de rubro-negros, segundo a Pesquisa Lance! Ibope de 2017, o cartola teve 38.500 votos nas eleições deste domingo e não conseguiu realizar o sonho pessoal de conquistar uma cadeira de deputado federal no Congresso Nacional. Para se ter uma ideia, é pouco mais do que a média de público da equipe em casa (35.318) em 2018. A escassez de títulos e a terrível administração do departamento de futebol superaram o exitoso trabalho de reconstrução financeira do clube mais popular do Brasil.

A contar de 2013, a gestão de Eduardo Bandeira de Mello conquistou a Copa do Brasil, em 2013, e o Campeonato Carioca, em 2015 e em 2017. As maiores lembranças dos eleitores rubro-negros são 16 eliminações em competições de futebo e dois vice-campeonatos no ano passado: um na Copa do Brasil e ou Copa Sul-Americana do ano passado. Cotado até para ser vice na chapa da candidata a presidente Marina Silva, Bandeira corre o risco de não emplacar sequer o sucessor no pleito do Flamengo, em dezembro. Ricardo Lomba é o nome apoiado por ele na disputa contra o principal opositor, Rodolfo Landim.

Eduardo Bandeira de Mello se espelhava no presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, para chegar ao Congresso. O cartola comandou o alvinegro paulista de 2007 a 2011. Levou o Timão do rebaixamento para a Série B ao título brasileiro. Além de deixar como legado um grupo político que se reveza no poder — Mário Gobbi Filho e Roberto de Andrade foram seus sucessores antes da volta — Andrés conseguiu ser eleito deputado federal nas eleições de 2014. Em São Paulo, obteve 169.834 votos, quatro vezes mais do que Bandeira, no Rio.

O dirigente do Flamengo também não repetiu o sucesso, por exemplo, do arquirrival Eurico Miranda. O ex-presidente do Vasco conseguiu ser eleito deputado federal duas vezes consecutivas, nas eleições de 1994. Zezé Perrela usou o sucesso do Cruzeiro no início do século para alçá-lo a deputador federal no período de 1999 a 2003. O mandato do senador por Minas Gerais termina no fim do ano. Alexandre Kalil, do Atlético-MG, aproveitou a excelente fase do Galo para faturar a prefeitura de Belo Horizonte, em 2016.

Marcos Paulo Lima

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