Santos FC Primeiro jogo de Pelé no time profissional do Santos contra o Corinthians de Santo André. Foto: Santos FC Primeiro jogo de Pelé no time profissional do Santos contra o Corinthians de Santo André. Foto: Santos FC

Primeiro gol do Rei Pelé faz 65 anos: era 7 de setembro de 1956…

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Sete de setembro é um dia especial na carreira de um mineiro de Três Corações. Há 65 anos, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, marcava o primeiro dos 1.282 gols na carreira como jogador profissional. Internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o Rei do futebol se recupera de uma cirurgia para retirada de um tumor no colón segundo informou o perfil do melhor jogador de todos os tempos na última segunda-feira nas redes sociais.

Pelé fez o primeiro gol aos 15 anos. Era 7 de setembro de 1956. Ele estava no banco de reservas do Santos no amistoso contra o Corinthians de Santo André. O duelo valia uma taça simbólica, o Troféu Independência, promovido pela prefeitura de Santo André.

O livro “Casaca e Chuteiras”, de Silvestre Gorgulho, lembra que o menino da Vila entrou no segundo tempo. Substituiu Del Vecchio e balançou a rede aos 36 minutos do segundo tempo. Foi o sexto gol do Santos. Se Andrada ficou marcado por ter sofrido o milésimo gol de Pelé, a vítima da primeira bola na rede do Rei chama-se Zaluar.

“Eu tinha condições de defender aquela bola. Quando o Jair lançou o guri, gritei para o Chicão cobrir o Mário. A bola foi certinha. O Mário levou um chapéu e o Chicão quando apareceu o guri já estava diante de mim. Quando vi aquelas canelas finas, não tive coragem de entrar duro. Gritei apenas para o garoto soltar a bola. O gol me deixou desorientado, pois Pelé era um moleque. O pior é que a bola foi por entre as minhas pernas. Depois, no final, acabei ainda levando um gol de falta do Jair. No vestiário já tinha resolvido parar com o futebol”, testemunhou Zaluar em um relato publicado no site do clube por Guilherme Guarche, do Centro de Memória do Santos.

Antonio Schank, o Chanca, do Corinthians Andreense, descreve o lance de outra maneira. “No lance do gol, o Hélvio, do Santos tirou de cabeça, a bola sobrou no meio-campo, dei o combate no Pelé, mas tomei o drible. Ele passou pelo Zico, pelo Dati, nosso defensor, e tocou na saída do Zaluar”, descreveu no texto de Guilherme Guarche.

Curiosamente, o primeiro gol de Pelé chegou a ser confirmado para outro jogador. Em 29 de novembro de 2019, um reportagem da ESPN assinada pelos colegas Marcelo Gomes e Rafael Valente contou que a súmula do jogo apontava gol de Raimundinho e não de Gasolina, como Pelé era chamado carinhosamente por Zito e Pepe, os veteranos do Santos.

 

 

O mesário da partida era Nelson Cerchiari. Ele tinha a responsabilidade de preencher a súmula. Em vez de apontar gol do Gasolina, o Pelé, foi registrado em nome de Raimundinho. E assim ficou registrado por 13 anos.

Um dia, Gasolina, que havia virado definitivamente Pelé depois das conquistas da Copa do Mundo de 1958 e 1962, de duas Libertadores em e de dois Mundiais de Clubes em 1962 e 1963, deu entrevista a um jornal francês. Questionado sobre o marco zero da lista de gols, o Rei disse que o primeiro da lista havia sido contra o Corinthians de Santo André, em 7 de setembro de 1956.

O mesário soube da entrevista concedida por Pelé em 1969. Encontrou a súmula no fundo do baú e fez a correção histórica. Nelson Cerchiari rasurou a folha de papel e corrigiu. Estava oficializado o primeiro gol de Pelé, em 7 de setembro de 1956, na goleada por 7 x 1 contra o Corinthians de Santo André. Naquele dia, ele também comemorou o primeiro título. O Peixe conquistou o simbólico Troféu Independência e começou a escrever uma história real.

A súmula do primeiro gol de Pelé é uma das relíquias da exposição “65 anos de Reinaldo”, em cartaz no Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube, na Vila Belmiro, em Santos, de 7 de setembro a 23 de outubro, dia em que Pelé completará 81 anos. “É como uma certidão de nascimento do ídolo do futebol. Pela primeira vez, aos 15 anos, Pelé apareceu em um jogo profissional. É algo como o nascimento do mito”, comentou Alex Fernandes, coordenador do Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube.

Em retribuição ao empréstimo do documento histórico para a exposição, o doou ao Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiars uma réplica da camisa utilizada por Pelé naquela goleada por 7 x 1 sobre o Corinthians Andreense.

 

 

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